terça-feira, 29 de julho de 2003

a propósito da reportagem na RTP

Brouas d'Abintes

Qual não foi a minha surpresa quando ontem, ao passar pelo canal 1 da RTP apanho com uma reportagem sobre os Blogues portugueses.Fiquei espantado e, por outro lado, algo decepcionado. Lá vinha a enésima referencia ao Blogue do Pacheco Pereira (sinceramente estou-me borrifando para aqueles textos cheios de retórica e falsos amores ao Porto de alguém que, sendo de cá, não fez mais do que muitos fizeram: zarpar para Olíssipo, ganhar dinheiro e poder em Olíssipo e, de quando em vez, lembrar-se que afinal há uma cidade feia e suja e torta e cheia de problemas que se chama Porto e que se ama muito e cuja pesada herança episcopal inspira odes cada vez mais repetidas e nauseabundas...enfim) e a outros tais, para além de umas tantas breves entrevistas -bom marketing?- a bloguistas como eu mas algo mais experientes no ramo. Mas afinal toda a gente desata a escrever sobre a blogosfera, suas origens e tendencias. Afinal somos um povo virado para isto e, às tantas, atropelamo-nos todos neste imenso horizonte de textos e outros caracteres que inundam os servidores da web.

Fiquei muito contente por ter recebido um e-mail de alguém que sentiu motivação para se me dirigir, o que é lindo. E é lindo pq aqui o que "manda" é o verbo, a palavra. Ninguém vem ver o meu Blogue por eu me chamar Altino Torres mas sim por um mero acaso. E é o acaso, o encontro fortuito que marca a diferença. O que eu quero mesmo é que se fale pouco ou nada deste mundo no "outro" mundo (leia-se os media). Sei ben que isto é uma utopia mas prefiro acreditar. Por muita porcaria que por cá ande, nada se compara à estupidez e arrogancia que impera nos fazedores de opinião. Só me falta agora ver o professor Rebelo de Sousa a fazer um Blogue com fotos do seu querido neto para concluir que isto é mesmo capaz de me atingir o ponto "éfe". Aliás neste momento apetece-me citar José Régio, mas escuso-me a tal ,na medida em que seria muito fácil fazer "copy paste" do "Cantico Negro" para dar a ideia que sou muito culto. Enfim, fico-me por aqui.

Vou fumar
ATF

domingo, 27 de julho de 2003

Domingo: Blogosfera revisitada

Não há nada melhor que um Domingo destes, sem visitas aos parentes, sem idas ao cinema ou mesmo à praia (a minha malta foi mas eu não tenho culpa de ainda ir a despedidas de solteiro e chegar a casa já de dia e embotijado de Dão Sogrape Reserva ). Ora bem, passada a sesta que tão bem me soube, e dada a ultima dentada numa sandocha de queijo eis-me aqui, frente ao computador tentando aprrender algo na blogosfera da nossa lingua. Apreciei o texto muito interessante de nuno goios sobre Vilar de Mouros e outros festivais. De facto eu já vinha visitando esse festival a um ritmo identico a lance Armstrong, mas decidi não ir lá este ano e penso não ter perdido grande coisa. O que não perdi mesmo foi o excelente concerto de Lou Reed em Coimbra, esse sim, capaz de me ter levado a pensar "Vilar de Mouros já era". Pelo menos este ano.
O mesmo Domingo pasmacento já não me permite voar por entre O Lado Negro das Palavras , isto porque estou mesmo muito mal, muito sem paciencia para me deixar tentar pela revisitação desse cada vez mais fascinante mundo de Nietzsche . mas voltarei ali lá mais para a noitinha.
Devo dizer, antes que me esqueça, que apetece ignorar esses blogues dos tais famosos e colunáveis. Não porque não sejam interessantes . Apenas porque me cheira a um certo tique de blogue-recomendado. Dá ideia que quem os cita, ou é citado por essa respeitável gente, adquire certa aurea, certo estatuto. Por mim prometo não esquecer algo muito importante: a partilha nesta esfera é, também, uma busca de mais valias para a alma. Quem ousa pensar que pode criar uma classe social de blogonautas, engane-se. Jamais deixarei de denunciar isso.

Vou fumar.
ATF

sábado, 26 de julho de 2003

A propósito de ler...

Voltando ao tema exposto pela Clara Ferreira Alves no Expresso de semana passada (ok, podia colocar aqui o link do dito mas não vejo porquê - raios eu proponho-me falar aqui das coisas que vejo, apalpo, e leio/compro o Expresso desde sempre por isso leiam o jornal, o de papel), a tal denúncia de que os portugueses não investem um centimo em livros, fiquei muito surpreso ao ler hoje, no mesmo jornal, a crónica de Inês Pedrosa onde ela refere precisamente que há muita gente a ler livros,"e gordos", nas praias portuguesas (no caso a praia da Altura também no Algarve). Afinal em que ficamos? Vale mais aquela longa dissertação da Clara ou aquele simples parágrafo onde é apenas referido um mail duma amiga da Inês? para mim vale o que vejo, o que apalpo. E como dizia Confucio " aquilo que oiço, esqueço, aquilo que vejo recordo, aquilo que faço compreendo" (mais ou menos isto), aquilo que compreendo é que há gente que consegue ler, que procura o Livro apesar das consolas e dos computadores e dos cinemas e dos carros e dos restaurantes e das discotecas e da gente gira e endinheirada. Por isso voltei a este tema. para mim é bom saber que eu leio, os meus filhos também ( o meu "maisnovo" -8 anos- está a ler o 2º livro do Potter: sim essa magnifica obra escrita - na Time um certo leitor considerou que foi uma autentica revolução nos hábitos de leitura em todo o mundo hein?, mesmo no dito mundo bom dos bons, dos sempre anglo saxónicos bestiais). Ora bem, está dito, fica a provocação e a minha convicção que os portugueses não são assim uns bestas por aí além. Veja-se o sucesso da PT no Brasil e a brilhante performance desse actor português de nome bem português - Nuno Lopes-, também no Brasil. Bem, vou ouvir Compay Segundo e amigos que é um regalo apesar da falecida Celia Cruz ter afirmado nem os conhecer. Quem diria...

sexta-feira, 25 de julho de 2003

Variações Do ponto "éfe"

Acabada esta semana de trabalho (pelo menos para mim), eis mais um "weekend marabilhoso". Mas e eles? Já deram por eles? Os "Avecs"? Já andam por aí, de Peugeots 406 , infestando tudo o que é matéria com os seus Euros, os seus "voilás" , entupindo tudo o que, já há muito, entupido anda. A estrada, as filas, as praias, tudo. Ora bem, mas este fim de semana promete. Por cá, "Bila NOba de Gaia", o sol esconde-se, o Expresso de amanha promete mais andamentos sobre os socilistas e suas pedras filosofais, e o futebol ameaça vir para ficar. Eu, por mim, aposto numa cerveja acompanhada de conversas sobre África, Luanda e a criação de fábricas que é o que está a dar neste momento (perguntem ao Carlos). O Guito anda muito escasso e faz lembrar aquela propaganda do Guterres antes de ser governo onde se via o pessoal a dizer que sobrava muitos dias para o salário que tinham em cada mês. Isto sim, isto atinge o meu ponto "éfe" sobremaneira. Os cardos andam raros sim. E de que maneira. Mas enfim temos sempre um fim de semanna para desbundar.


E temos um bom remédio para o ponto "éfe":

Francesinha: tosta de pão de forma guarnecida com charcutarias várias, bife, e envolvida por queijo levemente gratinado. Por sobre isto deve acrescentar-se um molho quente e de sabor picante. Deve ser regada com boa cerveja.

Bom FdS


quinta-feira, 24 de julho de 2003

A palavra "food_i_do" apareceu no meu léxico durante a minha aventura pelas salas de chat, particularmente na moribunda rede de servidores "DAL NET"(dia destes falaremos sobre esta problemática das salas de chat). Ela aparece na justa medida em que os operadores (moderadores) expulsavam os nicknames ditos insultuosos. Vai daí este nick. Ora bem. mas esta palavra significa realmente muito mais que uma simples brincadeira. Estar fodido é o quê? Pode ser tudo aquilo que nos atingir o ponto F (de fodido leia-se). E uma das cenas que me atingiu o ponto F foi precisamente a ultima crónica da Clara Ferreira Alves no Expresso do ultimo sábado. Então não é que aquela eminência parda da cultura lusitana decide ir a uma praia qualquer (parece que de um certo gabarito) e ao olhar para a vizinhança em redor e ao dar-se conta de que nenhum daqueles bem aventurados veraneantes estava a ler um livrito que fosse, há que escrever um texto insinuando que os portugueses não investem um centimo sequer em livros. Fiquei fodido. Tá parva ela ou quê? Eu tava a ler aquilo na praia ( em Bila Noba de Gaia do meneses ) e de imediato olhei em redor e vi muita boa gente a ler livros. LIVROS sim senhora. Apeteceu logo mandar uma carta electronica para a senhoreca mas desisti porque sei bem que ela recebe imensas cartas de cu-lambistas e não teria tempo para ler o meu manifesto ponto efe. Adiante. No mais, e em genero de apresentação, rogo aos meus queridos blognautas façam o favor de escreverem coisas sobre o ponto efe. Esse tal pontinho que sempre que é atingido nos dá semelhante clímax logo seguido daquele desabafo: TOU FODIDO!!!
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