domingo, 13 de fevereiro de 2005

A doutora

A mulher de nariz de matraquilho voltou a atacar (aviso já os mais sensíveis que o termo “nariz de matraquilho” é uma corruptela, minha, da expressão “ nariz empinado”). Já não bastava o tique intelectualoide quando, há um ou dois anos, escreveu que o povo não lê, só porque num belo dia estava na praia e viu duas ou três pessoas a ver revistas. Já não bastava o tique “coquette” quando um dia disse que em nova não experimentou LSD porque era uma “careta”. Já não bastava o tique “ la femme intercontinental” quando um dia fez uma viajem de comboio Lisboa-Porto e se lembrou de dizer que tudo era feio, desde cidades a vilas. Hoje, em pleno "Eixo do Mal" atira-nos com o “povo nojento”, uma tese realmente fabulosa, a merecer doutoramento.
Uma “tigra”, esta clara mulher.
E a propósito da farpa do “Sr. Silva” (aquilo foi mesmo uma farpa – se tivesse sido dito por Pinto da Costa era “fina ironia…), e no momento em que o Silva do programa se dirige a ela tratando-a por “Srª Alves”, ela corrige, apressada:- “ Doutora Ferreira Alves!”. Leram bem? DOUTORA!
E daqui se compreende que do povo que ela diz “nojento” emerge realmente uma classe nojenta: a classe daqueles que exigem ser chamados por DOUTORES, ENGENHEIROS; que mandam botar o “DR.” nos livros de cheques. Esses sim, são um nojo de povo.

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