quarta-feira, 31 de março de 2004

Ensaio sobre a lucidez...(continuação)

Continuando o tema, noto que o JPP continua a dançar entre o pop-rock da esquerda e a valsa da direita. Sobre Saramago nem uma letra, apenas o fundo branco do seu Abrupto. Um voto em branco para Saramago, já se vê. Ora "anda-me". Não tarda nada e lá teremos uma frase a denunciar a "masturbação colectiva da cor". E não é que dá sempre branco?

Ensaio sobre a lucidez...(continuação)

O Paulo Gorjão já leu o livro do ano. Fico a aguardar os prometidos detalhes. Entretanto fico na minha: não consigo separar a estética da ética. Sei que é defeito mas, no meio de tantos, nem se nota. Aliás ontem assisti a parte da entrevista que Saramago deu à Sic Notícias e a unica coisa que me prendeu a atenção foi a expressão da jornalista, em êxtase constante, a ouvir aquele sábio.

Ensaio sobre a lucidez

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A África dupla

Diz o Blogame Mucho que “está tudo para África” ( até a Lolita). Bem sei que as referencias estão lá ( no post, leia-se) e que, afinal e graças a uma visita oficial, há pessoas que se podem dar ao luxo de viajar a África como quem vai ali a Vigo. E está muito bem, já que não temos nada que ver com isso. Eu também viajei por África, ontem à noite, sentado no meu velho sofá. Bem sei que a minha viagem é bem mais difícil de fazer porque, àquela hora, há tantas coisas para fazer e tantos bons programas de televisão para ver que é quase impossível ir a África, num instantinho, como eu fui. E gostei. As imagens da velha colónia debitadas ali, defronte a mim, deixaram-me espantado. Portugal valia a pena naquele tempo.Vi agora mesmo no Barnabé, um trecho sobre um livro muito interessante onde se pode ler alguns testemunhos da criadagem de um certo imperador. Ora isso para mim de nada vale comparado com o relato vivo, imortal, daquele velho criado, preto de Lourenço Marques, do Ferroviário, ao serviço da “vida superior”. E a Dona Ermelinda, a sua dupla vida, o seu neto em busca de uma resposta. Alguém viu? Alguém foi a África ontem? Ou ficaram-se pelo “TGV” dos telejornais, a ver a “vida superior” de visita a África a debitar regras como sempre?

terça-feira, 30 de março de 2004

O escritor, o ensaio e o burro.

Por muito que custe à boa gente que inunda o meio, tenho que dizer duas coisas sobre o ensaio havido ontem, num sitio qualquer, com os mesmos do costume. Primeiro: o homem acha-se um portento literário e teme a conotação politica dada ao livro, em detrimento da elaboração artística – então porque raio anda este cavalheiro acompanhado de políticos e manda farpas partidárias aos molhos? Segundo: se o tema aborda o voto em branco massificado, ou seja, critica os políticos e toda a problemática da democracia em Portugal, centralizada nas eleições, que raio de moral tem um gajo destes ao encabeçar uma lista partidária às eleições europeias? E adianta, tal é o desplante, que o faz apenas por fidelidade partidária. Ora vá chamar burro a outro, senhor Saramago.

Errata: Saramago apenas aparece num lugar não elegivel na lista do partido a que alegadamente pertence.

Por outro lado

Ver a entrevista de Ana Sousa Dias a Mário de Carvalho foi, rigorosamente, uma coisa boa.

segunda-feira, 29 de março de 2004

O Benfica, o casino e o croupier

Não resta a menor dúvida que o meu Benfica precisa de ir à bruxa. Correcção: o melhor é frequentar o casino do costume, e fazer uma panelinha com o croupier. Eles adoram.

O ensaio sobre a lucidez

O ensaio sobre a lucidez deve ser mais uma merda, em forma de livro, atirada para os lineares de todas as grandes superficies. Juro que nem me vou dar ao trabalho de ler qualquer coisa sobre isso. O raio do velho, Nobel [ leia-se Nó Bel ],
ainda sonha com uma revolução. E depois diz que estava acordado. O que diria Torga, meus amigos.

Segunda

Anda um tipo a comprar o Expresso desde o tempo em que começou a ganhar uns soldos para, volvidos tantos anos, deparar com a mais reles de todas as reles primeiras páginas de jornais: o divórcio do rangel e da margarida. Foda-se...

quinta-feira, 25 de março de 2004

"O estupido"

Toda a gente é o máximo. Quase ninguém pertence ao grupo daqueles que são (ou foram um dia) alvo de situações mais ou menos ridículas ou até a roçar a estupidez. A propósito disto, estava eu um dia a almoçar com um grupo de amigos e a conversa viajou para um tema, muito caro ao tipo macho: a tropa. As raparigas presentes estavam entusiasmadas com as inúmeras historietas ali debitadas, sobre as mil e uma partidas que cada um contou ali, em género de “crónica da tropa”. Cada tropa que se preze tem sempre uma história dessas para contar e eu que nunca fui tropa, a páginas tantas, lancei a seguinte questão: toda a gente que foi tropa tem sempre algo que contar, há sempre um tipo – também tropa - que é uma besta quadrada, um estúpido, enfim, um “caixa d’óculos” com quem se brinca e a quem se pregam as mais diversas partidas. Mas o que mais me inquieta é que de todos os que eu ouvi falar da tropa nunca houve um que me tivesse dito “o estúpido era eu”. Escusado será dizer que a conversa resvalou para o futebol ou coisa assim. "A conta por favor".

Almoço de bloggers no Porto

A todos os interessados em comer bem informo que este blog tem um sistema de inscrições para um grande almoço a realizar em Maio, no Porto. É ir lá e clicar no devido simbolo hoteleiro. Eu já fui.

quarta-feira, 24 de março de 2004

Do quê?

- Hoje li, no Público, um artigo de opinião cujo autor me impressionou dado o acerto e a sobriedade demonstrada, um tal Paulo Gorjão.
- Conheço bem. É o autor do Bloguitica.
- Do quê?
- Pois, tu não lês blogs...

Grrrrrrrrrrrrrrrr

Alguém me disse hoje que foram detidos dois espanhois, lá para os lados de Guimarães, na posse de consideravel quantidade de explosivos. Não quero crer no que ouvi. Afinal vamos ter sossego ou o melhor será ficar em casa a ver DVD´s? Confusão pá!!! grrrrrr.

Não vou

Decididamente...anti. Pois então.

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terça-feira, 23 de março de 2004

Um blog

Já me tinham chegado à alma várias referências sobre este blog. Fui lá ver e apreciei o jeito e o estilo, não muito a temática concertadamente direccionada para o mundo judaico. Confesso não ter grande simpatia, nem pequena sequer, pelo judaísmo. Adepto de uma certa visão marcadamente influenciada por Nietzsche, sou contra tudo o que cheire a essa moral imposta pelos homens, em nome de um deus qualquer, não importa qual. De maneiras que fico algo desconsolado com a proliferação de missionários de causas como esta, muitas vezes rebarbados, azedos e até mal intencionados. Não quero com isto afirmar que vejo a Rua da Judiaria com tais conotações. Aponto apenas a evidente parceria com outros "bloggers" moralmente comprometidos com aquela causa, o que me parece perfeitamente normal. Para o caso importa louvar a existência deste blog e faço-lhe justiça por assumir claramente a sua causa. Assim fizessem todos aqueles que, atrás da moita, persistem em habilidades de malabaristas de circo, procurando constantemente o politicamente correcto para afirmarem o seu espaço de convivência hipócrita e interesseira.

...Mas não há português como este

SENTENÇA PROFERIDA EM 1487 NO PROCESSO CONTRA O PRIOR DE TRANCOSO


Tinha que ser de TRANCOSO !!!
O Homem merecia uma medalha.............



Do Arquivo Nacional da Torre do Tombo

SENTENÇA PROFERIDA EM 1487 NO PROCESSO CONTRA O PRIOR DE TRANCOSO

(Autos arquivados na Torre do Tombo, armário 5.o,maço 7)

"Padre Francisco da Costa, prior de Trancoso, de idade de sessenta e dois anos, será degredado de suas ordens e arrastado pelas ruas públicas nos rabos dos cavalos, esquartejado o seu corpo e postos os quartos, cabeça e mãos em diferentes distritos, pelo crime que foi arguido e que ele mesmo não contrariou, sendo acusado de ter dormido com vinte e nove afilhadas e tendo delas noventa e sete filhas e trinta e sete filhos; de cinco irmãs teve dezoito filhas; de nove comadres trinta e oito filhos e dezoito filhas; de sete amas teve vinte e nove filhos e cinco filhas; de duas escravas teve vinte e um filhos e sete filhas; dormiu com uma tia, chamada Ana da Cunha, de quem teve três filhas, da própria mãe teve dois filhos.

Total: duzentos e noventa e nove, sendo duzentos e catorze do sexo feminino e oitenta e cinco do sexo masculino, tendo concebido em cinquenta e três mulheres".

[agora vem o melhor:]


"El-Rei D. João II lhe perdoou a morte e o mandou por em liberdade aos dezassete dias do mês de Março de 1487, com o fundamento de ajudar a povoar aquela região da Beira Alta, tão despovoada ao tempo e guardar no Real Arquivo da Torre do Tombo esta sentença, devassa e mais papéis que formaram o processo".



[texto enviado pelo meu amigo Luis Lima]

Ser português no seu melhor

Pouco interessa se és católico, judeu ou muçulmano. Sendo português, pelo menos terrorista não és mas, certamente, há algo na lista abaixo que encaixa perfeitamente na tua forma de ser.


Ser português é...

-Levar o arroz de frango para a praia.
-Guardar aquelas cuecas velhas para polir o carro
-Criticar o governo local mas jamais se queixar
oficialmente.
-Ladies night à quinta.
-Ter tido a última grande vitória militar em 1385.
-Enfeitar as estantes da sala com as prendas do
casamento
-Guiar como um maníaco e ninguém se importar com isso.
-Viajar para qualquer país e encontrar outro Tuga no
restaurante.
-Ter folclore estudantil anual por causa das propinas.
-Ninguém saber nada do nosso país excepto os
brasileiros e os espanhóis que gozam dele
-Levar a vida mais relaxada da Europa, mesmo sendo os
últimos de todas as listas
-Ter sempre marisco, tabaco e álcool a preços de
saldo.
-Receber visitas e ir logo mostrar a casa toda
-Dar os máximos para avisar os outros condutores da
polícia adiante.
-Ter o resto do mundo a pensar que Portugal é uma
província espanhola
-Exigir que lhe chamem "Doutor" mesmo sendo um Zé
Ninguém.
-Passar o domingo no 'shopping'.
-Tirar a cera dos ouvidos com a chave do carro ou a
tampa da esferográfica
-Axaxinar o Portuguex ao eskrever.
-Ir à aldeia todos os fins-de-semana visitar os pais
ou avós.
-Gravar os "donos da bola".
-Ter diariamente pelo menos 8 telenovelas brasileiras
na tv.
-Já ter "ido à bruxa".
-Filhos baptizados e de catecismo na mão mas nunca
por os pés na igreja.
-Ir de carro para todo o lado, aconteça o que
acontecer.
-Ter evacuado as Amoreiras no 11 de Setembro 2001.
-Não ser espanhol.
-Lavar o carro na fonte ao domingo.
-Não ser racista mas abrir uma excepção com os
ciganos.
-Levar com as piadas dos brasileiros, mas só saber
fazer piadas dos alentejanos.
-Ainda ter uma mãe ou avó que se veste de luto.
-Ter a mãe ou a avó com Maria no nome.
-Ir a Fátima com a família pelo menos uma vez por ano.
-Viver em casa dos pais até aos 30.
-Acender o cigarro a qualquer hora e em qualquer.
lugar sem quaisquer preocupações.
-Ter bigode e ser baixinho(a).
-Conduzir sempre pela faixa da esquerda.
-Ter três telemóveis.
-Jurar não comprar azeite Espanhol nem morto, apesar
da maioria do azeite vendido em Portugal ser Espanhol.
-Deixar a telenovela a gravar.
-Organizar jogos de futebol solteiros e casados
-Ir à bola, comprar "prá geral" e saltar "prá central".
-Gastar uma fortuna no telemóvel mas pensar duas
vezes antes de ir ao dentista.
-Super-bock, tremoços, caracóis e marisco.
-Cometer 3 infracções ao código da estrada em 5
segundos.
-Não ser brasileiro.
-Algarve em Agosto.
-Ir passear de carro ao domingo para a avenida
principal.
-Ser adolescente e dizer "prontos"/"tas a ver" no fim
de cada frase.

[adaptação de um e-mail que recebi]

Paixão

Aqui declaro que consegui uma cópia do tão falado filme. Vou ver o filme, confortavelmente instalado e de borla, com um unico pensamento: um torneio de setas que ando a organizar no café do costume.

segunda-feira, 22 de março de 2004

Young "greendale"

Veja o que Neil Young anda a fazer (WMP high - ou visite este Link).

Segunda

Agora anda tudo a escrever sobre a fome. O “Público” fez uma reportagem sobre o tema e pronto: soube-se, finalmente, que há fome em Portugal. Do mesmo modo que se soube, no passado recente e devido a uma reportagem de outro jornal, que havia paneleiros famosos que se serviam de putos ávidos de “pasta” para as “Nike” e as “Salsa”. Ainda bem que há jornais porque ninguém via ninguém a rondar o Parque nem se nota qualquer indício de subnutrição na praia lusitana. Enquanto houver cartões de crédito, alguém há-de pagar isto.

O Blasfémias anda a classificar blogs. Muito bem. Tenho pena é que a panelinha seja sempre a mesma. Estes “filhos da mãe” elitistas são sempre a mesma porcaria. Entregam-se, generosos, à mais reles missão que eu conheço: o compadrio. Continuem.

Semana passada o “food-i-do” viveu bons momentos (valha-me ao menos isso). De entre todos destaco o facto de ter sido referenciado pelo “Grão de Areia” como um dos que aderiram ao movimento que eles professam. E, para surpresa minha, fiquei a saber através do “Expresso” que sou um “Alterglobalista”. Fico contente mas confesso a necessidade de me debruçar sobre esse palavrão, o que significa, o que pretende. Há que investigar. A surpresa foi maior na medida em que o dito semanário desta vez não citou o Fumaças ou o Abrupto, ou seja, citou um blog alterglobalista. "Anda-me!!".

sábado, 20 de março de 2004

Adicionei

Adicionei Este Link. trata-se de um blog colectivo, onde participo como colaborador, com o objectivo de promover nesta plataforma aquilo que já existe em "real mode": o convivio de simples pessoas que têm um denominador comum - beber cerveja no Perestroika bar em Perosinho, Vila Nova de Gaia. Se não sabe o caminho para lá, vá por este atalho.

sexta-feira, 19 de março de 2004

Li aqui que o Vizinho quer saber a origem dos nomes de Blogs. Foi precisamente aquilo que fiz no meu primeiro post. Podem ver a origem do nome "food-i-do"aqui

O maravilhoso da vida

No dia dezassete de Dezembro de 1988 este que vos escreve tinha 22 anos, já adiantados, e, puto do caraças, andava mais tonto do que uma barata. A sua jovem mulher estava no Hospital de S. João, no Porto, em trabalhos de parto. Sabia o puto que ia ter uma filha, de modos que só ansiava o tal momento, o momento de esplendor. De maneiras que o puto foi a uma loja de fotografia e comprou a máquina mais barata que lá havia, correndo a bom correr - de autocarro - para o hospital, onde o aguardava uma longa espera pela tarde dentro. Eram “cinco menos dez” e a notícia chegara finalmente: a Catarina estava bem, junto de sua mãe. No momento em que o bebe foi levado para um outro piso, a enfermeira que o levava ao colo foi forçada a percorrer a caixa das escadas, onde eu estava – aquilo não era um Ordem Hospitalar. Olhei a criatura, a minha criação espontânea, e peguei-a no colo. Era pai.

Hoje continuo pai, da Catarina e do Alexandre, e sei bem que os meus filhos me estão a preparar as homenagens da praxe, os trabalhos manuais zelosamente orientados pelos professores (a Catarina já não alinha nisso, obviamente), e, quando chegar a casa, noite dentro, vou receber um beijo bom, simples e de amor.
Neste “dia do pai” desejo a todos os pais deste mundo que possam fruir da imensa ternura dos filhos, de momentos destes que nos fazem acreditar, por uma vez que seja, no maravilhoso da vida.

Agradecer

Agradecer ao Grão de Areia e ao GolfinhU2 pelo link.

quinta-feira, 18 de março de 2004

Agradecer

Agradecer ao Barnabé pelo Link.

How we "met" Tom (IV)

Continuarei a colocar excertos de um debate em constante actualização aqui. Espero contribuir com isto para a divulgação de qualquer coisa boa, rara e pouco divulgada.


De:Jules Ryan (jules_7562@yahoo.com)
Assunto:Re: When did you get lucky?


Grupos de discussão:alt.music.tom-waits
Data:2004-03-16 06:42:34 PST



"Believe it or not, my first exposure to Tom was on MTV in 1985, when I
was still in high school. In the early to mid 80's they had a weekly
show called "120 Minutes" showcasing "alternative" videos, and I
watched it whenever I could. They played the video to Downtown Train,
and I fell in love with it. Around that time I was also buying the
british music mag New Music Express (NME), and one issue had a flexi
single that had an alternate version of Downtown Train. (I still have
it - I wonder what that would fetch on Ebay?). So then I bought my
first Tom album - a used copy of Foreign Affair - but I didn't like it
much, and kinda forgot about him until college, where I got Rain Dogs
and Swordfishtrombones and fell in love all over again. Then I got to
see him live in Ann Arbor in 1987, and have been a dedicated fanatic
ever since."

Jules

............................

De:AtticusKirk (atticuskirk@aol.com)
Assunto:Re: When did you get lucky?



Grupos de discussão:alt.music.tom-waits
Data:2004-03-18 03:37:26 PST


Sometime in the 1970's my brother and I, in our early teens, accepted and
invitation to jam at a local hippy's house in Gisborne, NZ. He played Small
Change, and I was hooked. I bought The Heart Of Saturday Night soon after and
was even more hooked. Been hooked ever since. I love every period of his
music. Saw him live in London in 1987(?) and would love to see him again.
Probably my second favourite artist (after the Fall).

o food-i-do sugere (foto gamada no dominio publico do barnabé)

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Blogo ou apenas...

A dinâmica dos blogs passa muito pela interactividade. E obriga a um certo treino, que pode ser treino de escrita mas é também treino de perspicácia. Uma coisa é certa: ao passar pelos blogs habituais o “retrato” está lá. O perfil dos seus autores existe, filtra-se dia a dia. Ao passar pelos blogs habituais, por vezes lemos coisas que nos desgostam, outras às quais somos indiferentes. Uns reagem com comentários ou novos textos, outros não ligam e, de tão sensatos , sorriem sozinhos. Outros há que reagem, só que reagem de forma muito ténue, a roçar a indiferença, mas acusam o toque. Pena é que muitas vezes escrevem coisas tão interessantes, convidam ao debate de ideias, com audiencia bastante, e refugiam-se em solitários sorrisos, sabe-se lá com que interesses. Em que ficamos? Blogo ou apenas aponto e modero? Blogo ou fico a dar dicas por cima do fumo do meu charuto? Blogo ou afasto-me uns tempos para que a minha ausência seja notada?

quarta-feira, 17 de março de 2004

Agradecer

Agradecer ao Jumento o Link. [engraçado, ao olhar o burrito que caminha no teu blog e ao ouvir esta musica que passa aqui, dá a ideia que é ele quem canta e dança no tão caracteristico compasso quaternário de Tom Waits. Se o Tom ler isto ainda faz uma canção].

Já temos o Dia D do ataque terrorista a Portugal

Recebi este e-mail e decidi publicar o seu conteúdo dada a pertinência do tema. Trata-se obviamente de um cálculo engraçado. Leiam e meditem:

"Vamos a umas contas matemáticas interessantes e arrepiantes:
- O 11 de Setembro, nos EUA, ficou conhecido por dar o n.º 911, que
por sinal é o n.º de Emergência médica desse País.

- Ora, passados 911 dias deste terrífico atentado, outro, não menos
terrífico acontece: o 11 de Março em Espanha. (Coincidência????).

- Mais terrível é o facto de a "prova dos 9", utilizada por nós desde
a 4ª Classe, nos demonstrar que a soma do ano 2004 e do Mês de Março
(3) dá 9, e os 11 dias do mês em que foi efectuado o atentado: ou
seja, o n.º 911 mais uma vez. (Coincidência?????).

- Agora vamos ao mais complicado da questão: Se ao dia 11 de Março
somarmos 115 (o antigo número de emergência do nosso País), dá-nos o
dia 4 de Julho de 2004. Nada por aí além, se não pensarmos que é o dia
da Final do Campeonato da Europa de Futebol.

- E se fizermos mais umas continhas chegamos mais além:
O dia 4 mais o mês (7) dá 11. (Arrepiante)
Outra vez a prova dos 9 - O ano 2004, noves fora dá 6.
Mais os três meses que medeiam
o atentado de Madrid e a final do Campeonato dá 9.
Ou seja 911. (Interessante, não!?!)"

Que pensar disto?


Notinrio

O Aviz (este homem tem valor, caneco), uma vez mais, deu-me a conhecer este blog que assume uma causa: anti-Rock In Rio. E aproveito o tema para dar a minha opinião sobre a problemática deste festival. Detesto o imperialismo cultural brasileiro, abomino tudo o que seja música comercial, fartei-me de festivais.
O Brasil, essa multinacional de favelas, sociedade ainda esclavagista, líder mundial em exportação de carne branca, é um país que me dá pena. Então o ar de peru emproado com que qualquer brasuca se nos aparece faz-me logo pensar em coisas menos correctas politicamente. Em matéria cultural só temos “ fast food” e, tirando Drumond, Caetano e Bethânea, nada de maior conseguiram em 200 anos de independência.
A música comercial é coisa que sempre detestei (ainda me lembro de ter reagido muito mal à fulminante ascensão dos U2, o que para mim era um sintoma de “música comercial”- erro meu, andava mais entretido com “Tangerine Dream” e outras couves). Mas se o tal festival tem mecenas, patrocínios, acho normal que assim seja.
Em matéria de festivais juro que não vou a mais nenhum. O último foi Vilar de Mouros com “Manu Chao” e cansei. Cansei daquela gente toda de um lado para o outro, dos miúdos bêbados e fumados, das organizações mal preparadas e do péssimo alinhamento dos grupos. Evidentemente que abrirei excepções caso venha cá gente da estirpe de Neil Young. De maneiras que prometi a mim mesmo ir apenas a concertos (quem viu Lou Reed, em Coimbra, sabe bem ao que me refiro).

Por todas estas razões o “Rock In Rio” será um evento a não ver, mesmo nos directos da Sic Radical.

Corram antes que esgote

Isto é um texto. O resto é mera tentativa.

How we "met" Tom (III)

From: ivor (ivorrovi@sympatico.ca)
Subject: Re: When did you get lucky?



Newsgroups: alt.music.tom-waits
Date: 2004-03-16 12:39:12 PST


"my father was a drunk. He loved tom and forced me to watch Big Time one
night with him. I tried to hate it on principle. Couldn't though. I
first bought Swordfishtrombone. Then a friend suggested rain dogs. I
bought Frank's Wild years and then headed into the early stuff. found
myself up shit's creek on a drunken piano. Been walking spanish ever since."






From: Sarah V. (sarah@diespammersdie.raindogftp.com)
Subject: Re: When did you get lucky?


Newsgroups: alt.music.tom-waits
Date: 2004-03-15 04:37:02 PST


"The year was 1997. I had almost, but not quite, wrapped up my days at
university. I'd always been a big fan of movies. ;-)

I was/am a big Wim Wenders fan, and especially a fan of his soundtracks -
when I moved to London, I had just missed the opening in the U.S. of one of
his films, the End of Violence. I was pissed because it wasn't opening in
London for another 2-3 months. But the soundtrack was out, so I bought that
and listened to it a lot since I had only brought a handful of CDs with me
(when you can only take as much as you can carry, you start paring down your
CD collection pretty quick).

I loved (still do) "Little Drop of Poison"... started buying TW CDs after
that. Sadly, the first one I got was The Black Rider, which has got to be
the worst way for most people to get introduced to his music. I only really
liked a couple of songs on it, but I liked them so much I kept trying. I did
reverse chronological order - Bone Machine. I liked a few more songs on that
one, but still pretty harsh for me. For some reason I kept trying, and kept
making bad choices... The Early Years was next. After that I just bought
whatever was on sale, and there was (god knows why) Raindogs in the bargain
bin for 8.99...

My friends in college thought there was something wrong with me, but at
least I got to enjoy a new album release pretty soon after.

I had narrowly missed getting hooked onto TW several years earlier... my
brother, working at his college radio station, had made a mix tape for me.
He made me an all-female mix tape (thinking, presumably, my lame little
sister who listens to crap might like women because she's a woman too?). I
didn't really like it. So he made me an all-male mix tape, which was much
better, and I wish I could find it now because I can't remember most of what
was on it. I remember Phish, the Pixies, Lou Reed, and Tom Waits. Jockey
Full of Bourbon. Why the hell he thought a 16-year-old girl would like that,
I don't know - he even sort of apologized for putting it on the tape. He had
heard it in Down By Law, I think. But, actually, I kind of did like it, even
then, but his voice was "too weird" for me at that point so I didn't pursue
it.

To this day my brother plays music for me all the time and I never really
like any of it... kind of sad, really. He tries really really hard. What he
has successfully done is introduce me to some good filmmakers (Jarmusch,
Wenders, von Trier), and I pick up new music from their soundtracks. Not a
complete loss. :-)"

--
Sarah V.

terça-feira, 16 de março de 2004

Leituras...

Estava eu bem aperaltado a passar os olhos pelo DN e dei com uma página "partilhada" pelo Mexia e pelo Lomba. Ainda bem que vi, logo a seguir, aquele reclamo do sal e da pimenta, ao menos isso.

Sorte

Até para ser cão é preciso ter sorte, dizem. Hoje vi duas imagens de um gato muito meigo, aqui e aqui. Qual deles o mais sortudo?

Frescos

A questão das listas de blogs portugueses actualizados é algo que me anda a fazer espécie. Se por um lado podemos colocar os blogs preferidos na nossa própria página, por outro não é fácil saber se esses blogs estão ou não actualizados. E isto é importante porque cada vez que abrimos um blog isso traduz sempre falta de paciência e leva ao desinteresse pela página em si, acrescido ao facto de ela estar precisamente na mesma aquando da ultima visita. Por conseguinte, é de "serviço público", sim senhor, existirem listas de favoritos, abertas, onde cada qual pode ver quem edita e, assim, fazer uma visita util. Todavia, andam para aí uns engraçadinhos, cheios de salamaleques e outras couves, a criar listas de favoritos que não passam de uma listinha com a mesma meia duzia de blogs de sempre, a mesma estafada listinha onde imperam os blogs de referência e pouco mais - para isso mantenham-na privada. Depois ainda dizem que têm uma janela para a blogosfera. Um postigo, é o que é. E contradizem-se ao apelarem à bondade da criação da lista e, logo de seguida, "isto não é público", para depois andarem a pedir para linkarem a respectiva lista noutros blogs. O que é que quereis? criem uma blogosfera "pay per view" e degustem-se praí. Agora não me venham com merdas porque eu não sou de merdas, sou de fodas.

Para quem estiver interessado em saber de blogs actualizados por favor, abra esta lista que é, a meu ver, a mais abrangente de todas e onde aparecem blogs portugueses, ao contrário de outras onde aparecem os blogs dos amigos.

How we "met" Tom (II)

De:Mark Alexander Wotton (mwotton@cse.unsw.edu.au)
Assunto:Re: When did you get lucky?


Grupos de discussão:alt.music.tom-waits
Data:2004-03-15 14:32:08 PST



"In 1998, Thom Yorke was on JJJ (national radio station in Australia)
doing a "High 5": he had to program his 5 favourite songs. These included:

Prince Buster: Madness,
Doctor Octagon: Blue Flowers,
Tom Waits: Jesus Gonna Be Here Soon,
NEU!: Hallogallo,
Tindersticks: Don't Look Down,
Charles Mingus: Freedom

quite a musical awakening for someone whose most adventurous interests were
Tool and Radiohead... I can still remember hearing this crazy, doomed old guy
singing like the world's about to cave in. I rushed out and bought "Early Years
Vol II", which wasn't the smartest thing I've ever done. I love it now, but it
wasn't at all what I was looking for at the time. Persevered, though, and now
I'm a bona fide fanatic. :)

mrak"



De:Solvlad (VladSolomon@hotmail.com)
Assunto:Re: When did you get lucky?


Grupos de discussão:alt.music.tom-waits
Data:2004-03-15 17:22:33 PST


"well, I've been a Pogues fan for many years and after reading an interview
with Shane MacGowan where he stated that Tom Waits had a major influence on
him, I decided to give it a go.
so here I am... being completely fascinated with this Waits guy, who's
probably the best thing that happend to songwriting since George Gershwin
along with the equally brilliant and talented Nick Cave, Leo Cohen and the
semi-mythical Dylan"




De:Bob (bob@canadianmade.com)
Assunto:Re: When did you get lucky?


Grupos de discussão:alt.music.tom-waits
Data:2004-03-15 20:59:16 PST

" (...) In late-eighties a friend was working at the University of Waterloo student
radio station (another Canadian) and I used to hang out with him while he
was on the air (late night shift on a weekday.) I can't remember the reason
but, the station manager give me a used copy of Swordfishtrombone. I took
it home and listened to the album and I wasn't sure what I was listening to.
It sounded odd, like nothing I had heard before. I wasn't sure if I like it
or not but, I would keep listening to the album. I would put another album
on my turntable and the next album would always be Swordfishtrombone. I
needed more. The next album I purchased was Rain Dogs and I was hooked..

I do know a few other people who enjoy Tom but, they tend to like his older
stuff, I tend to like his newer material.

Thanks for the great string.

Bob"

How we "met" Tom (I)

Aqui deixo alguns testemunhos de simples pessoas que, por uma ou outra razão, encontraram Tom Waits:

De:Colin (raindog4182@rogers.com)
Assunto:When did you get lucky?



Grupos de discussão:alt.music.tom-waits
Data:2004-03-14 19:35:36 PST


"Sorry if i fooled you with the subject line...

Anyways, after having a good conversation with Scott today, I got to
thinking... aren't we lucky? Yes, we are a minority, but its a great
minority... a few lucky people who somehow, some way, came across the
wonder of Waits & have thanked our lucky stars since...

Question is... how? When & how did you first come to know of Tom Waits?
Since almost none of us have heard his songs on the radio, there must be
a multitude of stories on how Mr. Waits came into our lives...

I'll go first. The year was 1992. I had just "wrapped up" my days at
university - three years where I managed to finish half a BA in
Philosophy (hey, Jim Morrison got me through high school). So, I decided
to go to college to get something "practical" - needless to say, I was
lost (but not in translation - that came later) & didn't know what the
hell I was doing...

I've always been a big fan of movies & that fall my girlfriend & I drove
into the Big Smoke to see an independent film by Jim Jarmusch. Now, the
reason I went? I was 22 & in love with Winona Ryder (I grew up since
then). The good thing about it? First, the movie was fantastic - but,
I became an instant fan of a little funny Italian guy (who became world
renowned a few years later) & was fascinated with the score &
soundtrack... I watched the credits & discovered that some guy named
"Tom Waits" was responsible...

Sooooo, I went shopping... first I picked up a copy (on cassette) of
Asylum Years. I listened to it forever - I think tape 1 got worn out
even! I then went out & bought all his "tapes" up to that point &
couldn't get enough... I'd listen to the same tape over & over & over
again; pop in the next one & repeat the cycle...

I've since bought the catalogue on CD (of course) & lamented that I came
into his timeline when he released an album every blue moon instead of
every year! I think it was 6-7 years from Bone Machine to Mule
Variations wasn't it? But at least all those earlier albums were there
to enjoy - and made waiting for the next one more worth it.

So, that's my story... thanks to Winona Ryder (who'd a thunk it, eh?).
I'm sure there are some stories out there a whole lot more interesting &
I'd love to see how others "met" Tom."

Colin

segunda-feira, 15 de março de 2004

Alguém sabe responder a isto?

view.jpg



Subject tom waits concerts 2004, anyone?
Sender melbyeta
Created 09.02.2004 12:17

--------------------------------------------------------------------------------
hi, tryinh to find any info about possible upcomming
Tom Waits concerts is really tiresome. Therefor I am
posting this message now. Does anyone know if Tom will
be playing somewhere in Europe during 2004?

Subject tom waits concerts 2004, anyone?
Sender violetta
Created 14.02.2004 20:09

--------------------------------------------------------------------------------
yeh i'm also dying to find this out...anyone????

Subject tom waits concerts 2004, anyone?
Sender Andrea
Created 14.03.2004 16:54

--------------------------------------------------------------------------------
Hi Violetta,i was wondering the same,i see you sent
the message about a month ago so if you or somonelse
have some news pls let me know
scimmia7@hotmail.com
tks

memória não inventada

aritméticas fingindo a lógica dos dias que passam. por onde andas velha professora com os "cinco olhinhos" na mão? onde estás velha lousa com a tua fenda geracional? e tu quadro verde, lápide das mais belas palavras, ainda vives?

Unamuno

I
En un cementerio de lugar castellano Unamunocuatro.jpg

Corral de muertos, entre pobres tapias, hechas también de barro, pobre corral donde la hoz no siega, sólo una cruz, en el desierto campo señala tu destino. Junto a esas tapias buscan el amparo del hostigo del cierzo las ovejas al pasar trashumantes en rebaño, y en ellas rompen de la vana historia, como las olas, los rumores vanos. Como un islote en junio, te ciñe el mar dorado de las espigas que a la brisa ondean, y canta sobre ti la alondra el canto de la cosecha. Cuando baja en la lluvia el cielo al campo baja también sobre la santa hierba donde la hoz no corta, de tu rincón, ¡pobre corral de muertos!, y sienten en sus huesos el reclamo del riego de la vida. Salvan tus cercas de mampuesto y barro las aladas semillas, o te las llevan con piedad los pájaros, y crecen escondidas amapolas, clavelinas, magarzas, brezos, cardos, entre arrumbadas cruces, no más que de las aves libres pasto. Cavan tan sólo en tu maleza brava, corral sagrado, para de un alma que sufrió en el mundo sembrar el grano; luego sobre esa siembra ¡barbecho largo! Cerca de ti el camino de los vivos, no como tú, con tapias, no cercado, por donde van y vienen, ya riendo o llorando, ¡rompiendo con sus risas o sus lloros el silencio inmortal de tu cercado! Después que lento el sol tomó ya tierra, y sube al cielo el páramo a la hora del recuerdo, al toque de oraciones y descanso, la tosca cruz de piedra de tus tapias de barro queda, como un guardián que nunca duerme, de la campiña el sueño vigilando. No hay cruz sobre la iglesia de los vivos, en torno de la cual duerme el poblado; la cruz, cual perro fiel, ampara el sueño de los muertos al cielo acorralados. ¡Y desde el cielo de la noche, Cristo, el Pastor Soberano, con infinitos ojos centelleantes, recuenta las ovejas del rebaño! ¡Pobre corral de muertos entre tapias hechas del mismo barro, sólo una cruz distingue tu destino en la desierta soledad del campo!

II

El cuerpo canta

El cuerpo canta;
la sangre aúlla;
la tierra charla;
la mar murmura;
el cielo calla y el hombre escucha.

III

La oración del ateo

Oye mi ruego Tú, Dios que no existes, y en tu nada recoge estas mis quejas, Tú que a los pobres hombres nunca dejas sin consuelo de engaño. No resistes a nuestro ruego y nuestro anhelo vistes. Cuando Tú de mi mente más te alejas, más recuerdo las plácidas consejas con que mi ama endulzóme noches tristes. ¡Qué grande eres, mi Dios! Eres tan grande que no eres sino Idea; es muy angosta la realidad por mucho que se expande para abarcarte. Sufro yo a tu costa, Dios no existente, pues si Tú existieras existiría yo también de veras.

food-i-do

As eleições em Espanha marcam a agenda noticiosa em geral e afectam, inevitavelmente, a natureza dos “posts” publicados na blogosfera. Devo dizer que do pouco que li nada me surpreendeu. Uns batem palmas e outros justificam uma derrota que parece ser deles também. Por mim nada mais simples: quem leu uma das últimas edições da “Time” bem viu o paleio americanizoide a tentar comprar um voto já de si garantido para a direita. A revista americana deu-se ao luxo de fazer uma edição para Espanha com a destacada reportagem sobre “nuestros hermanos” em castelhano. Estava tudo bem, a vitória era certa. Acontece que o povo é quem mais ordena e, neste caso, o parolo do povo, os anónimos e sem protagonismo, atiraram com o sistema abaixo. Que se lixe o sistema, venham mais uns tantos e façam qualquer coisa pelo povo. Amanhã, que se lixe o povo e façam qualquer coisa pelo sistema. É sempre a mesma merda, é sempre a mesma tropa a viver do povo. Eu, food-i-do como sempre, fico a aguardar a merda politiqueira que se vai seguir. Até onde será preciso ir para acabar com a charlatanice das gentes que supostamente nos governam?

sábado, 13 de março de 2004

proposta de leitura às duas da manhã

42C30013.jpg

eatava eu aqui

cara rebelde, li o teu post sobre espanha e achei-te um vento escrito em desalinho. uma brisa contra a maré, essa merda de corrente hipócrita.

suspenso

duas da manha, hey. ja sao duas da manha e eu aqui pedrado, cheio de cerveja e completamente euforico ( estou a editar atraves do telele). pois entao, vamos beber mais uma cerveja e vamos embora? sei la. nao da. pois nao. ando a ler o caso tutankhamon de christian jacq. pois, fixe. empresta-me aquele cd dos felt. pah so tenho em vinil. ya...nao tenho prato, que cena. no problemo. a minha mae tinha razao. mas eu digo-te uma coisa.nao digas, foi de improviso- pois foi. olha aí, faz uma lamparina. impossivel. vou dormir. ja? tem de ser, amanha vou a moncorvo. boa viagem. fazemos um intervalo. olha o pasto do abrunhosa. passa tom waits. eu vou pegar nesta maldição. foda.se, este post está uma merda.

sexta-feira, 12 de março de 2004

Porto - Lyon

A estrelinha do F. C. Porto não o abandona. Boa sorte.

Descasca pessegueiro

Só pela tardinha tive conhecimento do bárbaro acto terrorista de ontem, perpetrado em Madrid e que vitimou, como todos sabem, centenas de civis, pessoas que se deslocavam de comboio para os seus empregos, os seus afazeres. Olhando a blogosfera, de relance, fiquei com a nítida sensação que este acto, ignóbil e cobarde, teria sido obra da ETA. Sei alguma coisa sobre a ETA porque defendo o direito de separação basca de Espanha e estou a lembrar-me, por exemplo, do nobre desempenho que os militares bascos tivera na segunda guerra mundial, sem que isso mereça qualquer destaque nos dias de hoje – eles foram lançados, como carne para canhão, na frente de batalha e foram nobres guerreiros, lutadores incansáveis pelo ideal de então. Assumo que simpatizo com o ideal basco mas condeno qualquer acto de terrorismo. E no caso da ETA todos sabem que aquela besta armada tem uma forma muito específica de actuar, privilegiando alvos específicos, políticos, altos militares, tendo sempre a preocupação em poupar vítimas civis, o que não tem sido assim tão liquido. Portanto o acto de ontem passou ao lado, e em muito, do perfil de actuação daquela rede terrorista. Pela noitinha fui sabendo que, afinal, aquele massacre terá sido obra de gente de Ben Laden. Hoje, porém, e regressado à blogosfera li um manancial de textos sobre o tema, obviamente. Vi a mágoa de muita gente, escrita das mais diversas formas e que subscrevo. E vi uma certa masturbação política do facto em si. Estou atento aos "punheteiros" da política, a quem tudo lhes serve para umas boas "esgaçadelas". Força aí.

quinta-feira, 11 de março de 2004

Paixão

- Logo à noite vou ver a Paixão.
- No AMC do Arrábida Shoping?
- Nops, na Nova Catedral.
- Tou a ver.
- Espero bem que aquilo não seja o mesmo calvário.

quarta-feira, 10 de março de 2004

o pano e a nódoa

Bem, eu hoje estou mesmo para o azedo. Ando cada vez mais susceptível e isso reflecte-se no food-i-do. Ainda há pouco estive no barnabé e li esta posta a clamar mais uns parabenzitos. Meus caros senhores bestialmente interessantes e bons e de aguçado sentido de humor, pertinácia bastante e clarividente capacidade de antecipação: não acham que já chega? Como podeis vós falar do mourinho, criticar o papo emproado do homem se vós, ó barnabés, sois ainda mais vaidosos das vossas façanhas que o moço mouro que treina os briosos dragões? Como podeis vós, ó barnabés, passar sem um espelho que vos diga constantemente: “ sois bons”. Digo mais, muitas vezes sois o melhor pano, algumas vezes sois a nódoa também.

Azimutes

cara Inês, li o seu "brincando ao pastiche" e gostaria de lhe colocar a seguinte questão: dos três blogs que linka, no seu post, quem é líder e quem é “opinion maker”. É que o o segundo todos conhecem doutras lides mas aqui na esfera (como gosta de dizer) ele só manda cagalhões de cultura em pacotes do tipo pasta medicinal couto. O primeiro, também conhecido, raramente opina sobre coisa alguma, e quando o faz usa sempre pantufas e pó de talco a ver se incomoda o menos possível. Quanto ao terceiro, como não conheço minimamente a peça, deve ser realmente um líder. Não percebo bem é o que é que um gaijo com um nome daqueles pode liderar.

Quarta

Hoje deu-me para isto: andar a ler posts e comentários sobre a vitória dos azuis em Manchester. Vi muita satisfação, orgulho e também vi aquele esgar de arrogância de alguns. Notei também muitos benfiquistas contentes ou aparentemente satisfeitos com a façanha de ontem.

Mas não alinho nessa onda bacoca de afirmar que o Porto é o “exemplo a seguir”, é a “empresa portuguesa mais competitiva no estrangeiro”, etc. Uma coisa é um clube português ganhar a um inglês, outra é fazerem disso o menosprezo de todos os outros clubes e empresas portuguesas que, de uma outra forma, também se batem internacionalmente. Sejamos honestos: o Porto venceu um jogo e continua em prova. Mas se o porto tivesse tido necessidade de marcar um golo e o tivesse feito legalmente e o árbitro o tivesse anulado, o que se diria? “somos os coitadinhos da Europa”, “eles é que são os poderosos”, “Portugal nem existe para eles” e por aí fora. É nestes momentos de vitória que devemos perceber o quão efémero isto pode ser, tentar perceber que um remate, um lance mal ajuizado, pode mudar tudo.

Para terminar o tema, espero e desejo que o Benfica saiba competir na Europa. E estou preparado para perceber que, por de entre tantas oportunidades de golo, tantos lances mal ajuizados, o Benfica pode ser grande graças a lances como o do Costinha. Oxalá consiga.

terça-feira, 9 de março de 2004

Anti-Bife

Dentro de poucas horas o F.C.Porto vai defrontar o Manchester United. Como benfiquista gostaria de expressar que ficarei a torcer pelos azuis. Quem vive no Grande Porto e é benfiquista sabe bem que não é fácil conviver com o anti-benfiquismo primário que está patente, e em alguns casos latente, na maioria dos portistas. Somos “inimigos” no mesmo território e temos sido, nos últimos anos, o elo mais fraco. Apesar disso, desejo que o Porto ganhe. Que seja uma vitória contra a prepotência do Império Britânico e, ao mesmo tempo, uma afirmação da portugalidade numa Europa cada vez mais elitista e arrogante.

Deve ser

Andava eu entretido a visitar blogs , lendo aqui, apreciando ali e dei comigo, assim num repente, a apreciar os respectivos links. Uns mais organizados que outros, por simples ordem alfabética ou até mesmo segmentados por temáticas diversas, reparei todavia num pormenor engraçado: muitos bloggers linkam jornais, não sei se para consulta ou apenas para mostrarem que até “andam a par”. Por curiosidade reparei que em muitos blogs os jornais “Público” e “Expresso” aparecem com o artigo definido masculino singular “O” sugerindo ser essa letra parte integrante do nome dos ditos jornais. Intrigado, tentei encontrar uma resposta aceitável para tamanha distracção: elevado índice de leitura de jornais como “A Bola”, "O Jogo", etc.

Proposta

Gostaria de propor o seguinte: há um restaurante em Gaia que me parece muito apropriado para uma boa jantarada entre bloggers. Se és blogger (ou não) e te sentes vocacionado para conhecer pessoas, gostaria de saber se estás interessado em comparecer no primeiro grande jantar de bloggers organizado pelo food-i-do. Inscreve-te para o meu e-mail (à direita) e divulga. Topas?

A data e condições gerais do evento serão divulgadas lá mais para a frente.

Velvet na minha orbita

Durante o matinal percurso Carvalhos-Maia, sempre sintonizado na Voxx, perguntei-me várias vezes se não estaria a ouvir um CD. É que só dava Velvet, senhores! Se isto é o “canto dos cisnes” da estação, não podia ser melhor. Se não é, continuem assim que o meu engarrafamento agradece.

segunda-feira, 8 de março de 2004

Inteligencias

Descobri, ao acaso, que a Bomba-Inteligente é de tal modo inteligente que até se deu ao trabalho de criar uma secção de links futeboleiros (ainda por cima andrades) para o marido. Estou mesmo a imaginar o coitado a correr para o psiquiatra.


Alice

(Tom Waits/Kathleen Brennan 1992) [ouvir]


It's dreamy weather we're on
You waved your crooked wand
Along an icy pond with a frozen moon
A murder of silhouette crows I saw
And the tears on my face
And the skates on the pond
They spell Alice

I disappear in your name
But you must wait for me
Somewhere across the sea
There's a wreck of a ship
Your hair is like meadow grass on the tide
And the raindrops on my window
And the ice in my drink
Baby all I can think of is Alice

Arithmetic arithmetock
Turn the hands back on the clock
How does the ocean rock the boat?
How did the razor find my throat?
The only strings that hold me here
Are tangled up around the pier

And so a secret kiss
Brings madness with the bliss
And I will think of this
When I'm dead in my grave
Set me adrift and I'm lost over there
And I must be insane
To go skating on your name
And by tracing it twice
I fell through the ice
Of Alice

And so a secret kiss
Brings madness with the bliss
And I will think of this
When I'm dead in my grave
Set me adrift and I'm lost over there
And I must be insane
To go skating on your name
And by tracing it twice
I fell through the ice
Of Alice
There's only Alice

Segunda

Segunda-feira, manhã de sol a anunciar um bonito dia de Março, fresco nos aromas e sorridente nas cores. E parece que é o dia internacional da mulher, esse primaveril aroma sorrindo mil cores e movendo tudo à sua volta qual moinho de vida. Pois eu detesto dias internacionais e outras alfaces reputadamente comerciais. Todavia tenho algo a escrever sobre uma mulher. Uma mãe, empresária talvez, da minha geração, quem sabe; talvez morena ou não, em suma alguém que me tem despertado algum carinho e admiração. E quero dizer-lhe desde já que gosto dela. Não porque me arrebate com textos complexos ou porque me cative com apelos sensuais, a despertar a imaginação fértil que é coisa de homens. Gosto dela porque ela me tem mostrado ser mulher. Coisa aparentemente simples mas que me marca de forma indelével. Uma mulher que é mãe, que engoma, que trabalha, que configura o seu PC, que vai ao banco, que espera, desespera, ampara e sofre e ri. Uma mulher que sabe escrever, informada, comunica e tem como o fazer. Uma mulher que me demonstra diariamente a sua simples condição humana que é viver a família, na família, uma mulher que partilha uma borbulha que seja, uma alegria que sinta, um olhar triste que perceba. Uma mulher que não se arma em douta de coisa alguma, uma mulher que me faz amar cada vez mais a mulher que amo.


sábado, 6 de março de 2004

sexta-feira, 5 de março de 2004

ementa

jantar um arrozinho de ervilhas,
ver televisão com a familia,
jogar poker a noite toda com os amigos,
cerveja qb
...e quando tiver tempo vou linkar este e este.


Esta é uma daquelas coisas que eu não posso deixar de comentar. Aliás devo dizer que o meu filho anda a preparar-se para concorrer ao concurso que a McDonalds leva a cabo nos seus restaurantes, isto é, os putos escrevem um texto ou fazem um desenho, entregam no restaurante mais próximo e ficam a aguardar que um júri os escolha. O prémio parece-me generoso: entrar em campo de mão dada com um jogador e participar na cerimónia inicial da partida. Até aí tudo bem. Ao ler o que li na imprensa fico com a impressão que o meu filho, sendo uma criança normal, tem mais direito que as outras crianças em participar. E se assim é eu “tou nem aí

O corte de Cabelo

Elas

Cortaste o cabelo! Ficou lindo!
Achas? Eu não tive essa sensação quando me olhei ao espelho.
Quer dizer, não achas que ficou afofado demais?

Não, não! Está perfeito! Eu adoraria cortar o meu cabelo
assim, mas o meu rosto é muito fino.

A sério? Eu acho o teu rosto adorável. Poderias facilmente
ter um daqueles cortes em camadas, que são giríssimos. Eu
ia fazer isso, mas fiquei com medo de acentuar o meu pescoço
comprido.

Ah, que engraçado. Eu gostava de ter o teu
pescoço. Qualquer coisa que tirasse a atenção desta minha linha
de ombros dois-por-quatro.

A sério? Eu tenho amigas que adorariam ter os teus
ombros.
Qualquer coisa fica tão bem em ti. Olha para os meus braços como
são curtos!
Se eu tivesse os teus ombros poderia arranjar roupas que
encaixassem com muito mais facilidade.
Certamente os teus ombros combinam com os
teus pés...

Eles

Cortaste o cabelo?
Cortei.
Cortezinho à paneleiro, hã?
Pedi para cortar igual ao teu...


[adaptação de um texto que recebi por e-mail]
Joana diz lá o que tens para me dizer. Olha nem sei como começar esta merda. O João é um estúpido bem que eu lhe disse para usar a merda da camisa. Deixa lá Joana tudo se resolverá. Há remédio para tudo menos para a morte. Olha o meu pai conhece uma clínica. Tudo normal vais à consulta como se nada fosse e no dia seguinte já não se fala mais nisso. Pois mas eu estando grávida nem sei que te diga. Gostava de ter o bebé. Gostavas mas isso é uma caretisse. Arrasas a tua vida aos 16 anos. Deixas de ser quem és e envelheces rapidamente e o João não está nem aí. Lá em casa são todos contra o aborto, se calhar vou falar com a minha mãe. Esquece isso querida. Olha o meu pai paga tudo e tu depois acertas comigo. Que bom ter-te como amiga Carla. Já sabes da novidade, vou sair com o Tomás logo à noite ele pensa que eu sou virgem e é cá um pão. Sim o Tomás é fogo na cama. Vou andando Carla amanha nem sei se vá aos “prés”, não estou para aturar a orientadora com as cenas do costume. Vou ficar a estudar e a curtir “irc”. Manda “sms” ao pessoal para aparecerem logo no café do costume e arranja umas ganzas.

quinta-feira, 4 de março de 2004

O Rui observou-me, um dia destes, o facto de estar linkado no "food-i-do" logo por baixo do "O Blog Erótico". Este blog deixou de existir (pelo menos no sapo) mas eu já tratei de arranjar um outro link que, ironia do destino, vai ficar mesmo por baixo do "O Bisturi". Falando mais a sério, se quiserem, este "O Merdas" é um blog recomendável.


INTER - BENFICA

O meu clube está na UEFA por direito próprio. Vai defrontar o Inter , depois de ter sofrido muito frente ao Rosemborg. Espero que a àguia, mesmo depenada, saiba honrar o país que representa. Se não for goleada em casa, como o foi o Sporting frente aos turcos de nome esquisito, talvez o Nuno Gomes não caia na manha do Silva (contra o Benfica) e não seja novamente expulso por ter simulado um penalty. É que na UEFA não há arbitragens de encomenda.

quarta-feira, 3 de março de 2004

tabuapan

Sim senhor, O Avelino portou-se mal e eu não fiquei nada espantado com aquele comportamento. Já todos sabem que ele é assim, não sabem? Trata-se de um fulano muito mal comportado. Ele é de direita, da tal direita, e barafusta e vai ao futebol e nem sabe dizer uma frase correctamente. Ele chama aldrabão aos jornalistas, manda “caceteiros” bater nos rivais. Ele é um tipo repugnante.
Em boa verdade o que me repugna não é bem o Avelino, é toda essa corja de bem falantes e adeptos do politicamente correcto que se escandaliza com um pontapé numa mesa de “tábuapan”, num campo de futebol, e ao mesmo tempo encobre impunemente o que é realmente grave e criminoso. Um pontapé na hipocrisia e na falsa autoridade do país, nas instituições e nos “rodrigueiros” sempre prontos a apontar o dedo, foi o que foi. O Avelino é, assim de repente, uma coisa muito má que urge evangelizar. Todavia, e ainda hoje, ele saiu impune de mais um julgamento. Amanhã continuará impune em tudo o que faça, prestando, mais uma vez, um inestimável favor a todos aqueles que gostam de apontar o dedo e ficar a contemplar os anéis: “ ai que bom que eu sou”.

o nome

Li aqui, aqui e aqui a mesma referência ao facto de a TAP ter apagado de um avião o nome “Viana da Motta”, substituindo-o pelo nome “Eusébio”. Caiu o Carmo e a Trindade, ao que parece. Obviamente quase ninguém conhece Viana da Motta mas a fazer fé no que diz Pacheco foi um grande músico português. Tão grande que, se calhar, bem merecia maior presença na toponímia portuguesa, ao contrário de simples nome de avião. Compreendo a indignação que por aí anda. Primeiro porque Eusébio é nome de futebolista, segundo porque Eusébio é o nome mais conhecido da história de Portugal dos últimos 50 anos, embora não seja músico, compositor, politico ou escritor; terceiro porque nunca se viu em Portugal tamanha desfeita: substituir nomes de estradas, pontes, viadutos e aviões por outros nomes. Eu ainda continuo a chamar praça Velásquez à praça Francisco Sá Carneiro e rua de Santo António à rua 31 de Janeiro, no Porto. Quem anda muito de avião bem pode fazer o mesmo: “olha amanhã vou para Veneza. Encontramo-nos no Viana da Motta”


terça-feira, 2 de março de 2004

cha la la la la

cansado, ganzado. sinto a alma do tamanho de uma cerveja. detenho-me.




Hoje fui ao Porto. Como está diferente. Por incrível que pareça e sendo eu um tipo que atravessa o Douro todos os dias - De Gaia para a Maia - já fazia tempo em que calcorreava a praça da Batalha, a praça dos Leões, a rua de Cedofeita. A velha cidade está diferente. Para uns melhorou, para mim nem por isso. Quem lá andou, nos anos oitenta, sabe bem ao que me refiro. Infelizmente o Porto é cada vez mais e só a Ribeira, sair da ponte da arrábida e zarpar pela Restauração abaixo, rumo á zona ribeirinha, tem sido a unica coisa que resta do itinerário portuense no Século XXl.

"mãe ana"

Tininho, (era assim que a minha avozinha me chamava) vou-te contar uma história:

…Há muitos anos havia duas irmãs que viviam na mesma casa e costumavam ir à “bouça” acartar lenha para o fogão. Faziam-no alternadamente, de modo que certo dia, estava a mais velha entretida a apanhar uns paus de eucalipto quando lhe aparece uma velhinha de olhar muito curioso:
- Ora dizei-me lá linda mulher, gostas da Primavera?
- Gosto sim, disse a mulher de pronto. É muito bonita a Primavera. As flores, a verdura e as andorinhas a chegarem do lado de lá do mar...
- E gostas do Verão?
- E não havia eu de gostar do Verão? O sol, ai o sol! E os dias enormes e as noites quentes. As festas e romarias e os bailaricos. Adoro o Verão.
E continuava a velhinha:
- E gostas do Outono?
- Também gosto. As colheitas, os frutos maduros e aquelas tardes de Setembro, a adivinharem o Inverno, fazendo-nos ir ao guarda-vestidos em busca de agasalhos. E as Castanhas quentinhas…
- E do Inverno?
- Do Inverno também gosto muito. Sabe, adoro estar à lareira a fazer renda e a ouvir o ronronar do meu gato. E depois temos o Natal e as prendas e as rabanadas. Gosto sim minha senhora.
Então a velhinha deu por terminado aquele inquérito e disse à mulher:
- Toma, leva esta caixa e abre-a só quando chegares a casa mas não contes a ninguém desta nossa conversa.
-Pode dormir sossegada que a minha boca é um tumulo.
E lá foi a mulher para casa a mais a caixa. Em chegando a casa ela dispôs-se a abrir a caixa e, já na companhia da irmã, quase desmaiou ao verificar que dentro da caixa não havia nada mais que muito dinheiro e lindas jóias.
A irmã logo se aprestou a perguntar donde ela tinha trazido semelhante coisa.
- Foi uma velhinha que estava no bosque. Não me perguntes porquê que eu não te vou dizer. Promessas.
A mais nova não se conformou e já só se via no bosque em busca da velha.
Na semana seguinte tocou em vez à mais nova a ida ao pinhal. Por lá andou e quase nem apanhava lenha de tanto pensar na velha. Até que a velhota lhe apareceu de rompante e, abordando-a com o seu jeito sábio, fez-lhe o mesmo questionário.
- A Primavera? Olhe que nem por isso. Muitas alergias, os fenos, depois a passarada caga-me o quintal todo e a canalha desata logo a vestir roupa de Verão e cai-me na cama e é um castigo.
O Verão podia ser melhor, não fosse o raio da canícula. E depois temos as festas. E as praias, os farnéis diários. Olhe é uma coisa de trabalhos.
Do Outono nem me fale. Tanto trabalho, tantas colheitas e a morrinha e o frio…O Inverno ainda é pior. Detesto o Inverno, minha senhora. Tamanho frio nestes montes não há.
De modos que a velha lá lhe deu uma caixa e as mesmas recomendações.
Em chegando a casa mal esperou pela irmã, tal era o desejo em tocar nas jóias e contar o dinheiro. Montes de cobras e outros bichos maus saíram daquela caixa e logo devoraram a pobre mulher que nem tempo teve para dizer um “ai”.

Moral da história: Tudo o que é diferente tem sempre coisas boas, um lado positivo. Aqui na blogosfera, apesar das diferenças, tudo tem coisas boas, tudo tem o seu lado positivo.


segunda-feira, 1 de março de 2004

six feets under

E eis que nos chega a “blogotrust”. Dizem para aí que há um novo blog, uma fusão. Mais parece uma cena de cangalheiros: quem vê a série “six feets under” bem se lembra daqueles tipos janotas e muito bem falantes a tudo tentarem para adquirir o pequeno negócio de funerais da família de Pasadena. Cuidado com o uso excessivo de formol.



Segunda

- Parece que o Senhor dos Aneis ganhou o campeonato.
- Tou a ver...
- pois...
- Olha, o Benfica anda a fazer merda aos 100 anos e isso deixa-me food.


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