sexta-feira, 30 de setembro de 2005

Hoje é sexta-feira. Normalmente referimo-nos a este dia de um modo muito redutor, colando-o sempre ao fim-de-semana. Eu penso que a sexta-feira deveria ser melhor tratada, mesmo por quem tanto a ama. Eu, por exemplo, sirvo-me dela, saio com ela e namoro com ela. Todas as sextas. E jogamos as cartas e bebemos cerveja e dançamos. Mesmo assim penso que ela merecia mais. Que ficássemos em casa a ler e a ouvir música, a trocar impressões sobre o próximo eclipse ou sobre alguma coisa piegas. Que deixássemos os filhos sozinhos em casa e fossemos ver um filme. Mas não. Teimo em ser arrebatador, procurando gente, falar, gritos, risos, perfumes e musica alta.
Ela um dia cansa-se, a sexta-feira.

sueca

grande partida de sueca!Estes lagartos merecem a sorte que tiveram! Pronto.

quinta-feira, 29 de setembro de 2005

hoje apetece-me escrever uma coisa assim sem pontuação sem ordem sem nada que é para desopilar ainda não recebi o meu dinheirinho do irs porque o governo parece que empancou aquilo por outro lado recebi umas cartas do fisco porque há que de rei que eu lhes devo uns trocos relativos à antiga contribuição autárquica e fazem ameaças de penhora sobre coisas minhas ou à falta de qualquer coisa penhoram-me direitos sei lá que direitos mas isso também é uma coisa do meu foro pessoal e como aqui nos blogs coisas pessoais têm quase sempre a haver com amores e solidões e gajas o que dá imensos comentários penso que estaremos de acordo se eu me calar com a porcaria dos impostos
depois a malta anda entretida com mais uma campanha eleitoral e eu espanta-me os nomes dos candidatos a presidente da junta aqui das freguesias em volta dos Carvalhos ( maiúscula para os Carvalhos que sendo um lugar já é vila) uma cambada de tipinhos mal formados e quase em piores condições de vida do que eu que de repente viram na política de paróquia o próximo passo após o rendimento mínimo
encontraram a solução quiçá mágiga para o combate ao desemprego e a essa coisa terrível que acometeu os portugueses modernos que é terem de ganhar dinheiro sem trabalharem no sentido etimológico do termo termo
de modo que eu me ando a divertir com os retratos desses gajos ordenadamente espalhados por estas terras de santa maria
enfim este texto pardacento já vai longo e a verdade é que isto sendo grátis me toma tempo e o tempo não sendo pago parece que custa mais a não ser o tempo tomado pelos voluntários de todas os obras sociais e de caridade e os bombeiros e as campanhas de angariação de fundos para construção de santuários
corta altino
a propósito de: "O Blasfémias é um blog de referência, cuja credibilidade só mesmo o tal Paulo Querido discute. Este é um blog de inspiração liberal, com um posicionamento único para o debate (basta ver o número de comentários nas nossas caixas e os links que proliferam por essa blogosfera fora)." temos o seguinte:

Eu sou um fiel leitor do “blasfémias”. Gosto daquela malta, quase minha vizinha, que desata a escrever longos posts sobre todas as coisas. Sobretudo política. Eles são, de facto, especialistas na coisa política e ajudam-nos, a nós que somos meio tontos, a perceber o porquê das maiorias absolutas e as razões da tão propalada quebra da economia. E assim eu acho que aquele blog é credível, na medida em que, não havendo uma relação comercial, em eu não lhes comprando nada, não posso exigir uma espécie de provedor dos leitores, assim a modos que um Pacheco Pereira qualquer que pudesse avaliar a credibilidade de todos os posts que ali são colocados. O que eu faço, espertalhão, é simplesmente ler, identificar e consultar as fontes, se as houver, e cruzar aquilo tudo com a minha ignorância. Umas vezes esta manipulação genética dá em bons resultados. Noutras, porém, nascem autênticas aberrações de natureza intelectual.
Por outro lado "conheço" o Paulo Querido muito para alem da blogosfera. Quase me atrevo a dizer que o conheci no advento da Internet, não sei bem. Digamos que agora leio-o pouco porque deixei de comprar o Expresso desde o dia em que a primeira página nos apresentou o divorcio do Rangel com a Marante (creio que já disse isto umas vinte vezes) e o blog dele, confesso humildemente, não me seduz. Tem muito pouco de TVI e quase nada de SIC Mulher e parece-me muito Selecções do Readers Digest. Não leio, pronto. E portanto pouco me importa o que diz Querido.
Tudo isto para manifestar a minha total fidelidade a esse blasfémias portista e quase que absolutamente PSD/CDSPP, sem contudo esclarecer que me afasto qualquer coisa daquilo que afirma o Raf e que está excelentemente parodiado aqui e aqui.

arte merda


A história conta-se assim: durante a tarde de ontem um senhor holandês que veio revolucionar o futebol em Portugal (bem precisado está) convida todos os portistas para um grande espectáculo de futebol, capaz de encher estádios, cheio de golos, em suma, futebol total que iria ter lugar no final da tarde, ali nos baixios da alameda das antas. Já no final do dia, por volta das oito horas e vinte e cinco minutos era o delírio, os olés, os golos, a festa. Minutos depois vieram uns gajos vestidos de verde, quais gnomos gigantes e mal apresentados, e foderam aquela merda toda. Arte de merda.

terça-feira, 27 de setembro de 2005

frustração

É o que sente um benfiquista ao ver esfumada a melhor oportunidade de derrotar o poderoso Manchester United em Old Traford. E tudo por causa dessa velha mania de se ir buscar treinadores de nome ao estrangeiro. Ninguém de bom senso pode justificar este treinador. Como foi possível? Fazer o empate, encostar o adversário às cordas e recuar, encolher-se. Retirar o centro-avante e colocar mais um perneta defensivo a estorvar o que ainda lá estava. Ter karagounis no banco e não o utilizar. Ter Geovani no banco e persistir no Beto, o carapinha, na direita a engonhar, a falhar, a empastelar.
Já sei que estou zangado mas também é certo que já ando a criticar este senhor holandês, Ronald Koeman, há algum tempo. Já em Penafiel o hilariante loiro burro deixou-se encostar às cordas pelo Penafiel, apesar de estar a ganhar por dois a zero. Valeu-nos a inspiração de Nuno Gomes.
Conclusão: fodido mas não convencido. Derrotado mas consciente de que o Benfica tem uma grande equipa, apesar de ter um pobre treinador.

segunda-feira, 26 de setembro de 2005

concorrência

se estás lá mas não estás lá, ele come.
última semana de setembro e o sol. só gostava de saber qual ao nome da marca de máquina de lavar que é a única de dez marcas que não recomenda o calgon.

sábado, 24 de setembro de 2005

Caro colega timshel,
Eu juro que hoje, ao início da tarde, tinha dado conta desse tal post que os cínicos (disse o colega muito bem) propagandearam por esta blogosfera fora. Eu juro que de imediato fiz um post apontando uma série de equívocos sobre essa coisa tecnocrata e “de gabinete” que é o simples facto de se apontar o dedo ao “caciquismo”, aos vícios do “poder local” e outras couves desta horta infestada de gás metano. Ninguém pode imaginar a minha frustração pelo facto de o meu pobre computador se ter desligado, mesmo antes de eu ter gravado o famigerado texto. Fiquei frustrado e abandonei a máquina, deixando-a para os meus filhos. Que navegassem no Cartoon Network, que jogassem o Age of Empires e os Sim´s. Eu estava farto.
No final do dia e de regresso a casa ainda pensei: “ por um lado foi bom que o post se tivesse perdido. Afinal ias zurzir naquela malta, nos intelectualmente auto-proclamados intelectuais, ias fazer mais uma vez o papel de gajo azedo e do contra. Ainda bem que não publicaste o post de merda. Seria chover no molhado, bem sabes” .
Ao visitar o seu blog, caro colega, percebi que não sou o único a indignar-me com semelhante corja que por aqui abunda. Gajos e gajas armados de “chanel” e “mont blancs” convencidos que são o oráculo. Pudessem eles perceber que a história deste país é feita de sarro nos colarinhos e de olhares cansados pela luz ofuscante que eles, os fariseus, irradiam, pudessem estes gajos entender a canção do escorpião e talvez se calassem um pouco.País de labregos, este.

sexta-feira, 23 de setembro de 2005

Santana Lopes vai receber reforma superior a 3000 euros a partir de Outubro

Por isso é que nunca vi os políticos a fazerem manifs por via dos cortes orçamentais das suas carreiras. Eles é que decidem esta treta toda, eles é que votam a mama...

quinta-feira, 22 de setembro de 2005


"se o presente caso se passasse em Lisboa, tudo seria diferente"

De lamentar a suspensão de toda a produção da Seiva Trupe. Uma companhia pouco mais nova do que eu e que muito me ensinou a gostar de teatro. "Um cálice do Porto", "Uma família do Porto" e há bem pouco tempo "Amadeus", foram algumas das encenações que eu vi com gosto, de entre outras produções mais ligeiras. E é pena porque aquilo não é mais do que política, burocracia, menoridade intelectual das autoridades culturais deste país. Amem laférias e amálias senhores que o show, esse, must go on.
Foi através da Maria (um beijo) que descobri este cantinho. Parece-me muito interessante o que por lá se escreve. Gaiense como eu, a autora tem assunto, embora receie bem que aquilo comece a ser um autêntico blog de gajos, passo a franqueza.

Francisco José Viegas continua a deliciar-me com as suas crónicas de quinta-feira no JN, um jornal cada vez mais airoso e despretensioso. Hoje aborda os reality shows, os gayzolas e quejandos. Dá realmente a ideia que somos todos grunhos, porque os tipos querem comer-nos por camelos, reeducando-nos à força da estupidez. Sou contra, embora ache que não seja necessário alinhar em manifestos contra a rapaziada mas, enfim, as palhaçadas são o que são e têm o valor que têm. Por mim dispenso semelhantes trupes mas tenho bagagem suficiente para ouvir um ou dois comentários sobre esses lixos, quando estou entre amigos.
Ontem à tarde deu-me para ir beber cerveja para a Ribeira. Eu e dois amigos descemos Soares dos Reis e trocámos apostas e evidências de como era bem mais fácil ir ao Porto a partir de Gaia há 15 anos atrás. Entrei na Invicta pelo tabuleiro inferior da Ponte Luis I (nós por cá dizemos simplesmente “ponte de baixo”) e estacionei o carro no parque junto à alfândega. Depois a praça estava alegre e colorida mas nós preferimos um tasco ao cimo das escadas onde nos serviram super bock gelada, que eu fiz que se acompanhasse por uns deliciosos tremoços com azeitonas que comprei naquela loja frente ao rio, que agora tem como vizinhas outras lojas de vinhos do porto e sucedâneos.
Lá em cima falávamos de tudo um pouco enquanto bebíamos e olhávamos o rio e as pontes, a velha e a nova que mais parece um clone rasca da ponte da Arrábida, enfim, uma utilidade inestética que obrigará que todos os fotógrafos passem a fotografar o rio sempre virados para poente e por detrás da velha ponte D. Luís (cá chamamos-lhe assim também).
A tarde ia passando e a malta, bebida, tecia odes prenhes de amor eterno àquele cenário único. Eu jurei amores à Ribeira e confessei que quando estava em Norwich me punha a olhar o pôr-do-sol orientando o meu pensamento para a maravilhosa imagem do Porto antigo vista de Gaia. A Ribeira é muito elogiada, e quase ninguém diz senão bem dela. Eu tomo-a por minha porque nela vigora a alma portuense, verdadeiramente plural e descontraída. Como descontraídas são as tardes de Setembro a beber cerveja numa tasca, na Ribeira.

quarta-feira, 21 de setembro de 2005

a ver se dá

Vais montar um café na esquina? Eu vou montar uma linha de Metro.

É o que mais parece esta coisa do Metro, a sua génese, o que preside à sua construção. Ontem leu-se no JN que a linha amarela já representa um terço dos ocupantes do Metro do Porto. Mas isso foi uma descoberta por tentativa e erro ou já não sabíamos todos que Gaia representa um terço do fluxo de pessoas para a Invicta? Será que alguém pensou: vamos agora estender umas carruagens até Jaca ou Balteiro e pode ser que apareça gente. Ou então fazemos uns buracos até ao Olival e pelo menos os jogadores do Porto deixam de chegar atrasados aos treinos.

Toda a gente sabe que Gaia é o concelho que mais ficou a perder com o traçado do metro, e mais, toda a gente sabe também que a linha amarela, no que toca a Gaia é só para turista comprar vinho do porto na Real Vinícola. Por isso Gaia está fodida e parece que está contente. Gaia sempre foi assim: fodida pelo Porto mas sempre de cara alegre, para não comer mais no focinho.

masculino singular

Neste momento a minha mulher está ali na sala a ver as “donas de casa desesperadas” que, para quem não sabe, é uma série muito falada nos quadrantes liliputianos da blogosfera beta (e parece que é uma boa série, diga-se), e não lhe passa pela cabeça que eu me estou a sentir um dono de casa desesperado.

terça-feira, 20 de setembro de 2005

Se querem saber eu digo-vos sem a mínima espécie de interesse que não o de dizer por dizer. Fui tomar café e apanhei com um professor do colégio dos Carvalhos que se lembrou, há uns dias para cá, de me abordar.
Se calhar, por vestir uma camisola branca a dizer Brasil e que me fora oferecida pela minha cunhada brasileira, e de usar umas calças “levis” muito coçadas, compradas há mais de dois anos em saldo na feira de Cerveira, o gajo deve pensar que eu devo ser um burguesito de merda, que até esteve de fárias no Brasil, daqueles que lêem Sepúlveda por acharem que fazem parte da elite intelectual que abomina o sexo anal e toma banhos de perfumes caros comprados na Sephorá. Deve pensar que eu, usando uns óculos muito discretos e lendo diariamente três ou quatro jornais (incluindo os desportivos), sou um género de tipo a quem se pode desabafar um ou dois pecados neo-liberais, daqueles que fazem as delicias do blasfémias e quejandos, dizendo-se mal de Lisboa e apelando-se a uma nova politica de regeneração da área metropolitana do Porto mas nunca apresentando soluções ou sequer uma única linha alternativa. E falava das suas histórias da tropa porque um professor de meia-idade, do Norte, tem sempre histórias lindíssimas dos tempos em que fora cadete em Lisboa ou aspirante em Mafra. E zurziu em toda a classe politica do Norte como se estivesse à espera da minha aprovação.
Com bonomia e alguma educação judaico-cristã, eu deitava-lhe um olho, porquanto o outro procurava “o que diz Peseiro” que é um tema muito mais interessante como devem facilmente imaginar.
Estive quase, todavia, para perder a paciência e manda-lo pentear macacos, e corrigir-lhe os preconceitos de assalariado médio a viver numa urbe como é o caso da área metropolitana do Porto. E porque se não tem metro, há que fazer um, se tem um está tudo mal, se o Porto trabalha muito há que de rei que nunca por nunca deveria ser a zona do país onde há mais desemprego e o raio que o parta e eu ali à espera de ler os meus jornais ao preço de um simples café, e já ia em três cigarros e, de repente o gajo levanta-se, arruma as cenas dele e diz-me bom dia, saindo. Tinha de ir dar aulas para o colégio, o desgraçado. Pobres alunos os dele, e os pais dos alunos que pagam balúrdios para meterem os filhotes defronte a semelhante bota quadrada.
Mas que querem, eu sou um tipo meio assim, uns dizem que sou estalinista outros chamam-me pamonha e outras adoram-me, sendo que estas ultimas são cada vez menos, mas que se lixe porque eu tenho quase quarenta anos e ainda tenho alguma pachorra para levar com gajos que me confundem com a espécie deles.

caution

Como dizia um amigo meu, “derivado ao facto” de eu ter detectado entradas para o meu blog a partir de buscas do tipo: “ blog ferreira torres”, “avelino ferreira torres”, etc, quero deixar aqui bem expresso, de forma espessa, compressa e sem pressa que jamais me filiei em partido algum, nunca fui candidato a nada, muito menos fui presidente de coisa alguma, e não tenho quintas nem casas de granito. Jamais participei em programas culturais da TVI e nunca fui visto nos campos de futebol aos pontapés em tudo o que me aparecesse pela frente. Portanto, e para que conste, sempre que aqui vier, caro visitante, venha por bem. Advirto-o apenas que o autor destas sofisticadas palavras é um tanto avariado da cabeça e, pelo facto, não é flor que se cheire.
Tenho andado quase sempre bem-humorado, por estes dias, e suponho que seja por causa do regresso às aulas. Apesar de não ter idade escolar e de não ser professor, o que muito me entristece porque não posso fazer manifs e andar sempre mal-humorado e a dizer mal do meu patrão e andar constantemente a congeminar estratégias mágicas para progredir na carreira ou mudar de escola ou arranjar um atestado para ir a Frankfurt ver o salão automóvel…apesar disso tudo, dizia eu, gosto muito do regresso às aulas.

segunda-feira, 19 de setembro de 2005

Não viram o Herman, esse execrável individuo, que agora entendeu levar ao desespero as pessoas, as simples e desgraçadas “populares”? Não viram aquele bardamerda a brincar com a tragédia pessoal e emocional daquela mulher de S. Tomé, africana, de fracas posses e ali sentada a ver as merdas e o entulho do programa enquanto o louro camelo se divertia, se "vinha" multiplamente, em orgasmos cúmplices com a plateia, fazendo, insisto, aquela mãe penar para depois lhe entregar a filha doente nos braços?
A esticar a emoção, a cagar para as lágrimas da mulher, com um olho nas audiências, na Julia, na tropa, no caralho.
Sinceramente, utilizais cada vez mais a vossa merda mental para um único fim: que reparem em vós.
Merdas. Sois uns merdas cheios de dinheiro que brincam à solidariedade, que abusam dos dramas das pobres almas para prolongardes o vosso coito.
Fodei-vos, desgraçados.

sábado, 17 de setembro de 2005

engordar o tanas

Senhoras e senhores, como bom marido e na ausência de futebol, escolhi este sábado para ficar em casa a ver televisão e a engordar, que é tão só aquilo que os burgueses dos nossos dias sabem fazer. Por isso os carrinhos de compras nos supermercados, por isso as carrinhas Megane Breack, os champôs e as bolachas de chocolate e a cerveja importada.
Para espanto meu, um tipo que raramente está em casa a esta hora, um filho da mãe pai de filhos e marido há 17 anos, dou de caras, na Sic com a festa da “Caras”, esse pasquim de panascas, filhos da puta e bandidos milionários, ladrões de colarinho e costureiros a mais para meu gosto. E na tal festa da SIC, essa televisão imperialista, cujo director de informação é irmão de um ministro quase primeiro-ministro, a organização do evento não podia ter feito melhor: levou toda a paneleirada, pedófilos, corruptos, cornudos, bruxos, ex-mulheres de futebolistas, padres e padrecos, azeiteiros e fadistas e ex-mulheres de pilotos de formula um para uma grande festa, onde não podia faltar esse cara de cona velha, o Carlos Castro, muito bem acompanhado de tudo o que é bicha e cujo clímax virá, disseram, com mais um espectáculo musical desse grande director, encenador de voz de cana escanada que dá pelo nome de Felipe Laferia. De maneiras que em verdade vos digo: foda-se lá para os sábados sem futebol, puta que pariu estas noites sem ganza, sem cerveja, sem cartas. Vou fazer uma manifestação na minha varanda contra a tv cabo que só tem canais de rabos e tubarões em alto mar. Engordar o tanas.
Ontem fui ao Via Rápida, a melhor discoteca portuense (para mim, claro).
Eu ando a ir ao Via Rápida quase todas as sextas-feiras. Vou sempre sozinho porque os amigos preferem outras andanças, para além de que os casados andam de cadeado ao pescoço. Deu-lhes para esse tipo de romance.
Por isso aprendi a gostar de ir sozinho ao Porto, ao Meu Mercedes, na Ribeira ( o sítio onde passa a melhor música) e beber uma cerveja para aquecer. Depois, por volta das duas da manhã, rumo à zona industrial e apresento-me na VR, povoadíssima de imberbes e rapariguinhas de peito muito supinado à entrada. O porteiro repara na minha presença quarentona e faz-me sinal. Adoro quando isso acontece porque me sobe o ego, confesso. E as pessoas afastam-se e eu faço a minha procissão de fé, jurando beber apenas dois gins e fumar três cigarros. Lá dentro a sala está sempre cheia e as trintonas são cada vez mais uma raridade. O pior é quando levo com o cheiro a leite das cachopas, muito decotadas e gordas (estão gordas as miúdas portuguesas senhores!) e com as calças a descobrirem o rego do cu muitas vezes sem cu nem coisa nenhuma.
Deixo-me ali ficar e danço e bebo e gosto de me sentir olhado pelas maduras. Imagino sede de sexo e de aventura, lances de amor febril. Noto-as e elas fogem com o olhar, a dizer que a vida é mesmo assim: “galemo-nos uns aos outros porque amanhã é dia de limpeza e domingo temos de ir à missa”.
E pronto, não tenho mais nada para dizer, descontado aquilo que nada disse.

sexta-feira, 16 de setembro de 2005

quinta-feira, 15 de setembro de 2005

tenham medo, tenham muito medo

Um grande dinossauro deu uma grande entrevista a um grande órgão de comunicação social. E deu palpites, lá do alto da sua enormidade intelectual, e disse claramente que Cavaco Silva não tem perfil para ser Presidente da República. Um grande homem com grandes apoios (até da CDU, partido em que normalmente voto) e com tudo para triunfar, desde experiência, lucidez e espectro humanista. Estou impressionado com semelhante.
Tenham medo, tenham muito medo, como afirma Francisco José Viegas, no JN de hoje. Este homem é um mister.

terça-feira, 13 de setembro de 2005

Tínhamos de ter uma vítima portuguesa do Katrina. Como tivemos no 11 de Setembro e no Tsunami e num outro qualquer canto do mundo. Estamos sempre lá, somos a TMN do globo: “onde a tragédia está, estamos lá”. Por certo estaremos em Melbourne e em Los Angeles quando a Al-Qaeda se lembrar de passar por lá.
Somos assim, nascemos assim.

que se passa dona Águia?

irra!, tanto papagaio!!!





Gifs retiradas daqui

segunda-feira, 12 de setembro de 2005

há Tantum Verde para dar e vender

As eleições autárquicas estão aí à porta. Muitas Câmaras Municipais irão mudar de "dono". Outras, infelizmente, permanecerão nas mãos dos mesmos. Endividadas e muito mal governadas, essas Câmaras viverão dias de maior despesismo e promessas demagógicas. E o povo irá aclamar esses senhores desgraçados.
Povo desgraçado que ainda vai em prendas e saquetas de plástico com beijinhos reciclados com mofo de quatro anos.
George Bush doesn´t like Black People.

sábado, 10 de setembro de 2005

perder assim é fácil

Ronald Koeman ofereceu meia parte do jogo ao Sporting e fez tudo aquilo que estava ao seu alcance para não ganhar este jogo. Não tenhamos ilusões: o onze do Benfica deveria ser composto pelo Moreria, Leo, Luisão, Ricardo Rocha e Nelson na direita, no meio campo deveriam jogar Beto e Manuel Fernandes com karagounis a servir Nuno Gomes e Micoli, este a descair para a direita do ataque, e Simão no seu lugar de sempre desde que chegou ao Benfica. Com este onze ganharíamos de longe a este Sporting paupérrimo.
Nem a ajuda do árbitro Paulo Costa serviu a Koeman (a expulsão de Ricardo Rocha aliviou aquela confusão de defesas e forçou a maior circulação de bola no ataque). O nosso cenourinha está imparável no que toca a imbecilidades fazendo entrar Alcides, retirando poder ofensivo ao já de si fraco ataque do Benfica.
Disseram-me que o ex-treinador do Lyon, Paul Le Guen, esteve hoje em Lisboa. Oxalá venha para o Benfica, a ver se ainda vamos a tempo de salvar esta época desportiva.

quinta-feira, 8 de setembro de 2005

Os livros escolares estão de novo nos escaparates, nos supermercados, nas nossas cabeças.
Dois filhos, dois, em idade escolar, e uma catrafada de livros para comprar. Um peso pesado no meu orçamento. Sim, porque eu falo de livros, como todos, mas pago livros, tenho de comprar livros, da Célia Couto que foi minha professora de história. Não sei bem como é que ela faz para produzir livros atrás de livros, manuais ora com a foto do Infante, ora com um mapa sobre as viagens dos descobrimentos. Tanta história todos os anos recontada, reescrita em manuais com desconto. Mas pagos, todos os anos pagos com o nosso dinheiro. E todas as Célias Coutos deste país a trabalhar para o nosso dinheiro.

quarta-feira, 7 de setembro de 2005

We won't accept a penny from them

Quem o relembra é o Dragoscópio e eu fui ver:

Cuba, um país pobre, também teve um furacão de categoria 5, o Ivan. Foi em 2004 e foram evacuadas 1,5 milhões de pessoas e pelo menos uma cidade foi destruida. Zero vítimas mortais, nenhuma tragédia. Organização e liderança, quem sabe...

Morrem 1200 crianças por hora devido à pobreza...

...li hoje no Público, e ouvi na rádio e toda a gente sabe, porque todo o mundo toma Tody, para se alimentar.
Um planeta povoado por uma espécie de animais que não cuida da sua própria espécie, onde meio mundo engorda até morrer, ignorando o outro lado. Depois, quando esse meio mundo que engorda até morrer sofre uma catástrofe natural todos se solidarizam, ajudam, porque aquela gente está a viver uma tragédia momentânea. Os outros, os 10 milhões de crianças que nem chegam à idade de 5 anos, não vivem uma tragédia. Eles estão cá para isso mesmo, para morrerem de fome. O outro meio mundo que engorda precisa de ajuda. Façam os vossos donativos enquanto morrem 9 mil crianças por mês. De fome.

terça-feira, 6 de setembro de 2005

É claro que toda a gente discute Soares e Cavaco, esses paliativos para a dor, a nossa dor. A dor de um povo que continua a insistir na busca de um messias, como se um presidente da república tivesse uma cartola e uma varinha mágica (ainda que da moulinex) e desatasse a remediar a merda da nossa história de povo incompetente, governado por oportunistas. Venha daí Sr. Cavaco, benvindo Sr. Soares. É chagada a hora do vosso número. Palminhas à golfista!

segunda-feira, 5 de setembro de 2005

Veja aqui porque é que o Maniche não gosta da Rússia.
Angola venceu o Gabão e está a um passo de se qualificar para o Mundial 2006 na Alemanha. O Brasil já está qualificado e fez um belo jogo contra o Chile.Vem isto a propósito para dizer o seguinte: quem viu a reportagem na Glogo logo após o jogo do Brasil percebeu que em Portugal não há programas desportivos, de debate, de crítica e de classe. Ao pé dos jornalistas da Globo, o Gabriel Alves, o Fidalgo e mesmo o Carlos Daniel são moços de trolha.

domingo, 4 de setembro de 2005

Espumante,
Em resposta a este seu comentário devo dizer-lhe o seguinte:

Não me tenho como sectário a não ser no que respeita ao meu benfiquismo. No que respeita a Cuba é evidente que há uma questão de crueldade sistémica em relação aos presos políticos. E eu estou plenamente ao lado deles. Isso não me impede de ver no regime cubano um conjunto de valores que, infelizmente, têm sido sistematicamente boicotados. O ensino gratuito e geral, para todos, a saúde gratuita e geral, para todos (tenho um familiar que tem um filho com um problema grave e só em Cuba existe a esperança de o salvar, por exemplo). Ora a questão dos presos políticos é grave mas é também consequência de toda uma orquestração preconceituosa dos E U A para com um regime que é apenas comunista. Deixassem Cuba seguir o seu rumo com o mercado aberto, deixassem-se de preconceitos (veja o caso da China, ela também comunista, “atentadora” dos direitos humanos mas paradoxalmente apetecível num contexto de mercado) e certamente o sonho teria outra cor.
Cuba tem um ditador, para mim criado pelo "ocidente". Um homem que sonhou um país e que foi esmagado pelo inevitável: defender-se. Os presos políticos são isso mesmo. Uma coisa muito má mas Cuba é muito mais do que isso, embora tenha deixado de ser a "off shore" por excelência das máfias americanas, do jogo americano, ali a poucos metros da fronteira. Ora Cuba é muito mais impressionante. E Fidel esteve bem a apoiar os americanos, os cidadãos. O resto continuará como até aqui. Uns pedem a cabeça de Fidel e, ao mesmo tempo, contam os dígitos das suas contas bancárias à conta do sangue dos iraquianos e doutras gentes que morrem por causa do petróleo. Sabia que em 1999 o barril de petróleo custava apenas seis dólares, seis?. Passados seis anos custa setenta. Setenta!!!
Ora isso diz tudo e por isso não me venham falar nos presos políticos de Cuba quando se tira a vida a milhares de inocentes por causa do imperialismo capitalista.

sábado, 3 de setembro de 2005

All Katrina

fidel desembargador

Fidel Castro ignorou todo o ressentimento que poderá ter para com a mais rica nação do mundo e estendeu-lhe a mão, oferecendo ajuda humanitária às vitimas do Katrina. Que se lixe o embargo, afinal há gente na América a precisar de ajuda.

sexta-feira, 2 de setembro de 2005

Setembro das manhãs mornas e das nortadas misturadas com a neblina do Douro recolhe-me na emoção de parecer que tudo tem de recomeçar. Estamos aqui, na mesma, à espera duma palavra, duma ordem talvez, de alguma coisa que nos obrigue a levantar da areia, guardar a toalha e deixar os livros marcados, a cheirar a sal. Daqui a nada é o frio e a chuva e o mar bravo, fera alva. Daqui a nada vamos para o telhado ver se não caímos, equilibristas.

quinta-feira, 1 de setembro de 2005

da natureza das coisas

Um comunista vota Jerónimo de Sousa e depois votará, provavelmente, em Mário Soares. Um comunista independente vota Jerónimo de Sousa e depois não votará Mário Soares nunca mais!!! Isto não é a Roménia de Nicolae Ceausescu, nem a Ilha da Madeira de Alberto João jardim.
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