segunda-feira, 28 de fevereiro de 2005

Million Dollar Baby, Million Dollar Clint

Já tinha visto este filme há algum tempo, ainda nem sequer estava em cartaz no nosso país. Uma obra de arte destas só poderia ter a consagração que teve, ontem à noite.
Vão ver. O estaladão que sentirem ficará a remoer-vos na cabeça durante, pelo menos, uma semana.


sábado, 26 de fevereiro de 2005

reflexos

Ando a ler cada vez menos blogs. Não sei se é apenas uma fase de menor interesse ou se encontro menos interesse na blogosfera. A verdade é que me cansa ler os lamirés banais de meia dúzia de intelectuais com a mania da catequização. Um blog, hoje, já não é aquele sítio cheio de provocações originais, apelativas. Pelo contrário, parece-se cada vez mais com um espaço de permuta de hipocrisias e acessos de mediatização.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2005

Duas ou tres notas para um fim-de-semana só

- Os U2 vêm a Portugal no próximo verão. Muito bom! O que não é bom é que os bilhetes estejam a ser vendidos quase exclusivamente aos clientes da FNAC e da BP. Para uma banda que se afirma alter-globalista, é de muito mau tom saber-se que, afinal, também eles se renderam, directa ou indirectamente, ao lado perverso da globalização.

- Clara Ferreira Alves leu hoje, na TSF, um obituário a João Paulo 2. Para ela o homem é já um defunto.

- A reportagem “Nós por cá, Todos Bem” que a TSF passou durante a tarde de hoje é uma pincelada brilhantíssima de um excerto da nossa tragédia como nação. Os recados daquelas mães aos soldados da guerra colonial diziam tudo de nós. Recomendo muito.O programa será repetido no próximo domingo, depois das noticias das 10 horas.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2005

ouvindo Coltrane

Deu-me para escrever qualquer coisa sobre o andamento pós eleições. Ouvindo Coltrane deu-me para apagar tudo e ficar quieto.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2005

nós por cá, todos bem

Agora se por acaso fosses todos capazes de vos prostrardes perante a vossa mais ínfima carga de honestidade e vos perguntásseis até que ponto fostes responsáveis pela calamidade processual da Direita, enquanto coisa do poder, agora se pudésseis olhar para dentro do vosso umbigo, não para ele porque o achais belo, de narcisos que sois, e descortinásseis a vossa clamorosa falta de sentido de missão perante a coisa pública, o objecto supremo da politica, por via da vossa natureza de lacrau, da vossa essência instintiva, o suicídio do poder, talvez perceberíeis que em democracia existe algo incomensuravelmente belo e imbatível: a voz de cada um.

a alcofa da direita é uma linha ténue entre o comer e a comida

“Venceu também a CDU, que conseguiu ressuscitar a linha ortodoxa do marxismo para angariar votos. A CDU está num estado de vida vegetativa, mas teima em morrer.”

Mas que fixação, senhores! A CDU está a morrer e consegue, mesmo assim, ressuscitar a linha dura do marxismo, bla bla bla? Teima em morrer, bla bla bla? Que fixação, senhores!

Por mais que insistam, estes senhores não conseguem admitir o óbvio: existe um ideal, uma outra FORMA de acreditar e, por consequência, há gente que percepciona essa outra via e adere. Custa assim tanto aceitar? Foi a linha dura que conquistou votos? Foi a ortodoxia que forçou mais votos? Foram comidas criancinhas desta vez? Estou em pulgas por saber.
A direita está a viver o seu período de nojo, enquanto a esquerda exulta. Toda a esquerda, aliás. Enquanto uns são demitidos e tentam arrumar os cacos da sua desastrada laboração politica, os outros, aparentemente tomados pela vaidade gostosa da vitoria, fazem planos, muitos planos para o longo futuro de poder que os espera.
Eu cá continuo com os meus problemas e não me posso deles esquecer. E bem grandes! Não me posso esquecer que tenho de ser eu, em primeiro lugar, a dar o primeiro passo para combater essa crise. Tenho que acordar cedo e ir em busca da produção. Tenho que racionalizar os meus gastos. Tenho que procurar melhorar cada vez mais as minhas qualidades. Eu tenho muito para fazer! Não posso ficar aqui, comodamente, à espera que alguém faça por mim aquilo que só eu posso e devo fazer.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2005

por uma questão de "virança"

O meu partido conseguiu eleger dois deputados pelo Porto. Estou por isso muito satisfeito. Noto que muita gente reclama vitória; "virança" é uma nova palavra do já de si rico vocabulário português.
Portas sai, teatral como nunca. Santana insiste na morte lenta e Louçã apoia-se nos votos da malta nova para dizer que é já um grande partido. Sócrates tem agora uma grande responsabilidade: não defraudar os indecisos que lhe deram tantos votos. Oxalá governe bem, sinceramente.


sábado, 19 de fevereiro de 2005

Have You Ever Seen The Rain? (acoustic Remix Cover - by Cassideena )

Someone told me long ago
There's a calm before the storm,
I know!
It's been comin' for sometime.
When it's over so they say
It'll rain on a sunny day,
I know!
Shining down like water!

I wanna know: have you ever seen the rain?
I wanna know: have you ever seen the rain
Comin' down on a sunny day

Yesterday and days before
Sun is cold and rain is hot,
I know!
Been that way for all my time.
Till forever on it goes
Thru the circle fast and slow,
I know
It can't stop I wonder!

I wanna know, have you ever seen the rain?
I wanna know, have you ever seen the rain
Comin' down on a sunny day?

YEAHHHHH!

I wanna know, have you ever seen the rain?
I wanna know, have you ever seen the rain
Comin' down on a sunny day?



O árbitro Carlos Xistra sabia muito bem que hoje seria um dia de reflexão e, por conseguinte, tinha a certeza absoluta que o favor prestado ontem ao FCP (perdão de uma grande penalidade flagrante frente ao Belenenses) só podia passar despercebido.
Um bom dia. Reflictam bem porque amanhã será um grande dia: eu faço 39 anos.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2005

Neste momento oiço Creedence Clearwater Revival. Uma espécie de nostalgia infra-distante domina-me o pensamento. Oiço um corridinho de melodias que me fazem lembrar a meninice, os sound bytes dos altifalantes em dias de festa, lá na aldeia. Ontem passei na minha aldeia. Tudo mudou na minha aldeia. Fica a música para me ajudar a recompor a memória.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2005

"Não gosto da «coerência» de Jerónimo de Sousa, nem da sua simpatia, porque não posso deixar de olhar para ele como alguém que, se pudesse, me tirava a minha liberdade."

Foi com esta frase que Gabriel Silva, do Blasfémias, terminou um interessante post sobre Jerónimo de Sousa. E é interessante apenas porque é a prova de que há necessidade de se voltar aos velhos chavões sobre o comunismo, em particular o comunismo português. Há necessidade de atiçar com velhos medos porque se viu claramente um partido recto, digno e com a credibilidade que não existe nos partidos de referência.
É interessante este fenómeno Jerónimo de Sousa e tudo isto me deixa muito curioso sobre os resultados das eleições.

Aguardemos serenamente, enquanto o país da “liberdade”, o mais poluente de todos, continua a matar-nos aos poucos. Acaso fosse a Rússia a não aderir aos acordos de Quioto, tal seria devido ao comunismo. Os velhos chavões, enfim.

(Ah pois, já não estamos na guerra fria. Que jeito vos dava uma guerra fria, não?)

terça-feira, 15 de fevereiro de 2005

Debate Final ou as cassetes são os outros

Jerónimo de Sousa está afónico e passou a palavra aos outros candidatos. É o resultado do seu empenho e do forte contacto com as pessoas. Se continuar assim, Jerónimo ganhará o debate porque as cassetes, agora, são os outros.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2005

Boa noite. Hoje trabalhei muito. E que bom quando podemos dizer que trabalhámos muito!Um abraço apertado.
Futebol. Na tabela classificativa desta semana surgem quatro equipas em primeiro lugar com o mesmo número de pontos. E verifica-se alguma polémica quanto ao nome que deveria constar no cimo da tabela. Por justiça de bom futebol jogado, quem merece o cimo da tabela é o S C Braga. O melhor futebol que algumas más arbitragens impedem de atingir o primeiro lugar.

tudo serve

A morte de Lúcia de Jesus, freira, não pode estar a ser aproveitada pelos políticos. Não deveria ser assim. Dá a ideia que, para além do aproveitamento propagandístico, há um casamento entre a ética católica, e a moral que o PSD e o CDS pretensamente defendem. Portugal era um país de Fátima, Futebol e Fado. Hoje já não é bem assim, embora alguns insistam nessa ideia.

domingo, 13 de fevereiro de 2005

ana drago, o lavagante, o boneco e a estante

Ana Drago não foi ao mercado mas levou o mercado com ela. Nada como uma caixa de legumes a servir de tacão alto. As mulheres não se medem aos palmos.
O lavagante é um marisco com muita garra. Santana demonstra, por a+b que o nome lhe fica a preceito. Depois do cherne fugidio vamos ter um lavagante à procura da sua existencia.
O boneco aparece na televisão e logo os maxilares sobem e descem a debitar a mesma cassete. Não vale a pena chamar o Gepetto porque o boneco Sócrates tem muitos guterristas a mexer os cordelinhos, dando-lhe vida, colocando-lhe coisas para dizer.
Em quase todas as casas há uma estante com alguns livros. A biblia e algumas coleções incompletas das Seleções e da Ediclube. Paulo Portas é a estante móvel. Aparece em todo o lado carregadinho de livros ôcos mas muito bem encadernados. leiam e leiam.

Jerónimo rulez!!!

Jerónimo está, decididamente, na mó de cima. Sousa Tavares, Pacheco Pereira, e até João Pereira Coutinho, não resistiram à evidência, fazendo eco da mais valia deste comunista, que trouxe para a campanha aquilo que talvez eles desejassem nos seus liders partidários.. O Expresso também. Falta saber se o povo português (incluíndo os nojentos) vai corresponder ao empenho do recentemente eleito líder do PCP.

dai-me um soco

Para a comida que está quase, quase a sair, o sr. Emídio tem a seguinte expressão: “Já vai de avião”. Quer dizer, claro, que está praticamente a aterrar nas nossas mesas.”
Carla Hilário Quevedo na “Unica”, semanário Expresso.

Mas que raio de coisa é esta? Que se passa naquele semanário que o leva a encomendar aberrações destas? Está tudo doido e, depois, eu é que sou um gajo food-i-do.

A doutora

A mulher de nariz de matraquilho voltou a atacar (aviso já os mais sensíveis que o termo “nariz de matraquilho” é uma corruptela, minha, da expressão “ nariz empinado”). Já não bastava o tique intelectualoide quando, há um ou dois anos, escreveu que o povo não lê, só porque num belo dia estava na praia e viu duas ou três pessoas a ver revistas. Já não bastava o tique “coquette” quando um dia disse que em nova não experimentou LSD porque era uma “careta”. Já não bastava o tique “ la femme intercontinental” quando um dia fez uma viajem de comboio Lisboa-Porto e se lembrou de dizer que tudo era feio, desde cidades a vilas. Hoje, em pleno "Eixo do Mal" atira-nos com o “povo nojento”, uma tese realmente fabulosa, a merecer doutoramento.
Uma “tigra”, esta clara mulher.
E a propósito da farpa do “Sr. Silva” (aquilo foi mesmo uma farpa – se tivesse sido dito por Pinto da Costa era “fina ironia…), e no momento em que o Silva do programa se dirige a ela tratando-a por “Srª Alves”, ela corrige, apressada:- “ Doutora Ferreira Alves!”. Leram bem? DOUTORA!
E daqui se compreende que do povo que ela diz “nojento” emerge realmente uma classe nojenta: a classe daqueles que exigem ser chamados por DOUTORES, ENGENHEIROS; que mandam botar o “DR.” nos livros de cheques. Esses sim, são um nojo de povo.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2005

O caso Sócrates

O caso Sócrates é, ao mesmo tempo, grave e hilariante. É grave porque demonstra que nesta campanha vale tudo. Os contingentes do poder lutam de forma bélica, provando que, afinal, há ainda muita porcaria para vir, até ao dia 20 de Fevereiro. E é hilariante porque Sócrates, que para mim não passa daquele boneco do filme “AI”, de Spielberg, muito bem representado por Jude Law (creio que se chama assim), consegue, finalmente, o seu papel de vítima.
E fica tão bem na foto, o Sócrates, senhores!
Mas o caso Sócrates é muito mais do que isso. É a prova clara de que Portugal vai viver um muito mau bocado, após as eleições. Porque infelizmente os pensadores dominantes são pela bipolarização e, quer queiramos quer não, isso influencia.
Porque infelizmente este pobre país tem de facto um défice de cultura eleitoral. Este país é burro, pronto.
Não me venham dizer “não é correcto”, porque eu tenho que afirmar isto sem receios: burro país, este, que se entretém com toda esta trampa de políticos maliciosos, acoutados nos “trojans” da opinião e deixa passar ao lado uma magnífica oportunidade de mostrar a essa gente que eles não valem nada mesmo! Nem para oposição servem, uns e outros. Pobreza como esta não há em mais lado nenhum!
E agora venham lá daí esses elogios tinhosos a quem trabalha mesmo, dando a cara, colocando o dedo na ferida e tendo na outra mão o curativo, o óleo de fígado de bacalhau de que esta nação precisa. Venham daí as simpatias porque tendes rádios, tendes estúdios e não vos falta papel para sujardes com a vossa hedionda cobardia.
Verão de 1985. O Live Aid estava na berra e a Juventus tinha-se sagrado campeã europeia de clubes, em Bruxelas, apesar das mortes no estádio. Eu tinha longos cabelos em cachos, cor de trigo muito dourado que se esbateu ao longo destes vinte anos. Estava no Norfolk, a horta de Inglaterra, a apanhar morangos, amoras e framboesas. Naquele complexo agrícola havia uma fábrica de processamento industrial dos frutos silvestres e o encarregado geral era um tipo barbaramente inglês que fazia leilões nos tempos livres. Era um tipo muito conversador, apesar de arrogante. E quando eu lhe falava, timidamente, do meu país, ele só me dizia: - " Atino, Portugal está cheio de dinheiro. O problema é que esse dinheiro está muito mal distribuído!".
A Avaliar pelo quadro em baixo (que encontrei aqui) verificamos que a frase do velho "Malcom" continua, e de que maneira, a fazer muito sentido. Vinte anos para nada!


Sexta-feira. O nome e a coisa existem e são ouvidos. Os comunistas de hoje são tão bons como os de ontem. Os de ontem sofreram por nós e muitos “morreram” da vida porque acreditaram ser possível transformar o país miserável de então. Os comunistas de hoje continuam a ser testemunho vivo dessa sede de transformação, porque o país continua miserável.
Ninguém os ouve? Ninguém lhes liga? Parece que sim, afinal. Eles, os comunistas, não andam aos berros, de megafone, a acenar ao povo. Um verdadeiro comunista não necessita de andar com uma bandeira. Ele fala a sua mensagem e sabe que anda em contra ciclo, que há gente interessada em banir os seus símbolos. Ele sabe que a tentação não é de agora e que muitos camaradas já se renderam ao fácil, à capa de revista. Mas um comunista ao acordar todos os dias de manha, olhando-se ao espelho, deve dizer bem alto, com entusiasmo: “Eu tenho uma missão”.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2005

Quarta-feira. O meu partido tem um líder que demonstra muita serenidade, classe e postura, quando confrontado com a porcaria que os outros fazem. Ninguém deve ter reparado nos comentários que Jerónimo de Sousa fez a propósito do cartaz do PSD, colocado por cima de um outro da CDU. O pessoal anda entretido com a bipolarização e o SR. Silva.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2005

dias gordos

Carnaval. Feijão manteiga, carne gorda, orelheira, toucinho, enchidos e muito vinho. Dia gordo, sem dúvida.
Amanhã é quarta-feira de cinzas. Um tempo que se quer de retiro, de reflexão. Evidentemente que apenas cumprimos o primeiro ideal: comer até fartar. Amanhã continuamos na mesma. Continuamos a comer bem e quanto mais melhor. Enchemos a barriga de palavras que nos entram, casa adentro, e arrotamos felizes e convencidos de que há muita glória.
Amanhã continuaremos convencidos de que não há cinzas, apenas cinzeiros onde depositamos, cinicamente, o lixo da nossa hipócrita existência.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2005

Morrer assim, porquê?

Isto é uma coisa triste, lamentável. Morrer assim é coisa do diabo. Morre-se assim porque, em primeiro lugar, tem-se que sair de casa, em busca daquilo que não se tem aqui: trabalho razoavelmente bem pago. Em segundo lugar, morre-se assim porque existem as famílias, os fins-de-semana e as viagens suicidas. Gente aos molhos a encher as viaturas que fazem mil e tal kms rumo a espanha e às obras. Gente com pressa de chegar porque tem necessidade de acumular horas. Horas a sete euros e tal – vejam bem. Gente que não tem horas e não descansa, e mete-se à estrada louca, louvando a deus e a não sei quem mais. Gente que morre assim porque o país deles impõe-lhes a mobilização, a contra-relógio. Gente a merecer um olhar.
De quem não sei.

Ah, se fossemos capazes de cumprir o nosso ideal…

Nota: eu sei muito bem o que é uma viagem para Espanha, para as obras. Eu já experimentei e não fui de avião nem me ocorreu escrever: “ sobrevoando a beira alta”.

domingo, 6 de fevereiro de 2005

da tolerância, da opinião e do silêncio

De espantar que alguém tenha escrito isto e horas depois venha defender isto. Caro senhor escritor, o problema da igreja não é pedir. Ela gostaria era de mandar, impedir. E depois alguma coisa havia de se arranjar para o combate ao excesso de frases.

Aflitos

Noto cada vez mais aflição à medida que o dia 20 de Fevereiro se aproxima. Como aguentar mais 15 dias se nada mais há a dizer, apesar de nada ter sido dito?
Os adeptos da bipolarização, socialistas esperançados com a engenharia de obras feitas dos guterristas e os outros, os desiludidos com os seus próprios tiros no pé consomem-nos a alma com trinta e uma teses sobre “como votar bem” e estão, também eles, a viver um desconsolo programático, porque vêem os “periféricos” a trabalhar bem, esforçados, e a aglutinar os seus para o caminho certo nas urnas.

Impressiona-me a quantidade de lições de moral politica que inunda a blogosfera. Repugna-me, de facto, a pequenez emergente da classe de comentadores que parecem teimar em acompanhar o baixíssimo nível dos políticos.
Como dizia eu em cima, há um desespero enorme, suores frios, temores.
Cavaquistas, Guterristas, Fascistas (que os há), uni-vos! O povo já não vai em chantagens!

sábado, 5 de fevereiro de 2005

Não tenham medo!


Vem aí a campanha eleitoral e o ataque aos indecisos. Todos aqueles que defendem os seus interesses, e as politicas que só defendem os seus interesses, votarão na direita. E restam aqueles que têm problemas e que procuram nos políticos e nos governos as melhores respostas. Restam, enfim, os indecisos porque têm sido constantemente enganados. E falam-lhes no “voto útil” e eles perguntam-se onde votar com utilidade. E falam-lhes em mudança e eles perguntam-se o que vai mudar. E falam-lhes em sentido de estado e credibilidade e eles perguntam-se como. Impõe-se, portanto, uma atitude forte e assumida: apelar ao voto na CDU.
Sem medos, sem complexos e com muita convicção eu apelo aos indecisos, aos independentes, que assumam a ruptura com o poder dos “media”, dos bancos e das multinacionais. Mostrem a força do voto traduzida numa ascensão clara dos comunistas na Assembleia da República. Só assim será possível estancar esta terrível onda de irresponsabilidades. Só assim será possível banir esta euforia de ambiciosos. Só assim poderemos contribuir para que o país olhe o futuro com responsabilidade sem nunca se esquecer dos seus, do seu património universal e da sua independência. Assumam-se. Libertem-se! Exerçam um voto que tenha jeito.

Inês Pedrosa no país das maravilhas

Hoje trouxe para casa o “Expresso”, porque me disseram, no quiosque da minha rua, que era grátis. Aceitei a prenda.
Sabia que o Daniel Oliveira escreve no Expresso e pensei ver se ele também não tinha tempo para postar naquele jornal, por via da campanha eleitoral e das viagens e das canseiras. O dinheiro impõe um ritmo muitas vezes mais cruel do que o nosso próprio bio ritmo. Isso é claro!
Estava eu nestas elucubrações quando deparo, na Única, com uma crónica da Bomba I. CHQ (um novo motor de alta cilindrada - um topo de gama!) Já me tinham dito que a CHQ era mesmo uma bomba, mas o retrato da ilustre, que ilustra o artigo, supinou-me aquele sentimento muito próprio de quem espera correspondência, no real, àquilo que imaginara “cá dentro”. Adiante.
Parece que gostou de conhecer Adília Lopes. E ainda bem, porque eu lembro-me bem daqueles programas fantásticos, na dois, de Luis Osório, aquele director da “Capital” que aparece agora nas televisões ainda meio tonto com a conjugação de gravatas e camisas, e onde brilhava aquela mulher de aspecto “Abraço”. Adília Lopes merece a referência. Lembro-me, de memória, de “quem fode, fode. Só fode quem pode”, uma frase forte e ritmada, a merecer trabalho de casa. E não tenho nenhum livro da poetiza. Porque a cultura tem destas coisas: podemos ser cultos através do dinheiro, simplesmente, ou podemos cultivar-nos através da procura de coisas, de retratos esbatidos nos parcos cantos do que nos rodeia. Quem me dera poder chegar a uma livraria e dizer simplesmente: - Olhe, li um poema de Adília Lopes. Por favor queria comprar tudo o que tiver aí desse autor.
Sempre posso fazer outras coisas. Quem pode, pode, afinal.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2005

Um post verdadeiramente chunga sobre o PSD ( o partido)

Hoje vemos o país inteiro a atirar-se a Pedro Santana Lopes. Os de sempre, claro, e quase todos os simpatizantes do PSD. E vemos o líder do PS a debitar retóricas que aprendeu nos artigos de opinião de um considerável número de consagrados do PSD.
A mim, que não sou nem de uns nem de outros, isso dá-me vontade de rir. Muita vontade! Mas também me apetece dizer a todos esses macambúzios do PSD, que andam aí a esfolar o homem, para terem um pingo de vergonha na cara. Viram o partido cair no descrédito e fizeram nada! Viram o cozinhado do poder Santanista e fizeram nada!
Muitos nem ao conselho nacional do partido foram. Demitiram-se disso, é claro.
Depois viram o homem ser eleito em congresso e nada. E continuaram a fazer farinha do mesmo saco. A dizer mal e a comentar. Pegaram em toda a merda que Santana fez. Limparam? Não senhor, cagaram.
E andam aí, empoleirados, a comentar e a dar trunfos ao outro bonito. E a remoer influências de vácuo.
E, ironia das ironias, acolhem o regresso dos guterristas de forma boçal e prazenteira.
Dispensável essa gente, é o que eu digo.
Pobre partido este que tem gente desta, tacanha e vaidosa. Pobre partido este que se vê inundado de ratos de porão à espera de piso seco para roerem os restos.

esconder para esquecer

Também tivemos, a propósito do tal debate, a nossa "masturbaçãozita colectiva da opinião", no abrupto, um blog cada vez mais na berra. Pena é que o seu autor, historiador, tenha feito um artigo no Público, com o nome “Dicionário de Campanha a Três Semanas do Fim ”, onde ignora completamente a CDU. Não sei porquê. Aliás, quase aposto que isso se deve ao ódio histórico que este homem tem pelos comunistas. Fica a qui o meu protesto. A CDU pode não caber no dicionário dele, mas cabe, com certeza que cabe, nos milhares de boletins de voto, e ele, caso vá votar, poderá confirmar isso mesmo.Provavelmente.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2005

As faces

O debate entre "S" e "S" fez-me lembrar um DVD para gravar: É dificil distinguir as duas faces. Recomendo que se coloque uma etiqueta ou, na falta dela, que se recorra a uma caneta de "acetatos".

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2005

o homem Invisível

E se quisermos ser sérios devemos aplaudir o protesto de Manuel Monteiro que anda a ser muito mal tratado nestas eleições.
Não peças a quem pediu nem sirvas a quem serviu, é o que é.

nada interessa e tudo serve

Faz-me espécie esta cena dos boatos. E logo numa altura de tanta responsabilidade. Um boato parece valer mais do que uma proposta honesta. Tem mais audiência, claro, e representa a seriedade quando discutido com ar grave. Um boato, meu deus, é algo demasiadamente básico para ser levado assim tão a sério. Quantos boatos já ouvi, de tanta gente ilustre, e quanta figura pública não terá sido envolvida em boatos? Brincamos, claro. Só pode ser.

Já ninguém pensa em propor, em discutir. O melhor caminho é destruir. Fazem palanques luminosos e fingem-se gladiadores. Lutam ferozmente pela atenção. Nada interessa e tudo serve.

a taça

As famílias, os pobres, os reformados, os tropas e suas digníssimas esposas, donas de casa, toda a gente. É a eles que me dirijo. Eu, o candidato, dirijo-me aos calceteiros, aos professores e aos médicos. Eu quero dizer-lhes que prometo. E quero dizer-lhes que há o Estaline e o Lenine e a URSS (todos enterrados mas registados - portanto existem). E quero dizer-lhes que sou um homem bom, carinhoso, atento e paternal. Sou afável e jeitoso e tenho muito sentido de estado. Eu sou o candidato, bolas! Eu estou a dar tudo de mim por vós! Eu aumento-vos as pensões, eu reduzo-vos os impostos e faço uma amnistia às multas. Eu prometo. Eu cumpro, bolas! Eu acredito na mãe Europa e aceito que somos europeus de pleno direito e, portanto, eu sou um europeu. Eu quero dizer-vos que tudo vai ser diferente. O mercado vai abrir e a estabilidade funcionará. As empresas precisam de mim. Os bancos sabem do que estou a falar. Eu sou o melhor candidato. Eu venço sempre os debates televisivos. Eu vou ganhar.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2005

um post sem links em "amigos", "o amigo do amigo", "pobres diabos", "mordomia farisaica", porque voç~e pode bem ser um dos visados

Esta forma de fazer campanha só faz sentido num país como o nosso, povoado de políticos abjectos, a roçar consumadamente o reality show.
Esta forma de fazer politica é o desespero, o abismo. Mas cuidado porque o povo quer mais. E os amigos do nobre povo andam atentos ao pagode. Não interessa o que se diz, mas sim quem o diz. É a velha história do amigo do amigo. E assim se vão revisitando os pobres diabos, convencidos de que a sua única defesa é ignorar, deixar quieto.
Cumpre-me portanto assinalar o meu aceno de presença. Eu estou presente, e, como eu, muitos mais. Saberemos nós acenar a nossa voz perante a mordomia farisaica que tudo adultera, tudo corrompe?
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