sexta-feira, 8 de julho de 2005

um tipo como eu almoça nos restaurantes não-restaurantes, confeitarias com fabrico próprio, de boa qualidade, dispondo de um prato do dia normalmente rico em saladas e composto por guarnição ligeira. estes sítios estão quase sempre cheios à hora do almoço e o serviço é rápido e não necessariamente mau. o espaço é muito bem aproveitado, de maneira que a malta almoça praticamente na mesma mesa. partilha-se quase tudo: o fumo do cigarro, o aroma das francesinhas espectaculares (só no Porto mesmo) e as conversas. hoje calhou de cuscar o que diziam quatro raparigas mulheres, supostamente funcionarias de um tribunal das redondezas. o tema dominante foi o trabalho, o serviço e as relações com as chefias. e conclui que não vale muito a pena pedir-se esforços extras aos portugueses, principalmente a este tipo de portugueses que trabalham das nove às cinco e recebem o seu salário entre o dia 20 e o dia 25 de cada mês. esta malta quer lá saber de questões um tanto mais pertinentes como “produtividade”, “assiduidade”, ou mesmo”responsabilidade”! esta malta precisava de fazer um estagio, de 15 dias apenas, numa empresa com pés e cabeça, com orçamentos e objectivos concretos e apetrechadas com “controladores de tempos e métodos”. morriam, tenho a certeza.

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