sábado, 31 de janeiro de 2004

Protesto

O meu firme protesto por haver "gaijos" que se aproveitam da liberdade de imprensa, do seu próprio nome e de uma coluna num grande jornal para escreverem merdas destas: «Trinta anos depois, temos saudades de Salazar».

sexta-feira, 30 de janeiro de 2004

Perosinho. Louve- se o esforço do Hernani. O green drink era mais vodka. Bateu, isso é que importa. A musica que se ouve é aquela batida do fashion tv, sabe bem. De maneiras que estou a postar a partir do meu Sony Ericsson P800, e este bar de periferia continua permanecendo prologo de uma longa noite de copos indecentemente estimulantes.
Chove na minha cidade. Semana passada comprei o filme, distribuído no “Publico”, de Fernando Trueba, “La belle epoque” que já tinha visto, aliás. Foi com gosto que revi aquele filme premiado com o óscar para o melhor filme estrangeiro nos anos 90. E proponho-me falar dele por via da agora muito falada questão do Iberismo, matéria sensível mas também de alguma relevância. Naquela história simples e pitoresca, passada nos anos 30 em plena guerra civil espanhola (outro tema apaixonante), pude apreciar as semelhanças com a nossa gente. Não deixei de louvar o grande nível cultural que é retratado pelo velho pai, um homem de ideias arejadas e de um modernismo sem mácula. Captei as cores (por acaso o filme foi rodado em Portugal, o que diz muito bem) e registei com deleite aquela citação da “Montanha Mágica” de Tomas Mann. Ao olhar a chuva que cai, passou-me pela ideia, ainda que por breves momentos, como seria este contemplar nostálgico da minha terra se acaso tivesse o nome Ibéria.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2004

Naquela manhã de domingo fazia sol. Já se adivinhava o calor do Verão que não tardava. O parque estava repleto de gente. Gente de trabalho a aproveitar aquele tempo de lazer, de descanso. Eu tinha acabado de comprar uma bola de basquete e preparava-me para a estrear naquelas tabelas novas, mandadas colocar pelo autarca mais paradoxalmente elitista que conheço, o presidente da câmara de Vila Nova de Gaia. Sim senhor, o Senhor Da Pedra de Miramar, dantes um campo sujo de terra batida, antro de cães e barracas de venda livre, estava agora muito asseado e arranjado. Uma coisa que deu brado. Por de entre umas batidas de bola, o meu olhar debateu-se com uma pequena mole de gente, bem vestida, que atravessava o parque. Eram eles, os políticos em campanha. E lá estava o Pacheco. O homem não conseguia disfarçar aquela cara de frete, a olhar a gentalha de fato de treino coçado e os putos de ranholas nas ventas. Mas o homem soube estar à altura. Soube enfrentar a multidão que o olhava com olhar de letras grandes a dizerem : sulista, elitista. Eu fitei-o e disse para comigo: eis um homem de coragem. Nunca o tinha visto mais gordo, apenas o conhecia da televisão e daquele programa da rádio. Alguns artigos de jornal e o livro sobre Cunhal, (o velho Cunhal que eu sempre admirei – um ídolo da minha juventude, enfim ) não eram matéria bastante para que eu pudesse adquirir conhecimento autorizado da pessoa. E na verdade sempre foi um inimigo ideológico, digamos assim. Certo é que eu, que não sou nem jornalista, nem político, nem filiado em partido, tinha aprendido a respeitar aquele “character”. Depois veio o contacto com a blogosfera, os seus textos arrepiadamente facciosos sobre tudo o que havia de rotulável. Depois vieram aquelas ideias subtis sobre a guerra, mais as suas teorias sobre o bem e o mal. Depois aqueles textos sobre atentados, sobre a vida e os seus valores e a necessidade de encontrar os, há muito, identificados culpados e partir para a limpeza do alegado mal que afronta a liberdade e as garantias dos povos, das nações. Tudo treta, dizia eu, tudo da mesma cartilha. E por estes dias veio a mais reles das doenças que acontecem a gente desta: a síndroma do partenon. E de modos que me lembrei que um dia, há não muito tempo, cheguei a nutrir uma certa admiração por este tipo que se atreveu a dizer que o meu luto por um futebolista do meu clube que morreu em campo de forma fulminante, não foi mais do que uma masturbação da dor.






quarta-feira, 28 de janeiro de 2004

Que se passa?

Fui visitar o Mostrengos por sugestão de um ou outro blog. E não percebo certas coisas que aqui são ditas: comparar as imagens da tragédia do malogrado Fehér - e graças à SportTv não tivemos o horror em "formato TVI" – com as imagens dilaceradas de fetos abortados” faz-me grande confusão. Questiono-me: que se passa? Não quero fazer juízos de valor, até porque não conheço a pessoa em questão (pode bem ser um medico que trate essas coisas ou até mesmo um repórter fotográfico do Readers Digest), apenas dizer que uma coisa é bem diferente da outra. A primeira é fruto de um acto isolado, captado durante um espectáculo desportivo, logo objecto de notícia, de reportagem (discutível na forma como é levada ao publico, claro). Já a putativa imagem dilacerada de um feto é coisa própria de quem, sabe-se lá por quê e em que condições, tem de abortar, tem de fazer essa opção individual ou, quando muito, imposta por razões de saúde. Por isso mantenho a questão. Quem quiser que me responda

tu

Não foste capaz. Preferes falar da neve, onde quer que estejas – citas Camus por causa da neve. És um ser superior, por isso não foste capaz. Isso não te disse nada de nada. Não vês futebol, bem sei. Não sabes quem é, de quem se trata e nem queres saber. O teu desprezo brutal por coisas destas coloca-te de costas viradas para a plebe, para os básicos, para o que se comovem, os que não falam grego, os que dizem palavrões, os que nem escrever sabem, os que não viajam, os que nunca viram neve e muito menos a sobrevoaram. Tu não foste capaz. Tu estás acima de tudo, em Marte talvez. Tu nunca te deixarias ceder à condição perene dos simples. Tu jamais poderias gastar um único gesto com coisas destas. Tu és diferente, absoluto, magnânime. Tu bradas o que queres, tu mostras o erudito que há em ti. Tu permaneces olhando as águas do lago e contemplando-te belo, inteligentíssimo, jamais te acharás noutra condição. Tu sobes, voas, emanas cultura, sapiência. Tu és um orgasmo inutilmente indolor.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2004

Magiar

Braga, 2002. O Moreirense tinha acabado de virar o resultado negativo, eu estava lá, naquele estádio com o meu filho a ver o Benfica. Tu, Miki, saltaste num ápice e, com um movimento subtil, anichaste a bola na baliza do adversário. Era o 3-2 final. Havias de ver a cara do Alexandre, aquela expressão de glória num rosto pequenito e ainda aflito pelo esforço de quem tudo espera de tipos como tu, Miki.

Porto, 2003. Estádio do Bessa num jogo para a taça UEFA. Eu estava lá e tu alinhaste de início. Digo-te MIki, não dê mais um passo se isto não é verdade, tu foste o melhor dos vermelhos. Aquele golo, ali mesmo ao pé de mim, foi um gosto que preservo, que vivi e viverei.

Ao ver-te no campo ninguém poderia achar que eras ainda um puto de 24 anos. Ao ver-te nas coisas da vida, na tua luta, nas tuas convicções, na forma inédita e arrojada com que levaste avante as tuas convicções, ninguém poderia imaginar que estavas na flor da idade. Por isso Miki, este benfiquista do Porto, ferrenho e orgulhoso mouro, te manda um abraço terno, duradouro, esperando que os que hão de vir saibam aprender com o teu indelével percurso no depauperado futebol português.

Na sexta feira, 23, os meus queridos amigos colocaram este post. Não consigo deixar de pensar nisso.

domingo, 25 de janeiro de 2004

"Nenhuma destas coisas é verdade, a não ser excepcionalmente". Esta frase, conforme se pode ver, foi retirada de um post de JPP sobre este artigo. Impressiona-me a celeridade com que gente como esta se apressa a desmentir artigos destes. Principalmente através de um post metido entre um apreciável, porque util e relevante, estudo sobre Camus. O que vai na mente desta gente que os leva a resvalarem assim tanto? Ainda por cima tratando-se de gente com evidentes responsabilidades públicas. Ainda por cima quando se reconhece, no próprio post, que houve pelo menos um ou outro caso e, ainda assim, se desmente tão despudoradamente.



sábado, 24 de janeiro de 2004

Intrigante. Li no Expresso um apelo de José Manuel de Mello: “juntemo-nos a Espanha”. E li também o “choque violento” de A. J. Saraiva (neste caso sou forçado a concordar com o Barnabé - só ele próprio deve acreditar nas suas teorias): “hesitamos sobre se valerá a pena o país continuar a existir”. Falta a pergunta: E os Espanhóis aceitam-nos?.

Ingenuidade.No mesmo jornal João Pereira Coutinho fala de uma ou duas teses sobre sexualidade. Não querendo colocar em causa os doutos autores, JPC resvalou para a estafada batida na mulher, pobre submissa. Alguém acredita que o homem seja, nos dias de hoje, o grande predador doutros tempos? Eu não.

Ary dos Santos. A minha formação/geração/condição/ impede-me de comentar o que escreveu o mesmo JPC sobre aquele escritor. Se atendermos ao facto de nos E. U. haver cursos universitários sobre Dylan (se calhar porque ele não viveu a grande depressão mas serviu-se desses traços históricos para assentar a sua obra escrita, ao contrário do Ary, coitado, que viveu a revolução e infelizmente, quase não a ultrapassou) e se atendermos ao facto indesmentivel que em Portugal os manuais escolares apresentam textos sobre o regulamento do Big Brother, então eu tenho que concordar com todos aqueles que colocam duvidas sobre a qualidade da obra escrita deste autor português.

Contradição. Jô Soares anda por cá e vai ao CCB apresentar o seu espectáculo. O patrocinador é a Compal. Alguém se esqueceu da Compal Light.



quinta-feira, 22 de janeiro de 2004

Llorando

Este tema de Rebekah Del Rio é qualquer coisa de fenomenal. Certamente já saborearam aquele momento no Molholland Drive de Lynch. Será possível esquecer aquela cena esplendorosamente surpreendente e envolta em paz?, incomodativa? Esta voz que espero possam escutar ao ler isto, transporta-me para longe daqui.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2004

Imagens

A questão que o Terras do Nunca levanta sobre as imagens nos blogs é, quanto a mim, muito interessante. Devo dizer que concordo na generalidade com o que ele escreve. Contudo também é verdade que há blogs que valem pelas imagens. Elas por vezes conseguem dizer mais que mil palavras (desculpem esta expressão tão datada). Estou a imaginar, por exemplo, o que seria do Abrupto sem aquelas belíssimas imagens que ele lá coloca, graças à sua capacidade e bom gosto, aliados a uma sede de pedantismo inigualável por estes lados. Já o Barnabé utiliza as imagens de forma perfeitamente narcisista, o que diz bem com os seus autores (ainda não percebi bem se é legal aquela exposição publica de imagens consagradas mas violentamente carimbadas com tal chancela, a armar em vendedores de uma sementeira qualquer, tipo “ Alípio Dias”). Do Silencio capto com muito gosto as fotos que acompanham os excelentes excertos literários lá colocados. Fiquei um tanto desiludido com a derivação para a imagem do Aviz – acho, aliás, que esse blog perdeu muito em conteúdo em favor de uma certa estética do tipo “piling”. Ao Fumaças deu-lhe, certamente por falta de assunto, para postar fotos do Zoo de Lisboa, o que até nem é mau, comparando com aqueles estafados” copy pasts” dos catálogos de charutos que inundam a web.

Em género de conclusão, eu não utilizo imagens porque também defendo que o verbo é mais importante, mas também porque não estou disposto a pagar e não me apetece colocar imagens on-line. Dá muito trabalho e não merece a pena. Digamos que prefiro essas agradáveis surpresas que vou encontrando nos blogs que regularmente visito.

P.S. A foto que mais me impressionou na blogosfera foi a daquela mulher no colo de um pianista.

terça-feira, 20 de janeiro de 2004

Ó Frederico, o Eusébio já arrumou as botas, o Mozer anda a comentar na Sport TV, esse "telepasquim", o Viegas já nem fala de futebol, tal a capacidade ganhadora do seu "puarto" ( deve ter passado o seu já de si parco tempo livre a votar no site da Uefa) e tu andas a falar em arrumar as botas? Tu nem sonhes!!! Nem sonhes.

Late Morning Post

“Olhameste”!! Não tem nada que escrever, detesta andar a cronicar os tablóides e os pasquins e, vai daí, há que inventar qualquer coisa para dar de comer ao food-i-do.
Raio de blog este que não consegue trazer um assunto raro, brilhante ou polémico até. Que fazer? A esta hora da manhã já todo o mundo se desembaraçou do trânsito e os "peões do Mexia" (ver Grande Reportagem) ainda procuram uma confeitaria qualquer (no Porto diz-se confeitaria), a ver se tomam um pingo ou um cimbalino apressado.

De modos que já tenho os dedos esquerdos a tresandar “bentil” (não consigo deixar de fumar, raio de fraqueza) e já dei uma voltinha pelos blogs que visito e nada de maior, tirando os temas correntes, do aborto ao futebol, passando pelos “românticos” e pelos aspirantes a jornalistas. Este post já vem tarde, é claro, e manda a minha natureza antes quebrar que torcer. Achei por isso conveniente desempenhar o papel do “ lone blogboy”, uma espécie de vaqueiro sem rezes, mas mui caprichosamente equipado com chapéu de abas largas e um laço catita ao pescoço.

Solitário e cavaleiro, não encontro moinho decente nem tenho espada afiada. Estou mole, sem atalho ou tertúlia e prostro-me perante o monitor à espera do por do sol, a ver se melhores tons me inspiram ou folhas caídas me despertam para outro espaço. Um espaço onde eu exista e possa penetrar num espelho mágico qualquer, em busca de incógnitas maravilhas.



segunda-feira, 19 de janeiro de 2004

O Abrupto postou em Grego. Temo que se este rapaz andasse na escola teria que ser enquadrado num grupo qualquer de alunos com necessidades educativas especiais.

Nada a dizer, muito trabalho, sol. De maneiras que temos uma semana que promete ser bonita para esperar qualquer coisa de positivo. Que venham, pois, esses fazedores de ideias a aconchegar o meu espírito que pede, encarecidamente, uma letra, uma frase capaz.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2004

Vem

Ele aí vem. Façam tudo por ele, não o deixem perdido no trânsito, não o queimem nas leituras de jornais, não o esmaguem com o carrinho do supermercado. Vistam uns jeans, não se penteiem, ele vem aí. Fim-de-semana, meu amigo, a minha “stout” espera-te ainda mais ansiosa.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2004

Pena

"You know, It'd been a while that I was thinking of writing this post; a kind of ending post for a weblog that although never became exactly like what I wanted, but was like the only safe place for my mind…Many things were unsaid & will be forever. But that doesn't matter; I believe that there are things that are better to be kept in secret notebooks forever. Nobody else in the world can understand them…"

Tenho pena que esta Iranian Girl nos tenha deixado. De facto ela deu-me qualquer coisa muito boa. Através dela olhei o outro lado e, ao contrário dessa direita arrogante e esquizofrénica, vi nela uma mulher com os seus problemas e expectativas. Ora falando do sistema, ora dando pinceladas sobre esse país longinquo e por demais referido na blogosfera (quantas vezes mal tratado), ela transmitiu-me uma certa brisa que só tinha experimentado através do cinema iraniano.


Sol

Nesta manhã de sol (e que sol) proponho-me colar aqui uma frase que apanhei no Terras do Nunca:

"Com Kennedy, a Lua era um sonho. Num tempo em que o sonho comandava a vida.
Com Bush, a Lua não me interessa. Porque deste tempo Bush fez um pesadelo."

quarta-feira, 14 de janeiro de 2004

O meu distinto amigo Duque (devo reforçar que o conheço pessoalmente) escreveu um prazenteiro texto sobre futebol. E é prazenteiro porque só tem coisas positivas, fala de tudo o que há de bom numa sondagem. Fico contente por essa gente portista andar tão radiante com as notícias que correm sobre eles. Fico ainda mais contente por saber que aquilo não tem valor científico algum. E fico ainda muito mais feliz por saber que, apesar disso, o meu glorioso Sport Lisboa E Benfica continua a ser o mais amado e constitui, embora fraquito, pobre e desalmado, a referência eterna do desporto português. Aliás, o Duque sabe que somos muito antagónicos sobre a coisa do futebol. Ele sabe que eu aprecio o futebol mas amo o Benfica e não será uma sondagenzinha a beliscar esse amor eterno. Mas isso não impede que esboce um sorriso porque, afinal, bem podia ter sido um artigo sobre o Galatassaray, o Aberdeen ou mesmo o Lyon. No fundo os pequenos clubes de quando em vez também fazem história.


Agradecer à Tânia por ter correspondido a um pedido de auxílio. Graças a ela, quem cá vem pode ouvir um sonzinho de Tom Waits. Já aqui fiz uma referencia ao Sem Querer Penso, e por vezes penso que blogs assim mereciam a justa homenagem daqueles que escrevem lindos artigos na imprensa escrita sobre a blogosfera portuguesa ( mas também concordo que o espaço é pouco e os favores a pagar são muitos).


O meu sistema de comentários marou. Reflecti e optei por não mais colocar tais sistemas no food-i-do. E confesso, por ser verdade, que para isso muito me influenciou o único blog sobre desporto que visito.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2004

...e gosto deste

Se algum dia alguém te oferecer flores, aqui na blogosfera, isso é: thelmalouise. Devo dizer-vos que visito este blog regularmente, onde encontro sempre um texto que me remete instantaneamnete para um comentário, uma palavra. Temo porém, ser um entre milhares. Por isso quase sempre desisto, prefiro então continuar com aquele aroma a rosas que me embriaga.


Gostei deste

Este blog poderá ser uma pedrada no charco, pese embora a referencia feita ao barnabé. Aguardemos para ver o andamento:

"É um facto indesmentível que a blogosfera veio para ficar. A facilidade de publicação, a liberdade de expressão, a confidencialidade são os seus maiores atractivos. Mas a facilidade de publicação, a liberdade de expressão e a confidencialidade são um (neste caso três) paus de dois bicos: como espaço democrático por excelência, a blogosfera presta-se a serviços menos dignos, como são exemplos alguns blogues que nada mais servem do que para intoxicar e desinformar, ou pura e simplesmente para ocupar espaço e que decerto envergonha muitos blogueiros.

O grande problema é que alguns blogues não servem para nada. Só estorvam. Mas não se podem pura e simplesmente proibir o seu uso e a sua frequência. Este blogue serve apenas para analisar alguns blogues que andam pela blogosfera. Esses blogues serão votados de 0 (zero) a 20 (vinte), e os blogues analisados serão também avisados que foram selecionados. "


Segunda

Mário de Carvalho ao Notícias Magazine: "Costuma dizer-se que um pessimista é um optimista bem informado"


domingo, 11 de janeiro de 2004

weekend

A cerveja corria bem, melhor ainda nas gargantas. Duas e meia da manha e já o gerente daquele café desesperava: queria fechar o seu sitio para arejar noutro poiso qualquer.
Luzes apagadas, porta fechada, rumámos ao Porto, à noite do Porto. Atravessada a ponte, aquela ponte erguida quando eu nasci, encostámos bem junto à Auto Sueco, na Zona industrial do Porto ( a minha cidade compreende mais ou menos um quarto do seu perímetro em zona industrial que de noite se metamorfoseia em zona de lazer). Via rápida, conhecem. É muito falado. Tem convite? nops. Então não podem entrar (devo dizer que do alto dos meus quase quarenta anos estou, desde há muito tempo, preparado para estas recusas dos porteiros. É uma negação que me faz mexer, que me agita e me consome algum do excesso de álcool que eventualmente contenha). Aquela morrinha meia remelenta atrofiava ainda mais o meu sentido de orientação. Vamos mas é beber um copo ao Meu Mercedes. Pode ser. Aquilo fica na Ribeira e passa Tinders.. mas a morrinha misturada com o nosso charme levou-nos para Espinho, para o Casino. É isso, vamos beber uma cerveja ao bar do Casino. E assim ficámos a esgrimir uma vontade, um desejo. E assim vieram as quatro da matina e o sono e um pensamento unico e sublime: casa, rumar a casa e deitar a cabeça sobre o sofá e ficar ali, a ouvir a noite.



sexta-feira, 9 de janeiro de 2004

FOOD-I-DO

Fim de semana. O João Carvalho Fernandes presenteou-me com uma referencia num post muito oportuno sobre um velho tema: Cuba e Irão; quem é de direita atrofia-se com Castro, só quer vê-lo fora do poder e debate-se profundamente contra o regime político vigente no Irão. É uma campanha interessante, sim senhor, não fora o caso de termos assistido ao grande regozijo de toda essa direita pela queda de Sadam, ele mesmo um produto criado, usado e aclamado por todos os que, já naquela época, queriam o derrube do regime iraniano. Talvez criando um subproduto de Sadam para Cuba, (que tal Castram?) seja a única via para derrubar Castro, contando depois com uns bons 10 anos pela frente para, então sim, ver derrubada também essa besta inútil que entretanto urgirá desactivar, pelo perigo que representará para a humanidade. Aí todos os fumaças da nossa praça suspirarão de alívio e marcarão mais uns pontos, fumando um saborosíssimo Montecristo ( agora sem a chancela governamental cubana, entretanto substituída pela Philip Morris , com uma pequeníssima quota pertencente à nossa Tabaqueira, em forma de agradecimento ao nosso governo pela sensacional colaboração dada ao tio Sam). Mas isso é – será - de somenos. O que importa é desfrutar de um charuto livre e poder visitar Cuba , tomando uma “Cuba Libre” que, azar dos azares, persistirá chamada de “mentirita” uma vez que os nativos não encontrarão ainda motivo bastante para reabilitar o nome à sua nacional bebida. Ora neste ponto concreto, entendo que o povo cubano é o centro da sabedoria daquela gente. É ele que determina o barómetro das suas aspirações e será ele, quando quiser, a traçar outro caminho. Neste Janeiro de 04 importa sabermos todos que há quem lute por uma Cuba Libre e que se preocupe com a Nova Cuba Venezuelana e se entusiasme com o supremo desejo de Sua Eminência Parda americana em enviar um Homem para Marte. Oxalá traga de lá melhores charutos e tonificantes cubas libres porque já vi que por cá apenas se apanha canas. As que os americanos deixam cair de quando em vez.

Altino Torres

quinta-feira, 8 de janeiro de 2004

Semana adiantada, ideias arejadas, falemos de futebol. Sim porque o futebol faz parte da coisa portuguesa, por muito que isso custe a muito boa gente. E para se falar de futebol, aqui na blogosfera, não basta repescar os “pasquins” ou retomar as ideias feitas por esses futeboleiros da cassete pirata que, através dos “media”, inundam as nossas consciências, já de si atrofiadas pela clubite que é coisa ainda mais portuguesa. Ora bem, o meu Benfica perdeu contra o rival verde e branco e o Porto, da minha cidade, ganhou aos de Vila do Conde. Com faltas graves da arbitragem ou sem pernas "viagrentas", o Glorioso mais uma vez se deixou levar pelas circunstâncias. Já os do Porto são sempre a mesma música: ganham. Seja mal ou bem jogado, seja por um penalty mal assinalado ou por um golo convenientemente anulado, o certo é que aquela cambada do Vale de Campanha ganha. Não adianta, pois, andar a dar créditos ao que diz o Fernando Santos, ou ao que narram os comentaristas porque o que conta é a “bitória”. Portanto esta prosa sobre o futebol não deixa de ser o reconhecimento de uma verdade cruel: eles ganham, raios. "Ah, que ninguém me dê piedosas intenções! Ninguém me peça definições!". Não exijam ao Viegas que fale sobre isto porque isto ultrapassa-o. Não peçam aos do setezero que critiquem o fcp porque eles só miram o SLB e teimam, como bons lisboetas que são, em apenas criticar o que diz Fernando Santos, enquanto titubeante treinador do Sporting. Afinal, e para fechar, este gaijo do Norte apenas se conforta com o seguinte: “the show must go on”.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2004

"Que pena que tenho dele! Ele era um camponês
Que andava preso em liberdade pela cidade.
Mas o modo como olhava para as casas,
E o modo como reparava nas ruas,
E a maneira como dava pelas coisas,
É o de quem olha para árvores,
E de quem desce os olhos pela estrada por onde vai andando
E anda a reparar nas flores que há pelos campos..."

Alberto Caeiro in "O Guardador de Rebanhos"

terça-feira, 6 de janeiro de 2004

Fim de tarde

A porta da garagem abriu lentamente e apenas deixei que o carro deslizasse, contente por se achar finalmente em casa . Em boa verdade, ele e eu estávamos ansiosos por este momento. Ele a encostar no seu poiso habitual e eu a pressentir cada vez mais perto o sétimo andar onde vivo. A porta abre-se e o Alexandre corre para mim, alegre. Tinha cortado o cabelo esta tarde da maneira que sempre quis, rente ao couro cabeludo. A Catarina no seu habitual ponto de encontro: a Internet e a minha mulher com aquele olhar meigo e colorido: Já vieste?

Isto - o meu regresso a casa - realmente aconteceu e acontece todos os dias, claro está. Mas por que carga de água me apeteceu escrever isto? Bem melhor seria escrever sobre futebol ou sobre um facto qualquer, marcante ou nem por isso, mas um facto. Não. Inclinei para isto, para uma trivialidade tão rotineira mas ao mesmo tempo tão forte. Porque estas sensações são poderosas, porque as vivemos e nem sempre as referimos.

A Nova 2

Francamente surpreendente a 2 de ontem à noite. Depois de um bem estruturado e nada sensacionalista programa de notícias, serenamente apresentado por Carlos Fino, deleitei-me com o primeiro dos novos episódios da magnifica serie "Sete Palmos de Terra". E de repente, lá pelas 23 horas, parecia Sábado à horinha do Jantar. A Ana Sousa Dias lá estava, não era engano não senhor. Foi um serão muito bom para inicio de semana. para continuar?

segunda-feira, 5 de janeiro de 2004

Imperdoável (sem hiperligações)

Hoje não estou tão ensonado assim e, por via disso, passei os olhos no Expresso. E li, como muitos, o artigo do Paulo Querido na Única: "Blogues de A a Z”. Por isso reparei no texto do Aviz sobre a Direita e a Esquerda que ele apanhou no Terras do Nunca. Era sobre o artigo do Paulo Querido, obviamente. Atrevo-me a dizer que me apeteceu logo escrever um tipo de carta aberta ao PQ mas logo desisti da ideia, por considerar não ter tempo bastante para tal. Mas notei que ele foi muito injusto naquele artigo pago pelo Balsemão. Notei que ele se limitou a uns clichés de trazer por casa, registei que ele se esqueceu do Aviz e nem sequer deve visitar Blogs como o Silencio ou o Aqui não há Poeta ou o SemquererPenso. Notei que ele só vê esquerda, direita e palhaços na blogosfera. Notei que ele tem muitas cábulas (é jornalista claro) E quero dizer-lhe, se ele ler isto, que estou farto dos delírios bobos dos do barnabé, estou cansado do ” libertem Cuba” do Fumaças e estou completamente enjoado das Produções Fictícias (enjoado como quem enjoa um bom bolo por tantas vezes o encontrar em tantos sítios diferentes - entendido?). E quero dizer-lhe que há muito se esgotou o modelo presunçoso do Abrupto e os seus emproados inícios do tipo: “Estrasburgo” ou "Sobrevoando os Alpes". Portanto caro Paulo Querido, para mim a Blogosfera de A a Z não tem nada a ver com esse postal foleiro com que o caríssimo quis presentear os leitores do Expresso. Imperdoável pois.

Infalível

Como eu dizia há dias, o Frederico voltou. E voltou vestido com a pele daquele corvo de Edgar Alan Poe: "Benfica ganhador...never more".

sábado, 3 de janeiro de 2004

Acordar tarde

Hoje acordei tarde. Já ando assim há uns bons dias seguidos. De maneiras que ainda não li os habituais jornais. A minha rotina anda mais próxima da dos antigos aldeões: por de entre uns copos de cerveja falamos de tudo um pouco e, enrolando mais um cigarro, o tempo passa devagar, como convém. Depois já é tarde, noite dentro e a vontade de dormir resvala para um enorme desejo de ver o tempo parar. Parar mesmo. Mas essa coisa efémera nunca pára, e depois acorda-se com aquele ar remelado, meio morto, e sempre cheio de pressas para recolocar o tempo no sitio certo (como se isso fosse possível). De modos que, às duas por três, já é noite outra vez e a conversa retoma o seu império e o semblante volta à juventude perdida, cheio de convicções e esperanças próprias de quem tem uns bons trinta e tais anos nas costas e já vai mirando, de soslaio, a tal crise dos quarenta. E assim se passa este saborosíssimo inicio de ano, este Janeiro ainda imberbe nos dias, mas grande na forma de nos trazer a noite e os mais belos segredos muitas vezes escondidos na nossa própria alma.



Alarme

Os do setezero voltaram a escrever sobre o Benfica. Assim, o meu clube regressará às derrotas e às más exibições, a ver se eles ficam com matéria bastante para poderem dissertar sobre o meu clube.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2004

Raça

Parabéns ao Frederico pelo novo rebento e que se deseja seja muito feliz e possa continuar a Raça "Bermeilha". No mais apetece também saudar todo o mundo que por aqui passa e desejar um ano bom, sem meias medidas.

Este sitio mudou de nome, fruto de um certo cansaço e de uma certa aprendizagem ao longo destes 6 meses de vida. Chamo-lhe "blog dum gaijo" na medida em que eu sou um gaijo e tenho um blog e cada vez mais me cansa ler as tais crónicas das crónicas. cada vez mais apreendo que esta coisa dos blogs é muito mais gira e interessante se apostar na marca individual de cada um, sem cosméticos e outros aditivos. prometo participar neste sitio de uma forma cada vez mais "de dentro para fora" sem olhar ao tempo e às ligações com a agenda da Imprensa "cá de fora".

Aproveito para dizer que não consegui um bilhete para o grande jogo de Domingo e tenho pena de não poder estar em Lisboa, na catedral a assistir ao meu Benfica que não tem nada a ver com a desgraça por muitos apregoada.

Web Analytics