sexta-feira, 29 de setembro de 2006

mais um fim-de-semana

Com poucas hipóteses de comprar o filme do "Expresso" e de ler um artigo de Pedro Arroja no Blasfémias.

Porque Gaia não é Porto eu sinto-me obviamente roubado


Como todos sabem foram gastos milhões de Euros na construção de uma rede de Metro que se propõe servir a população da área metropolitana do Porto. O Metro do Porto enche a cidade de orgulho vaidoso com as suas belas composições, e já é um “ex-libris” da Cidade vê-lo atravessar a ponte Luis I. Principalmente quando se está nas ribeiras do Porto e de Gaia.
Milhões de Euros custou também a linha amarela – a linha que liga Gaia ao Porto. O espírito que preside à criação desta linha propõe que as pessoas da zona sul de Gaia possam acessar ao Porto-cidade de forma mais rápida e cómoda, sem filas de trânsito nem semáforos a empatar. Só que a linha amarela termina mesmo junto ao “El Corte Inglés”, que fica, para quem não sabe, mesmo acima da Câmara Municipal de Gaia.
Ora quem vem do sul (como é o caso de quem vive nos Carvalhos), apanha o respectivo autocarro e sai junto ao “El Corte Inglés” para assim apanhar a bela linha amarela rumo ao centro da cidade do Porto. Todavia, as empresas de autocarro que operam no sul do Porto e em particular a União de Transportes dos Carvalhos, criaram um tarifário que é coisa bárbara: um bilhete para o “El Corte Inglés” tem o mesmo custo de um bilhete para o Porto. Assim, o passageiro que via no Metro do Porto o tal espírito que melhoraria as suas condições de acesso à cidade, se quer andar nesse espírito, tem de comprar um bilhete para o Porto, sair em Gaia e comprar um outro bilhete do Metro para, assim, prosseguir a sua aventura metropolitana. Ora, isto é um roubo e não há nenhuma autoridade neste país que vislumbre tamanha falta de respeito para com as pessoas.
Estas empresas de transportes públicos cobram para Gaia o mesmo dinheiro que cobram para o Porto (!) e os cidadãos que têm de ir para o centro do Porto e necessitarem do Metro pagam assim duas tarifas para a mesma viagem. Então para quê o Metro? Para os turistas? Para os habitantes da Avenida da República? Para os clientes do “El Corte Inglés”?
Porque um estudante que viva na zona sul ao ir para a faculdade, se quiser pagar um bilhete para Gaia, ou seja mais barato do que um bilhete para o Porto, tem de sair em Santo Ovídeo e descer a pé quase dois km até ao “El Corte Inglés” para assim apanhar ao metro na linha amarela.
Amarelo estou eu, caros amigos, porque isto não se faz. E o pior é que isto dói muito à carteira de quem precisa dos transportes públicos.

quinta-feira, 28 de setembro de 2006

"Estásse bem!"

Yuri é um rapaz da minha idade que eu conheci há dois meses e vive na Grande Leiria. É um cidadão russo, sem muita formação e sem carta de condução sequer, que está cá há bastante tempo em busca de melhores condições de vida, em busca do "eldorado" dos Euros que lhe fora prometido quando, na Rússia liberal, viu suas possibilidades de sobrevivência esfumarem-se por entre as brumas do novo capitalismo selvagem que enferma aquela região. Yuri veio para Portugal, como poderia ter ido para Espanha, e já fala português fluentemente. Mas não está legal, o Yuri, pese embora encontre trabalhos para fazer, mal pagos e outras vezes por pagar, e não obstante estarmos perante um ser humano educado, vertical e competente.
Yuri está a viver num país com tradições sociais mas que caminha rapidamente para o liberalismo selvagem e não percebe bem porque é que não consegue papeis, nem um emprego "normal" nem uma situação de vida sequer próxima dos "bidonvilles" portugueses dos anos sessenta em Paris. "Estásse bem..." é, contudo, a frase mais vezes pronunciada por Yuri.
Ontem soube que, após ter aguentado quatro dias sem comer, Yuri cozinhou erva do campo misturada com farinha. Foi o último e digníssimo jantar deste rapaz de Leste nesta bela praia lusitana; e digo último porque, tecnicamente, o próximo não será hoje. Um repasto que desenjoa no meio de tanta fartura e tantos McDonalds e bolicaus. E ao lado dele tanta gente a pensar nas coisas boas do liberalismo-estásse-bem.
"Estásse bem" Yuri? Eu acho que não rapaz, sobretudo porque tu não és uma ficção nem constas num desses catálogos quaisquer que tão arrojadamente nos nos promovem.

terça-feira, 26 de setembro de 2006

eurochampions-sadness

o que me vale é esta sensação de conforto. o que me vale é ser honesto comigo mesmo. o Benfica não foi capaz e eu não estou certo de ter achado um culpado no meio de tantos inocentes.

Cristiano Ronaldo impressionou-me. é o grande jogador do momento, sem dúvida. o resto é mera propaganda...

segunda-feira, 25 de setembro de 2006

Creep

When you were here before
Couldn't look you in the eye
You're just like an angel
Your skin makes me cry
You float like a feather
In a beautiful world
And I wish I was special
You're so fuckin' special

I don't care if it hurts
I want to have control
I want a perfect body
I want a perfect soul
I want you to notice
When I'm not around
You're so fuckin' special
I wish I was special


But I'm a creep, I'm a weirdo.
What the hell am I doing here?
I don't belong here.

She's running out again,
She's running out
She's run run run running out...

Whatever makes you happy
Whatever you want
You're so fuckin' special
I wish I was special...

But I'm a creep, I'm a weirdo,
What the hell am I doing here?
I don't belong here.
I don't belong here.

"CREEP" lyrics © by Radiohead

portugal - um país lateral

A tragédia do nosso país explica-se naquilo que o rodeia: de um lado sardinhas, do outro espanhóis.

bom dia

Cá em casa todos acordaram cedo e eu fui o primeiro. A Cat começa hoje o seu curso de Jornalismo e Ciencias da Comunicação. Vai andar de praxe é claro - que ela é das que disse sim à praxe! O Alex já foi para a escola e a Mary acabou de sair para o trabalho. Fiquei eu aqui sózinho à espera de ir até Cerveira, que clientes me esperam por ali. Oxalá todas as segundas-feiras das nossas vidas sejam tão deliciosamente segundas-feiras.

domingo, 24 de setembro de 2006

Vícios














Deixei de fumar. Sofro...

Outono














Para além do nevoeiro é o mar.
Da minha janela o Outono olha-se no meio dos gestos de todos os dias. A água quente deixa o ar nublado e os aromas matinais invadem-me. E lá fora o mar, escondido, e o choro das pingas de chuva, constante, ritmico. É o Outono que me domina.

sexta-feira, 22 de setembro de 2006

pobres de nós!

Ah pois! Um "benfiquinha" destes dá perfeitamente para uma equipa como a do Paços de Ferreira brilhar na busca do Golo e até permite ao treinador deles dizer que "A sorte premiou os audazes". Ah pois é!
Pobre Benfica que persiste na sua sina eterna: ser a mais bela montra dos imbecis. A começar por esse "Gnomo dos pneus" que se chama Luis Filipe Vieira e sonhou que era o Jesus Cristo de gravatas caras escolhidas a dedo por meia dúzia de consultores e gestores de sucesso. Pobres de nós.

quinta-feira, 21 de setembro de 2006

dos jornais

"O Independente encerrou por causa do aparecimento do semanário Sol", Disse o arquitecto Saraiva, entre outros considerandos, no programa "Clube de Jornalistas" da RTP2.
Ora aqui temos mais um dislate deste tubarão de gomas da imprensa portuguesa. O Independente merecia mais, porque foi um marco na História do jornalismo português. Como homem de esquerda, eu comprava e lia o Independente com gosto e sempre lhe reconheci grande mérito jornalistico, e não só durante o consulado de P.Portas e MEC. O Independente foi um sopro fresco e inovador no cinzentismo informativo luso e acabou porque viu que já ninguém quer saber dele. Porque muitos lhe copiaram o estilo e outras plataformas jornalisticas surgiram, como é o caso da internet e em particular dos Blogs. Hoje há mil independentes na blogosfera e zero Expressos, tirando um ou dois blogs de referência que se acomodam no clientelismo cinzento e de conveniencia, bem ao estilo do Expresso. O Sol, que teve uma boa expressão de vendas no primeiro número, andará muito pelo estilo do Independente e dos blogs. Tentará praticar um jornalismo mais instantâneo e eu temo bem pela sua sobrevivência. O tempo dirá se o arquitecto Saraiva poderá aguentar um novo desafio jornalístico. O tempo dirá se o mercado estará disponível para tão pouco jornalismo e tanto clientelismo.

segunda-feira, 18 de setembro de 2006

Pedroso a cidade: uma manobra à moda do Menezes

Tenho a informação de que o presidente da Camara Municipal de V.N.Gaia, Dr. Luis Filipe Menezes, está a preparar um processo de elevação de Pedroso a Cidade em parceria com o seu amigo Tavares, presidente da Junta de Freguesia de Pedroso. Mais uma vez vamos assistir a uma golpada politica à moda do "Nortistão", isto é, cada político puxa os cordelinhos conforme o andamento das marionetes. E para o caso convém que se saiba uma coisa: Pedroso é uma freguesia enorme, das maiores do concelho de V. N. Gaia e que tem como sua principal referência a Vila dos Carvalhos - que é também o centro mais importante da região, num perímetro de 10 Km. Elevar Pedroso a cidade não é mais nem menos do que promover um capricho de meia dúzia de orgulhosos e fazedores de obra populista. Pedroso sem os Carvalhos não passa de uma localidade com um mosteiro medieval, dois cemitérios e uma fábrica de calças. Não tem ordenamento, não tem um plano estratégico e vive apenas da vaidade do presidente da Junta que se encavalita nos meios politicos do basfond metropolitano do Porto e das respectivas relações dúbias com os poderes do futebol.
Nós precisavamos de um pouco mais...mas quem somos nós?

domingo, 17 de setembro de 2006

sol

Vejam bem se esta fotografia desse novo semanário, que é nada mais nada menos do que uma mistura do extinto "Independente" com o também cremado "Semanário" e o "24 horas" (este sim, o verdadeiro THE SUN portuga - que resulta num perfeito caso de sucesso tipo massa levedada com açucar, dando assim origem a uma bela e aparentemente boa fornada de pão mas que continua a fermentar no bucho dos comensais), não põe em causa a honra de todos os "Altinos" deste país.
Um Altino é um Altino. Jamais se prefixa a qualquer "is" de trazer por casa, e no caso de se apurar que tenha uma casa apreendida, tal coisa nunca será notícia. nem no "O primeiro de Janeiro", quanto mais...

sábado, 16 de setembro de 2006

deixai vir a mim as criancinhas

realmente as coisas são o que são. o sportinguinho dos cachopos da zona J e de massamá, aclamados pela elite lisboeta e bem sustentados pela bolsa de valores, que é uma coisa muito capitalista e liberal, acabaram por perder contra uma equipa oriunda de uma região de gentes que trabalha a madeira como poucos. e embora o labor desta equipa do interir tenha tido o seu expoente máximo no "hand work", bem precisada esteve ela de uma plaina para fazer frente às incidências de toda a segunda parte. uma plaina é, para quem não sabe, um instrumento que ajuda a nivelar determinada superficie de madeira e é, nem mais, uma ferramenta indispensável a um carpinteiro. e o campo do alvalade vinte e um bem precisado estava de uma.

ela só pensa em dançar

Finalmente aconteceu. Eu fui a uma discoteca com a minha filha. Que sensacional confirmação de qualquer coisa que eu tinha previsto quando ela nasceu. Aos meus quarenta anos ela entraria na idade adulta e eu ainda continuaria cheio de juventude, ainda que perene. E assim foi ontem à noite. Eu, a Mary e a nossa Cat na mesma discoteca, a dançar as mesmas canções, a beber do mesmo copo e a olhar as mesmas luzes feridas pelo som.

Porque me senti “aceite” naquele momento como um simples companheiro de farra, porque não percebi qualquer formalidade ou constrangimento filial, porque caminhei outro passo nesta coisa sempre nova e renovadora que é ser pai, hoje sou um rapaz ainda mais consciente de que tudo isto vale a pena.

P.S.: A Cat foi colocada na Faculdade de Letras do Porto e vai cursar Jornalismo e Ciências da Comunicação. Não é tão bom?

quinta-feira, 14 de setembro de 2006

De todos os cantos do mundo
Amo com um amor mais forte e mais profundo
Aquela praia extasiada e nua
Onde me uni ao mar, ao vento e à lua

Sophia...

quarta-feira, 13 de setembro de 2006

regressos

de volta a casa e recebido com chuva. os meus filhos sossegadamente à espera do inicio das aulas, o meu amor com aquele sorriso de um amor para a vida, e os aromas do meu lar a acenarem-me como se tivessem uma cauda catita e a agitassem de contentamento.
o meu lar finalmente. o Alex, a Cat e a Mary, a minha doce Mary.
o meu lar está impecavelmente belo.
ouvi dizer que a estrada estava má mas não me impedi de seguir até lá bem para oeste. e depois parei junto ao mar e acenei como quem diz adeus. sabia que ele voltaria e por um momento ignorei as coisas terrenas. eu não me importo nada com os caminhos. eu quero é ver o por-do-sol.

segunda-feira, 11 de setembro de 2006

JESUS EN LA HABANA ( Bom Dia! )

Fidel hablaba a mas de un millón de cubanos en la Plaza de la Revolución, cuando de pronto se aparece Jesucristo bajando lentamente del cielo.
Cuando llega al lado de Fidel le dice algo al oído. Entonces Fidel, dirigiéndose a la multitud dice:
- ¡Atiendan Compañeros! Acá el compañero Jesucristo quiere decirles algo.

Jesucristo se dirige a la tribuna y tomando el micrófono en sus manos dice:
- Pueblo de Cuba, este hombre que tiene una barba como la mía, ¿no le
ha dado austedes el pan del conocimiento igual que hice yo?

El pueblo Fidelista responde:
- Sííííííííííííííííííííííííííííííííííííí........

- Es cierto que así como yo multipliqué el pan y los peces para dar
comer a todos, este hombre inventó la libreta de racionamiento para ustedes todos tuvieran de comer?

El pueblo Fidelista responde:
- Sííííííííííííííííííííííííííííííííííííí........

- ¿Es cierto que ha construido hospitales y policlínicos para curar las enfermedades como yo curé?

El pueblo Fidelista grita:
- Sííííííííííííííííííííííííííííííííííííííííí........

- ¿Es cierto que ha brindado sabiduría y conocimiento a través de la brillante educación, como yo lo hice con mis apóstoles?

El pueblo Fidelista grita:
- Sííííííííííííííííííííííííííííííííííííííí...........

- ¿Es verdad que fue traicionado por los cubanos de Miami como yo lo fuí por Judas?

Ya incontrolable, frenético, el pueblo Fidelista responde:
- Sííííííííííííííííííííííííííííííííííííííííí.....

Entonces, dice Jesús:
- ¿Y QUE MIERDA ESPERAN PARA CRUCIFICARLO?

sábado, 9 de setembro de 2006

quinta-feira, 7 de setembro de 2006

esta noite

esta noite muitos viam televisão, muitos mandavam mensagens e muitos outros perdiam-se em copos metrosexuados; e outros mais viam cinema, bebericavam cerveja e falavam coisas interessantes, do trabalho, das gajas e do futebol. outros ainda viajavam, ou liam, ou não faziam absolutamente nada. Outros dormiam, fodiam, ou simplesmente existiam. e poucos olharam a lua. e que lua!

domingo, 3 de setembro de 2006

tropa de pacotilha

E é vê-los felizes com os azares do Ricardo Coração de Leão. O rapaz esteve mal, dizem, que eu não vi nada de nada sobre esse importante jogo amigável entre a Lusa e os Dinamarqueses, e a tropa portista não perdeu um segundo, embora tenha jurado a pés juntos não mais desancar no "nemésis" dos ingleses. Tropa de pacotilha, digo eu.

portugal a pintar

O Jornal de Notícias, hoje um jornal diferente, mais competente e fresco, vai oferecer aos seus leitores um estojo completo de material de pintura e desenho. Um jornal destes normalmente oferece colheres e garfos, pérolas falsas e cruzes de Cristo, ou então oferece publicações de gosto duvidoso para se encadernar e colocar numa estante ou aparador juntamente com um objecto de casquinha sobre um “naperon” comprado na Tribo. Desta vez o JN foi mais capaz. Oferece material didáctico, talvez porque o seu dono não tenha curso superior e não saiba quem é Jackson Pollock. Talvez porque em pequeno nunca tivera uma caixa de meia dúzia de lápis de cor, sei lá. Ou talvez ele nem tenha tido qualquer influência nestas coisas do marketing e tudo isto seja apenas pura coincidência.
Por mim leva daqui o meu aplauso pela iniciativa. Oxalá pegue de moda e outros jornais possam oferecer coisas didácticas no lugar das frugalidades culturais do costume.

foto: Pollock's Galaxy tirada do Wikipedia
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