quarta-feira, 27 de dezembro de 2006

2006, um balançozito

2006 foi um ano bom. experimentei ter quarenta anos e gostei. depois vi algumas vezes o por-do-sol e ainda tive tempo para conhecer novos lugares interessantes. viajei muito e trabalhei. foi um ano interessante, sem grandes cenas. foi um ano leve. gosto dos anos leves.

segunda-feira, 25 de dezembro de 2006

Coisas de Natal


Em rigor, eis o aspecto do meu prato de "bacalhau com penca" na noite de consoada, ponto de partida para uma noite a comer que nem um abade.

terça-feira, 19 de dezembro de 2006

sábado, 16 de dezembro de 2006

ah!

o que foste na tua vida passada?

eu, segundo eles, fui:
Your brief psychological profile in your past life:
Inquisitive, inventive, you liked to get to the very bottom of things and to rummage in books. Talent for drama, natural born actor.


Lembro-me perfeitamente (tirando o facto de nessa vida ter sido "female")!

ah!

e aqui temos um vídeo produzido por uma banda de Gulpilhares, V.N.Gaia. aprecie e descubra os espaços onde foi rodado...

ah!

...um bom Natal! Pois...

quinta-feira, 14 de dezembro de 2006

quarta-feira, 13 de dezembro de 2006

frio

Porque destas manhãs frias é feito o melhor pensamento, a melhor reflexão, ou então é quase sempre numa manhã fria como esta que se vai, rumo a algum lado, que se faz uma viagem, eu proclamo-me inocente de todas as desilusões que me causei e sinto-me com coragem para me perdoar todas as traições que me fiz.

domingo, 10 de dezembro de 2006

no Calor da Noite II

Com o livro "Eu, Carolina" ficou provado que a Igreja tem razão ao proibir os padres de terem mulher. Vejam o que aconteceu ao Papa!

Orfeu Rebelde

"Orfeu rebelde, canto como sou:
Canto como um possesso
Que na casca do tempo, a canivete,
Gravasse a fúria de cada momento;
Canto, a ver se o meu canto compromete
A eternidade do meu sofrimento.

Outros, felizes, sejam os rouxinóis...
Eu ergo a voz assim, num desafio:
Que o céu e a terra, pedras conjugadas
Do moinho cruel que me tritura,
Saibam que há gritos como há nortadas,
Violências famintas de ternura.

Bicho instintivo que adivinha a morte
No corpo dum poeta que a recusa,
Canto como quem usa
Os versos em legítima defesa.
Canto, sem perguntar à Musa
Se o canto é de terror ou de beleza."

Miguel Torga (1958)

imagem retirada daqui

sexta-feira, 8 de dezembro de 2006

no Calor da Noite

Francisco José Viegas tem destas coisas. Atirou-se ao jornal “Record”, desmontando o "crime" perpetrado naquela primeira página vermelha e branca e que motivava o SLB a ganhar e, por outro lado, motivava mais ainda os leitores benfiquistas a comprar a referida edição. E tem destas coisas, o Francisco, quando sabe bem, ou deveria saber, o que é um critério editorial nos dias de hoje. E foi mais longe ilustrando a sua indignação com as primeiras páginas dos jornais “A Bola” e “O Jogo”. Percebi bem a manobra, mas não me impressionei porque conheço bem o estilo anti-benfiquista destas queridas figuras públicas simpatizantes do Futebol Clube do Porto. Conheço-lhes os tiques e os complexos e, assim, sou capaz de os compreender sem deixar de me contagiar por um certo estilo pedagógico, e perdoem-me a imodéstia, no sentido de lhes fazer ver, qual missionário consciente, onde está a luz. E aproveito para apelar ao Francisco se viu hoje no jornal “O Jogo” qualquer referência digna de um jornalismo neutro e imparcial relativamente ao caso do “documento histórico” que é o livro de uma tal Carolina Salgado. O jornal “O Record” dá hoje grande destaque aos desabafos da ex-primeira dama do Vale de Campanha. Mas aquilo não é jornalismo. Aquilo é o jornal do Benfica a trabalhar.
Por outro lado, eu cá não me indigno com o jornal “O Jogo” porque sei bem quais os critérios editoriais daquele órgão de informação. E como não gosto, não compro. Nem leio.

2006 (um balanço food-i-do e só isso)

Blog do ano: Um Amor Atrevido

Blogger do ano: Luis Novaes Tito do blog Tugir

Frase do ano: "Preciso de me desenvencilhar do cinismo da escrita, que enfeita a verdade e a dissimula, impondo-nos sentidos contrários." in Um Amor Atrevido

Revelação do ano: Estes Momentos

quinta-feira, 7 de dezembro de 2006

para quem tolera posts longos e não tem nada para fazer...


Neste fim-de-semana longo há boas propostas para o Norte: Florbela Espanca em Matosinhos "protagonizando" dois belos dias de poesia, bons DJ's um pouco por todo o lado da noite portuense e um atractivo encontro com o reggae jamaicano a cheirar a Massive Attack (Horace Handy) no Hard Club de Gaia, sábado à noite. E chuva, muita, e nevoeiro e musiquinha da boa para ouvir em casa ("death cab for cutie" fazem os meus dias de Outono) e dVD's também, que ainda não vi o "Chocolate" nem revi o "Piano", filmes que adquiri no breve interlúdio de ter deixado de comprar o Expresso.
Depois também há futebol para os extremamente aficionados, que eu passei para o WWE desde que vi o Batista levantando a bandeira da Lusitana Pátria (bem sei que ele deve ter feito o mesmo com a bandeira de Castela em Madrid e estou curioso para saber que bandeira será levantada em Barcelona). Mas gostei, levantou-me o ego e senti-me quase um habitante da Roma antiga, a da Age of The Empires, a aplaudir aqueles gladiadores hiper-simpáticos. Ah, e se vissem o meu garoto...o tipinho sabia tudo, de tudo, gritava "hasole", "you sucks" e contava estridentes "one, two, three" e eu ali sentadinho a deleitar-me com tanto entusiasmo.
Este fim-de-semana também nos propõe uma ida à Exponor onde terá lugar um "Stockmarket" para quem quiser comprar roupas de marca a preços a fingir de baratos. É de ir, penso eu.
E Domingo há horas para dormir, e bem.


Depois é a recta final para as "festas", as gloriosas movidas do consumo, a merda das prendas e o enfado dos anúncios da quadra, as mensagens de natal (poupem-me sim?)... Por mim dispensava bem as "festas" mas como não tenho outro remédio sempre recomendo o queijo da serra e o bolo-rei da Dec Mel, uma confeitaria que fica na Rua Marquês Sá da Bandeira, em Gaia, que a do Porto chama-se só Rua Sá da Bandeira e tem a pastelaria Cunha com sua fama a segurar tão fraca qualidade. Recomendo também uma visita à Garrafeira do Tio Pepe na zona industrial do Porto, ali bem ao pé das discotecas chiques, e onde se pode comprar vinho autêntico e bons charutos de fumar apreciada e demoradamente.
E se entretanto muitos jantares acontecerem, sejam eles de amigos, da empresa, da escola ou do sindicato, e se de muito se beber, recomendo o KGB, essa maravilha soviética que ainda não consta no espólio anti-comunista de Pacheco Pereira.

segunda-feira, 4 de dezembro de 2006

está quase- wrestling no Pav. Atlântico

Amanhã lá estaremos, eu e o Alex, para ver aqueles armários a desbundar truques e habilidades abrutalhadas. Amanhã teremos um fim de tarde perfeitamente 100% americano: Mcdonalds e Wrestling com fartura. O Alex merece e um pai que é pai tem de estar à altura destas coisas. Nada de moralismos bacocos. Vamos curtir a cena, bem descontraídos. Batista Rules!!!

quinta-feira, 30 de novembro de 2006

apeteceres

cinco coisas que não me apetece nada fazer:

1 discutir sobre o aborto.
2 votar em blogs e bloggers
3 armar a árvore de natal cá de casa.
4 enviar cartões de boas-festas
5 enviar mensagens de natal

cinco coisas que me apetece e vou fazer:

1 comer uma feijoada.
2 dançar a noite toda.
3 ver o Wrestling Europe Tour no pav. Atlântico.
4 comprar uns jeans.
5 ouvir o Coney Island Baby de Lou Reed.

vertigem

Hoje é um daqueles dias. Raios partam estes dias que nos vêm como comboios rápidos e barulhentos, e quase sempre quando menos esperamos. Hoje é um daqueles dias em que eu posso dizer que estou mal disposto e tudo se resolverá com essa palavra mágica. E então terei carta branca para andar de má cara, para exigir um café realmente curto, para insistir se o bolo de arroz é mesmo de hoje, para não telefonar a ninguém ou para me baralhar a olhar o mar, sem dar conta, como um “as de paus” desinteressado com o triste facto de estar escondido nas mãos do pior jogador do mundo.

sábado, 25 de novembro de 2006

coisas de nada

risível
adjectivo 2 géneros
1. que desperta o riso;
2. ridículo; irrisório; digno de escárnio;
(Do lat. risibìle-, «id.»)
fonte: infopédia

Um tipo como eu, vendedor antes e depois de todas as coisas, tem sempre histórias engraçadas para contar. E hoje aconteceu-me uma cena gira, embora nada transcendente, haveis de ver, de modos que a vou partilhar com os meus estimados leitores para que saibam que nem tudo são maus ossos do ofício.
Ora aconteceu então que eu tinha uma reunião marcada para hoje de manha cedo, nove, nove e um quarto, porque a agenda estava forte. E como entretanto me espalhei em copos na santa véspera, deitando-me tarde, muito tarde, não esqueci, contudo, de programar o despertador do meu telemóvel para as oito e trinta da manhã, sabendo eu que daria perfeitamente para tomar um duche regenerador e tomar um café antes de fazer os cinco minutos de carro que me levariam ao escritório. E assim foi. Pouco passava das nove e quinze e já eu me encontrava no “meeting point”, e enquanto fumava o segundo cigarro do dia resolvi telefonar ao meu cliente num gesto de marcado profissionalismo que é uma coisa adorável nestas primeiras reuniões de negócios. Ora, o meu cliente atende a chamada com ar de alívio e desata a proclamar senhores Altinos por todo o lado com voz de enternecida satisfação. Espantado, perguntei-lhe o que se passava. Disse-me então que tinha tido um problema na véspera e não ia poder estar presente na reunião. E mais me informou que me telefonou por volta das oito horas para que eu não viesse a correr esperando com isso obter a minha penhorada atenção e tolerância. E naquela catadupa exclamativa foi-me informando que ficou muito assustado porque eu atendi a chamada de pronto, às oito horas da matina, desatando a arfar, proclamando suspiros sem pronunciar uma única palavra desta nossa camoniana língua. Terá insistido em vários “alôs” e eu sempre a arfar por meio de longas manobras nasais. Pensou que eu estava agoniando dentro do carro, vítima de um acidente qualquer que iria ser confirmado nos jornais da tarde logo a seguir aos directos da Lourinhã, e onde seriam passados testemunhos da minha prestigiadíssima pessoa. Mas não, afinal o senhor Altino está bem e a reunião vai ter que ser adiada devido às substantivas explicações que, entretanto, delas me deu conhecimento.
No entretanto, eu, ainda meio morto e quase acordado, tentei explicar que se calhar atendi o telefone dormindo, num acto de curiosa raridade e acabei por lhe confidenciar que fui de copos para os bares de Leiria e caí na cama que nem vinha madura. Porém, o meu querido cliente tinha outra versão e jurou a pés juntos que aquilo não fora mais do que um gesto mecânico de um profissional de vendas que mesmo a dormir atende o telefone. E eu rendi-me a tal teoria e nem sequer o contrariei porque o cliente tem sempre razão e, neste caso, aquela razão era-me satisfatoriamente favorável. Com redondos salamaleques nos despedimos, que somos uns queridos, e eu fiquei a olhar para aquelas oito horas da manhã a tentar perceber porque será que eu atendi o telefone a dormir. Num primeiro instante pensei que só podia ser devido ao “ Tónic” desmedido que tomara poucas horas antes. Subitamente, iluminei-me de inspiração e percebi o móbil do crime, a substância de tão inusitado comportamento. É que o homem telefonou-me num dos intervalos de nove minutos que intercalam os repetitivos toques de despertar do meu humilde telemóvel sofisticado, e que me levam sempre a dar um delicioso “OK” no telefone com a esperança de dormir em nove minutos umas boas dez horas mais. Mas pronto, fiquei bem na fotografia, já se vê. Para este meu cliente eu sou um exemplo de profissional perfeito, que até atende o telefone a dormir. Atendo sim senhor. Telefone-me e comprove se é ou não verdade.

quinta-feira, 23 de novembro de 2006

Eu também

Obviamente!

Porto de Mós, Vila Forte, assim chamada por Luís Vaz de Camões num dos 10 cantos dos Lusíadas (Canto VIII:"Vês este que, saindo da cilada,/Dá sobre o Rei que cerca a vila forte?”), é uma vila arejada e muito bem ordenada em redor do seu belo castelo altaneiro que se avista ao descr a serra quando se vem de Santarém. O velho casario que circunda o castelo vive bem com as modernas vivendas que preenchem as margens do rio Lena, e assim, podemos dar honesto testemunho de que é possível progredir sem destruir.
O caro leitor sabe que eu resido na área metropolitana do Porto, a grande e sempre orgulhosa urbe nortenha, de boas gentes e bla bla bla. Mas porque será que ali, em cada vila ou cidade, em cada lugar onde há uma autoridade, há sempre um assassino urbanístico, um açougueiro do passado histórico, um construtor civil desesperado por ser recompensado pelas ajudas prestadas aos novos regedores da maculada autoridade local? Complexo, digo eu. Só pode ser uma questão de complexo-de-obra-feita.

transatlanticism- death cab for cutie


The Atlantic was born today and I'll tell you how...
The clouds above opened up and let it out.

I was standing on the surface of a perforated sphere
When the water filled every hole.
And thousands upon thousands made an ocean,
Making islands where no island should go.
Oh no.

Those people were overjoyed; they took to their boats.
I thought it less like a lake and more like a moat.
The rhythm of my footsteps crossing flatlands to your door have been silenced forever more.
The distance is quite simply much too far for me to row
It seems farther than ever before
Oh no.

I need you so much closer


I need you so much closer
So come on, come on

terça-feira, 21 de novembro de 2006

dou-me a esse luxo

Hoje deixo-me levar. Hoje posso bem deixar-me levar. Não me apetece nada dirigir, dar ideias, palpites ou conselhos. Hoje sou um seguidista. Quem vier e me disser: “Faz isto” ou “Opta por aquilo”, eu juro que responderei afirmativamente como se fosse um cão de companhia, disciplinado e muito bem treinado.

Hoje deixo-me levar e sempre quero ver onde é que vou, afinal.

domingo, 19 de novembro de 2006

saudade

"...Saudade é solidão acompanhada, é quando o
amor ainda não foi embora, mas o amado já...

Saudade é amar um passado que ainda não passou, é
recusar um presente que nos machuca, é não ver o
futuro que nos convida...
Saudade é sentir que existe o que não existe mais...
Saudade é o inferno dos que perderam, é a dor dos
que ficaram para trás, é o gosto de morte na boca
dos que continuam...
Só uma pessoa no mundo deseja sentir saudade: "aquela
que nunca amou."
E esse é o maior dos sofrimentos: não ter por quem
sentir saudades, passar pela vida e não viver. O
maior dos sofrimentos é nunca ter sofrido..."

Pablo Neruda

agradecer...

Ao Luis Carmelo a gentileza.

quinta-feira, 16 de novembro de 2006

quanto mais avanças além Espanha mais Portugal se te entranha

Lyon, França. Nesta cidade não acontece nada! Um bar com gente, um restaurante tardio,uma discoteca... Nada, abolutamente nada.

sábado, 11 de novembro de 2006

sexta-feira, 10 de novembro de 2006

"desgloriosa" glória

este texto deveria aparecer em todas as revistas bocejantes que nos invadem os nossos pacatos fins-de-semana.todas mesmo, incluindo a "almanaque" dos missionários combonianos...e a proteste, e a revista do círculo de leitores. e deveria estar escrito nas paragens de autocarro, nos placards dos estádios de futebol, no dolce vita, na herdade do esporão, no noddy e no harry potter...

José Régio - Soneto de Amor

Não me peças palavras, nem baladas,
Nem expressões, nem alma...Abre-me o seio,
Deixa cair as pálpebras pesadas,
E entre os seios me apertes sem receio.

Na tua boca sob a minha, ao meio,
Nossas línguas se busquem, desvairadas...
E que os meus flancos nus vibrem no enleio
Das tuas pernas ágeis e delgadas.

E em duas bocas uma língua..., - unidos,
Nós trocaremos beijos e gemidos,
Sentindo o nosso sangue misturar-se.

Depois... - abre os teus olhos, minha amada!
Enterra-os bem nos meus; não digas nada...
Deixa a Vida exprimir-se sem disfarce!

quinta-feira, 9 de novembro de 2006

Vinho Em Qualquer Circunstância

É o nome do sítio mais parecido com o reino de Baco que eu conheço. Um conceito inovador no sector da restauração e da enofilia.Fica na Batalha e merece uma visita.

terça-feira, 7 de novembro de 2006

sem assunto

Navego viajando e olho a miragem soberba que me trespassa o pensamento e sinto a minha alma voando mais alto que o sol e sou capaz de esboçar um sorriso que alguém nota e pergunta se é sorriso de doido ou de algum passageiro esquecido na multidão e continuo a viagem convencido de que na próxima paragem estarei menos longe de me encontrar.

segunda-feira, 6 de novembro de 2006

e eu olho para aqueles tempos...

Ontem vi a fotografia da Rosa publicada na secção de necrologia do Jornal de Notícias. A Rosa tinha sido enterrada dias antes e hoje vai ser celebrada a missa de sétimo dia. A Rosa não era amiga minha. Foi minha colega de trabalho há quase 20 anos e ambos fizemos parte de um grupo de jovens que experimentava o primeiro emprego. Era um grupo de Auxiliares de Educadores de Infância que se ocupava de uma secção muito específica a funcionar na Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental de Vila Nova de Gaia: o Pavilhão dos Profundos.
Ali fomos capazes de ser uns tolos solidários, fomos capazes de gostar uns dos outros, fomos capazes de ser assíduos e responsáveis pela primeira vez. Ali fomos cúmplices e artistas e fomos uns miúdos descarados e fizemos greve e viajámos e partilhámos as nossas glórias. E as nossas desgraças também. Ali vivemos um tempo que eu nunca mais vivi desde que trabalho. A Rosa trabalhou lá três anos, e um dia formou-se enfermeira e casou e teve filhos. Eu trabalhei lá três anos também e fui embora, casei e tive filhos. Deixámos de nos falar, obviamente, porque as nossas diferenças eram muitas. Mas a Rosa foi a enterrar esta semana com 38 anos apenas. Suicidou-se a Rosa. E eu choro por ela e pela vida que ela era em si.
Não sei se ela está feliz mas eu sempre a vi feliz.
E eu olho para aqueles tempos de quando éramos todos uns putos e ergo o meu copo bem alto num brinde à tua felicidade, querida Rosa.

sábado, 4 de novembro de 2006

quinta-feira, 2 de novembro de 2006

a prenda de natal ...


Please! Please! Please!

a pergunta que se impõe, apesar de já todos saberem a resposta

Após a brilhante jornada europeia das equipas portuguesas na Champion's League, o que não invalida, apesar disso, a condenação de "ambas as três" a uma migração de consolo para a Taça Uefa, e após visionamento atento dos respectivos resumos, gostaria que me dissessem quem é, afinal, o treinador do F.C.Porto: Jesualdo de Mirandela ou Vítor Baía de Leça da Palmeira? O factor geográfico pode ser determinante na obtenção da resposta.

terça-feira, 31 de outubro de 2006

crónica dos sagrados princípios,

Aquele miúdo com cara de Burro, como bem notou besugo (e o que diz besugo é para ser dito), levou uma troçada de Zorba-o-grego, o carniceiro da luz, um assassino capaz de matar burros se for preciso, e as coisas ficaram más para o f.c.porto. Porque as coisas para o f.c.porto estavam boas, excelentes. Aliás aquele clube só pode estar feliz por ter nos seus quadros um departamento médico que permite que se agrave uma lesão de um jogador seu, fazendo-o regressar aos relvados e permitindo que ele esperneasse no momento do colectivo orgasmo clitoriano que se deu após o derradeiro apito da grande Final, a mãe de todas as finais, que foi o jogo do pretérito sábado e que valeu apenas três pontos-três (maior troféu nunca se viu, segundo as minhas fontes anónimas). Por certo, aquela aparentemente irresponsável manobra médica foi apenas para que se castigue o grego Zorba, porque provavelmente outras premonições se fizeram entretanto e murmurou-se a palavra Quaresma mesmo antes do S. Martinho e da “Navidad”.
Um clube daqueles tem até um treinador-vidente, evidentemente, que faz premonições. Julga-se que devido à influencia dos acólitos do padre Fontes, ainda dos tempos em que o Ualdo era um simples aprendiz de Mirandela e onde já se lhe notavam algumas faculdades extra-sensoriais misturadas com uma sofrível destreza em matéria de Cartomancia e Quiromancia.
Entretanto houve um dirigente do Benfica que ergueu um dedo para um ou dois energúmenos e isso foi um atentado à moral católica do papado costiano que tem sede no Vale de Campanhâ e cujas cúpulas fazem romaria a Fátima para pagar promessas e cumprimentos de premonições tidas e a ter. Sabe-se, aliás, que a ultima premonição foi o golo marcado no último minuto e que, dizem os entendidos, foi obra do querer e da vontade dos fieis, mas que na realidade (como diz Santos, que já por ali fez milagres como por exemplo rogar aos santos do apito que lhe expulsassem sempre um ou outro jogador em vésperas de defrontarem o f.c.porto), foi mais uma resposta às preces e às orações de toda a hierarquia costiana, incluindo os bispos autarcas e os leigos do jornal o Jogo.
Posto isto, é com muita tranquilidade que se aguarda prisão perpétua em Custóias ou Paços de Ferreira (para evitar a proximidade dos hereges leixonenses) para o grego, que se faça fila para chegar até ao santo Anderson (até São Mourinho já lhe telefonou) e que se guilhotine o famigerado dedo do mal amado conde do Luxemburgo, um traidor que se rebelou e se revelou uma estaca afiada apontada ao paramento azul e branco daquele belo e floral papa.

posto isto, siga o futebol na Europa e oremos…

segunda-feira, 30 de outubro de 2006

ler blogs é também crescer um pouco mais

Uma coisa é certa: há imensa gente que não lê blogs. Uns porque nunca lêem nada, outros porque não têm acesso a um computador com internet e outros por mera resistência arrogante. Estes últimos também resistiram ao telemovel e certamente os mais velhos resistiram à televisão. São uns resistentes duros de roer porque continuam a flutuar na presunção de que são eles os verdadeiros donos da verdade. Do mesmo modo que muitos foram os que não acreditaram no comboio e nos automóveis, e nas caravelas, e na roda, e no fogo....Tipos desses sempre existiram e hão-de existir sempre.

Parabéns! Parabéns! Parabéns!

O Povo Brasileiro está de parabéns pela reeleição de Lula da Silva para Presidente do Brasil. A democracia venceu mais uma vez, pese embora isso entristeça uns tantos...liberais e afins!

domingo, 29 de outubro de 2006

A (rivo)lição de Pacheco Pereira

João Fiadeiro reagiu hoje, no jornal “Público”, ao ataque pérfido que Pacheco Pereira fez ao caso da ocupação do Rivoli. Leitura recomendada, evidentemente.

(link pago no Pùblico).

sábado, 28 de outubro de 2006

nação mijada, nação abençoada


Entretanto temos a urina. Uma substância demasiadamente incomodativa quando cristaliza em pano seco. Dessa urina estão as bandeiras azuis e brancas impregnadas. E as fraldas e as cuecas e as cadeiras de plástico azul-morto. Quem desceu a VCI, rumo ao sul, no fim do dia de hoje, não pôde deixar de ter notado o agressivo odor urinoide. A mijina colectiva que pulverizava os límpidos céus da cidade invicta foi tanta, mas tanta, que nem a brisa do mar que nos toca foi capaz de lhe dar remédio. E depois veio o buzinão como que apregoando bem alto: "Somos uma nação de Mijões caraguuuuu”.

Speaker Corner

Miguel Sousa Tavares faz hoje no semanário “Expresso” aquilo que eu esperava dele: defender-se da acusação de plágio que lhe foi feita por um cidadão anónimo. E defendeu-se bem, quanto a mim. MST explica-se de uma forma simples e clara, e que até a mim, que nunca li o dito livro, consegue elucidar rotundamente. Mas é também através daquela “defesa” que MST tenta reflectir sobre os Blogs e a Internet em geral, daí resultando a sua manifestação de distanciamento e pessimismo no que diz respeito a este segmento das TIS (tecnologias da Informação). De entre vários considerandos de cariz mais sociológico, MST aponta o anonimato com dedo justamente acusador. O anonimato é, de facto, uma perfeita aberração (e por favor não confundir anonimato com pseudónimos porque os há muitos e bem conhecidos na blogosfera).
O anonimato puro e duro deveria ser desprezado e ponto final. Que me interessa a mim ler um comentário vindo de alguém sem rosto? que me interessa a mim dar crédito a um determinado texto com assinatura anónima? Nada. mas MST percebeu que isso não é bem assim. Percebeu que a imprensa tem necessidade de fugir das linhas éticas com que em principio se norteia para obter a primeira e mais fundamental de todas as razões da sua existência: vender. E para vender qualquer historieta serve, desde que venda. Não interessa muito de onde venha mas sim se ela pode ser acolhida por muitos e muitos mais ainda...
Este é o principal ponto de reflexão que eu, blogger de nome inteiro desde 2003, gostaria de ver discutido de forma séria, sem compadrios e sem lambidelas de cão pungente. Sem as mordomias do costume e que saltam à vista em quase todas as tentativas de reflexão sobre esta matéria . Procure-se um código de forma honesta que introduza alguma eficácia no combate a casos como este e que servem apenas para denegrir a boa fé de quem cá anda, como eu, a tentar fazer disto um efectivo e saudável “Speaker Corner”.

quarta-feira, 25 de outubro de 2006

inclinações colectivas


No meu país é assim. Volta e meia surge uma polémica oca sobre uma merda qualquer. Desta vez é o alegado plágio perpetrado por Miguel Sousa Tavares. Será que estamos perante uma denúncia maldosa e consequente desacreditação do escritor MST ou será que há razões concretas, factuais que evidenciem um efectivo plágio? Não se sabe, eu não sei. Também não li aquele “Equador” e creio que não vou ler, pelo menos nos próximos tempos.
MST saberá como se defender e é a ele que cabe desmontar essa “cabala”, se é que o é, enfim. Porém, notei que logo uma mole de gente se acoitou a defender o acusado. Uns apontam o anonimato, porque dá jeito, claro. O anonimato não é de agora e serve, por exemplo, para o sistema fiscal americano ser talvez o mais eficaz dos sistemas fiscais e serve para muitas outras coisas, inclusive blogar. Mas dá jeito, neste caso, apontar o anonimato. Também dá muito jeito falar-se em inveja porque o gajo ou a gaja que denunciou o tal plágio só pode ser um invejoso. Já o tipinho que atacou Margarida Rebelo Pinto não é, de certeza, um invejoso. É um cientista! Naquele caso, deu jeito calcar a pobre rica escritora porque ela vende e continua a vender sempre os mesmos ovos estrelados mas com receitas tenuemente elaboradas. E vende, carago, apesar de não saber dizer nada, que eu bem a vi na entrevista que deu a Francisco José Viegas (o próprio terá ficado embaraçado uma ou duas vezes tal a ligeireza da entrevistada). Já o Miguel, esse sabe dizer umas coisas, se exceptuarmos toda e qualquer matéria relacionada com futebol. Será aqui, nesta diferença, que reside a fronteira entre o que é de ser bom e o que é e ser mau? Será que tudo isto se resume, enfim, aos elementos pictóricos que definem as figuras públicas?
Por isso acho tudo isto qualquer coisa de espantoso, esta forma bem portuguesa de tombarmos todos para o mesmo lado. Isto deve ser herança dos marinheiros que desbravaram o novo mundo em barcaças muito instáveis e que, por certo, tiveram a faculdade de disciplinar as tripulações em matéria de inclinação colectiva.

domingo, 22 de outubro de 2006

coisas de lamborghinis

Há dias era anunciado que a electricidade ia aumentar em cerca de 15% e a malta espavilhou que se fartou. Ños dia seguintes as televisões davam jogos do porto, benfica e sporting e a malta delirou com tanto futebol e o governo consolou-os com um descida em 50% do tal aumento edêpoide. Hoje porém, já coleccionei aí uma dezena de opiniões sobre a dívida que vamos deixar aos nossos filhos, e vi o novo carro do Maniche, um lamborghini de cento e trinta e tal mil euros. Logo mais, vamos ter um sporting-porto com o estádio cheio, sendo que os bilhetes custam uma fortuna. A malta adere porque não são estas coisas que Endividam. Endivida sim, pagar portagens e taxas moderadoras. Isso sim porque acham que no caso das auto-estradas todos devem pagar, mesmo os que não têm carro. No caso dos hospitais ninguém deve pagar, mesmo os que vão ao hospital para curar uma borbulha na face.
E o Maniche comprou um lamborghini com o dinheiro dele mas paga menos do que nós em termos de segurança social. Mas isso não nos Endivida, isso coloca-nos na frente do pelotão dos mercados onde há mais bólides por metro quadrado. Depois as scut's pagamos todos...para os lamborhinis mostrarem a sua raça...

Já agora, a quem endivida o facto de Luis Filipe Vieira continuar a ser sócio daquele clube de bairro conhecido pelos "andrades"?

quinta-feira, 19 de outubro de 2006

E você em quem votaria, se realmente votasse?



Aproveitando a generosa e brilhante pedrada de LNT, eu também vou eleger o meu Grande Português, se me permitem. Ora bem, se tivesse que votar em alguém, o que obviamente não farei, seria na Dona Fátima, a minha sogra, que me ofereceu uma sandes de marmelada com queijo no primeiro dia em que eu fui lá a casa namorar a filha dela. Vi logo ali, naquele gesto, que estava perante o mais excepcional de todos os portugueses. E não me enganei, garanto-vos!

aí está ela!

A minha filha, 17 anos, matriculou-se na Universidade do Porto e abriu uma conta na GCD. Terá sido o bastante para receber a sua primeira agressão de marketing. E logo da DECO que deveria supostamente defender-nos destas coisas! Bem vinda ao mundo minha filha, o teu nome anda aí a ser vendido ao desbarato...

quinta-feira, 12 de outubro de 2006

DIANTE DA POSSIBILIDADE DO ALKIMIN (PSDB/PFL) GANHAR...

Isto circula no Brasil e chegou até mim via e-mail. Leia com atenção, principalmente se for brasileiro.


Diante da possibilidade do Alkimin (PSDB/PFL) ganhar o 2º turno, seguem
algumas recomendações. Não custa nada a gente se preparar para os próximos quatro anos:

1º Se você tiver alguma economia, invista em Dólar ou Euro. Hoje o Dólar vale em torno de R$ 2,20; no final do governo FHC (PSDB/PFL), chegou a quase R$ 4,00. Aproveite, ao que parece, será uma das poucas possibilidades de ganhar algum dinheiro.

2º Aproveite o final do governo Lula e compre (estoque se possível) lâmpadas eletrônicas, elas gastam menos energia e estão custando pouco, hoje. Não se esqueça que, no governo FHC (PSDB/PFL), a energia subiu assustadoramente.

3º Hoje existem no mercado algumas lanternas que funcionam sem pilhas, apenas com fricção. Procure comprar algumas, elas são baratas e você não vai ter que gastar seu escasso dinheirinho com pilhas. Não se esqueça que, no governo FHC (PSDB/PFL), houve apagão.

4º Se você possui carro, procure trocá-lo, logo, por um mais novo, que gaste pouco com manutenção e seja mais econômico. De preferência, que seja movido a álcool, gasolina e gás. Não se esqueça que, no governo FHC (PSDB/PFL), a gasolina subia toda semana, de acordo com o mercado internacional.

5º Se você pretendia prestar algum concurso, estude e se esforce o máximo possível, para esses que ainda sairão. Não se esqueça que, no governo FHC (PSDB/PFL), as oportunidades de concursos foram bem reduzidas.

6º Se você tem dívida com o cartão de crédito ou cheque especial, aproveite o 13º para quitá-las. Não se esqueça que, no governo FHC (PSDB/PFL), essas taxas de juros eram bem mais altas do que o quê se tem no mercado hoje.

7º Se você pretende comprar um imóvel financiado, compre logo! O Lula liberou bastante recurso e agora a gente tem disponível uma grande oferta de financiamentos e de imóveis. Não se esqueça que, no governo FHC (PSDB/PFL), a maior parte dos recursos, do país, era usada para financiar a venda de empresas estatais.

8º Se você está pensando em fazer alguma obra ou reforma em casa, faça o mais rápido possível! Vários produtos de construção baixaram o preço, no governo Lula; um saco de cimento, hoje, custa em torno de R$ 12,00.
Não se esqueça que, no governo FHC (PSDB/PFL), o saco de cimento custava mais ou menos R$ 25,00.

9º Para finalizar, se você possui alguma religião, reforce a sua fé em Deus. Porque o Lula, nesses quase 4 anos, criou mais ou menos 6 milhões de empregos e baixou a taxa de desemprego para 8,3%. Não se esqueça que, no governo FHC (PSDB/PFL), foram criados 700 mil empregos e a taxa de desemprego era de 11,7%. Portanto, vai ser bom contar com a ajuda divina quando a gente tiver que procurar emprego.
Boa Sorte a todos e que Deus nos livre!!!

PS: se você estiver pensando em fazer concurso público corre grande risco,após tomar posse, de se deparar com uma privatização ou ser demitido logo após a posse.
A "tchurma entreguista" ainda está de olho na Petrobrás, Banco do Brasil etc A propósito, onde foi parar a grana das privatizações??? Não gosto nem de falar nesse assunto, porque me vem à mente a Vale do Rio Doce!

Por que acham que o Lula teve maioria esmagadora nas eleições passadas?
Pensem, pensem e que sejamos iluminados em nossas decisões!

segunda-feira, 9 de outubro de 2006

Neste caso, não é a DECO que tem de se pronunciar. É o país. Somos nós

É evidente que o Operador Cabo português tem o direito de alterar os canais que constam da respectiva grelha. Isso está previsto, em primeiro lugar, no clausulado do contrato que em princípio é lido e assinado pelos clientes. No meu ponto de vista, o que está aqui em causa é apenas a utilização de um mero expediente legal para, no fundo, se apunhalar um bom punhado de pessoas. Está em causa, sobretudo, a ética do operador para com os seus clientes. Porque no caso concreto da GNT, o operador não tinha problemas de audiências, não tinha problemas com a qualidade do referido canal e nem sequer tinha ou teve qualquer tipo de défice comercial em termos do respectivo e legitimo retorno económico. O problema aqui é o de um grupo religioso, uma seita, o mesmo é dizer uma associação religiosa sectária, levar a cabo o seu propósito propagandista na base do dinheiro e, assim, convencer um operador credível a alinhar em tal frete. O frete de disponibilizar um sinal de televisão a uma seita que passa meia dúzia de programas sensacionalistas até à hora em que os mais desprotegidos e os espiritualmente miseráveis estão em casa, constituindo-se assim um alvo fácil para os propósitos daquela seita: angariar crentes que para nada mais servem senão financiar os bolsos de meia dúzia de sacripantas convictos.
E isto é tanto mais espantoso porque eu sei muito bem que se uma seita NAZI resolvesse criar um canal de televisão e entrasse nas regras do mercado e comprasse um sinal ao Operador, por certo já o Carmo não estaria em pé, muito menos a Trindade e a Blogger.

domingo, 8 de outubro de 2006

sexta-feira, 6 de outubro de 2006

Extra! Extra!

Descobri aqui que Pedro Arroja, afinal, anda desaparecido em combate!

uma legislatura pouco à portuguesa

O Ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, tem toda a razão. As Câmaras Municipais são as maiores gastadeiras dos poucos recursos financeiros do Estado português. Fernando Ruas, por mais que se esforce e por mais mediatismo que tenha, não consegue fazer passar a ideia de que é vítima. As Câmaras Municipais querem mais dinheiro apenas para criarem mais Empresas Municipais fantasmas e atribuírem cargos de mordomia aos respectivos peões locais, com altíssimos salários e esplêndidas regalias, como é o caso do presidente da Junta de Freguesia de Pedroso que já é administrador de um par de Empresas Municipais de Vila Nova de Gaia, quase todas elas deficitárias, por exemplo. Na verdade, as Câmaras querem mais dinheiro para satisfazerem os caprichos megalómanos dos respectivos Presidentes. E não me espanta nada que haja gente a apoiar Ruas e a apoucar o Ministro das Finanças. Não me espanta nada que nesta sociedade mediatizada, em determinado tempo (eleições) sejam pedidos bons governantes, bons ministros, e depois (no momento em que a mama fica em perigo) tudo sirva para apoucar homens do Governo que nada mais fazem do que governar com a razão, deixando de lado a emoção.
Não sei se estou a ser claro, mas a verdade é que este Executivo tem governado o país com muita responsabilidade e José Sócrates demonstra todos os dias que é o homem certo para o lugar certo. Claro que os lobbys irão contrariar ao máximo estas linhas estratégicas do Governo. As Câmaras, os Médicos, a Função Pública em geral, querem sempre mais e melhor para eles, esquecendo-se que o país é um todo e estamos em maré de arrepiar caminho.

quinta-feira, 5 de outubro de 2006

GNT- alguém se lembra?

Leio no Tugir a frustração pelo desaparecimento do GNT nos idos de Abril deste ano. Desta feita porque no Brasil houve eleições. Mas o Brasil não é só interessante quando está em eleições e a Rede Globo é o espelho mais aproximado da sociedade brasileira, da sua cultura e quotidiano; e tiraram-nos o GNT e quase ninguém se incomodou com isso! Em seu lugar deram-nos (ou melhor, impingiram-nos) a Record, essa coisa alienígena de se fazer televisão.
Pelo menos no Tugir alguém se lembrou de marcar o protesto, fazendo-se também alguma justiça a quem protestou na altura, como foi o caso do "food-i-do" aqui, aqui e aqui, por exemplo.
Hoje ainda, e não obstante quase ninguém se lembre do GNT, aqui fica o meu lamento por tudo continuar nesta pobreza franciscanamente mercantilista.

À espera do salvador e, entretanto, Viva a República!

Eu estou com a lolita. O Professor Arroja tarda e isso, para mim, já é desesperante. Só a entrada "efectiva" dele no "os matraquilhos" (sem ofensa para quem prefere videogames) poderá evitar tamanhos disparates como é o caso da pretensão de se referendar a "República" (na verdade é com este género de "ideias" que muitas vezes confundimos um idiota - que vem do grego e significa, se quiserem, um "parvo" - com um tipo que tem ideias destas). Ainda para mais numa época em que finalmente temos um Presidente da República.

Engenharias figurativas

Vitor Serpa tem hoje uma tirada daquelas que impressionam, lá no jornal que dirige e que dá pelo nome de "A Bola". Aquele jornalista entendeu que Rui Costa veio parar a um futebol miserável só porque uma clínica qualquer não acertou no diagnóstico a uma lesão do excepcional jogador de futebol. Vai daí, Vitor Serpa desanca no futebol português e no país. Em contraponto refere o Milan, o anterior clube de Rui Costa, elogiando-lhe tudo. Organização, classe, magnitude...Vitor Serpa, aqui, retrata bem a miséria do jornalismo português porque omite, por conveniente, que o Milan esteve envolvido num caso de corrupção e só não foi parar à série B italiana por mero expediente de quem o defendeu nos recursos, não evitando porém a perda de não sei quantos pontos no início do presente campeonato italiano de futebol. Ora, este Milan é o mesmo Milan que Vitor Serpa elogia hoje para, objectivamente, nos apoucar a nós. É este jornalismo de engenharias figurativas que enferma a nossa imprensa. Bastava-lhe ter dito que somos uma merda sem que, para isso, tivesse que endeusar o fedor da merda dos outros.

terça-feira, 3 de outubro de 2006

chorai

Ah! Parece que no Brasil foram eleitos muitos deputados que estão envolvidos em casos de corrupção, sendo que alguns deles até já foram condenados. E parece que no Brasil se compraram votos, e parece que no Brasil a democracia funcionou, “malgré tout”. Por cá, todavia, há portuguesinhos que se escandalizaram. Portuguesinhos que vivem num país de 10 milhões (quase nada, comparando com o Brasil e as suas assimetrias) e que ainda assim foi capaz de eleger tanta porcaria nas últimas eleições autárquicas. E que ainda assim já viu tantos votos comprados com ofertas de televisões e leitores de vídeo, e outros votos pagos com miseráveis côdeas para a terceira idade e, ultimamente, para os antigos militares da guerra colonial. Um país como o nosso que tem uma democracia ainda menos jovem do que a brasileira mas que, mesmo assim, consegue bater quase todos os recordes negativos. E, vejam bem, há até quem se interrogue agora porque é que não existe uma autoridade moral supra-o-voto-de-cada-um que pudesse evitar tamanhas contradições nestas eleições brasileiras. Chorai então, ó oráculos. Chorai muito que, assim, mijais menos!

dos silêncios...é o azul que me cala


Os silêncios matinais anunciam a miseravel condição do adepto indisfarçável das vitórias . Basta, portanto, a um clube tropeçar que todos os seus teóricos ficam prostrados, sob um silêncio subterrâneo e quase de toupeira, mirando Braga contemplativamente, e sabe-se lá por que canudo. Arre canudo!

domingo, 1 de outubro de 2006

dimanche: on va parler de quoi?

Migrei o alojamento do "FOOD-I-DO" para a nova plataforma de blogs da Google: o "Blogger in Beta" . E como bem quer dizer a palavra "Beta", esta nova plataforma é experimental mas impede-me de voltar ao Blogger normal, o que não me incomoda nada porque estou a gostar das novas ferramentas de edição de que disponho aqui. Porém, hoje não consigo entrar no meu template e estou a enviar este post por e-mail a ver se funciona.
 Aqui no Porto passou-se um dia de chuva marcado por um acidente na A3 que impediu o normal fluxo de trãnsito de fim-de-semana. Depois veio a noite calma e nada de mais parece poder influenciar o resto do dia. Entretanto, um amigo meu acabou de fazer o seu primeiro mergulho em Ogrove, na Galiza, e mostrou-se muito feliz com a experiência. Eu cá vou mergulhar na caminha, que bem dela precisado estou. Até amanhâ então!
 

sexta-feira, 29 de setembro de 2006

mais um fim-de-semana

Com poucas hipóteses de comprar o filme do "Expresso" e de ler um artigo de Pedro Arroja no Blasfémias.

Porque Gaia não é Porto eu sinto-me obviamente roubado


Como todos sabem foram gastos milhões de Euros na construção de uma rede de Metro que se propõe servir a população da área metropolitana do Porto. O Metro do Porto enche a cidade de orgulho vaidoso com as suas belas composições, e já é um “ex-libris” da Cidade vê-lo atravessar a ponte Luis I. Principalmente quando se está nas ribeiras do Porto e de Gaia.
Milhões de Euros custou também a linha amarela – a linha que liga Gaia ao Porto. O espírito que preside à criação desta linha propõe que as pessoas da zona sul de Gaia possam acessar ao Porto-cidade de forma mais rápida e cómoda, sem filas de trânsito nem semáforos a empatar. Só que a linha amarela termina mesmo junto ao “El Corte Inglés”, que fica, para quem não sabe, mesmo acima da Câmara Municipal de Gaia.
Ora quem vem do sul (como é o caso de quem vive nos Carvalhos), apanha o respectivo autocarro e sai junto ao “El Corte Inglés” para assim apanhar a bela linha amarela rumo ao centro da cidade do Porto. Todavia, as empresas de autocarro que operam no sul do Porto e em particular a União de Transportes dos Carvalhos, criaram um tarifário que é coisa bárbara: um bilhete para o “El Corte Inglés” tem o mesmo custo de um bilhete para o Porto. Assim, o passageiro que via no Metro do Porto o tal espírito que melhoraria as suas condições de acesso à cidade, se quer andar nesse espírito, tem de comprar um bilhete para o Porto, sair em Gaia e comprar um outro bilhete do Metro para, assim, prosseguir a sua aventura metropolitana. Ora, isto é um roubo e não há nenhuma autoridade neste país que vislumbre tamanha falta de respeito para com as pessoas.
Estas empresas de transportes públicos cobram para Gaia o mesmo dinheiro que cobram para o Porto (!) e os cidadãos que têm de ir para o centro do Porto e necessitarem do Metro pagam assim duas tarifas para a mesma viagem. Então para quê o Metro? Para os turistas? Para os habitantes da Avenida da República? Para os clientes do “El Corte Inglés”?
Porque um estudante que viva na zona sul ao ir para a faculdade, se quiser pagar um bilhete para Gaia, ou seja mais barato do que um bilhete para o Porto, tem de sair em Santo Ovídeo e descer a pé quase dois km até ao “El Corte Inglés” para assim apanhar ao metro na linha amarela.
Amarelo estou eu, caros amigos, porque isto não se faz. E o pior é que isto dói muito à carteira de quem precisa dos transportes públicos.

quinta-feira, 28 de setembro de 2006

"Estásse bem!"

Yuri é um rapaz da minha idade que eu conheci há dois meses e vive na Grande Leiria. É um cidadão russo, sem muita formação e sem carta de condução sequer, que está cá há bastante tempo em busca de melhores condições de vida, em busca do "eldorado" dos Euros que lhe fora prometido quando, na Rússia liberal, viu suas possibilidades de sobrevivência esfumarem-se por entre as brumas do novo capitalismo selvagem que enferma aquela região. Yuri veio para Portugal, como poderia ter ido para Espanha, e já fala português fluentemente. Mas não está legal, o Yuri, pese embora encontre trabalhos para fazer, mal pagos e outras vezes por pagar, e não obstante estarmos perante um ser humano educado, vertical e competente.
Yuri está a viver num país com tradições sociais mas que caminha rapidamente para o liberalismo selvagem e não percebe bem porque é que não consegue papeis, nem um emprego "normal" nem uma situação de vida sequer próxima dos "bidonvilles" portugueses dos anos sessenta em Paris. "Estásse bem..." é, contudo, a frase mais vezes pronunciada por Yuri.
Ontem soube que, após ter aguentado quatro dias sem comer, Yuri cozinhou erva do campo misturada com farinha. Foi o último e digníssimo jantar deste rapaz de Leste nesta bela praia lusitana; e digo último porque, tecnicamente, o próximo não será hoje. Um repasto que desenjoa no meio de tanta fartura e tantos McDonalds e bolicaus. E ao lado dele tanta gente a pensar nas coisas boas do liberalismo-estásse-bem.
"Estásse bem" Yuri? Eu acho que não rapaz, sobretudo porque tu não és uma ficção nem constas num desses catálogos quaisquer que tão arrojadamente nos nos promovem.

terça-feira, 26 de setembro de 2006

eurochampions-sadness

o que me vale é esta sensação de conforto. o que me vale é ser honesto comigo mesmo. o Benfica não foi capaz e eu não estou certo de ter achado um culpado no meio de tantos inocentes.

Cristiano Ronaldo impressionou-me. é o grande jogador do momento, sem dúvida. o resto é mera propaganda...

segunda-feira, 25 de setembro de 2006

Creep

When you were here before
Couldn't look you in the eye
You're just like an angel
Your skin makes me cry
You float like a feather
In a beautiful world
And I wish I was special
You're so fuckin' special

I don't care if it hurts
I want to have control
I want a perfect body
I want a perfect soul
I want you to notice
When I'm not around
You're so fuckin' special
I wish I was special


But I'm a creep, I'm a weirdo.
What the hell am I doing here?
I don't belong here.

She's running out again,
She's running out
She's run run run running out...

Whatever makes you happy
Whatever you want
You're so fuckin' special
I wish I was special...

But I'm a creep, I'm a weirdo,
What the hell am I doing here?
I don't belong here.
I don't belong here.

"CREEP" lyrics © by Radiohead

portugal - um país lateral

A tragédia do nosso país explica-se naquilo que o rodeia: de um lado sardinhas, do outro espanhóis.

bom dia

Cá em casa todos acordaram cedo e eu fui o primeiro. A Cat começa hoje o seu curso de Jornalismo e Ciencias da Comunicação. Vai andar de praxe é claro - que ela é das que disse sim à praxe! O Alex já foi para a escola e a Mary acabou de sair para o trabalho. Fiquei eu aqui sózinho à espera de ir até Cerveira, que clientes me esperam por ali. Oxalá todas as segundas-feiras das nossas vidas sejam tão deliciosamente segundas-feiras.

domingo, 24 de setembro de 2006

Vícios














Deixei de fumar. Sofro...

Outono














Para além do nevoeiro é o mar.
Da minha janela o Outono olha-se no meio dos gestos de todos os dias. A água quente deixa o ar nublado e os aromas matinais invadem-me. E lá fora o mar, escondido, e o choro das pingas de chuva, constante, ritmico. É o Outono que me domina.

sexta-feira, 22 de setembro de 2006

pobres de nós!

Ah pois! Um "benfiquinha" destes dá perfeitamente para uma equipa como a do Paços de Ferreira brilhar na busca do Golo e até permite ao treinador deles dizer que "A sorte premiou os audazes". Ah pois é!
Pobre Benfica que persiste na sua sina eterna: ser a mais bela montra dos imbecis. A começar por esse "Gnomo dos pneus" que se chama Luis Filipe Vieira e sonhou que era o Jesus Cristo de gravatas caras escolhidas a dedo por meia dúzia de consultores e gestores de sucesso. Pobres de nós.

quinta-feira, 21 de setembro de 2006

dos jornais

"O Independente encerrou por causa do aparecimento do semanário Sol", Disse o arquitecto Saraiva, entre outros considerandos, no programa "Clube de Jornalistas" da RTP2.
Ora aqui temos mais um dislate deste tubarão de gomas da imprensa portuguesa. O Independente merecia mais, porque foi um marco na História do jornalismo português. Como homem de esquerda, eu comprava e lia o Independente com gosto e sempre lhe reconheci grande mérito jornalistico, e não só durante o consulado de P.Portas e MEC. O Independente foi um sopro fresco e inovador no cinzentismo informativo luso e acabou porque viu que já ninguém quer saber dele. Porque muitos lhe copiaram o estilo e outras plataformas jornalisticas surgiram, como é o caso da internet e em particular dos Blogs. Hoje há mil independentes na blogosfera e zero Expressos, tirando um ou dois blogs de referência que se acomodam no clientelismo cinzento e de conveniencia, bem ao estilo do Expresso. O Sol, que teve uma boa expressão de vendas no primeiro número, andará muito pelo estilo do Independente e dos blogs. Tentará praticar um jornalismo mais instantâneo e eu temo bem pela sua sobrevivência. O tempo dirá se o arquitecto Saraiva poderá aguentar um novo desafio jornalístico. O tempo dirá se o mercado estará disponível para tão pouco jornalismo e tanto clientelismo.

segunda-feira, 18 de setembro de 2006

Pedroso a cidade: uma manobra à moda do Menezes

Tenho a informação de que o presidente da Camara Municipal de V.N.Gaia, Dr. Luis Filipe Menezes, está a preparar um processo de elevação de Pedroso a Cidade em parceria com o seu amigo Tavares, presidente da Junta de Freguesia de Pedroso. Mais uma vez vamos assistir a uma golpada politica à moda do "Nortistão", isto é, cada político puxa os cordelinhos conforme o andamento das marionetes. E para o caso convém que se saiba uma coisa: Pedroso é uma freguesia enorme, das maiores do concelho de V. N. Gaia e que tem como sua principal referência a Vila dos Carvalhos - que é também o centro mais importante da região, num perímetro de 10 Km. Elevar Pedroso a cidade não é mais nem menos do que promover um capricho de meia dúzia de orgulhosos e fazedores de obra populista. Pedroso sem os Carvalhos não passa de uma localidade com um mosteiro medieval, dois cemitérios e uma fábrica de calças. Não tem ordenamento, não tem um plano estratégico e vive apenas da vaidade do presidente da Junta que se encavalita nos meios politicos do basfond metropolitano do Porto e das respectivas relações dúbias com os poderes do futebol.
Nós precisavamos de um pouco mais...mas quem somos nós?

domingo, 17 de setembro de 2006

sol

Vejam bem se esta fotografia desse novo semanário, que é nada mais nada menos do que uma mistura do extinto "Independente" com o também cremado "Semanário" e o "24 horas" (este sim, o verdadeiro THE SUN portuga - que resulta num perfeito caso de sucesso tipo massa levedada com açucar, dando assim origem a uma bela e aparentemente boa fornada de pão mas que continua a fermentar no bucho dos comensais), não põe em causa a honra de todos os "Altinos" deste país.
Um Altino é um Altino. Jamais se prefixa a qualquer "is" de trazer por casa, e no caso de se apurar que tenha uma casa apreendida, tal coisa nunca será notícia. nem no "O primeiro de Janeiro", quanto mais...

sábado, 16 de setembro de 2006

deixai vir a mim as criancinhas

realmente as coisas são o que são. o sportinguinho dos cachopos da zona J e de massamá, aclamados pela elite lisboeta e bem sustentados pela bolsa de valores, que é uma coisa muito capitalista e liberal, acabaram por perder contra uma equipa oriunda de uma região de gentes que trabalha a madeira como poucos. e embora o labor desta equipa do interir tenha tido o seu expoente máximo no "hand work", bem precisada esteve ela de uma plaina para fazer frente às incidências de toda a segunda parte. uma plaina é, para quem não sabe, um instrumento que ajuda a nivelar determinada superficie de madeira e é, nem mais, uma ferramenta indispensável a um carpinteiro. e o campo do alvalade vinte e um bem precisado estava de uma.

ela só pensa em dançar

Finalmente aconteceu. Eu fui a uma discoteca com a minha filha. Que sensacional confirmação de qualquer coisa que eu tinha previsto quando ela nasceu. Aos meus quarenta anos ela entraria na idade adulta e eu ainda continuaria cheio de juventude, ainda que perene. E assim foi ontem à noite. Eu, a Mary e a nossa Cat na mesma discoteca, a dançar as mesmas canções, a beber do mesmo copo e a olhar as mesmas luzes feridas pelo som.

Porque me senti “aceite” naquele momento como um simples companheiro de farra, porque não percebi qualquer formalidade ou constrangimento filial, porque caminhei outro passo nesta coisa sempre nova e renovadora que é ser pai, hoje sou um rapaz ainda mais consciente de que tudo isto vale a pena.

P.S.: A Cat foi colocada na Faculdade de Letras do Porto e vai cursar Jornalismo e Ciências da Comunicação. Não é tão bom?

quinta-feira, 14 de setembro de 2006

De todos os cantos do mundo
Amo com um amor mais forte e mais profundo
Aquela praia extasiada e nua
Onde me uni ao mar, ao vento e à lua

Sophia...

quarta-feira, 13 de setembro de 2006

regressos

de volta a casa e recebido com chuva. os meus filhos sossegadamente à espera do inicio das aulas, o meu amor com aquele sorriso de um amor para a vida, e os aromas do meu lar a acenarem-me como se tivessem uma cauda catita e a agitassem de contentamento.
o meu lar finalmente. o Alex, a Cat e a Mary, a minha doce Mary.
o meu lar está impecavelmente belo.
ouvi dizer que a estrada estava má mas não me impedi de seguir até lá bem para oeste. e depois parei junto ao mar e acenei como quem diz adeus. sabia que ele voltaria e por um momento ignorei as coisas terrenas. eu não me importo nada com os caminhos. eu quero é ver o por-do-sol.

segunda-feira, 11 de setembro de 2006

JESUS EN LA HABANA ( Bom Dia! )

Fidel hablaba a mas de un millón de cubanos en la Plaza de la Revolución, cuando de pronto se aparece Jesucristo bajando lentamente del cielo.
Cuando llega al lado de Fidel le dice algo al oído. Entonces Fidel, dirigiéndose a la multitud dice:
- ¡Atiendan Compañeros! Acá el compañero Jesucristo quiere decirles algo.

Jesucristo se dirige a la tribuna y tomando el micrófono en sus manos dice:
- Pueblo de Cuba, este hombre que tiene una barba como la mía, ¿no le
ha dado austedes el pan del conocimiento igual que hice yo?

El pueblo Fidelista responde:
- Sííííííííííííííííííííííííííííííííííííí........

- Es cierto que así como yo multipliqué el pan y los peces para dar
comer a todos, este hombre inventó la libreta de racionamiento para ustedes todos tuvieran de comer?

El pueblo Fidelista responde:
- Sííííííííííííííííííííííííííííííííííííí........

- ¿Es cierto que ha construido hospitales y policlínicos para curar las enfermedades como yo curé?

El pueblo Fidelista grita:
- Sííííííííííííííííííííííííííííííííííííííííí........

- ¿Es cierto que ha brindado sabiduría y conocimiento a través de la brillante educación, como yo lo hice con mis apóstoles?

El pueblo Fidelista grita:
- Sííííííííííííííííííííííííííííííííííííííí...........

- ¿Es verdad que fue traicionado por los cubanos de Miami como yo lo fuí por Judas?

Ya incontrolable, frenético, el pueblo Fidelista responde:
- Sííííííííííííííííííííííííííííííííííííííííí.....

Entonces, dice Jesús:
- ¿Y QUE MIERDA ESPERAN PARA CRUCIFICARLO?

sábado, 9 de setembro de 2006

quinta-feira, 7 de setembro de 2006

esta noite

esta noite muitos viam televisão, muitos mandavam mensagens e muitos outros perdiam-se em copos metrosexuados; e outros mais viam cinema, bebericavam cerveja e falavam coisas interessantes, do trabalho, das gajas e do futebol. outros ainda viajavam, ou liam, ou não faziam absolutamente nada. Outros dormiam, fodiam, ou simplesmente existiam. e poucos olharam a lua. e que lua!

domingo, 3 de setembro de 2006

tropa de pacotilha

E é vê-los felizes com os azares do Ricardo Coração de Leão. O rapaz esteve mal, dizem, que eu não vi nada de nada sobre esse importante jogo amigável entre a Lusa e os Dinamarqueses, e a tropa portista não perdeu um segundo, embora tenha jurado a pés juntos não mais desancar no "nemésis" dos ingleses. Tropa de pacotilha, digo eu.

portugal a pintar

O Jornal de Notícias, hoje um jornal diferente, mais competente e fresco, vai oferecer aos seus leitores um estojo completo de material de pintura e desenho. Um jornal destes normalmente oferece colheres e garfos, pérolas falsas e cruzes de Cristo, ou então oferece publicações de gosto duvidoso para se encadernar e colocar numa estante ou aparador juntamente com um objecto de casquinha sobre um “naperon” comprado na Tribo. Desta vez o JN foi mais capaz. Oferece material didáctico, talvez porque o seu dono não tenha curso superior e não saiba quem é Jackson Pollock. Talvez porque em pequeno nunca tivera uma caixa de meia dúzia de lápis de cor, sei lá. Ou talvez ele nem tenha tido qualquer influência nestas coisas do marketing e tudo isto seja apenas pura coincidência.
Por mim leva daqui o meu aplauso pela iniciativa. Oxalá pegue de moda e outros jornais possam oferecer coisas didácticas no lugar das frugalidades culturais do costume.

foto: Pollock's Galaxy tirada do Wikipedia

quarta-feira, 30 de agosto de 2006

tudo maus rapazes

Isto já não tem interesse. O cidadão Gisberto já está enterrado e muitos foram os que fizeram o justo luto. Outros ainda, desta feita aqueles que passam os anos na "vida é bela" e que se limitam a saber porque estudaram, e agarram-se a muitas palavras bonitas para continuarem, de um modo perfeitamente burguês, a mandar no mundo, ficaram indignados com a justiça e as penas aplicadas aos garotos, aqueles assassinos implacáveis. Muitos desses reclamaram a forca para os desgraçados. E agora o caso parece já não ter mais interesse, a não ser o facto de eu me achar pleno de razão quando assinalei os miúdos assassinos maus, vândalos e escroques, como sendo eles as principais vítimas desta mórbida sociedade que os fabricou e continuará a fabrica-los muito para além da clonagem e doutros processos que hão-de vir.
Vão pois aqui e tentem perceber se não há de facto um sistema perverso na sociedade dos enjeitados, dos indigentes, destas crianças empalhadas em casas como a de S. José, que vivem num estado autoritário próprio, desleixado, desmazelado e autista. Vejam bem se é possível, hoje mesmo, alguém fazer alguma coisa por eles. Pelos vistos não.
Setembro está à porta e eu já lhe noto os tons laranja,
Em perfeita harmonia com as serras altas e a brisa do mar.
E é quando o sol melhor se põe.
É o sol do final de Agosto. O dos que eu mais gosto.

E é olhando estes céus que eu me acho cheio de tudo.

eu hoje não tive um dia mau

Lá fora o vento sopra forte, e eu hoje não tive um dia mau. Estive quase a aceitar viajar para um país desses, europeu, mas detive-me. Eram quatro horas da tarde e já havia muito vento e eu estava contente. Três horas antes eu estava muito pensativo. Apanhar o avião, no próximo domingo, era um cenário muito provável e quase único. E pensava nisto tudo enquanto petiscava numa sanduíche de carne e olhava para os bilhetes do “SmackDown” que comprei para o Alex. Depois conversei ao telefone e os cenários mudavam, menos o vento que parecia falar comigo. À noitinha, a Cat telefonou-me porque precisava que eu a levasse ao cais de Gaia. E assim foi. Fui para casa a correr, e levei-a nas calmas, calma de pai.

E lá fora o vento continua agitado como que rindo-se para mim, contente também.

terça-feira, 29 de agosto de 2006

bom dia

El cuerpo canta;
la sangre aúlla;
la tierra charla;
la mar murmura;
el cielo calla y el hombre escucha.


Unamuno

sábado, 26 de agosto de 2006

fim de verão

o sol fraco disfarça os dias ventosos e pequenos,
e a parede onde me encosto está ainda quente e é calor.
o meu corpo está frio e treme de um frio indesejado.
um frio destemido, que nem convite trazia…

quarta-feira, 23 de agosto de 2006

marear

É nesta altura do ano que se vê bem o real valor da blogosfera lusa. Não havendo notícias, ela fica letárgica, quase morta. E tudo isto porque os blogs de referência são na sua maioria blogs de jornalistas que precisam da imprensa como peixe precisa de água. Ou seja, também eles não sobrevivem face à falta dos grandes títulos do Expresso, da Sábado ou da Visão. E é talvez por isso que temos o jogo de matraquilhos entre Cintra Torres e a RTP, que a blogosfera agradece penhorada.
Assim se conclui que a grande maioria dos bloggers de referência não são capazes de criar, de pró-agir, limitando-se a uma atitude meramente reactiva, uma nulidade. Dito isto, é bom que continuemos, nós os verdadeiros bloggers, a blogar como marinheiros solitários, na convicção de que haverá sempre um ser humano que nos lê, mau grado o silêncio e a imensidão do mar alto.

terça-feira, 22 de agosto de 2006

futebol

Vai começar o Campeonato da Primeira Divisão. O Sporting continuará a ser treinado por Paulo Bento, um génio e a maior referência do clube após Peseiro, o Porto foi buscar um treinador que há-de ser seguramente melhor do que Co Adrianse embora seja sempre pior do que Rui Barros, outro génio, e o Benfica tem finalmente "O" Engenheiro, que nunca será melhor do que Artur Jorge nem pior do que Jesualdo.

Em todo o caso, recomendo que o próximo título de Campeão Nacional seja atribuído ao que, dos três, tiver melhor prestação na Champions League.

segunda-feira, 21 de agosto de 2006

a luz

Milhares de cidadãos, pretos, indiferenciados e desesperados, vivem em condições mais do que sub-humanas, enclausurados entre as praias do Norte de África e o mar, por onde vislumbram uma remota possibilidade de voarem para a luz. Uma luz que os atrai para uma nova vida, desta feita eivada de segregação, indiferença e racismo e clamorosamente iluminada pelos Euros e os empregos mais reles. Mais de 100 mil criaturas à espera. Da Líbia e de outros países africanos, uns mais democráticos do que outros, mas todos eles clamorosamente explorados pelas potências do lado de cá. Outrora, eles também esperavam, à força, pelas galeras que os levavam para o Novo Mundo. Hoje ninguém os quer, nem como escravos.
Entretanto, um dia destes alguém fez eco de um apelo feito pelo Presidente dos Estados Unidos da América aos médicos cubanos que rumavam para a Venezuela. Que viessem para os EUA. Os EUA acolhiam-nos em nome da Liberdade e da Democracia. Os outros, os que apenas dançam e cantam e transpiram que nem camelos, esses não. Esses que morram nas barcas dos seus próprios infernos. E em África não há médicos nem quadros superiores como há em Cuba. Em África há apenas cacos que sobreviveram ao colonialismo e às guerras do pós-descolonizações, subtilmente, umas vezes ou descaradamente na maior parte delas, apoiadas pelos bastiões dos direitos humanos e das liberdades.
Perguntem a um preto que dorme numa esteira às portas da Europa e come fungi, e não tem água potável, se ele gostaria de ter um blog. Perguntem-lhe se ele está desesperado por ir ver um concerto dos Rolling Stones. Perguntem-lhe se ele quer um Plasma.
Entretanto ele pede-vos pouco. Pede-vos uma oportunidade para melhorar as suas condições básicas de vida. Pede uma esperança e promete apenas humildade, servidão e persistência. Os blogs e os concertos e os plasmas podem esperar. Ele pedirá médicos, professores, ensino, saúde, trabalho e justiça. A Liberdade dele não se define na nossa. Ele quer o que nós desperdiçamos e açambarcamos: PÃO. E é precisamente o “pão”, aquilo que nós constantemente lhes negamos e negámos sempre. Somos, incrivelmente, uma sociedade superior!

domingo, 20 de agosto de 2006

Carvalhos e o Mapa da Administração Pública Local

Li ontem no JN uma carta de um leitor que falava sobre a Vila dos Carvalhos. À medida que eu ia lendo os desabafos daquele meu vizinho, mais consciente ficava de que esta localidade bem precisada está de se separar das garras administrativas locais, personalizadas na Junta de Freguesia de Pedroso.
Quem leu a referida carta só pode ter concluído que Carvalhos está mal. Através dela, o meu concidadão atira-se aos drogados e aos arrumadores de carros e pede ajuda ao governo e à Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia, omitindo deliberadamente a Junta de Freguesia de Pedroso porque sabe que dali não vem nada. Fala das opções injustas sobre dinheiros gastos no Estádio Dr. Jorge Sampaio, mais um elefante branco que serve os Dragões Sandinenses e um ou outro jogo da Selecção Nacional sub qualquer coisa, e lamenta o esquecimento do Clube Hóquei dos Carvalhos e do Centro de Saúde que é de facto uma coisa terceiromundista, bem como adverte para a catástrofe ambiental que grassa nas matas que contornam a Srªda Saúde.
Mas não aponta o dedo ao responsável. E também não precisava. Afinal, já todos sabem bem quem é o responsável: o Presidente da Junta de Fregusia de Pedroso.
Entretanto, Carvalhos continua no mapa das pessoas, das escolas, é centro de vida quotidiana em todas as vertentes, todas, e continua subjugado à freguesia de Pedroso e aos caprichos do déspota Tavares.
E assim muitos desabafos, como o da carta de ontem ao JN, ficam-se apenas pelo “boca a boca” das pessoas, e o Jornal dos Carvalhos, um jornal que deveria servir as pessoas em vez de servir as boas famílias da terra, um jornal caricato, sem alma nem chama e quase sem leitores, persiste numa linha editorial saudosista e pacóvia, ignorando estas questões. Aliás esse jornal é propriedade da ACIC, uma putativa associação cívica dos Carvalhos, formada por carvalhenses desiludidos e apagados na sombra das políticas divisionistas que minam a cintura metropolitana do Grande Porto.
Entretanto, a malta jovem anda distraída com os festivais de Verão, as minis e as Férias e o Governo estará já a trabalhar na criação de novas Freguesias. E eu pergunto se há gente realmente interessada em colocar Carvalhos no mapa da Administração Pública Local. Eu pergunto se ainda não é tarde. Porque desta janela eu vejo apenas o fogo do marasmo que arde muito mais para além dos montes durienses que vislumbro.

quinta-feira, 17 de agosto de 2006

um Fidel é pouco!

A liberdade, essa palavra bonita...na América a liberdade não é bem a liberdade de que todos nós aqui falamos. Bastaria ter lá estado na era Clinton e ir lá agora para ver bem as diferenças. Escutas, e-mails espiados, controle duro sobre as minorias, enfim...uma liberdade baseada em lérias.
Quanto ao dinheiro que entra em Cuba, claro está, é mau. O pessoal preferia ver Cuba arrastada pelo embargo económico que os americanos vêm impondo naquele país. Que morressem de fome e miséria, que se vissem todas as costelas e o fémur e as rótulas bem salientes aos cubanos para que o mundo pudesse assim comprovar a eficácia dessa maravilha que é o embargo económico. Mas não, Fidel organizou-se, tratou de si e dos seus, não há fome não havendo luxos...
E olhem bem para as novas democracias africanas, de cosmética e muito armamento, e holocaustos em potência, que holocausto parece só ter havido um, o que vitimou os amigos dos americanos e dos capitalistas....olhem bem para a liberdade que os povos migrantes usufruem, a de rumar para Norte de África e morrer enclausurados, em porões e sabe-se lá onde mais, à espera de uma oportunidade para encontrarem emprego na bela Europa, cheia de euros e prédios e pontes e cerveja. E eles ali, livres que nem passarinhos, a morrer que nem tordos...olhem bem para os novos ricos da Rússia livre do comunismo e não esqueçam as assimetrias, nem as máfias...olhem bem para o planeta e eu também olho...
E quando olho só me apetece dizer bem alto: um Fidel é pouco!

sexta-feira, 11 de agosto de 2006

pormaiores

Obikwelu venceu os 200 metros e a televisão destacava um sueco enrolado numa enorme bandeira azul-cueca com uma cruz amarela. Um funcionário de um estabelecimento comercial perguntou-me quem tinha vencido. Estava confuso, não ouvira clamores, nem buzinas, nem bandeiras, nem nada. Depois lá deu para ver um enorme africano, muito elegante e em passo de trote, acenando uma pequena bandeira portuguesa.
O funcionário gostou de saber que Portugal venceu, que estava ali um português que acabara de conquistar uma medalha de ouro. Não tinha a cor de pele da Fernanda Ribeiro, nem o buço, não tinha o cabelo de Carlos Lopes, nem a pança, e não tinha o nariz de Rosa Mota, nem a falta de cu, mas era um português a brilhar com a nossa bandeira. Não é do Marco de Canavezes, não senhor, nem treina cá, nem em Lanzarote, mas é português “carrejão” de bandeira.
É um atleta, foi um trolha, dormiu na esteira, comeu “fungi”, e andou de barco à vela e à deriva. Está cá e é nosso até um dia, até ele querer. Nós não o merecemos, por ventura, porque por doçura achamos-lhe graça e batemos palmas de compaixão, não de paixão. E sem embargo ousamos ignorar que ele já nos deu mais, muita mais do que aquilo que nós julgamos ter-lhe dado.

terça-feira, 8 de agosto de 2006

carvalhos, uma questão de entradas

Nos últimos dias este blog tem sido visitado por quem procura registos relacionados com Carvalhos e Pedroso. A "Questão dos Carvalhos" pode ser revisitada aqui, aqui e aqui, por exemplo, e é um tema ainda a suscitar bastante interesse. E se desses leitores houver vontade maior, porque não uma contribuição sobre esta controversa questão? Fica a promessa de que se alguma coisa vier eu coloco-a aqui. Para os mais distraídos, o meu e-mail está ali em cima à direita.

i can feel it

dias de calor e fumos e bombeiros. dias de bombas, destruição e muita propaganda. dias de noites longas, cerveja.
2001, odisseia no espaço. Hal, preciso de ti.

sexta-feira, 4 de agosto de 2006

tudo muito rápido

Batalha, duas da madrugada, estava eu a descer a nacional 1, mesmo antes do magnífico Mosteiro e eis que um gato se atravessa na frente do meu carro. Senti a pancada e, mais do que isso, senti logo de seguida que tinha acabado de passar o bicho a ferro.
Fiquei triste, era um gato. Eu acabara de atropelar mortalmente um felino. Eu que sou gato tantas vezes, e tantas vezes me sinto imortal como eles ao ponto de me colocar defronte aos perigos com desprezo felino, na certeza de que sobreviverei, matei um dos meus. Que noite!
No dia seguinte, mais ou menos duas da madrugada, ia eu a subir a estrada Porto de Mós – Fátima, uma estrada cheia de curvas, e de repente um ratinho atravessa a estrada e pára em frente ao farolim direito do meu carro, tudo muito rápido, dá uma volta de 180 graus ficando virado para mim. Senti novamente aquele saltinho, agora mais discreto, da roda direita a estropiar o pobre animal.
O pior é que eu olhei para o rato a correr em círculos e pensei no gato e não consegui evitar aquilo. Acho que eu podia ter feito uma manobra ou qualquer coisa. Mas não. Deixei seguir a roda para cima do pobre animal, quase de forma burocrática. Aquele rato antes de morrer tinha a alma do gato, de certeza. Só que aquela alma não queria andar por aqui e eu devo ter sido o seu libertador.

quinta-feira, 3 de agosto de 2006

preocupações

há por aí quem se preocupe com o "efeito João Miranda". eu ando mais preocupado com o "efeito da ganza" que cada vez bate menos e faz mais dores de cabeça...

quarta-feira, 2 de agosto de 2006

não quero saber e...

Well, I stand up next to a mountain
And I chop it down with the edge of my hand.


hoje sinto-me um "voodoo chile", e deus sabe bem porquuê. não quero saber das listas dos devedores, não quero saber dos que gostariam que os "assassinos de Gisberta" apanhassem 60 anos de prisão. não quero saber da madeira, nem do Fidel nem do Benfica nem do senhor engenheiro. hoje sinto-me um "voodoo chile" e não quero saber disso para nada. nem vou perder tempo a tentar compreender essa raça de empertigados com estas tontices, nem me preocupa se eles defendem a morte telecomandada e proclamam a justiça do dinheiro e se aborrecem muito porque um pobre cidadão perdeu três mil euros porque o banco não lhe deu, de pronto, oitenta mil euros, que eram dele coitado. não quero saber, sequer, dos outros cidadãos que estavam nessa mesma fila a tentar receber cem euros, e oitenta, e trinta e sete e quatro cêntimos. esses não perderam dinheiro mas vão ficar tesos em dois dias e meio, não obstante os genéricos e as clínicas de fisioterapia comparticipadas. não quero saber dos que se escudam por detrás da couraça da sua putativa e impermeabilíssima privacidade. não quero saber deles para nada. nem dos argutos, nem dos excelsos nem dos padres nem dos arrumadores de carros. hoje sinto-me um "voodoo chile" e amanha pensarei nisso tudo...em calhando.

segunda-feira, 31 de julho de 2006

colaterais dum raio

Eu não me tenho pronunciado acerca do conflito entre israel e o líbano apenas por impotência. e a minha honestidade não importa muito para o caso, bem sei. mas também manda a mesma honestidade dizer que hoje li num jornal diário que morreram mais de uma trintena de crianças libanesas só no dia de ontem. li aquilo e fiquei calado. dei uma passa no meu cigarro e pensei nos meus filhos.
agora chego aqui e leio um gajo a dizer que aquilo não é um massacre. foda-se meus. aquilo nunca pode ser um massacre. massacre, ao que parece e a avaliar pelo que tenho visto, é bem mais um ataque individual de uma pessoa ou máquina a um blog com milhares de leitores. isso sim, é um verdadeiro massacre que envolveu tanta gente e tanta comunicação social. uma causa dessas é bem mais carecida de defesa. os putos libaneses que se fodam. que bebessem mais coca cola. colaterais dum raio.

finalmente, um post

O Pacheco Pereira nu é belíssimo

E veja também como se verifica a grandeza do professor CAA que mereceu uma resposta pública no excelentíssimo "Gato Fedorento". Tomara eu e muitos como eu semelhante privilégio. Eu confesso: para ter um linkzinho aqui eu dava o cú e cinco tostões...aqui dava só os cinco tostões

breathe me

na sebenta da minha vida encontro muitas folhas rasuradas, e manchadas com tinta, não obstante o emprego do mata-borrão. folhas escritas com cores negras a imitar o arco-íris. desconfiado, eu insisto em apreciar os borrões e as rasuras, a ver se lhes acho outras cores.

sábado, 29 de julho de 2006

my favourite color

"A good man is hard to find
Only strangers sleep in my bed
My favorite words are good-bye
And my favorite color is red"


Mr. Tom Waits

sexta-feira, 28 de julho de 2006

uma questão de números

4 mortos até ao dia 30 de Julho



8 mortos até ao dia 30 de Julho



51 mortos até ao dia 30 de Julho



750 mortos até ao dia 30 de Julho



actualização aqui

terça-feira, 25 de julho de 2006

recibos verdes e segurança social

Claro que o Estado sabe disso. Da existência de inúmeros quadros técnicos especializados, com formação e cursos superiores, que estão vinculados a prestigiadas empresas que, por sua vez, lhes pagam um salário modesto com a categoria de "vinculação aos quadros da empresa" e, a montante, complementam os respectivos salários através da prática dos "Recibos Verdes". Claro que o Estado sabe da Existência de milhares de cidadãos que apenas podem exercer o seu trabalho nestas condições. Obviamente que os cerca de 24% que as empresas têm que pagar à Segurança Social são bem mais pequenos e resulta claro que o funcionário apenas desconta os 11% declarados no seu recibo salarial convencional. E vai daí que o dinheiro não chega! Este sistema não garante o bastante para, por exemplo, se atribuir fabulosas reformas à classe política, como é o caso bem fresco de Manuel Alegre e de tantos outros que vivem do sistema político, que jamais pregaram um prego, jamais souberam o que é uma barra de ferro de 32 polegadas, e que assim, bem podem fazer grandes caçadas, fumar vistosos charutos e passear na Fnac comprando tudo o que é livro e DVD, e plasmas, e casas de campo e...coberturas de piscina.
A classe política, independentemente da sua cor, vê claramente que é necessário sacar mais dinheiro aos contribuintes, mas começa sempre pelo ele mais fraco: o cidadão. As empresas, que não votam neles mas garantem-lhes milhares de votos, podem continuar a praticar o "Recibo Verde" e a escusar-se a pagar melhores "vinte e quatro por cento". O que interessa aqui é sacar melhores "onze por cento" aos cidadãos. Estes sim, estão aí para desafogar as verbas necessárias às reformas douradas, quase sempre superiores a 3000 Euros, Justificadas por se ter feito qualquer coisa ao serviço de uma qualquer empresa pública. Nem que seja por 3 meses ou por tempo nenhum, desde que tenham estado lá, não estando nunca.

segunda-feira, 24 de julho de 2006

ai a inveja...

estes caralhos, para não dizer outra coisa, lembram-se de cada uma...
Amazing, seus bifes, amazing! Se ele fosse a fucking English player...but not. He is a Portuguese one. Oh my God, the best player for the next 10 years is a young full skilled football player from that small country named Portugal! It seems like sardines, codfish, and English Fuckers!!

sexta-feira, 21 de julho de 2006

e então, vai uma piscina?

De Espanha trouxe boas notícias, como por exemplo a possibilidade de fornecer para qualquer zona do país uma pinscina de 8x4 em aço totalmente equipada por um preço xtraordináriamente convidativo. Porque espera? Contacte-me e diga-me se acha que é chegada a hora para ter uma piscina aí no seu belo jardim.

dezoito anos é...

receber uma proposta de trabalho, tendo emprego, aquele emprego certinho, das nove às cinco, efectivo, e chegar a casa e dizer que gostaria de arriscar. E do outro lado ouvir apenas um “tu vê lá, tu é que sabes. Gostas de correr riscos e eu não, mas eu apoio-te”. E foram tantas a vezes, tantos os riscos corridos, e os desastres também, as más opções, e ela sempre do meu lado, “ deixa lá, tudo se há-de resolver”. E eu sempre a arriscar, sempre com novas ideias, novos projectos… e tantas borradas e ela sempre ao meu lado...

quinta-feira, 20 de julho de 2006

dos silêncios

Alicante. Em trabalho nesta bonita cidade do outro lado da Península, sempre arranjei um tempinho para conhecer a "velha cidade" que é o que há de verdadeiramente interessante nestas cidades de turismo massificado, banhadas de cimento e cores terracota que ofendem o mar calmo e convidativo. As cidades com história têm lá tudo, e os nossos vizinhos são especialistas em preservar e estimar os traços da sua existência. Entretanto há em Alicante uma "Calle Viriato" com uma placa explicativa que dizia, e cito de cor: " Viriato:Montes Hermínios, caudilho lusitano, jovem pastor, liderou a resistência contra a invasão romana..." e mais do que dizia não me lembro bem, mas soube-me bem ler aquilo, porque é de nós, afinal, que eles falam. E nós? continuaremos calados por quanto mais tempo?

Viriato na wikipédia

segunda-feira, 17 de julho de 2006

dezoito anos é...

as moelas no tacho a refogar, e nós dois a discutir qualquer coisa, e o sabor do azedo a ficar doce e os beijos ardentes a rebolarem no chão de alcatifa e o sal e todos os líquidos fervendo. E depois o cheiro, aquele cheiro a queimado que nos fez correr de um salto e, por fim, uma refeição que não era nada de especial e nem deveria ser, não fossem os beijos tão ardentes...

dezoito anos é...

chegar a casa, a mulher na faculdade, mudar a fralda à menina, preparar-lhe um tacho de açorda daquela marmotinha , e ela a comer, sempre a comer sem parar, e eu aflito a ligar à avó e perguntando se podia continuar a dar colheradas de açorda à menina. E ela sempre de boca aberta, e eu aflito...

domingo, 16 de julho de 2006

a maior idade

No próximo domingo, dia 23, irei atingir a maior idade no meu casamento. Dezoito anos partilhados com a minha companheira de sempre. A mulher da minha vida. Isto pode parecer um pouco tonto mas eu arrisco tudo.
Eu sei bem que isto não é nada, não é uma boda de prata nem merece missa nem festa nem convidados especiais. Merece-me a mim e a ela… e aos filhos maravilhosos que este projecto nos trouxe, e, portanto, vou comemorar este aniversário durante uma semana inteirinha.
Por isso estou em retiro nupcial, uma coisa minha em absoluto, mas que tenho gosto em partilha-la com quem quiser embarcar nesta festa.
De um tipo como eu, cheio de contradições e dúvidas, cheio de sonhos e louco por viajar por tudo o que é “sítio”, desesperado com as interrogações da vida, maluco tantas vezes, pode esperar-se tudo. Pode até esperar-se uma coisa destas, uma pieguice, um capricho narcisista de armar em "jubilado" matrimonial ao fim de apenas dezoito anos de casado. Eu corro esse risco e durante a próxima semana vou colocar aqui algumas pinceladas, a cal branca que a tinta está cara, sobre estes dezoito anos a brincar às casinhas.

quinta-feira, 13 de julho de 2006

o estrangeiro

"Na nossa sociedade, qualquer homem que não chore no funeral de sua mãe, corre o risco de ser sentenciado à morte" albert camus


Zinedine Zidane cometeu um acto impróprio num jogo de futebol e que seria sempre impróprio em qualquer actividade. Tivesse sido numa praia, num passeio, num café ou num restaurante, o acto em si é sempre um acto impróprio. Zidane, argelino, assumiu o facto em si mas não se arrepende. Pediu desculpas à alegada vítima e a todas as outras vítimas, mas não mostrou arrependimento. Zidane é um enorme jogador de futebol, como podia ser um enorme funcionário público ou um grande escritor, e não mostrou arrependimento. A FiFa vem agora ameaçar o homem com a perda do troféu de melhor jogador do torneio, não pelo crime em si mas sim porque Zidane não mostra arrependimento perante os homens e deus (neste caso a Fifa). Zinedine Zidane comporta-se neste filme como o "Estrangeiro" de Albert Camus. A sua liberdade individual leva-o ao cúmulo de recusar a humilhação perante os deuses desta coisa que é o futebol e o espectáculo e as pessoas e o mundo. Zidane, se continuar assim, será sempre um herói. E um estrangeiro também.

UM POEMA

Não tenhas medo, ouve:
É um poema
Um misto de oração e de feitiço...
Sem qualquer compromisso,
Ouve-o atentamente,
De coração lavado.
Poderás decorá-lo
E rezá-lo
Ao deitar
Ao levantar,
Ou nas restantes horas de tristeza.
Na segura certeza
De que mal não te faz.
E pode acontecer que te dê paz...

Miguel Torga

quarta-feira, 12 de julho de 2006

Coisas boas


Hoje a prova oral, da Antena3, arrancou colocando no ar a canção "Alice" do velho Tom Waits. Ele há coisas boas, não há?
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