sexta-feira, 31 de dezembro de 2004

DIA ÚLTIMO

Há um ano escrevi: "Acordar tarde, ensonado, e zarpar para o trabalho. Momento repetido e gasto por de entre o desmoronar próprio de um ano de crise. Mas isso não importa nada, de todo. Neste dia ultimo afogarei todas as mágoas e frustrações e retomarei a aurora de um novo ano, convencido ainda que é mais belo o nascer do dia."

E foi assim mesmo. A um ano de crise juntou-se outro ainda. Mas as crises acabam sempre por nos fortalecer, rejuvenescem-nos.
Horrível este 2004, deu-me, contudo, novas experiências, excepcionais sensações.
Viver os dias à procura de soluções, persistindo numa forte vontade de fazer, criar, transforma-nos indelevelmente.
Que o novo ano nos traga conforto, alma maior e serenidade. Estamos mais fortes.
Um abraço.

quinta-feira, 30 de dezembro de 2004

no comments

Adicionei mais dois ou tres blogs na minha lista ali à direita (cruzes!). Recomendo-os vivamente, com especial destaque para este. Há ali uma cristalina pincelada de um conjunto de pessoas, casas, ventos, e tsunamis. Sim, nós temos tantos ...

Llorando (revisited)

Este tema de Rebekah Del Rio é qualquer coisa de fenomenal. Certamente já saborearam aquele momento no Molholland Drive de Lynch. Será possível esquecer aquela cena esplendorosamente surpreendente e envolta em paz?, incomodativa? Esta voz que espero possam escutar ao ler isto, transporta-me para longe daqui.

[reposição de um post de há cerca de um ano]

quarta-feira, 29 de dezembro de 2004

sai dessa

Não gosto nada daquele fulano que escreve no Diário de Notícias, ao mesmo tempo que exerce, como part time job, funções de administrador de um certo grupo da nossa comunicação social. Parece que o tipo tem a mania de ser santanista e manda umas postas valentes, azedas e tal e tal. Dizem por aí que ele é um "ressentido" (faz-me confusão esta ideia comezinha de ver ressentimento em tudo o que vai contra). Por mim o tal homem de quem eu não gosto nada tem todo o direito de escrever o que bem entender e de apoiar quem bem lhe apetecer. Ou só vos interessa os que vos idolatram?

tsunami

Confesso que me ausentei um pouco da catarse colectiva que adveio da tragédia no Índico e que vitimou muitos seres humanos. Ando um pouco alheado dos disparos noticiosos e de toda a carga emotiva que isso provoca nas pessoas, e, portanto, pouco vi daquilo que todos viram.

A tragédia é uma enormidade. Condoo-me por isso.

Agora espanta-me verdadeiramente algumas conclusões que vou lendo. Uns atiram-se a Deus, culpando-o por semelhante catástrofe. Já o podiam ter condenado há mais tempo, por absurdo, porque tem havido tantas tragédias no mundo ao longo da história…não acham que é um tanto estúpido essa coisa de interrogar o divino, pedindo-lhe satisfações para algo que é claramente um processo de evolução do planeta?

Outros ainda, viram-se para a psicose do dilúvio, “nostradámicos”, e andam numa correria a divulgar tudo o que hipoteticamente vem a seguir. Até já se fala num asteróide para o ano de 2019. Credo!

Pior, bem pior, é a malta que adora tirar proveito político da coisa. Não concordo nada que se ataque o governo por falhas (que existem sim) na acção de apoio às vitimas. Há até uma senhora socialista que relata a pequenez dos serviços diplomáticos aquando da crise de Timor. Porque será que essa lady não o disse na devida altura? Porque o PS (Partido Socialista) era governo. Mais nada.

Last but not least: então não consta que pelo menos duas super potencias planetárias controlavam a região, monitorizando a respectiva actividade sísmica? Consta-se até que eles previram a catástrofe uma hora antes e não foram capazes de prevenir as autoridades dos países ameaçados. Numa época dominada pelo conceito de “aldeia global” tal falha é que me deixa realmente parvo da alma.

E depois é só reportagens da Tailândia, esse paraíso dos turistas endinheirados do primeiro mundo. Os pobres aparecem nas imagens porque fazem parte da tragédia. Nada mais.

Eu sinto-me mal porque apreendo a pequenez da humanidade nestas coisas. Só isso.

terça-feira, 28 de dezembro de 2004

está bom de ver

O ano da graça de 2004 termina na próxima sexta-feira.
Está bom de ver que o governo continuará em funções, com os seus salários em dia, claro.
Está bom de ver que o desemprego aumentará. E a qualidade de vida seguirá o seu curso, rumo ao desespero das famílias. Muitas famílias.

Abram garrafas de espumante. Brindem a qualquer coisa. Não esqueçam que é festa, e uma festa não faz mal a ninguém.
Para o ano continuem a festa, sem parar. Colem cartazes, vão às feiras ver o povo e beijem-no. Beijem-no muito e languidamente. O povo é como a mãe. Sabe que sois uns impostores, mas, nestas horas, ele acolhe-vos em seus braços magros e comove-se com as vossas carícias.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2004

não há

Desculpem. Não há nenhum texto comparável a este, em todo o universo modernista da escrita encomendada pela imprensa portuguesa. Podem procurar. Não há!

domingo, 26 de dezembro de 2004

à espera de Janeiro

As férias de Natal tinham chegado e Joel já sabia o que o esperava. Solidão.
Pausa na escola, interregno nos amigos, regresso àquelas paredes tristes e enormes, que preenchiam os vastos claustros do colégio interno. Não era um colégio normal, era a estrutura do Estado a garantir cama, mesa e roupa lavada a quem, por sortes, por desacertos conjugais e outros males trágico cómicos, ficava a cargo da Pátria, da alcofa que sobrara da antiga “Roda”. Muitos rapazes rumavam a casa, aos seus, porque ainda tinham alguém e viviam, de certo, um Natal como o de toda a gente.
Joel ficava à espera de Janeiro, como quem espera um comboio no pior apeadeiro do mundo. Passava o tempo a dormir e a ver filmes do Fred Astaire e Ginger Rogers, enquanto não vinham as seis da tarde e o jantar. Depois era ler. Ler qualquer coisa que houvesse, que falasse do mundo e doutros mundos.
As noites frias eram passadas a ouvir discos velhos, muito selectos para um puto como o Joel. The Doors, Génesis e Barcklay James Harvest faziam fila para tocarem em primeiro lugar. E lia as letras, o Joel, em sintonia com o que ouvia e sentia. E depois era Máximo Gorky e outras viagens. Paris e os “Boulevards” onde Sartre despertava no moço uma espécie de atracção fatal pelo desassossego.

Na noite de Natal, na véspera do nascimento do menino Deus, Joel vivia a sua “paixão”. Não percebia bem o seu presépio. Olhava em volta e só via pressa nos empregados do estado. Serviam o bacalhau triste e uma fatia de bolo-rei recesso, que já morava na despensa há dias, senão anos. Joel comia e regressava ao quarto, ao seu mundo. Falava com Nietzsche, e punha a tocar o “Pano-cru” de Sérgio Godinho. Do Sérgio daquele tempo, impetuoso e capaz de falar a todos os Joeis deste mundo. E adormecia a pensar em Janeiro.
Nunca mais era Janeiro.

hoje vi um filme [na dois]


IT´S A WONDERFUL LIFE
De Frank Capra e com James Stewart, um dos melhores actores americanos de sempre.
Um filme cujas sinopses falam de Natal e de como tudo é um estado de graça à volta disso. Um filme realizado em 1946 num país em que, à época, ainda era possível o sonho da transformação do mundo através da justiça entre os homens e para os homens. Coisas simples como o direito à habitação e a um preço justo, o direito a uma oportunidade de vida e o estado degradante do capitalismo cego e cruel. Nada de grandes gestas.
Gostei. Porque senti ainda mais coragem para afirmar aquilo em que acredito.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2004

festa

Disseram que é Natal. Uma festa dos crentes, um delírio moral. Não escrevi uma única sms, nem enviei qualquer postal festivo.
Tudo isto é panaceia e eu não sou nem o único nem o ultimo a pensar assim.
Babem-se os que acreditam em épocas como esta. Não pensem em mais nada porque pensar, em dias destes, dá para estragar muita festa.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2004

prémios como prendas

Agradecer ao João Tunes a simpatia.

E estas coisas valem o que valem e não carecem de qualquer tipo de explicação. Muito obrigado.

terça-feira, 21 de dezembro de 2004

eminencias (sem acento)

Em tendo feito o meu ”post-auto-flagelo” sobre a pobre (paupérrima!) prestação que o meu clube teve neste fim de tarde a cheirar a quadra festiva, àquela quadra onde grassa a hipocrisia e o consumismo (vocês sabem, sou um tipo com um mau feitio bestial), surge-me a ideia de assinalar o devido efeito que a blogosfera exerce na minha forma de blogar.
Vem isto a propósito para dizer que notei que anda aí meio mundo a pretender ser mais papista que o dito cujo. E falo sobre a ruptura visível entre aqueles que, afortunadamente, acham que só eles é que sabem escrever e que, portanto, estão credenciados para apontar erros de ortografia e outras manobras perigosas da escrita. É como se esses senhores fossem portadores de uma carta de condução “classe D” que os habilita a conduzir semi-reboques e outras naves da nossa fauna rodoviária.
Eu dou erros, sim senhor. E não tenho problema algum em afirmar que me socorro do corrector ortográfico do “Word”. Por outro lado, reconheço que dou poucos erros. A maior parte deles têm a ver com a simples acentuação. Por isso, quando verificarem algum erro aqui, no meu “food-i-do” podem bem criticar ou até mesmo ignorar por desprezo, que é a mais fina forma de se ser superior. Sinto, porém, grande revolta quando vejo esses senhores a achincalhar o parco escrivão, que digitou qualquer coisa, e muitas vezes coisa interessante, com um ou outro erro de ortografia.
E depois não gostam nada de serem apanhados na esparrela da sua própria arrogância. E fazem autos de fé, sim senhor. E apagam os comentários. E são, de facto, umas grandes sumidades. Iminências. Ou Eminências. Nem sei. Saberei?

pobre clube este

...Que necessita de um prolongamento, conseguido através de um golo de penalty, de entre três penaltys, e de um auto-golo para não ser afastado da Taça de Portugal. Pobre clube este, o meu clube, que tem um jogador ( Simão Sabrosa) a produzir a seguinte afirmação: "já ninguém respeita o Benfica".

segunda-feira, 20 de dezembro de 2004

comida inglesa

"Deparei-me com um prémio honroso que nos foi atribuído por aquele que é, provavelmente, o blogger com o maior mau (portanto péssimo) feitio de toda a blogosfera nacional"
Lolita, a dar-me um prémio, aqui. (Adorei!)

Pronto, pronto! Fui maroto porque apontei dois blogs, que leio sim senhor, pelo lado errado da lua. O meu lado.
Intrigante foi ter percebido que há gente que se indigna porque eu fui deselegante. Da próxima vez vou dizer que o blog tal é um "must" porque é o que corre na "gera". E vou afirmar que aqueloutro é um portento de dinâmica porque muita gente adora comentar o fumo aspirado que decidira, entretanto, passar directamente para o pulmão direito só porque detesta a esquerda. Malefícios!
Como nem tudo é do lado errado da lua parece que acertei em recomendar o “elasticidade”. Palminhas!

Ademais, sou como a comida inglesa: não tenho solução!

domingo, 19 de dezembro de 2004

rumos

Jerónimo de Sousa fez ontem o seu périplo pelo Norte do país, que é como quem diz, andou a ver se metia lanças em África.
À tarde discursou na Av. da Boavista, para os seus, e pela noite foi jantar a Braga. A televisão apanhou duas ou três coisas e, enfim, não insistiu na ideia de “discurso cassete”, que, como sabem, tem sido a expressão mais recorrente quando os “média” pretendem minorar a palavra dos comunistas.

Desta vez temos um lider não intelectual e virado para os baixios do eleitorado. Como dizia um companheiro da blogosfera, a esquerda “está convencida que decorar cinquenta nomes de realizadores resolve o complexo de inferioridade da primeira geração sem raízes, que coreografar reacções é agir, que decorando sentimentos poderão fingir-se glazé, bléssê rálê . Tem os piores tiques que se associam à direita: elitismo, superficialidade, prepotência”. Ora é aqui que podemos ver a diferença. Um Partido Comunista virado para a necessidade de dar outro rumo ideológico à esquerda portuguesa.

Porque é importante que se diga isto (e volto a citar o meu companheiro): “não há direita nem esquerda em Portugal, mas hipocrisia do berço e hipocrisia do azar. Desprezo ambas. E prefiro eternamente o PCP, honesto, repetitivo, falando de justiça para além da injustiça, ao IURDismo da esquerda BE que é mais conservador, arrogante e vazio que a direita PP”.

revelação à la carte

Pacheco Pereira aborda, sem temor (de louvar, ouviram bem?, de louvar!) a problemática Pinto da Costa/Rui Rio, numa perspectiva da orientação socialista na caça ao voto. E assim teremos mais do mesmo. Cada vez mais do mesmo.
Lembro que Pinto da Costa surgiu a apoiar Pedro Santana Lopes como primeiro-ministro, nos idos de Julho. Provavelmente irá arrastar muitos eleitores para o PS, já nestas eleições, mas o que me deixa parvo da alma é perceber que um homem,neste caso Sócrates, para ganhar, sujeita-se a tudo. É triste!

sábado, 18 de dezembro de 2004

2004 (um balanço food-i-do e só isso)

Blog do ano: Blogamemucho

Blogger do ano. Gabriel Silva do Blasfémia

Frase do ano: "Lemos os mesmos blogs (pronto, tudo bem, temos gostos parecidos, mas não há milhares de gente a ler o Abrupto ou a Rititi, mesmo sabendo que dão erros crassos de ortografia ou em expressões idiomáticas (caso dela) ou mesmo de estrutura sintáctica (caso dele)" in Azimutes

Revelação do ano: Elasticidade

Decepção do ano: 100nada

Bolor do ano: aviz



negociar

"E então? Vais despentear-me ou não?"

Há naquela frase um erro crasso. Não está em causa o romantismo da coisa, que sugere sempre uma linguagem apelativa. O que está em causa, ali, é a questão da negociação propriamente dita. Se se tivesse apenas perguntado: "E então? Vais despentear-me?", sem a presença cada vez mais usual desse bloqueador de qualquer negociação "ou não?" de certeza que o impacto negocial seria outro.
Fazendo-se uso daquele "ou não", deixamos sempre ,na cabecinha de quem nos tem de responder, a sugestão para o "não" puro e duro.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2004

votem


Dar continuidade às politicas mais justas de subsidios de apoio à economia portuguesa e incrementar o processo de modernização das nossas estruturas produtivas, significa votar nos partidos de sempre.
Eles merecem!

que bom!

Abri um blog e apanhei uma sensação. Musica velhinha e boa e a atiçar-me uma certa memória de um tempo maravilhosamente tido como “um tempo de paixões”.
Não sei porque me recorda a paixão, aquela música. A paixão pelas coisas, pelos amigos sentados na antiga escada da escola. A paixão pelas cores das faces que as moças traziam, risonhas e perfumadas.
E nós a olhar.

Que paixão!

Um tempo em que tudo era o que havia de ser.

Raios, gente, que estou “piegas” porque sou um homem a olhar para o tempo das paixões, neste momento. E um homem que olha assim, bem, ao menos olha.

Malefícios da vida, dizem. Claro que sim, acrescento eu. Mas aquele tempo, gente, já não existe mais. Nunca mais.

Quando um dia morrer quero fechar os olhos, de gula, e recordar aquele tempo, o meu tempo de paixões.

gira que gira

A realidade, que não ditosa, da pátria, faz-nos viajar numa espécie de carrossel místico, onde tudo gira em volta do nosso imobilismo. É esta realidade que faz com que centenas de portugueses deambulem, de voto em voto, produzindo a mesma maçã estafada, a mesma ananás em calda, servidas na mesma taça de sempre. Não vale de muito ousarmos propor o estalo ideológico a esta gente, uma galheta bem aviada, na hora de decidirem pelo PS ou pelo PSD. Quando muito um conselho amigo na hora de decidirem pelas caudas ululantes daqueles dois papagaios coloridos: o PP e o BE.
Não vale a pena!
O carrossel desta imobilidade não pára.
A música é sempre a mesma e a viagem tem rigorosamente o mesmo início e o mesmo fim: gira que gira, roda que roda, a musica toca e tudo isto é moda.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2004

comentários

Já por duas vezes retirei o sistema de comentários do food-i-do como quem tenta deixar de fumar, acabando por voltar ao mesmo. Ter ou não ter sistema de comentários parece estar na ordem do dia, já que o blog que a direita detesta anda a reflectir a coisa. Os comentários são uma espécie de carta branca a quem nos visita para participar no bloguito, sendo que quanto mais provocador é o nosso estilo maior é o risco de recebermos impropérios. Por isso concordo perfeitamente com este post, que explica muito bem a origem do baixo nivel de comentários que assistimos no barnabé ( penso até que rivalizam com os do "o-meu-pipi"). Acrescento que uma das primeiras bandeiras que eles utilizaram contra o abrupto foi precisamente a ausência de um sistema de comentários neste blog. Parece que o homem das barbas brancas levou a melhor, mais uma vez.

há sempre um floco de neve à tua espera

É isso! Num tempo de abundantes mensagens de paz e amor e outras realizações, visite este nevão e talvez encontre aquela mensagem que procurava.

terça-feira, 14 de dezembro de 2004

dollars há muitos




via attu

esta linha não é a do Douro

Viagens há muitas, Srs. passageiros. E na blogosfera apanhamos, em cada encruzilhada, alguns atalhos que nos conduzem a estimulantes descargas de adrenalina. É um diabo a blogosfera.
Vem isto a propósito para dizer que aconteceu-me parar aqui e ler isto e, logicamente, seguir a coisa, a trama. Ora querem ver que uns miúdos mandaram uma certeira a esta ave rara, madura e cheia de presunção, e foi de tal forma bem aviado o chiste que ela, a "Avia" (para quem não sabe trata-se de uma marca de bombas de gasolina) se espalhou em insinuações intelectualmente intocáveis, por um lado, mas, por outro, inequivocamente sintomáticas de que os putos a pregaram bem. Em cheio!

Obrigado miúdos, ou não, pela vossa perspicácia, que não sendo uma coisa exclusivamente vossa, já o mesmo não se pode dizer em relação ao arrojo. E é de arrojo que se trata pois claro, que aqui ninguém manda estalos a ninguém. Aqui lê-se o que alguém escreve e esse, o escritor, tem mais é que estar sujeito. Caso contrário que escreva um livro em edição de autor e o ofereça nas tertúlias de pechisbeque. Ou, melhor ainda, que se cale para sempre se não consegue assumir o óbvio: o frete.

o complexo de frota

Li no JN de hoje uma ligeira peça sobre Alexandre Frota que encarna na perfeição o seu papel de actor naquele programa que ninguém vê mas todos conhecem.
José Sócrates parece andar a aprender muito com aquele actor porno: namora ao mesmo tempo que desnamora, pede votos e maiorias, propõe alianças duradouras e serve-se de guiões estratégicos com vista à vitória final. A audiência proclama-o como vencedor antecipado mas esquece-se que quem controla os votos, em democracia, não é a TVI.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2004

post temporário

Estou triste porque não posso abrir blogs alojados no weblog.com.pt. Estou muito viciado no haxixe da 100nada, na heroína do barnabé e na liamba do Machamba, de maneiras que, à falta disso, tenho que me consolar com o aviz e outros opiáceos. Droga!

não foram só os cinco milhões

De resto, a derrota do Benfica foi tão estrondosa que até o país tremeu. Este país não treme com quedas de governos nem com êxitos regionais. O país que somos treme porque se chateia e fica com azia ao ver o Benfica naquela penúria. Supinem-se, carago!

um comunista vota PCP!

Não se iludam senhores renovadores. Não queirais ser mais um troféu da “esquerda lacoste”. Eles usam o crocodilo no bolso de trás das calças e colocam as vossas cabeças, juntamente com outros troféus, nas paredes do seu próprio narcisismo.

domingo, 12 de dezembro de 2004

e mereceu

O Benfica foi goleado e mereceu.
Se quisermos falar de futebol, à maneira dos comentaristas desportivos, assunto não falta para cascar naquela equipa miserável. O meu Benfica é um exemplo de crise em Portugal. De crise da alma. Não faz sentido semelhante pobreza, já que aquele clube tem tudo para ser melhor. E antes que descambe em considerações futebolísticas, acabando por fugir àquilo que pretendo dizer aqui vai: despeçam o filho da mãe do Veiga, juntamente com o rei dos pneus porque eles são os culpados morais e materiais por terem admitido um funcionário tão lírico e desconcertantemente incompetente como o senhor Trapatoni. Estou por tudo, pois, tirem o Trap e fiquem com o Toni. O Toni é português e não bebe “chianti”. Prefere o tinto da Bairrada ou de Mogofores que dá no mesmo. Um homem fica tão fodido da cachola que dá por si a reclamar o Toni. E ponham o Humberto a presidente e rasguem tudo o que foi dito nestes últimos anos. Um benfiquista que seja, ao menos, decente, sabe bem que a tropa dirigente do clube é tudo menos dirigente. Por mim aviso já que não quero saber do Porto para nada, nem do apito dourado nem da taça toyota (toys are us). Gostava era de me sentar à mesa do café e ver o Benfica a jogar futebol, mesmo perdendo. Botem lá gente que pense assim, por favor!

uma questão de esquerda

A avaliar pelo que vou lendo no fórum de renovação comunista (link à direita), confesso que votar CDU continua a ser uma questão de simples exercicio de voto, um direito de expressão para quem pensa diferente.Isto porque vejo ali, naquele fórum, muito ressentimento e pouca capacidade de trabalho. A esquerda precisa de se renovar para não caír na tentação do PS. Mas não é através de fugas para o Bloco ou de negociatas com os socialistas que podemos ver a esquerda autentica. A esquerda verdadeiramente de classe continua no Partido Comunista Português.

Fica uma questão: para onde vai o voto dos renovadores comunistas?

a portuguese dude weekend

Acordei tarde e fui, de fato de treino, ao café do costume. Embora fossem 11 horas da manhã parecia que já era noite. O café estava cheio de moços e a televisão passava um jogo de futebol importante. De maneiras que me aviei de café e passei os olhos pelos jornais, enquanto fumava dois cigarros de enfiada. Os moços excitavam-se porque a equipa deles andava sempre quase a marcar golo. Eu sorria, entre um olhar manhoso para a televisão.
Paguei o café e recolhi a casa onde aguardei pacientemente o buzinão do costume. Por volta da uma hora da tarde já o povo saltava de alegria e eu dizia para a minha mulher: “ Eles eram fracos” o que ela contestou logo: “Se fosse o Benfica…”.
Resolvi então fazer um bolo de chocolate no micro-ondas em apenas dois minutos. Coisa fácil. Almoçámos bem e era chegada a minha vez de me sentar frente ao computador. Nada mais simples e calmo para um domingo.

Os fins-de-semana são sempre assim. Ontem deu para perceber que o país vai de vento em popa. Já não temos governo, e, assim, foi possível anular-se um golo ao Sporting que bem o mereceu.
Hoje deu para perceber que o país vai de vento em popa: O Porto ganhou a taça do toyota e prova assim que é a melhor empresa portuguesa e que os seus empregados não vêem em risco os seus postos de trabalho.
Logo à noite vamos assistir à consolidação de um país de sucesso: o Benfica vai jogar e mostrar que há empresas em Portugal que dão oportunidades sem fim a quem quiser mostrar o seu valor.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2004

e logo no dia 20

O Bloco de Esquerda teve hoje a sua primeira grande vitória já que Jorge Sampaio, o agora amigo Jorge, marcou as eleições para dia 20 de Fevereiro, conforme pretendia o Bloco. Nada mais apetecível para um partido caça-votos, um partido que vive em constante Carnaval.

Há quem diga, por outro lado, isto é, do outro lado literalmente, que acabou hoje mesmo o mandato de Jorge Sampaio como Presidente da República. Exatamente o mesmo que disse a esquerda bloqueira no outro dia, quando o presidente decidiu dar Governo a Santana.

E ainda há quem diga que tudo isto é fado. Não sei bem o que diria António Variações, esse "umano".

estuda que chegas lá

A globalização e as universidades, a juventude e o trabalho, o seculo XXI e a abundância levam a estados de espirito como este. Uma realização!

a entrevista

Assisti com curiosidade redobrada à Grande Entrevista de ontem na RTP, cujo convidado era Jerónimo de Sousa, o secretário geral do Partido Comunista Português. Bem sei que muitos preferem os programas urbanos, de papagaios estupidos e um apresentador com cara de cromo a mostrar um livro que é sucesso por ser livro e não por ser um livro.

Jerónimo impressionou-me pela enorme força que entregou às camaras de televisão. Bem sei que tudo aquilo foi em vão, porque será sempre criticado. Por agora ainda está a ser ignorado, mas Basta que um guru da imprensa lhe dê umas palmadas, logo o Bloguitica fará disso referencia. Como excelente apontador das teses da bipolarização que é, o bloguitica prefere ignorar a entrevista até que alguém se pronuncie. É como quem está à mesa e espera, pacientemente que alguém se sirva.

Jerónimo desiludiu-me também porque não percebe as regras do jogo: devias ter dançado homem. Eles querem dança! Jerónimo não dançou e, timidamentye, atirou umas quadras tão velhinhas e sem uso, mas tão actuais e com fuso. E Judite sorriu porque sabe que hoje já ninguém liga a isso.

A blogosfera faz silêncio e continua em busca do senhor dos aneis. É o que está a dar.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2004

enganado

Eu não queria ser mau mas aquela gente desilude-me realmente (e digo isto com muita pena). Se editar em livro um blog feito de pregões e outras bocas banais, e muitas vezes de baixa provocação, já é, de si, uma desilusão, vir agora aquela malta, na pessoa do “danizinho”, gabar-se de que vão aparecer numa reportagem do Caras/Sic/Noticias e (a cereja no cimo do bolo da futilidade), anunciarem que vão hoje à noite ao Cabaré da Coxa… bem isto já nem é desilusão. Trata-se realmente de um engano atroz.

Bem sei que nada tenho a ver com isto. Até desejo as melhores realizações para os respectivos egos e bolsas, diga-se. O que eu realmente esperava era vê-los reconhecidos por uma Ana Sousa Dias ou mesmo por um Francisco José Viegas, já para não falar da Anabelamotaribeiro (argh).
Cabaré da Coxa? Vão fazer um dueto com o macho do duo Eles e Elas? Ou vão contracenar com o Mister Gay? Vá lá, digam uma caralhada. Está bem?

o meu lugar é aqui


quarta-feira, 8 de dezembro de 2004

a montanha pariu um rato

Estava tudo à espera de ver Pinto da Costa a ferros. Eu inclusive, embora não veja isso como uma vitória desportiva ou clubista mas sim porque percepciono, desde há muito tempo, uma certa corleonização do futebol português. O cidadão, afinal acusado de 5 crimes, continua em liberdade e pode exercer funções como timoneiro do Futebol Clube do Porto (parabéns ao clube que ganhou o direito de permanecer na Liga dos Campeões). O cidadão que declama José Régio e frequenta os sítios mais obtusos da cidade continua firme na disposição de defender-se perante tais acusações. A presunção de inocência tem de valer para todos, mesmo para as figuras públicas.

E porque ainda me lembra bem a condenação publica que fizeram a Vale e Azevedo, antes de ser julgado e condenado pelas tropelias que praticou, continuo a repudiar todo esse folclore nojento contra um homem que, ao que tudo indica, já está condenado pela opinião publica, mesmo antes de ser feita justiça. Aqui também é necessário saber ser-se gente.

terça-feira, 7 de dezembro de 2004

oitenta anos



Um dia votei neste homem. Fiz um esforço enorme porque tinha percebido a necessidade do voto útil. Nunca me decepcionou. Parabéns a um homem de Portugal e da sua história.

bbc

É isso, amigo! O melhor é abandonar o debate político por algum tempo. Deixar a coisa para os especialistas e, no mais, tentar sentar a minha alma, nem que seja numa pedra parideira, dali da serra da Freita.

E vou falar de futebol, pois claro. De como foi belo ver a Vitória, a nossa águia genuína, aterrando, imperial, no símbolo que a faz altaneira. E depois aquela outra águia alta e loira, a pender mais para o “Ken da Barbie” do que para o viking clássico norueguês, a mergulhar em banda, a fazer lembrar adolescentes em manobras lúdicas na areia grossa da praia da Granja (que frase tão gay, senhores)!!!.

Coisa de Fidel e Maquiavel, já se vê. Mas também, “cum caraças”, se Maquiavel cá estivesse havia de ser portista, o homem. E Fidel, por certo, deve ser sportinguista, a ver pela indumentária. Já benfiquista é o povo, não há duvida! Não há nenhuma figura ilustre de relevo que seja benfiquista. Nem, tão pouco, donos de casas de putas. A mim não me preocupa porque eu não gosto de putedo. Prefiro as mulheres-aranha, as que nos comem por prazer, devagarinho e dissimuladamente.

Ora bem, e logo mais temos o Porto em festa. O Paulinho, o Ricardinho e o Tiaguinho vêm a mais o pato Donald fazer uma visita à cidade mais trabalhadeira e independente e liberal e (ai que me esqueci do bispo) deixai lá.
Que se cumpra a BBC (British Broadcasting Corporation) i.e. Boavista, Beira-Mar e Chelsea!!

segunda-feira, 6 de dezembro de 2004

Não votar Bloco de Esquerda – 5 razões

1 É o partido da esquerda “Lacoste”.
2 Rotatividade de deputados no parlamento. Por agora estamos a falar de dois ou três deputados. Imagine-se o caos se este partido sofrer uma “pêerredêização”.
3 É uma configuração do parque jurássico da extrema-esquerda.
4 Sofrem de um terrível complexo devido ao passado comunista de grande parte dos seus acólitos.
5 Não têm experiência governativa e, hipocritamente, aparecem apenas nos grandes círculos eleitorais como Lisboa e Porto, onde se concentra o voto urbano. O seu único portfólio é: “Lisboa é Portugal, o resto é paisagem”

domingo, 5 de dezembro de 2004

aos seus lugares

Pedro Santana Lopes faz lembrar o presidente da Venezuela”, assim o disse Pacheco Pereira, num programa gravado para a RTPN antes do Presidente da República ter anunciado que ia dissolver a A.R.
Esta frase foi apresentada no telejornal de hoje, no meio de outras criticas ao ainda primeiro-ministro. E isso só pode ter acontecido por duas razões: o programa estava na gaveta a congelar, o que me parece pouco provável dada a independência do seu autor ou então não havia mais nada de jeito para refutar aquela intervenção de Alberto João Jardim sobre a "brigada do reumático" cujas figuras de cartaz são Cavaco e Soares.
A RTP toma posição, antecipadamente.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2004

da-me o teu voto pá

Desculpem a insistência mas não posso deixar de fazer notar que o Barnabé Daniel Oliveira postou um “pastiche” sobre o congresso do PCP e chamou “mediático advogado” a Pedro Namora. Ou seja, um tipo aparece uma ou duas vezes na televisão, ainda por cima por causa de um processo como o processo casa pia e passa logo a ser mediático. Pedro Namora, para que se saiba, já era comunista há muito tempo e acaso tivesse pendido para o bloco provavelmente estaria a escrever no barnabé. É o mesmo mediatismo fútil e de “cápsula sumol” que, certamente, o Daniel anda a viver por estes dias. É esse tipo de mediatismo que faz com que a revista “Visão” esse escarro de pasquim ande a falar de merdas destas num congresso de comunistas, ignorando tudo o resto, a não ser para dizer mal. Infelizmente as moedas más, também nos “media”, começam a tomar conta disto tudo.

Já no que respeita à segunda parte do tal post pastiche, que, à hora em que escrevo, ainda permanece o ultimo post do Barnabé desde ontem à tarde, e mais uma vez cientificamente estudada a coisa, o nosso Dani acusa os congressistas de terem vaiado um orador, e vai mesmo buscar a folha de serviço do comunista, desta vez bom comunista, para zurzir nos congressistas. Evidentemente que uma vaia é sempre um manifesto colectivo de qualquer coisa. Quando o povo vaia os arguidos do processo casa pia é “canalha” na sua manifestação, diz o nosso Dani, quando o povo corre à rua para vaiar o governo faz muito bem, aplaude o nosso Dani. Ora quando um grupo de congressistas comunistas exerce a vaia como demonstração de determinada vontade colectiva o nosso Dani irrita-se. Mas eles vaiam no congresso, cara a cara. Não andam pelas televisões e pela imprensa a mandar recadinhos vis e outros tamboris.
O que pretende o barnabé como esta tomada de posição tão acintosa contra o PCP? O Santana já não rende votos, há que ir busca-los ao eleitorado PCP, só pode ser.
Meus caros ficam a saber que quando for dia de ir às urnas não vamos ver vaias para ninguém: vamos ter votos e os comunistas hão-de saber entregar o seu voto a quem não “vaila”.


quinta-feira, 2 de dezembro de 2004

e no futebol...

O Benfica das péssimas exibições está já apurado para a fase seguinte da taça UEFA. O Sporting ( e desculpa lá ó besugo) das goleadas e tal, ainda não conseguiu essa garantia (espero sinceramente que o consiga).É por isso que me rio quando oiço os comentários da TSF do género "o Benfica TERCEIRO já não será" " a sensação que fica é que o Benfica podia ter goleado o adversário de hoje" " o Benfica jogou mal" " jogou hoje exclusivamente para a qualificação" " a primeira parte nem foi má" " o Sporting estava a fazer excelentes exibições" " o Sporting até pode ser primeiro no grupo" etc etc. E o Sporting ? doi-vos assim tanto?

espalha brasas

É o que são estes tipos do barnabé. Eu sou benfiquista e não tenho qualquer simpatia por Pinto da Costa. Sou até anti-portista, depois do meu benfiquismo. Mas sinceramente, não posso deixar de repudiar semelhante atitude vida de uma malta que, para além de até já ganharem estatuto de colunistas do Expresso, ainda por cima nos arriscamos a vê-los na assembleia da republica ou mesmo no governo a tentar fazer pior que Rui Gomes da Silva e outros "barnabés". Ó deus nosso senhor misericordioso, livrAI-NOS DE SEMELHANTE SINA!!!

ainda a malta

O problema da malta é que se habituaram em demasia à figura quase monarquica dos seus lideres. Estão demasiadamente treinados a viver uma democracia de "reality show", macrocéfala e, por conseguinte, desalmam-se a procurar um novo messias, quando acontece serem os "burros pavarotis" a protagonizar. Seja lá como for, eu não me revejo nesse rol e acho que já vem sendo hora de pensarem que há partidos politicos que, para além dos seus meros e acidentais secretários gerais, têm muita gente que trabalha, é responsavel e tem maturidade politica e consciencia de estado. Falta é coragem para aceitarem e valorizarem isso.
Há partidos tão diferentes da mediania que até há malta que se esquece deles.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2004

a malta chama por vós

Também Ana Gomes acena a mão a Ferro Rodrigues, como se pode ver aqui. Chamem por eles porque já se viu que o efeito será bem pior do que a causa.
"Os lugares mais quentes do inferno são destinados aos que, em tempo de grandes crises, mantêm-se neutros" Dante Alighieri

Eduardo Prado Coelho, no “Público” de hoje, malha que nem ferreiro apressado, nos comunistas em geral, porque afirma já não haver marxistas-leninistas, e no PCP em particular, porque teme aquela malta decente e em celebração. E teme porque lhe custa admitir que em Portugal há muitos comunistas, de todos os quadrantes sociais, que vão votar na CDU.
Percebe-se bem a oportunidade de ouro que estes socialistas de meio bloco têm em mão, dado o “infanticídio” a que ontem assistimos. Eles querem aproveitar todas as migalhas e todos os cacos desta derrocada politica da direita. Eles sabem que há um partido em Portugal que trabalha diariamente, sistematicamente organizado e preparado para cumprir com o seu ideal: a transformação da sociedade. Este partido que eles tanto temem não precisa de “neons” nem de canais de televisão, nem de colunistas de encomenda. O PCP irá travar uma luta não contra a outra esquerda, a mascarada, mas sim a favor dos portugueses.


terça-feira, 30 de novembro de 2004

ontem e hoje

Isto dá que pensar.
Há cinco meses atrás ninguém queria Santana no governo porque tal coisa era a catástrofe, aliás como se viu. Há cinco meses atrás o PS era liderado por Ferro Rodrigues que, apesar de estar em baixa, pedia eleições antecipadas. Por outro lado o PCP continuava a lidar com os seus complexos e via-se em Carlos Carvalhas muita lisura mas pouca postura.
Hoje o país está diferente. Tem um PS forte, com um novo e legitimo líder e, mesmo assim, não foram audazes ao ponto de pedirem a cabeça do primeiro-ministro – nem de longe nem de perto. O PCP mudou na continuidade, significando isto que os comunistas querem continuar a lutar da mesma maneira que sempre lutaram e ponto. O PSD também mudou, e muito. Teve um congresso que legitimou o governante sem que os opositores internos tenham sido capazes de dar um murro na mesa (para que conste refiro-me à mesa do congresso) e foram banidos dos órgãos mais importantes os poucos que ainda resistiam lá dentro (os partidos são todos democráticos, até este).
Hoje, dizia eu, o país está diferente e vai eleger Sócrates para governar.
Hoje sinto pena dos militantes do PSD, ao vê-los em romaria pelo labirinto da sua orfandade, a clamar por um pai. Metem dó!
E o Bloco, bem, o Bloco não existe. Não passa de uma loja de “Sopas e Volta”.

aliviado?

Tudo indica que vamos ter eleições dentro em breve. Afinal a borrada foi tanta que já não está em causa a economia ou a instabilidade institucional.
Navegar é preciso!
Fantástico! Muitos fazem festa, os célebres pensadores da coisa estão a abrir garrafas de champanhe. Apetece-me perguntar: acaso ireis eleger os outros? Os da outra banda deste bairro de irresponsáveis? Quanto nos custará essa mudança para o mesmo?

segunda-feira, 29 de novembro de 2004

roubado

Alguém me sabe dizer quem é que manda na RTP? Ia para ver os "Sopranos" e eis que me aparece a anabelamotaribeiro. Dasse!!! Consultei o site da RTP e eis que fico a saber que a serie mais profilática de toda a televisão portuguesa foi substituida pela já vista e excelente serie "Anjos na América" que por sua vez irá passar de seguna a sexta na dois. E o "24 horas" de quarta-feira? Cruzes!Ninguém tem mão nestes gajos?

eu há coisas

Eu há merdas que não leio. Paulo Coelho, por exemplo, é uma delas. Também nunca li qualquer livro saído de um blog, o que não quer dizer que seja mau (o putativo livro).
Impressiona-me é a hipocrisia que grassa nas editoras, o lucro fácil. Tanto escritor jovem e com ideias, tanta capacidade artística para escrever e as editoras apostam sempre nos mesmos cavalos, tipo Trapatoni. E os cavalos arreganham as fuças de contentes e mandam-se para a pista convencidos disso mesmo, do lucro.

Eu há merdas que me fazem ir aos arames. Como a merda de gente que anda por aí, aos poucos, a insinuar que vai haver um encontro no dia 5 de Dezembro. Eu há merdas que não sei. Estarei com ciúmes, podem dizer, mas a verdade é que me irrita haver merdas destas. Se os gajos querem ser a elite não há necessidade de insinuações esquivas, referências marotas. Para mim sois como putas de estrada que mostram a zona púbica a quem passa. Ninguém quer saber disso para nada, a menos que goste. E eu não gosto de putas.

Eu há merdas que me cansam. Saber que há gente que não quer eleições. Esses partidos de merda que, fartos de saberem que o governo tem de cair, não o reclamam porque ainda não é a melhor maré para o ataque ao poder.
Eu há merdas que nem rosas!

circo ao povo

Estamos no advento, senhores, o que aí vem é uma época festiva e não vão faltar tendas multicolores espalhadas por essas aldeias. O mestre de cerimónias, trajado a contento, anda de novo numa roda viva. Vai auscultar o equilibrista, depois o segundo e o terceiro. Os palhaços, aqueles que dão graça à coisa, tentam animar o publico com meia dúzia de manobras e outros ensaios humorísticos. Comprem os ingressos já! Não percam o maior espectáculo do mundo!

sábado, 27 de novembro de 2004

o que diz Pacheco

Segundo li no “GLQL” Pacheco Pereira escreveu um artigo sobre blogs na revista Sábado referindo-se mesmo a meia dúzia deles. Por coincidência sou leitor de todos os blogs citados, mas acho que a melhor parte do post do José (do GLQL) é a ultima. Convinha que lessem.

vagens

Faço um enorme esforço para perceber a orientação dogmática que paira na cabeça dos bloquistas quando toca a reflectir o PCP.
Os bloquistas sim, uns tipos assim ao estilo do Daniel Oliveira, essa vedeta que eu nem conhecia de lado nenhum e que agora é, a par do Castelo Branco e da Cinha Jardim, mais um subproduto da cultura dos “media-dependentes”, uma raça de gente que começou a invadir o nosso sossego intelectual, desde o tempo da Noite da Má-língua. Foi ali que nasceu o Serrão, o Zink, a Júlia Pinheiro e outros feijões verdes. E é assim, nos dias de hoje, que temos que gramar outras vagens da mesma semente: a futilidade programática.
E são bloquistas como este que escrevem coisas tão barbaras que só são ultrapassadas por aforismos sem igual desse presunto sem sal que dá pelo nome de Paulo Coelho e que falam de melros, pão e outros pássaros novos e, claro, uma serpente, que me fazem afirmar: “isso dizes tu, ó maior!”.

anda-se neste mundo

Um gajo sabe que a vida vai mal. Anda-se neste mundo com a sensação de que tudo nos cai em cima, de que o raio da sorte só acontece aos outros. Um tipo esfalfa-se para ganhar a vida, tem ambições e fica espantado quando as coisas não saem bem. Um homem tenta uma explicação para a merda da vida que é tão madrasta, o salário que não dá para nada e o raio do endividamento que nos come a cor do cabelo. Um gajo olha para os filhos a crescer e só pensa em como dar a volta por cima, para que eles possam tirar um curso e encontrar uma oportunidade para a vida deles que aí vem. Um gajo esfola os neurónios, não a ler ou a pensar como é que há de dar a volta ao filho da mãe do governo, cambada de incompetentes, esfola os neurónios, dizia eu, para encontrar soluções de sobrevivência. Caminhos menos áridos para superar a responsabilidade de estar cá, ser pai, cumprir com os compromissos. Um gajo fode-se bem, acreditem.
E um gajo, de repente, vai ao café de sempre, toma o mesmo café de sempre, embora mais caro, fala com as mesmas pessoas de sempre e, de repente, um amigo conta-lhe: “sabes o que aconteceu com fulano? O filho dele está em coma devido a um acidente de mota”. Um acidente de mota, cuja culpa fora toda de um filho da mãe que não parou no stop e assim, mandou o miúdo para uma cama do hospital de Gaia, em coma. E o nosso amigo, fulano mais cheio de graça e felicidade por ter os seus filhos, a sua casinha, o seu trabalhinho, e com a sua horta e os seus patinhos e feliz também por ter cerveja fresca em casa, por estar a ver os filhos quase criados e encarreirados, no fundo ele também um homem de luta constante por uma vida boa, vê-se assim destroçado, desamparado pela puta da sorte desta vida.
Eu continuo cheio de problemas para levar a minha vida avante. O meu amigo, enfim, perece na negritude da fatalidade.
Bom sábado.

sexta-feira, 26 de novembro de 2004

irritam-me...

...certos tipos que falam tanto contra os monopólios e a evidente concentração de influencia nos órgãos de comunicação social. Mas "cum carailho", esses gajos bem falantes não se negam a aparecer em tudo o que seja jornal, televisão ou editora! Ainda por cima bem pagos! Irrita-me isso! Em nome da "VOSSA" coerência, só por isso. Fosga-se que não aparece nenhum patrão de imprensa, editora ou canal da rede cabo a dar-me algum a ganhar! E eu que tão precisado ando, caralho.

Desculpem a linguagem mas eu quando me irrito digo palavrões.
Aliás se eu tivesse um piano de cauda deixava-o cair em cima do vosso carro.

evidentemente

Sou marxista-leninista.

hard core

gente assim.Vêem uma coisa diferente (não me refiro ao futebol praticado pelo Benfica) e desatam a reclamar. Mas isto vem a propósito para dizer que eu gostei de ouvir uma mulher a comentar um jogo de futebol ( para os mais estratosféricos estou a referir-me ao Benfica Dinamo de Zagreb de ontem ) e adorei ainda mais as expressões de bobos dos comentadores machos da nossa RTP, sempre que procuravam “meter-se” com a caxopa. De resto, só não gostei quando ela, a caxopa, atirou, e cito de cor, “ e agora uma expressão muito feminina…” e eu à espera de algo arrebatador, “ não se podem fazer omeletas sem ovos”, finalizou a moça. Raios, fiquei desiludido, esperava algo mais inteligente, mais hard core, sei lá. Ora bem, mas gostei da boa onda da caxopa e de ouvir o Gabriel Alves afirmar, com ar de Francisco José Viegas, que o Dínamo era uma equipa da quarta divisão europeia. Fantástico! De maneiras que ainda tenho esperança de ver essa frase citada no Aviz.
Há gente assim, é claro. O que é quilhão de fazer?

um post sem nada

O que é um blog?

quinta-feira, 25 de novembro de 2004

farting num

Eu era para fazer um post assim:

"Senhor fulano, sabia que é possível falarmos de alguma coisa e, ao mesmo tempo, negarmo-nos a ver um filme sobre esse tema? E que ao afirmarmos que nos recusámos a ver um filme não estamos a dizer que não falámos sobre determinado assunto?
Grave, Sr. fulano, é dizer que a outra parte mente, por via disso. Ora tome juízo sim? Pode gravar."

Mas prefiro perder algum tempo com coisas menos rasteiras

dispa-se

Mostre um pouco de si.Tenha coragem! Vá aos comentários e faça um Ctrl+V e mostre-nos a ultima coisa que copiou.

quarta-feira, 24 de novembro de 2004

terça-feira, 23 de novembro de 2004

zás

Ontem fui fechar um negócio numa empresa de média dimensão. Apresentei o último preço mas o administrador colocara uma última objecção:
- Olhe parece-me tudo muito bem mas a duração de contrato deveria passar de 24 para 12 meses.
Um homem nestes casos sente que a coisa não pode parar aqui e zás:
- O Sr. engenheiro está-me a dizer para eu telefonar a alguém para me autorizar a alterar o prazo do contrato. Olhe que eu vou telefonar e saiba o Sr. engenheiro que se eu obtiver resposta positiva só saio daqui com o contrato assinado.
-…
- Veja o visor do telefone. Posso ligar?
-...
- Fulano, olha estou aqui reunido na firma tal com o administrador e o assunto é coisa e tal, de modos que quero saber se autorizas.
-Pode ser.
-Pode ser Sr. engenheiro!
-Bom, mas tenho de assinar já?
- Tem, tem, Sr. engenheiro. Alias vai assinar com a minha esferográfica.”

E Zás.

que causa

Há uma coisa que me faz espécie (que lindo termo este!): um tipo decide-se em “parabenizar” tudo o que é blog de referência aniversariante. Ele é parabéns para aqui, votos de continuação de bom trabalho para ali, mais link menos link, e lá está a opção educada e, mais ainda, civilizada, que isto de se ser bom tem muito a ver com paninhos quentes. Acontece que de quando em vez, um tipo deixa escapar qualquer coisa. Salta à evidência a necessidade de reforçar que está a ser sincero naquele ramalhete de odes cibernéticas. E um tipo chega mesmo ao ponto de escrever coisas tão evidentes como “Parabéns. Sinceros”. Um tipo, de tão coiso de ser mesmo sincero, que é o mesmo que “ pá eu dou parabéns porque é de bom-tom e gosto que saibam que eu sei que há existências e eu leio e coisa e tal, mas contigo é diferente pá! É sincero, ouviste? Eu gosto mesmo de ti e quero que saibas isso, pá. Temos uma relação pela frente! Nunca te esqueças que eu existo”, ou seja, acaba sempre por mostrar o quanto hipócrita deve ter sido sempre que “parabenizou” os outros, sem ter escrito que o fez com sinceridade. Fui sincero?

tá lá?

Tou, sôtôr? É fulano, da administração do “food-i-do”! Tá bom?
Era para lhe dizer que adorava que o senhor doutor organizasse um almoço aí para os lados de Vila Real. Estou cansado de jantaradas em Gaia, Lisboa e Beja (os três principais pólos intelectuais do país, a seguir a Vila Real claro). Podia ser na Régua sabe? A malta ia de comboio do Porto até à Régua. Estou certo que o sôtôr conhece um tasco qualquer, disposto a servir uma posta ou um naco de carne de cerdo suculenta e vinho. Que me diz?
Fico a aguardar as suas prezadas notícias e olhe que não vão faltar celebridades!

segunda-feira, 22 de novembro de 2004

Hoje deito “gershwin” no meu blog e demonstro um momento de grande sensibilidade. Oiço as teclas a baterem e a rodopiarem e elevo-me com elas, de júbilo. Hoje sinto, hoje permaneço insustentavelmente flutuante. Pensam que minto ou finjo?
Enganam-se! Hoje eu sinto.
Um homem normal, que é o que eu sou, tem dias assim. Um homem perfeitamente normal, aluado quase sempre, deixa-se surpreender por momentos destes. Cuidam que não? E tem-se imortal e grande e tudo o mais.

Ah! Que bom!

Êxtase assim, meu deus, dai-mo todos os dias. O trigo da minha alma, o alimento da minha existência.

É!

É o meu filho que me põe assim, meus senhores. É chegar a casa e ter disto, filhos que nos esperam todos os dias e, sem querer, nos fazem engrandecer. Que coisa! Que coisa!

Eu era capaz de vos contar mais, mas ele não ia gostar. Não ia não senhor. E eu não conto e pronto.

Tentei apenas dizer-vos um sentimento.
Boa noite.

e ele a dar-lhe

Toda a gente sabe o que é o centralismo democrático dos comunistas e toda a gente adora criticar aquela coisa burlesca dos vermelhos. Eu também não gosto nada daquela forma de funcionar no partido que mais vezes levou o meu voto.
A ironia disto tudo é que no PCP, hoje por hoje, vamos vendo alguns fogachos de discussão e perenes tentativas de mudança, o que não é pouco. Por outro lado, assistimos bem recentemente a um congresso do partido dominante, onde a democracia foi "viola em enterro" e os principais opositores ao regimen foram viola, concertina e rabecão, actuando bem fora do pavilhão municipal de Barcelos. Por ultimo, "last but not the least", António Capucho parece confirmar o óbvio: "nos congressos partidarios não se exerce democracia nenhuma". Ó homem, cale-se lá!!!

ainda o referendo

Parece que anda meio mundo preocupado com a pergunta do referendo e com o tratamento indigno que é dado ao povo, ao sempre ignorado ignorante povo.

Eu gostava de colocar a questão ao contrário, ou seja, a malta ia ao referendo e recebia um boletim onde apareciam duas pequenas palavras: sim e não. Ora a malta depois escrevia uma frase para cada resposta. E assim aferia-se das capacidades gramaticais, e outras que tais, dos portugueses em contraponto com as capacidades interpretativas dos tipos do bloco central.


domingo, 21 de novembro de 2004

e é isto

E passei eu o resto da tarde de hoje a tentar perceber se o Daniel Oliveira que aparece no “eixo do mal” é o mesmo que assina toda aquela vivacidade no Barnabé.


E lá fui eu para o café do costume ver se seria desta que o meu Benfica passaria os “cabeçudos”. Nada disso. O Trapatoni só ainda não foi recambiado para Itália porque o Porto está a fazer uma péssima campanha. Caso contrário já levava oito pontos de avanço, oito.
Honra seja feita ao Rio Ave que mostrou muito bom futebol e muita coragem Oxalá o consiga e queira fazer quando defrontar o excelente Futebol Clube do Porto (escrevi isto tudo por extenso porque dá graça ao texto).

1 em cada 5 bloggers escreve coisas interessantes, o que dá a bonita média de 20%, tenho a certeza.

Eia pai é o pau”. Esta foi a primeira frase que o meu filho aprendeu a ler na escola. Aprendeu-a mas não a aceitou muito bem porque achava que nenhum filho deste mundo teria o mínimo interesse em dizer semelhante coisa ao pai. Ainda por cima com um enfático “eia”.
Coisa de mestres-escola, já se vê. Estão ali duas consoantes, repetidas, no meio das cinco vogais. Fica fácil assim.

Não se metam, pois, por aí a escrever ”eias-pai-é-o-pau”. Façam o favor de escrever coisa que valha a pena ser lida.

sexta-feira, 19 de novembro de 2004

fodeibos

Andava eu entretido a ler blogs e já estava a adorar este post do FJV (estibestes benhe páz) quando li “estou grávida”. Lindo mesmo! Depois vi que a lolita voltou e o Orlando continua a malhar em tudo o que é rabêta. Apanhei mais uma comichão ao ler o “pungente” Barnabé, claro! Sempre mais do mesmo, rapazes, foda-se!!! E passei pela 100nada que continua sem inspiração alguma e vê-se numa carga de trabalhos para dar sustento à clientela. Raios mulher, a fama obnubila-te o génio que há em ti.
E depois ainda me passou pela cabeça escrever qualquer coisa sobre o referendo de que se fala. Caguei! Por mim o melhor que podia acontecer era haver mesmo referendo e que ganhasse o “não”. Passaríamos a ter um referendo “playstation” que é como quem diz: votas “não” mas isso não vale porque o referendo deixa de ter credibilidade.
Claro que este post está uma merda mas isto é mesmo assim. Um tipo não tem que ser certinho toda a vez que bloga, que eu fiz hoje mesmo uma massa com castanhas e bebi uma murganheira fresca e fiquei um pouco zonzo.
Estou “tresloucado da caixa córnea” e ainda “aquerdito” que o Benfica vai ser campeão. Pois claro.
Ademais ainda não li o resto dos blogs diários (abrupto incluído – sem link) e nem sei se estacione nos sítios mais românticos e outros becos de poesia a granel. Veremos.
Entretanto a minha filha está mortinha por ligar o “msn”. Tenho pois que me apressar.
Olhem, fiquem bem.“Fodeibos”.

diferenças


concordam?

quinta-feira, 18 de novembro de 2004

cuidado ll

Os perigos dos telemoveis de 3ª geração!

cuidado

Tu que és pai, gostas de levar o teu filho ao parque, és um tipo metrosexual. Tem cuidado porque tu podes passar por um breve momento de desconcentração.

acerca de crianças

Se nos detivermos à volta da problemática das instituições de acolhimento de menores certamente que, sendo nós tão sensíveis a estas causas, identificaremos inúmeras situações com as quais não estamos de acordo. É o caso da Casa do Gaiato, essa instituição de “brend name” instituído, tal como a Cerci é já uma marca de sucesso no caso da deficiência mental (o assunto “Cerci” fica para outra oportunidade).

Eu defendo, declaradamente, que uma criança que sofre já, de forma perfeitamente cruel, a mais penosa das desgraças humanas que é a ruptura com a célula principal da sua construção como ser humano (a família), jamais deveria ser colocada em ambientes alternativos (a Casa do Gaiato, por exemplo) onde, para além de tudo, ela tenha que lavar a loiça, ir para o campo, pintar as paredes e chapar massa, de entre outras coisas que nunca por nunca elas fariam sistematicamente se tivessem tido “outra sorte” na família.

Ora a Casa do Gaiato obriga a este tipo de vida às crianças que acolhe. Outras casas também o fazem, evidentemente. Isso pode não ser considerado como “ maus-tratos” numa perspectiva de senso comum. Mas são “maus-tratos” sim porque é urgente que na mente das pessoas passe a residir que o conceito de “maus-tratos” vá muito além das meras práticas de violência física, sevícias e outras situações mais complexas. Maus-tratos é, essencialmente e quando estamos a falar de crianças, privar essas mesmas crianças de um conjunto de vida, de quotidiano o mais próximo possível do conceito de “ pedagogia da felicidade”. Essas crianças carregam nos ombros o jugo da separação da família. Têm culpa? Porque raio de carga moral se impõe a uma criança separada da família a hercúlea missão de pagar o seu sustento com o seu corpo?

Meus senhores, eu bem sei que a Segurança Social tem técnicos válidos e percebo onde eles querem chegar. O problema está nas mentalidades. Repensem o vosso conceito de “maus-tratos” (se quiserem estendam-no para outros domínios). A forma como olhamos uma criança, a compaixão compulsiva que empregamos para com uma criança destroçada pode ser um acto declaradamente impregnado de maus-tratos.

o mundo antigo


Aqui dispõe de um excelente guia multimédia do mundo antigo.

quarta-feira, 17 de novembro de 2004

dança jerónimo

Eu tenho de escrever qualquer coisa sobre a previsível nomeação de Jerónimo de Sousa para secretário-geral do Partido Comunista Português.
Sou comunista, embora não militante, e portanto, devo confessar que a notícia de hoje me afecta particularmente.
A um comunista como eu nada se pede, nada se exige, dada a sua independência, de facto, em relação aos circuitos de poder. Mas de um comunista como eu pode esperar-se uma opinião, sem se estar à espera de uma certa “barnabeização” (arre diabos, que palavrão!) da coisa. Não acho nada que isto seja uma má notícia para a esquerda, se quiserem. Acho que isto é apenas uma péssima medida para os comunistas.
Um comunista não anda no bloco nem se alia a bem-falantes, betos de charro na beiça e calças coçadas, embora caríssimas e de marca.
Um comunista deve pensar comunismo. Daí que eu tenha ficado desiludido. Porque espero ainda uma renovação dentro do partido, porque desejo uma mensagem nova de esperança e de capacidade de trabalho e porque me revejo no desaparecido João Amaral, no seu legado.
Fico desiludido, portanto.
Ainda para mais numa época em que muita gente necessita de um PCP realmente capaz de acrescentar um gesto de dignidade à vida politica portuguesa. Vejam bem o que se passou hoje no parlamento: show off, apenas e só show off. Há alguém, alguma força politica, algum grupo de reflexão realmente capaz? Não há. O país está falido de valores, meus senhores. O nosso país já não vai lá só com “pachecos” e “marcelos” (simples criações do “show-business” politiqueiro). O nosso país precisa de um braço realmente amigo, um braço decididamente acolhedor. E Jerónimo de Sousa não fará outra coisa que não seja dançar, e mal, uma ou outra marcha popular que lhe venha a ser destinada pelo mestre-de-cerimónias deste folclore nacional.
Fico triste pois.

erotismo


Isto é uma coisa que vale a pena explorar. Roman Kasperski.

tudo muda?

A internet realmente muda os hábitos das pessoas. Vá aqui e comprove isso mesmo. e se ler os comentários verá que outros não mudaram nada.

procurando o futuro grande "porn star"

aqui e, em caso de interesse, envie o seu C.V.. aproveite o facto do outro estar ocupado.

Ctrl+V

Ok, clique nos comentários e faça Ctrl+V. Mostre a ultima coisa que copiou. Vai fazer-lhe bem.

terça-feira, 16 de novembro de 2004

é o mundo, meus caros

Pois é, o fenómeno pindérico da quadra natalícia já paira no ar, nas montras e na blogosfera.
Façam lá os vossos enfeites, as grinaldas e os presépios. Porém, não me enviem cartões electrónicos com merdas perfeitamente supérfluas sobre a paz e o amor e outras hipocrisias de pacote. Chega. Não quero nada dessa treta, ouviram?

Reparei, também, que o “contra informação” de domingo foi abruptamente cortado. Fiquei parvo. Não que não esperasse que alguém tentasse comandar a coisa. Parvo sim, porque pensava que já não havia disto num país habituado à liberdade. Falta saber o que dirão os autores e mentores daquele excelente programa. Eu fico chateado, é claro que fico chateado.

Um homem só, atreveu-se a falar contra o partido, dentro do partido, no seio do partido, enfrentando o aparelho e toda a cambada de jagunços que o compõem. Outros, porém, preferiram o desprezo, permanecendo à margem, tranquilamente, e aguardando novos capítulos para depois, e mais uma vez tranquilamente, mandarem umas farpas, como se a sociedade de hoje fosse a mesma do tempo dos da geração de 70.
Que esperar de homens como estes?

Cavaco reapareceu, qual pinheirinho de natal, e parece que tem alguma luz. Destila a mesma retórica e continua o mesmo espanta pardais de sempre. Há quem o queira à frente de um novo partido do centro direita. São os mesmos que, noutros tempos, faziam parte do aparelho, comiam da mesma gamela e aplaudiam a bipolarização da vida politica portuguesa. Ora essa!

A mulher de Toni Soprano acabou por ir para a cama com o director da escola onde o filho estuda. O homem gostou mas, dada a merda de mundo em que vivemos, não foi capaz de descortinar o prazer que uma mulher tem em dar uma boa queca e acusou-a de interesseira, de alguém que fodia apenas para atingir determinado objectivo. É o mundo, meus caros.


segunda-feira, 15 de novembro de 2004

manias

Comecei a blogar em Julho de 2003. Escolhi, à época, este template, depois fui alterando umas coisas. Numa época de modas e citações "cucci", os templates não escapam ao sabor dos catálogos. Assim, resolvi retomar a velha imagem. Quase tal e qual o primeiro "food-i-do".
E voltaram os comentários porque acho que sim.

domingo, 14 de novembro de 2004

salitre

Guerra, morte, livro. Escrever, falar, ver. Andar, coxo, perdido. Leite com chocolate. Proposta. Tomar banho. Dormir.

sexta-feira, 12 de novembro de 2004

momento zen

O Daniel Oliveira a recomendar o livro do Mexia e o Mexia a recomendar o livro do Barnabé. Um dia destes na Sic Notícias.

furor zen

"O natural pudor bloguístico do circunspecto Aviz"

gargalhada zen

"Escreveu João Pedro da Costa em 12-11-2004 às 17:55:

Um sincero obrigado, Paulo. Estas merdas mexem mesmo comigo.

(Quem é essa Catarina?)"



quinta-feira, 11 de novembro de 2004

Tomei conta de um recado e não o entreguei. Guardei-o para mim e não sei o que fazer dele. Um grande fardo este recado.
E quanto mais tempo passa mais pesado fica o fardo. Do recado.
E o recado anda triste porque nunca tinha visto um recado ficar preso e olha-me com ar de vítima, recusando-se a aceitar as minhas objecções.
Antes mal dado do que assim guardado, afirma ele seguro de si.
Ando aqui a pensar numa solução radical, num meio de satisfazer os anseios próprios de quem é recado. Mas não sei se ele concorda. Ele é um tanto malcriado e, assim arrecadado, pode ficar zangado.
Não queiram ter de lidar com um recado enganado.

quarta-feira, 10 de novembro de 2004

Como já devem ter percebido, os barnabés vão editar um livro sobre o seu magnifico blog. Esses sim, são os verdadeiros artistas. A confirmar-se o evento quero desejar o maior sucesso de vendas a um conjunto de textos que foram escritos gratuitamente.
Não há dúvida de que este artigo está interessante. Uma abordagem acertada sobre este mundo (a blogosfera) e o outro (o que vem a seguir). Temos pois uma espécie de “AB-DB” (antes da e depois da). Façam o favor de o ler.

Não percebo, porém, as motivações que levaram o autor desse texto a referenciar-me como um possível contemplado com boas perspectivas “DB”. Sinceramente penso que foi um acaso, fruto de uma simples coincidência.
Eu não tenho audiências e escrevo coisas avulsas. Eu não sou académico, não vivo na grande Lisboa, nem sequer sou anónimo. Dou a cara e a careta. Refilo muito e muitas vezes mal.
Não tenho, em suma, quase nada a ver com aquilo que diz o autor do “esperando o tal godot, ou isso”. Isso para mim está claro.

Um tipo como eu, aliás, apenas tem um blog por simples desconcertação, nada mais. A um tipo como eu ninguém iria convidar para escrever uma crónica, aparecer na televisão ou coisa parecida. E um tipo como eu não está em condições de rejeitar o que quer que seja.
Um tipo como eu, aliás um tipo qualquer, tem um emprego muito mal pago e chamam-lhe “Director Comercial”. Sente-se tão realizado com isso que pondera seriamente encontrar um trabalho em “part-time”, fazendo pizas ou servindo-as, para conseguir mais uns trocos e tentar pagar os compromissos que tem. Um tipo como eu teve que ir para Espanha amarrar ferro, e foi, e só assim pôde pagar os mil e um livros escolares para os seus queridos filhos. Um tipo como eu adoraria receber mais algum se fosse possível. A lavar pratos ou a escrever merdas na imprensa, dá o mesmo. Mas não digam, por favor, que um tipo destes, um gajo fodido, anda aqui a ver se consegue um tacho. Isso é muito básico.

terça-feira, 9 de novembro de 2004

De resto, foi por de entre as velhas roulotes e os oleados amarrotados que o vi, branco e muito magro, cabisbaixo.
Oh meu velho herói, não sei nada de ti. Apenas te digo que te vi e lembrei-me que fui em tempos menino. Oh meu velho artista, magro branco e cabisbaixo herói, um dia fizeste-me feliz. Pudera eu devolver-te essa graça.

falando tarde

As eleições havidas nesse país de todos os contrastes, a América, sim, a América! (um dia todo o planeta será “a América”), já foram devida e sabiamente escalpelizadas, rescaldadas e até requentadas por esses media afora.
Olhando o “2004 Election National Results” da revista “Time” (sim, assino a revista “Time” porque também sou de contrastes), apercebo-me de que as mulheres casadas votaram maioritariamente em Bush (54%/45%).
Raios! o país onde as mulheres, as desgraçadas e continuadamente descriminadas mulheres, as sectariamente mal tratadas mulheres, encontraram espaço para gritar e subir bem alto ao patamar da sua inevitável afirmação perante o jugo canhestro de uma sociedade misógina é, hoje em dia, uma afirmação retrógrada e cangalheira da dignidade feminina. Aqui perdem as mulheres e perdem todos.

segunda-feira, 8 de novembro de 2004

extra extra

"O porto venceu um jogo muito importante. Dominou o Sporting como quis e ganhou folgadamente por tres golos sem resposta"

Isto, meus senhores, é uma notícia. Ainda bem que eu leio blogs.

e por falar em bosta

este blog está a ficar mais peneirento do que aquilo que o seu autor é de facto. vou tirar-me daqui.fui.

o eixo do mal

foi uma bosta de programa. nem vale a pena acrescentar mais nada.

sábado, 6 de novembro de 2004

Nada apetece, a neura.
E sonhei uma coisa terrível. Um amigo meu morto, jazendo num enorme caixão em plena sala de estar. Uma sala grande e cheia de gente. O meu amigo, ali deitado, parece dormir como todos os mortos. E eu a vê-lo mexer-se, a abrir timidamente os olhos. Levanta-se, combalido, cara branca dos mortos. Diabos, o moço está vivo.
Um coisa fascinante este sonho. Raios de emoção. E o pior é que eu ainda tive tempo para lhe ver as costuras da autópsia a provarem-me duas coisas: ele esteve morto morrido e, por certo, não lhe retiraram nenhum dos seus magníficos órgãos vitais.
Raios de emoção quando ele (quase escrevia o nome do meu amigo) se abraçou a mim, a mim sim, que ficou ali provado quem era o seu melhor amigo de sempre. Foi a mim que ele se dirigiu e me pediu, aflito, para o levar a uma casa de banho. Atirei-o para cima da sanita e as costuras estavam lá, ainda muito mais marcantes. Raios pah, vais ficar com essa marca para toda a vida. Ainda bem que é para toda a vida, dizia ele.
Uvas pah, tu comes muitas uvas.

Não consigo encontrar uma boa razão para aparecerem os grãozinhos de uvas, aos milhares.
Que sonho.
Por isso hoje acordei com a neura.

quinta-feira, 4 de novembro de 2004

"Teoria é quando se sabe tudo e nada funciona. Prática é quando tudo funciona e ninguém sabe o porquê. Nesta universidade, conjugam-se teoria e prática: nada funciona e ninguém sabe o porquê"
Cartaz de uma universidade do Nepal

Caro Besugo, não gostei nada de saber que o distinto colega de "esfera" vai adoptar uma postura passiva, digamos assim. Veja lá se revê a coisa porque eu gosto de o ler e penso, muito sinceramente, que a partir destas "desconstruções", de primarismos também, acabámos por nos submetermos a uma espécie de "reelaboração do ego". Acho eu, que nem tenho nada a ver com isso.

quarta-feira, 3 de novembro de 2004

A punheta McDonalds.

Sim que eu não sou de meias palavras. Há gente que anda deprimida e há gente que ficou mais feliz. Gente nossa. Daqui. Gente que viveu estas eleições até à exaustão. Masturbaram-se tanto e agora procuram uma resposta para seus precoces êxtases ou dolorosos priapismos.

Ah, mas sosseguem. Esta gente de merda depressa esquece. Rapidamente voltará às suas vidinhas e andarão de mão em mão à espera do melhor “banner”, do melhor pregão, muitas vezes um fútil e pobre, de feio, pregão. Esta gente é assim. Hoje mordem-se porque alguém foi eleito, amanha tudo será igual. Que se fodam todos. Esta é a minha mensagem cambada de coralistas, mais mal pagos uns que outros, coralistas sempre. Habituados a ler pautas de ouvido, muitas vezes de pernas para o ar. Ide para o raio que vos parta e não me venham dizer que estais tristes. Devíeis estar tristes por nós, os que estão aqui e sofrem. Hipócritas.

pronto, pronto

Terminou a festa “BK”.
Vejam lá se ficam todos felizes que para depressões já nos basta a Pátria. Ademais, o que se pode concluir aqui é que em democracia quem manda é o povo. E se os “size me up” escolheram assim, eles lá têm as suas razões. Não somos nós muitas vezes levados a votar em quem afinal nos desilude?
Pela minha parte, anti americano confesso, resta-me tentar perceber o que leva um americano a votar, ainda por cima num dia útil (creio eu), em Bush. Mas é um assunto que tentarei resolver em silêncio, em paz.

segunda-feira, 1 de novembro de 2004

fragmentos de Outono

Se por acaso me olhasses um segundo mais, se parasses o teu tempo nesse olhar, se me deixasses fazer aquela expressão, por certo me abraçarias muito forte e eu ficava assim, consolado, a sentir o teu peito.
Era assim que eu lhe falava. Coisas destas, piegas quase sempre, mas muito intimas. E ela tentava fingir que não percebia a minha linguagem.
Era num tempo em que as folhas de Outono caíam mais devagar e o frio miudinho, este frio fingido, fazia-nos apetecer um beijo quente.
Naquele café cheio de gente, da mais variada gente, saboreei o meu momento básico, primário e filho da mãe como o caraças: o Benfica acabara de marcar o golo redentor.
Aquele golo saído dos pés do Simãozinho, nado e criado em Alvalade, a fazer vinte e cinco anos, foi uma prenda para mim. Um grito, desta vez cheio de vida, de energia, brotando das minhas entranhas, de incontida alegria estonteante: “chupa”.
E para comprovar que sei ser bem agradecido, que sei apreciar quem nos faz bem, no próximo dia oito de Novembro serei sportinguista desde pequenino.

domingo, 31 de outubro de 2004

Desasado, poisei na velha calçada um pouco do meu pé dorido. Queria era voar, penetrar no ventre do vento Norte. Pois sim, disse eu para comigo. Hás-de voar um dia. Nem que seja apenas a cair, porque os pássaros também voam em direcção ao chão.

sexta-feira, 29 de outubro de 2004

Abri uma garrafa de Palmela tinto, comprada a cerca de um euro no supermercado “Plus”. Ela não veio sozinha daquelas prateleiras despojadas de “marketing”. Acompanhou-a, na curta viagem até minha casa, um fresquíssimo salame de chocolate.
Já em casa, coloquei uma boa porção de bacon na sertã mais pequena e adicionei um ovo de aviário e uma fatia de queijo com ervas e pimentos vermelhos. Abri o Palmela e provei-o com gosto. A televisão mostrava imagens sobre o tratado de Roma com especial destaque para o discurso de um tipo que é conhecido por Durão Barroso. No rodapé li “ José Manuel Barroso”. De modos que olhei para a garrafa de vinho e pensei seriamente na possibilidade de lhe chamar “Terras do Sado”.

A um comunista como eu exige-se, no minimo, alguma coerencia naquilo que diz ou na forma como defende aquilo que defende. Para mim é complicado viver com esse dogma. Assim o comprova a sensação que eu tive ontem ao ouvir o Professor Freitas do Amaral. Uma lição de homem, a deixar muita saudade a quem, como eu,ainda viveu um tempo de "pessoas credíveis".
Onde andam essas pessoas na nóvel classe política portuguesa?

quinta-feira, 28 de outubro de 2004

ficções

Marília entrou naquele instante. Todos a olharam indecentemente. Aquela mulher acabara de iniciar um frente a frente com o tribunal da aldeia. Deixara o marido, o companheiro de 25 anos de uma vida cheia de misérias escondidas, um homem de prestígio e muito importante.
Católico praticante e sempre impecavelmente presente nos momentos mais importantes da comunidade, Artur, médico, daqueles médicos que até levam pouco ou quase nada por tratarem dos mais pobres, só não era presidente de qualquer coisa importante porque gostava de vestir o fato de benemérito. Adorava ser tratado como “ o Sr. Doutor dos pobres”.
Marília era a única pessoa no mundo que pensava diferente. E sabia disso quando entrou naquele café e olhou a pequena multidão de inquisidores. Eles não entendem como é possível um homem como o Artur ter sido abandonado pela mulher, pela mãe dos seus filhos. Eles não admitem como é possível a uma mulher como Marília deitar-se na cama com um amante.
Marília pediu um café, como sempre, e, como sempre, sem açúcar. Puta, ouviu-se ao fundo. Marília sorriu, quase sem vergonha porque achava impossível não ter ouvido aquele nome. Estava ciente de que ali não valia nada e apenas se deixava ficar com os seus pensamentos. Ninguém iria perceber que Marília era uma mulher. Ninguém queria saber disso, ela era mulher enquanto esposa de um homem de bem. Aparte isso, era nada. Acima disso só podia ser puta.
Cinquenta cêntimos pelo café sem açúcar e três ou quatro palavrões. Era um preço justo pelo prazer da cafeína e pela satisfação de voltar a ser mulher.
Ando “práqui” a tentar perceber porque será que alguns bloggers utilizam a cor a enfeitar os posts que escrevem. Alguns há que, com tal expediente, conseguem dar alguma graça ao cinzento da coisa. Outros, porém, de tão excessivamente coloridos, perdem a íris natural que sempre tiveram. A mim isso parece-me patético.

Assis tamos no bom caminho.

Dado o facto de, no dia de hoje, ainda não ter lido qualquer crónica de futebol escrita ou mandada escrever por um dos milhares de portistas do Blasfémais, decidi juntar-me a eles nessa nobre faculdade de não falar de futebol.

quarta-feira, 27 de outubro de 2004

...e, de resto, li o post do excelente Água Lisa sobre a renovação no seio do Partido Comunista Português ( que querem? há por aí muito quem fale da quinta das celebridades). Voltarei ao assunto, evidentemente.
A blogar há mais de uma hora e a sensação de que ficou algo por fazer . Já descobri: ainda não visitei o blogamemuchooooooooooo.


Marcelo falou e disse aquilo que todo o mundo já sabia. Não sei bem se o disse a quem realmente de direito mas isso é de somenos.
Importa saber se Miguel de Sousa Tavares teria tido motivos idênticos para tomar atitude semelhante a Marcelo. Quem sabe.
Importa saber se, para além dos comentaristas, há jornalistas que andam a ser “arrebanhados” pelos seus patrões.
Eu gostaria muito de poder confiar naquilo que vou lendo e no que vou ouvindo sobre o meu país. Pobres diabos sempre existiram, desde advogados, vendedores e jornalistas. Por onde andais vós pobres diabos?
Caro Francisco,
A tua frase: «O amor anda transgênico, geneticamente modificado, fast love.»
foi linkada no meu blog em 6 de Fevereiro deste ano e eu encontrei-a neste teu post. Achei esta frase muito lapidar quando falamos sobre a construção do amor, como sentimento. E fico feliz porque hoje, volvido algum tempo, voltaste a ela, ao seu significado. Obrigado pelo teu e-mail e olha, vai aparecendo.


1 a de P

terça-feira, 26 de outubro de 2004

o futuro (não) é igual ao passado (ele há cada um)

Tudo isto é claro: se queres ver idiotas em calda na televisão vai à tvi, se queres ler demagogia pura sobre umas eleições americanas, da mais cientificamente comprovada, da mais elementar arte de vender banha da cobra, vai ao blasfémias.


"well you can buy me a drink and i'll tell you what i seen
and i'll give you a bargain from the edge of a maniac's dream"

Mr. Tom Waits in Potter's Field

segunda-feira, 25 de outubro de 2004

Ó arautos da verdade, livros da sabedoria, analistas da coisa politica. Estou a dirigir-me a vós, ó sábios, estou a bater na vossa couraça de grandeza e mestria. Digam-me por uma vez. Acaso achais que perdemos tempo a falar das injustiças e da mesquinhez dos poderosos ou devemos nós, os fracos, os anónimos escrivãs das coisas vãs e sem significado nacional, sem nomes pomposos e assuntos da agenda politica, caseira e americana, os que apanham nas ventas com todos os assuntos maus, que podiam ser nossos e nunca vossos, calar e aplaudir a vossa magnânime inteligência e altivez? Porque vós tendes tudo para serdes diferentes. Falais de tantas coisas, procurais tantos assuntos bons e apetecíveis. Sim ó clássicos da informação. Digam-me por uma vez, nem que seja a única vez. Que fazemos nós aqui?

domingo, 24 de outubro de 2004

Se houvesse um mínimo de sentido revolucionário, se todos fossemos capazes de enfrentar um caso pela sua nobreza e sem querer obter tributos da ribalta, por certo já estaria o site da Câmara Municipal de Pombal prenho de e-mails protestando com esta atitude tremendamente podre de um presidente de câmara, um eleito.
Parece estar na ordem do dia a discussão sobre a sucessão de Carlos Carvalhas à frente do PCP, o partido em que mais vezes votei e com o qual me identifico sobre um certo ponto de vista ideológico.
E parece, porque quase ninguém fala sobre isso, dando de barato que os tipos do partido são todos uma cambada de bolcheviques sec. XXI, uns tolos sem rumo e a viver apenas de estertores. E a notícia do Expresso que fala de uma certa consulta ao antigo líder Álvaro Cunhal, merece, se quiserem, alguma crítica e, enfim, alguma atenção (ainda que nada comparada com a sesta de um primeiro ministro).
Como comunista que sou, eu gostaria de assistir a um maior e melhor debate sobre o PCP. Sinceramente, e sabendo, como sei, que de comunistas está o mundo vazio, gostaria de chamar a atenção para a necessidade de regeneração efectiva de um partido que detém sobre si a responsabilidade de levar a cabo uma postura séria e capaz, eivada de propostas políticas justas e mais próximas de todos aqueles que vivem em condições menos interessantes e, por isso, têm necessidade de não serem apenas lembrados em épocas eleitorais. Gostaria eu, está bom de ver, que houvesse um debate de ideias presentes, não calcinadas por preconceitos datados, como por exemplo a antiga URSS ou até o facto de ser o PCP um partido anti união europeia. Gostaria de assistir a maior elevação e honestidade intelectual quando se trata de abordar a coisa comunista. Será possível?

sábado, 23 de outubro de 2004


E vinha eu de regresso ao lar, a preparar-me para mais um belo fim-de-semana quando, sem motivo aparente, sintonizo a antena 1 e dou comigo a ouvir o Carlos Magno e o Luis Delgado. E também agora o Luis Osório. Raios, pensei eu, o que motivará um tipo como o Luis Osório a andar a proclamar interjeições ao estilo Carlos Amaral Dias sempre que o Magno falava e o Delgado esfolava?
Cada vez me impressiona mais a histeria blogosferica sempre que o Abrupto “dá um peido”. E digo peido porque tudo o que leio do abrupto é, em regra, volátil como um peido, estridente como um peido e dificil de inalar…como um peido. Se o homem não gostou de ver a morte de Feher tratada nos media do modo como foi tratada, houve logo uma trupe de discípulos que o acompanharam. Se o homem “flatuleia” sobre o grego e a importância desta língua, a clássica, logo se seguiram múltiplos textos, ora de gregos ora de troianos, a louvar aquele aroma intelectual. Se o homem fala que não gosta que façam piadas com o facto de um velho ter caído, sim um velho em primeiro lugar, e só depois o Fidel Castro, o ditador, personalidade nada interessante quando cai ao fim de várias horas a discursar, logo foi seguido por um “conto e oito” de gente atenta e de muito boa moral. Porque as pessoas riram-se por se ter tratado de um velho, não pelo caricato da cena e até pela metáfora em si que encerra a queda de um ditador, ora pois. Ou seja, este “homem bom” é, assim abruptamente, o barómetro da blogosfera. Até se deu ao luxo de justificar um erro ortográfico, não fosse o F.J.V apontar tamanho deslize, ou mesmo uma tal bomba, que se auto proclama de inteligente, fosse colocar um breve diálogo (com quem, não sei bem) aludindo ao”erro de Pacheco”. Dava um belo título para um interessantíssimo ensaio este “erro de Pacheco. Adiante.

O que eu gostaria de saber era se nós, aqui, podemos ter vontade própria, sentimento genuíno, e expressa-los livremente, sem as preocupações estéreis de tentar adivinhar as reacções desses “gasodutos da web”, que encarreiram tudo a preceito e etiquetam todas as coisas como se para tanto bastasse apenas munirem-se de uma folha de cálculo com duas variáveis apenas: o bom e o mau.

nota do editor: neste texto foram feitas referencias a 3 blogs. a redacção dispensou qualquer tipo de hiperligação porque "ambos os tres" blogs recusam exercer o principio do contraditório.

sexta-feira, 22 de outubro de 2004

O que me preocupa, de resto, é saber que existe uma tropa de governantes que tece a sua teia ( obrigado Miguel Sousa Tavares pelo artigo de hoje no Público)dentro de um quadro de legalidade e, portanto legitimamente, vai refinando o seu sistema de controlo total do "quarto poder" com um unico fim: as eleições legislativas. E o que me preocupa é a cada vez mais desastrada forma de se fazer oposição a tal estado de castração editorial que se assiste na imprensa portuguesa. Depois entretêem-se com a queda de Fidel, deliciam-se com um debate estéril sobre a dicotomia "Esquerda/Direita" e aplaudem o silencio de um tal novo lider saído de um catalogo "Quelle" qualquer.
O que me preocupa é saber que ninguém está à altura de combater este desastre. Reformem-se todos, sem excepção.



quarta-feira, 20 de outubro de 2004

"Colecciono golos do Benfica que nunca entraram na baliza (como aquele do Belenenses, lembram-se?)." in Aviz

E, já agora, o caríssimo hooligan de trazer por casa acaso gostará de coleccionar os brilhantes momentos do "guarda Abel" que muito engrandecem a mui nobre história do fcp?

terça-feira, 19 de outubro de 2004


Tenho lido aqui e ali muitos comentários ao “ Código Da Vinci”. Um grande livro, dizem: "Já há tanto tempo que não lia um livro que me fizesse sentir tão embrenhada na leitura".
E eu lembrei-me do livro que mais me prendeu a ele mesmo: “Germinal” de Emile Zola.

O meu “boletim meteorológico emocional” aconselha-me a tomar precauções para evitar danos de maior, apesar de forte couraça.
Refúgio quente e calmo, a casa. Música suave e rouca, a amansar o meu espírito. O meu boletim não é digital nem utiliza satélites. Ele apenas fala comigo: “There are a few things I never could believe /A woman when she weeps /A merchant when he swears /A thief who says he'll pay /A lawyer when he cares /A snake when he is sleeping /A drunkard when he prays/ I don't believe you go to heaven /when you're good /Everything goes to hell, anyway...”

segunda-feira, 18 de outubro de 2004

Por fim, recolhi-me num assunto fútil, o futebol, demasiadamente banal e menor. Uma coisa de bárbaros e ignorantes. Afinal, também ele, paradigma da imbecilidade humana. Veja-se o caso de ontem, um simples jogo entre dois rivais que, tendo sido ganho por um deles (podia ter-se dado um empate) logo fez com que uns tais rasteiros, disfarçados de gente sem mácula, se transformassem em “giros fanáticos”, mal amados e sem piada alguma. Um deles até se dignou a escrever quatro posts, quatro, e uma adenda. E, qual esquizofrénico de alto índice patológico, tratou de se armar em S. João Baptista e rebaptizou o arqui-rival de "clube de dona pombinha". Neste particular, que teve piada e eco bastante na fumegante fossa dos tristes, devo reconhecer que estou limitado, por não me ser possível classificar tal desvio freudiano. Coisa para psicanalista experimentado.
Outros ainda foram ao “recycle bin” e publicaram imagens da frágil mas ainda e sempre real ave de rapina, a dona águia, desta vez ridicularizada a preceito para gáudio dos ilustres poios de massa encefálica.
E assim vai a nossa praça, povoada de gente que passa a vida a tentar demonstrar o brilho da virtude e da moral e, por via de um simples jogo de futebol, mostram, afinal, que não passam de uns idiotas. Sim porque a palavra “idiota” vem do grego “idiotos” que significava, à época, pessoa desenquadrada com a sociedade, que não participa na vida pública. É o que são estes nortistas de hoje. Uns enjeitados, carentes de amor e auto estima. A precisarem de tratamento já.

domingo, 17 de outubro de 2004

Podemos afirmar, sem rodeios, que a história se repete sempre que há um jogo de futebol entre o Benfica e o Porto. Claro que o que conta é o resultado e o de hoje serve integralmente os interesses da Liga que fica assim bem mais competitiva. E serve também o lado holigan de muitos intelectuais que, neste caso, remetem a sua inteligentissima condição para segundo plano e preferem saborear mais um roubo monumental.
Viva a nobre condição dos que ganham assim que eu, do alto do meu benfiquismo, lhes estendo uma enorme salva de palmas.

Real Gone - Experimente-o aqui

LOS ANGELES, Oct. 15 /PRNewswire/ -- TOM WAITS, whose new album -- REAL GONE -- was released last week, has garnered some of his best chart debuts in his four decade career, entering the Billboard "Top 200 Chart" at #28 and their "Top Independent Chart" at #1. Meanwhile, REAL GONE is #2 on CMJ's "College Radio Chart."
Elsewhere in the world, Waits is earning the same honors with high entries such as the European chart at #9, Poland at #17, UK at #16 (his record debut in his career) and #1 on the Independent chart, while Real Gone is currently Top 10 in Italy, Sweden, Norway, Belgium, Ireland, Portugal, and the Netherlands.

At the same time, the rave reviews continue to pour in, and the critics agree that this is a landmark album in Waits' already stellar career. As Philadelphia Inquirer critic Tom Moon unambiguously declared on NPR's All Songs Considered, Real Gone is "Unbelievable. It sounds great. I think it's the best thing he's done since Rain Dogs."

In a 4-star review for Paste, Mark Richardson notes that "Waits' lyrics are sharp as ever, packed with memorable phrases and strange-yet-familiar poetic imagery...REAL GONE marks another interesting uptick in Waits' exceptional career."

The reviews are just as glowing overseas, where Mojo calls REAL GONE "a blackened jewel of a record," insisting that "it deserves -- no, needs -- to be heard."

The critical consensus is perhaps summed up best by The Guardian, which simply states, "There is plenty that is remarkable about Real Gone."




--------------------------------------------------------------------------------
Source: ANTI-

A Ferreirinha ou um enredo “melting pot”


Ando a seguir a excelente série da RTP, “ A ferreirinha”. Excelente porque os actores estão a representar muito melhor e, sendo um filme de época, delicio-me a ver a cadeia da relação do Porto, povoada por populares do século XIX e aquele chão de granito autêntico, belo, a merecer um tratamento histórico condizente com a grandeza da cidade.
Por aí tudo bem. Conhecia já a história de Dona Antónia com especial destaque para a sua fibra excelentemente talhada na dureza do Alto Douro. Ela foi um dos primeiros produtores de vinho daquela região a apostar nos vinhedos do Douro Superior, por exemplo.
Também conheço, ao de leve, a história do Zé do Telhado, de Camilo, obviamente (obrigatório visitar a casa do escritor em Ceide) e de tantas celebridades que vão surgindo na trama escrita por Moita Flores.
Em cada episódio que passa somos confrontados com uma nova figura do Portugal oitocentista. Num deles era o Saldanha, no último já se falava em Pereira de Melo, e, por certo, lá mais para a frente a Ferreirinha passará a vir ao Porto de comboio, estreando a belíssima linha do Douro.

E o rigor histórico? Podemos afirmar, de ciência certa, que Ana Plácido teve uma irmã nora de Dona Antónia? Será que Zé do Telhado salvou mesmo Camilo Castelo Branco, impedindo um assassino de o matar na cadeia da relação?
Estas e outras delícias provocam-me estas e outras questões, por ignorância minha, estou certo. Em todo o caso esta série merece, cá em casa, o título de belo tópico de conversa familiar sobre o "Portugal Oitocentista".

PS: E também me delicio muito com a classe conservadora e retrógrada do burgo portuense (especial destaque para o “seivatrupense” António Reis), mais os seus maquiavelismos políticos e sociais que, já na época, se faziam sentir. Neste particular, não foi só o granito que resistiu.

PS2: E Catarina Furtado revela-se uma excelente actriz. Muito bem.

sexta-feira, 15 de outubro de 2004

Daniel Sanches, o ministro, veio a publico acenar com perigos múltiplos que põem em causa o Benfica-Porto deste fim-de-semana. Ora eu bem me lembro de ter lido o pronto apoio de Pinto da Costa a Santana-primeiro-ministro, por ocasião da fuga de Durão. E esse tipo de apoios dá nisto: subserviência e pagamento de favores ao papa sempre que este necessita.
Claro que ainda há bom senso nesta republica e não vai ser um ministro, ainda por cima papagaio, que vai contribuir para que o bando das antas continue a comportar-se como um bando de terroristas. Doutro modo, como pode este país almejar organizar eventos de alto risco com tamanha demonstração de caganço provocada por meia dúzia de arruaceiros? Cuspir é uma coisa feia, está claro, agora provocar um gabinete de crise nacional por causa de 2000 bilhetes é coisa nunca vista. Só em Portugal.

o que diz bagão


Hoje, às 13.30, numa televisão ou telefonia perto de si, horário bom para funcionarios públicos, ideal para a classe média ouvir o que diz bagão. O resto são cantigas de amigo.

assunto: OE 2005

é a bola senhores

Luis Filipe Vieira "abre as portas a José Mourinho".

O FCP ameaça não comparecer no clássico.

A claque portista quer ir ao jogo e já comprou centenas de bilhetes. Esperemos que não façam como o Inspector Gadget que desatava a "engolir para fora", por simples engano.

quinta-feira, 14 de outubro de 2004

"Perante a patente superioridade do candidato democrata, os eleitores norte-americanos serão estúpidos?" Vital Moreira in Causa Nossa.

Esta pergunta surge na sequência de uma conclusão de Vital Moreira a propósito de três debates havidos entre os dois candidatos às presidenciais norte americanas. Raios, estúpido serei eu se ainda não percebi que um tipo, leia-se um eleitor, deve votar conforme se ganhe ou se perca debates. Estúpido serei eu se ainda não percebi que um eleitor não vota num projecto ou numa linha ideológica que defenda ou da qual seja apologista. Estúpido serei eu se ainda não percebi que um eleitor vota, sim, mas em tipos que ganham debates, o mesmo é dizer torneios, concursos ou o raio que o parta.
Neste caso concreto, a realidade americana, não há propriamente uma esquerda e uma direita. Há dois partidos de direita e apenas porque o tio Sam baniu qualquer conceito ou definição que possa situar-se mais à esquerda de Kerry.
Gore Vidal, por exemplo, se vivesse num país realmente livre seria, digamos, um comunista. Mas ali essa palavra não existe a não ser que seja precedida de “morte ao…”.
De maneiras que me espanta também o artigo de hoje de JPP, no Público, sobre a dicotomia esquerda/direita. Estes tipos andam entusiasmados com a escola americana e inglesa. Estes tipos sonham com uma esquerda morta, moribunda. Não percebem que o ciclo da direita fascista, por mais que se maquilhe, de “camaleónica”, não vingará jamais.
E a tendência alter-globalista que se assiste nas gerações mais jovens tem a ver com a necessidade e a bondade destas gerações em banir o “marcialismo” ideológico que tolheu a esquerda dos finais do século XX. Por isoo, essa conversa de treta de chamar ex maoistas e ex trotskistas a quem defende nos dias de hoje uma ideologia anti dereita reacionária está ferida de uma desonestidade intelectual gritante. Tem o mesmo valor das afirmações proferidas nos anos da revolução do tipo "os comunistas comem crianças"
È com espaços públicos como este, do Público, que se preenche mais uma página de propaganda pró-direita, ainda por cima escudada na coincidência de os seus autores andarem armados em salvadores da pátria só porque não gostam nada do antigo coleguinha de turma, coitado, que os comeu de cebolada.
Parece que o governo se prepara para proibir a venda de tabaco a menores de 18 anos, de entre outras leis, com vista a combater o excesso de consumo de produtos que causam vicio e são nocivos à saude, como toda a gente sabe. Temo que estas leis, apesar da sua bondade, não terão aplicação prática porque em Portugal ninguém fiscaliza nada, a não ser a GNR que vigia o largo da feira da minha terra e multa todas as donas de casa que estacionam ali.
Por outro lado, proponho que o estado aumente o preço do tabaco para cinco euros o maço. Só assim os miudos começariam a pensar duas vezes antes de comprarem tabaco. E também suporto a ideia da proibição de fumar em locais publicos.

P.S. Não há nada mais impressionante do que ter ouvido do meu filho de 9 anos: " pai deixa de fumar, olha que não são só os mais velhos que se preocupam com os mais novos. Nós, os mais novos, também nos preocupamos com os mais velhos. E preocupa-me que tu fumes."
Claro que nem todos têm a possibilidade de receber conselhos destes. Às vezes têm mas não ligam.
Será desta que eu vou ligar?
Não há nada mais carismático do que receber um e-mail com uma anedota sobre quatro lombrigas. Meus deus, que inicio de dia mais fascinante!

quarta-feira, 13 de outubro de 2004

no caso Marcelo qualquer coisa, de entre outras, que me deixa intrigado: o silencio do professor e a decisão de Miguel Sousa Tavares em ficar na TVI. Parece-me que há aqui uma "compensação de neutralizações". Não há?

terça-feira, 12 de outubro de 2004

ontem, para além do celebre comunicado

A rtp 2 retomou a exibição de "Os Sopranos", em exclusivo. Outros mafiosos vão passando, alternadamente, nas outras televisões.A não perder.
Web Analytics