segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

“Don´t think twice, it´s all right”

Olá Carlos, esse Natal? Espero que tenhas tido um bom Natal. O meu correu dentro da normalidade, correu bem, embora tenha vivido um bocado de nostalgia de quando não tinha o Natal a correr dentro da normalidade, de quando passava essa noite a ouvir Pink Floyd e a tentar perceber a ordem das coisas. Ou a desordem.

Neste Natal, Carlos, recebi um disco de Bob Dylan, prenda da Catarina. “The Essential Bob Dylan”. E lembrei-me mais uma vez de ti, amigo, dos teus discos de vinil, das nossas conversas perdidas no tempo. Num tempo em que éramos apanhados pelos momentos do agora e sempre. A vida era aquele momento especial e, olha, continua a ser, se calhar. O “agora” é uma coisa constante, perdura. Que confusão, amigo. São duas da manhã e eu estou a ouvir Dylan e lembrei-me de ti. Feliz Natal, Carlos.

terça-feira, 15 de novembro de 2016

Bob Dylan - 100 Essential Recordings (AudioSonic Music) [Full Album]

Ao meu amigo Carlos Manuel Gonçalves Reis. Onde quer que estejas, mereces mais do que todos este Nobel Prize ao grande poeta das canções de todas as lutas, todas as filosofias, todos os romances e tragédias. Um abraço.

"Maybe your friends think I'm just a stranger
My face you'll never see no more
But there is one promise that is given
I'll meet you on God's golden shore"


terça-feira, 27 de setembro de 2016

O senhor vá caminhando e quando passar aquela igreja vira na primeira à esquerda e ande mais uns cem metros que aparece logo  uma loja. A esta hora pode ser que ainda esteja aberta.

E lá fui eu andando, até que passei pela igreja e a rua estreita lá estava, quietinha, à minha espera. Caminhei mais uns cem metros e, por fim, avistei o senhor Veiga, que se aprestava a sair da loja, segurando na mão um jarro transparente cheio de vinho branco a embaciar o vidro. Vai fechar? Não, faça o favor de entrar. Pedi que me aviasse uma garrafa de água e uma coca-cola para me abastecer do açúcar que a Labruja me ia exigir. O senhor Veiga, depois de me dar o troco, percebeu o ar de espanto que ainda sobrava na minha cara e deve ter-lhe subido à ideia de que a minha cara de abel se devia ao facto de "porque raios estaria ele a fechar a loja com uma jarra de vinho branco na mão"... Sabe, tenho um compromisso com uma senhora de noventa anos que vive sozinha em casa. Todos os dias por esta hora levo-lhe um jarro de vinho e fico lá um bocadito a conversar com ela e a comer qualquer coisa.

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Tinha saído de casa relativamente cedo, por volta das oito horas da manhã, no primeiro sábado de setembro, carregado com uma mochila às costas que pesava para aí uns bons dez kg, e de modos que me deitei ao caminho e só deixaria de andar quando me achasse em plena Plaza do Obradoiro, em Santiago de Compostela. Ia visitar o Apóstolo Tiago Zebedeu. E assim foi.
De tal modo foi que cheguei a Compostela no segundo sábado do mês de setembro. Não fiz diário, não me preocupei com dicas ou segredos. Não levei mapa, apenas segui as setinhas. E fui andando desde a porta da minha casa, passando por umas alminhas ali para as bandas de Perosinho, já em pleno “caminho de Santiago”.
Nesse primeiro dia andei muito. Caminhei mais de quarenta quilómetros até ao Mosteiro de Vairão, em Vila do Conde, onde pernoitei. E assim fiz várias etapas do “caminho”. Caminhei, descansei, pernoitei e voltei ao caminho, às pausas, aos episódios esquisitos, às capelas, às catedrais, aos miradouros, ao asfalto e aos caminhos, às serras, aos campos, aos montes e aos aceiros. Um caminho perfeito, espiritual, desafiante, abrasivo e relaxante, uma mistura de todos os ingredientes, aqueles que sabeis e aqueles que pensais vir um dia conhecer. Destes, eu não falarei muito, porque vos digo: ide fazer o “caminho” e assim provareis o sal que vos falta.
Bom, mas no “caminho”, o caminho de cada um que o faz, acontecem coisas estranhas, mágicas ou sei lá quê, e disso eu vos dou garantia porque fiz o “caminho” e sou, portanto, testemunha viva de que “há coisas”. E dessas “coisas de que há”, que acontecem, que nos afrontam e nos confrontam e que nos colocam perante um outro sentido da vida eu vou contar-vos uma.
Estava eu acabadinho de chegar a Barcelos, portanto findava a segunda jornada de caminhada que compreendia já uns bons setenta quilómetros, entro no Albergue dos Peregrinos de Barcelos e após fazer o registo de peregrino e ter sido encaminhado para o meu sítio onde ia pernoitar, fui confrontado com o meu pé direito. O meu pé direito já não parecia um pé. Parecia uma abóbora de tão inchado que estava. Bolhas enormes rebentadas por debaixo do pé, um latejar a ameaçar infecção, um espectáculo para os outros peregrinos, sempre solidários, tão solidários meu Deus, “então isso está mau?” perguntavam-me em inglês. E eu respondia, desanimado, num pobre inglês triste e arruinado “estou bem, vamos ver como vai ser amanhã”
O amanhã era dali a umas horas, que os peregrinos parecem abelhas, logo pelas primeiras horas da madrugada a arrumar as coisas, lanterninhas acesas para não incomodar quem ainda dormia, ou seja eu, o lesionado, o derrotado pelas bolhas de água, o pobre português que se calhar leva uma vidinha a andar de carro para todo o lado e, está claro, tem uns pezinhos de vidro que não aguentam dois dias a caminhar, e é deixa-lo dormir descansado que quando acordar vai direito ao hospital. Entretanto eu acordo, desvairado, com o pé numa autêntica via-sacra. Não sabia o que fazer. Os outros peregrinos iam saindo e passavam por mim e tentavam dar-me coragem e eu sem reacção, perdido, derrotado. O meu pobre pé desfalecia.
De súbito resolvi agir. Vesti-me, fui à cozinha e tirei de lá uma garrafa de água e bebi dois ou três goles. Tentei enfiar as botas mas sem sucesso. O meu pé direito quase rebentava. Resolvi então enfiar as minhas velhinhas asic que já tinham feito mais de mil km comigo a correr. O pé não recusou, embora resmungasse. Os peregrinos saiam e saudavam-me quase em modo de despedida. E eu ali já vestido e calçado e a porta do albergue aberta e lá fora a estrada e a escuridão.
Eram para aí umas seis da manhã eu aventurei-me a sair, ainda sem saber bem para onde ir. Mas eu queria ir para o “caminho”, raios me partissem. E mal saí e vi aquela seta amarela a apontar o caminho, o andar cambaleante, muito lento, o céu a clarear, deu-me para me dizer “Olha, meu, se não andares depressa andas devagar. Vamos indo e vamos vendo, se isto piorar sempre podes parar”. E depois, Cristo também podia desistir e não desistiu. Podia dizer “Pai, estou cansado, dói-me o corpo, vamos parar com isto” e de certezinha absoluta que Deus mandava que todo aquele sofrimento de Jesus a caminho do Calvário terminasse ali mesmo, tal como eu podia terminar ali ou em qualquer momento deste meu calvário o meu sofrimento. De modos que fui caminhando por de entre os primeiros milheirais que surgiam à medida que ia deixando Barcelos e, tal como Jesus Cristo, estava decidido a ir até ao fim.
E assim andei durante dez penosos quilómetros, sem deixar de me sentir bem naquele sofrimento, de apreciar as paisagens, de me sentar no primeiro café aberto que encontrei e saborear uma deliciosa meia de leite e comer uma boa sanduíche de queijo e fiambre. “Vou preparar-lhe aqui uma bela sandes de queijo e fiambre muito saborosa para a sua caminhada” disse o rapaz que me atendeu e eu recordo isto porque foi verdade e porque foi importante. Foi muito reconfortante, encorajador mesmo, ouvir esta conversa de cortesia. E depois não deixei de me deter perante a majestosa igreja de Abade de Neiva “Até ao monumento vai ser sempre a subir” e tirei uma fotografia que publiquei no Facebook “Bom dia”.
E assim caminhei durante dez penosos quilómetros até Tamel, S. Pedro de Fins. 
Andava eu neste arrastão pio, a ser ultrapassado por tudo o que era peregrino, até por um casal de portugueses com o Miguel ao colo, catorze meses de idade e já a fazer os Caminhos de Santiago e eu que tive de esperar cinquenta anos. E eu lá ia metendo conversa e as pessoas passavam e eu caminhava agarrado ao meu cajado, ao meu amiguinho fiel que me segurava e me marcava o passo, até que numa recta de estrada asfaltada, ladeada por umas moradias de construção recente, cujos passeios generosos se estendiam pela beira da estrada, eu vislumbro dois homens sentados. Dois peregrinos que me olhavam, apreciando aquele pobre desgraçado que caminhava cambaleante. “Você está bem?” perguntou-me um deles em português com sotaque brasileiro. “Eu estou fodido!”, foi tal e qual a minha resposta, de tão aliviado que fiquei por poder falar português. É que por incrível que vos possa parecer, este Caminho Português de Santiago está carregadinho de estrangeiros, de modo que tirando o casal português com o bebé, eu só falava inglês para tudo o que era peregrino.
 “Eu estou fodido”, disse eu, e repito, só o facto de eu ter dito aquilo foi já um grande alívio, e mais alívio foi quando o tipo me diz “Senta aqui que eu faço um curativo pra você”. Com tal proposta eu não tinha mesmo nada a perder, como podem imaginar, nem tinha pressa sequer, afinal tinha saído muito cedo do albergue e naquele tramo estavam a passar os peregrinos que acordaram mais tarde. Sentei-me naquele passeio à sombra, tirei o chapéu, tirei a mochila das costas e respirei aliviado. O cara perguntou de onde eu era e eu também. “Sou de Belém do Pará, Amazónia”. Meu Deus, pensei eu, nem sequer são de São Paulo ou do Rio, são do Brasil profundo, da selva. “Viemos fazer o caminho e começámos no Porto mas ficamos em hotéis porque compensa mais. Queremos chegar e descansar e não estar levando com todas as implicações dos albergues”. Bem pensado, disse eu.
"Muito prazer, eu me chamo Solano. Tenho aqui um óleo muito bom que se usa lá na amazónia. É de uma árvore que se chama copaíba, cê conhece?" Não. "É um cicatrizante muto bom, com muitas propriedades curativas".
 Bem, amigos, perante isto, perante esta revelação, esta experiência em Tamel, S. Pedro de Fins, eu ali prestes a conhecer um processo terapêutico trazido da terra dos índios, da amazónia, fiquei siderado, parvo, maluco, não queria acreditar. Solano, porém, fez o que tinha a fazer. Diligentemente limpou o meu pé, e passou aquele óleo uma e duas vezes. Mais uma. E fez-me um penso com um adesivo. E eu comecei logo ali naquele instante a sentir um bem-estar tão bom, tão bom, tão bom e comecei a pensar como é que isto é possível? Como é que tinha de me aparecer um peregrino da Amazónia com óleo de copaíba? Porque é que não estava ali um paramédico do INEM a peregrinar e carregado de anti inflamatórios e cicatrizantes das nossas farmácias? Tinha de ser coisa do Apóstolo, senhores. Só podia ser. De modos que, em me vendo a sentir muito melhor, Solano resolveu achar que era hora de ir andando. Eu fiquei mais um pouco. Antes porém, perguntei: É católico? Sou, pois! Solano viu bem o estado em que eu fiquei com aquela resposta, Percebeu bem a comoção que se apoderou de mim. E resolveu ir para o caminho.
Uns quilómetros à frente eu ainda o vi sentado numa sombra à espera que um tal restaurante abrisse. Acenámos um ao outro e eu bem vi a alegria dele ao perceber que o meu caminhar já era outro, mas eu resolvi seguir o meu caminho porque no caminho é assim, há que seguir o nosso próprio caminho. De maneiras que nunca mais o vi. Fiz todas as etapas do caminho graças àquele índio “Não tire o penso, deixe ele ficar até sair por si” e quando cheguei a Compostela ainda o procurei no meio da multidão.
“Havemos de chegar a Santiago”. Eu cheguei, amigo Solano. Espero que tu também.


PS: E espero que um dia tu possas ler isto porque isto vai ficar aqui à espera que um dia tu me encontres novamente e eu a ti e eu quero que tu saibas que foi graças a ti que eu pude cumprir o meu desejo de fazer o Caminho de Santiago quando fizesse cinquenta anos. Um abraço, Solano.
igreja de abade de neiva

vós que ides passando lembrai-vos dos que estão penando

domingo, 7 de agosto de 2016

Estou muito orgulhoso de ti, meu rapaz. Correste Portugal de lés a lés, à boleia como deve ser, porque a vida é uma boleia, com o teu amiguinho, um amigo daqueles para a vida e que são tão poucos, muito poucos, digo eu que também tenho os meus. Foste levado por médicos, padres, camionistas e miúdas giras. Foste alimentado por religiosas, paraste em tascas, vendas e mercados. E viste a nossa aldeia, o nosso país lindo e diverso. Palmilhaste terriolas, deslumbrando-te umas vezes, desiludindo-te outras, bem sei.
E chegaste a Sagres, o sítio mais tocante do nosso sonho. E olhaste bem lá longe, que longo é o teu caminho, meu rapaz. E eu repito “Oxalá os teus sonhos sejam sempre inspirados por tão deslumbrante paisagem”.


Tenho muito orgulho em ti.

terça-feira, 2 de agosto de 2016

domingo, 31 de julho de 2016

Vou agora, se me permitem, discorrer sobre um assunto que já me esta a meter nojo: a mania que os meus conterrâneos têm de andar numa de “ai vêm aí os emigrantes, que horror!” ou “credo, é só “avecs” por todo o lado, não os suporto!”
Os emigrantes, meus amigos, bem os emigrantes, para começar, deviam ter uma estátua em cada aldeia portuguesa. Durante este mês de Agosto não há feirante ou lojista que não esteja grato aos “avecs”. Porque eles, os “emigras”, eles compram tudo, eles enchem os restaurantes, eles ocupam as lojas que não vendem quase nada durante o ano e limpam-lhes o stock, as coisas que nós desdenhamos mas eles adoram. Eles mandam construir casas, grandes casas, enquanto nós, coitados, somos enfiados em apartamentos exíguos, eles até piscinas fazem, grandes garagens, três carros - e pagam a tempo e horas!- e isso é o quê? É economia a andar cá em Portugal graças ao dinheiro deles. E já nem falo das remessas que eles andam a mandar para cá há cinquenta anos. Por isso, meus amigos, respeito, muito respeito pelos emigrantes. Sorriam para eles, agradeçam eles virem cá porque muitos deles são já da terceira geração e quase nem sabem falar a nossa língua. Mas adoram Portugal.
Ainda recentemente isso ficou provado. Sim, porque um filho de emigrante português, nascido e criado em França, a trabalhar em França, a falar francês seria muito natural que jurasse amor ao SEU país, a França. Mas não, o raio dos moços adoram Portugal, amam Portugal e apostaram e apoiaram a “Seleçom” como só eles sabem fazer. Tiveram de levar com o mau perder dos franceses e aguentaram, não renunciaram à pátria amada, porque essa é só uma. E agora, chegam a Portugal, à grande e amada pátria e levam com a cara de nojo dos seus compatriotas, a raiva latente nas redes sociais, o ciúme, o preconceito. Se fosse possível eu queimava todas as “memes” que me aparecem a desdenhar os nossos compatriotas emigrantes por esse mundo fora e que fazem o favor de nos vir visitar. E entristece-me muito, aliás, ver muito boa gente que se arma a defender tudo o que é minoria e bla bla bla e depois vem para as redes sociais armar em “português de primeira estorvado pelos emigrantes” coitados, como se isto, esta parvónia, fosse um direito só deles.
Por isso respeito, caro amigo, muito respeito pelos emigrantes. Obrigado.

sábado, 30 de julho de 2016

"Shall I compare thee to a summer's day? 
Thou art more lovely and more temperate" 
#Shakespeare

quinta-feira, 28 de julho de 2016

No verão um poema:
"Cicale, sorelle, nel sole con voi mi nascondo nel folto dei pioppi e aspetto le stelle."
Salvatore Quasimodo 

segunda-feira, 11 de julho de 2016

Parabéns a estes putos que foram a França fazer história contra o cepticismo de quase todos nós. Hoje, é tempo de celebrar este momento excepcional da portugalidade, da diáspora. E obrigado a estes miúdos por colocarem a imagem de Eusébio junto da Taça. Eusébio merece. Não por ter sido o melhor mas sim por ter sido um exemplo do talento e do querer, sentimentos aliados ao sofrimento do "sentir Portugal". Eusébio sentia Portugal como poucos, embora não tivesse nascido na península. Como sente Pepe, que nasceu em terras de Vera Cruz, como sentem os filhos de África desta nova geração, os filhos dos ciganos, os filhos dos insulares, os filhos dos emigrantes. Todos eles somos nós e Eusébio é todos eles. Obrigado, miúdos

quarta-feira, 29 de junho de 2016

bebamos!
não fazem falta lâmpadas!
basta um dedo de dia para as grandes
copas multiadornadas vamos
ergue-as! o
filho de sêmele e zeus
diôniso
nos deu aos homens vinho
lassidão contra a dor - olvido:
a cada parte de água duas
só de vinho assim
plenas até a borda
bebamos -
uma após a outra - copas
e mais copas!
Alceu - Fr.96 Diehl
(E.Munch, 1895)

segunda-feira, 20 de junho de 2016

uma frase do dia, de todos os dias.

...para mim, pessoas mesmo são os loucos, os que estão loucos para viver, loucos para falar, loucos para serem salvos, que querem tudo ao mesmo tempo, aqueles que nunca bocejam ou dizem chavões, mas queimam, queimam, queimam...
 Jack Kerouac

sexta-feira, 10 de junho de 2016

Terias muito mais fiéis se tivesses sido capaz de te manifestar quando o outro Governo, por questões ideológicas, cortou com os subsídios para o Ensino Especial, o tal cujos alunos são rejeitados pelo ensino privado como se vivêssemos na idade média, onde os deficientes eram depositados nos currais e hoje há tantos casos de deficientes que ficam em suas casas porque os pais não podem pagar a propina. Terias muito mais fieis se por ventura te tivesses manifestado quando o outro Governo encerrou Escolas Públicas na província, fazendo com que crianças tenham de se levantar às 5 da manhã e fazer uma longa viagem para poderem usufruir de um direito fundamental, que é o Ensino, a Instrução, como bem se dizia no tempo de Salazar. Quando o outro Governo cortou direitos adquiridos a milhares de professores, barrou o acesso de professores ao trabalho justo e honesto, fazendo com que os que ainda continuam ficassem sobrecarregados com turmas pesadas, com "paper work" a dar com um pau, com avaliações medievais. Faz um esforço, cara Igreja Católica Portuguesa e quando, por questões ideológicas não te revês em certas matérias fracturantes, então cala-te e deixa lá os neoliberais sequiosos de dinheiro entregues aos seus lóbis. E não sejas lobi. porque eu acredito num Deus e não numa Instituição Lobista.

segunda-feira, 23 de maio de 2016

A propósito da questão Colégios Privados versus Escola Pública, acabei de ouvir: "Não havendo Deus, não há autoridade." (Pedro Arroja no ‪#‎portocanal‬). 
Ora, o meu Deus não é autoritário, e sou católico! O "antigo" entendimento do Deus Católico, sim, era autoridade, era descriminação, era um labirinto de preconceitos. Chegou a ser racista, misógino, elitista. O Deus Católico dos nossos dias, melhor dizendo, a sua interpretação, está bem patente no espírito do actual líder da Igreja Católica. É, portanto, o Deus que acolhe e dá. Não manda coisa nenhuma!

quarta-feira, 18 de maio de 2016

Ian Curtis deixou-nos há 36 anos. Eu tinha 14, e já ouvia pink floyd, deep purple, neil young, graças ao meu irmão e aos meus amigos mais velhos. O Fernando, o Vitorino, o Sá e o Morgado. Depois, vieram os wham e outras cenas de que eu não gostava nada. Duran duran, ok, queen, fixe, mas um dia ouvi joy division no progarama dois pontos, de rui morrison, creio (nessa época eu só gostava de ouvir coisas estranhas, como tangerine dream e outras couves intragáveis). Quando descobri joy division ja não havia Ian mas também já não havia hendrix, morrisson...
Eram os gloriosos anos oitenta. As descobertas, as folhas caídas e o que era novo e fresco. The cure, u2, the cult. E depois parou tudo porque em 85 descobri os the smiths. Aí parou tudo e só nos intervalos conseguia ouvir outra coisa, outras coisas.
Faz hoje 36 anos que o ian nos deixou.

terça-feira, 10 de maio de 2016

É muito fácil perceber a bela equação da Direita: quer que os ricos estudem em bons colégios privados que lhes "dão" as melhores notas para entrarem nas excelentes universidades públicas, enquanto os pobres devem permanecer nas empobrecidas escolas públicas e assim serem empurrados para as péssimas universidades privadas.

sexta-feira, 6 de maio de 2016

“O CAPTAIN! my Captain! our fearful trip is done,
The ship has weather'd every rack, the prize we sought is won,
The port is near, the bells I hear, the people all exulting,
While follow eyes the steady keel, the vessel grim and daring;
But O heart! heart! heart!
O the bleeding drops of red,
Where on the deck my Captain lies,
Fallen cold and dead.

O Captain! my Captain! rise up and hear the bells;
Rise up - for you the flag is flung - for you the bugle trills,
For you bouquets and ribbon'd wreaths - for you the shores
a-crowding,
For you they call, the swaying mass, their eager faces turning;
Here Captain! dear father!
This arm beneath your head!
It is some dream that on the deck,
You've fallen cold and dead.

My Captain does not answer, his lips are pale and still,
My father does not feel my arm, he has no pulse nor will,
The ship is anchor'd safe and sound, its voyage closed and done,
From fearful trip the victor ship comes in with object won;
Exult O shores, and ring O bells!
But I with mournful tread,
Walk the deck my Captain lies,
Fallen cold and dead.” 
― Walt WhitmanLeaves of Grass

sábado, 20 de fevereiro de 2016

Ao Espelho

E de repente chegas aos 
quarenta e tal anos 

e palavras como colesterol 
hipertensão astigmatismo 

começam a invadir a tua 
vida... Olhas para trás e 

o que vês? Uma pomba 
com uma das asas ferida 

condenada ao mais terrí- 
vel pedestrianismo 

Jorge de Sousa Braga, in 'Porto de Abrigo' 

segunda-feira, 11 de janeiro de 2016





Um belo dia fui ao cinema "sala bebé", no Porto, ver "Merry Christmas, Mr Lawrence" Num dia em que íamos ao cinema ver arte. A arte nunca morre. Good Morning, Mr. Bowie
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