Se por acaso nos anos quarenta do século passado, enquanto os nazis andavam entretidos a exterminar judeus, houvesse multicanais de televisão, internet, redes socias, correspondentes noticiosos, especialistas em política internacional a par de serem especialistas em politica nacional, futebol, festivais da canção, etc, certamente que o mundo iria ser confrontado com um tal manancial de informação e contra informação, fake news, opiniões da esquerda, da direita, da santa sé, da sala oval ou do pentágono, e, por outro lado, as pessoas iriam fazer os seus filtros consoante as suas tendências políticas, partilhar as tretas que recebem nos seus smartphones, comentar assertivamente no facebook, indignar-se aqui, tolerar ali e justificar acolá e, no meio disto tudo, estou certo, os nazis continuariam céleres e contentes a exterminar os pobres dos judeus e os pobres dos judeus continuariam impotentes a entregar as suas almas a Deus.
É o que está a acontecer exatamente agora na Faixa de Gaza, onde os judeus exterminam tranquilamente os palestinianos sem que nós, o mundo, consigamos ter uma noção, por singela que seja, daquele que é, nada mais nada menos, um novo geconídeo perpetrado por um povo opressor contra outro povo sem defesa.