terça-feira, 27 de maio de 2008

negócios

ando mal. este sol entremeado com chuva dá cabo de mim. é bom para os negócios, sim senhor. mas dá cabo de mim, da minha paciencia. de tal modo que já não suporto os cada vez mais numerosos clientes-filhos-da-puta. aqueles gajos que de repente já não atendem a gente. numa primeira fase é tudo muito simpático, cordial e, depois...depois é o corte brusco, sem qualquer justificação aparente. é o sinal de chamar a esgotar-se na rapariga da tmn. é a puta da falta de consideração. é o medo de dizer "já comprei" ou "não posso comprar". ou seja, esses clientes são umas putas e eu não tenho paciencia para eles. cortam o elo de uma forma abrupta, como se nós fossemos uma máquina de vender preservativos. não percebem que os vendedores são seres humanos, também gostam de ser apaparicados. gostam que lhes perguntem se está tudo bem. estes novos clientes não percebem que do lado de cá há gente. e isto é cada vez mais recorrente. mas devo fazer uma advertência: este tipo de cliente-filho-da-puta não mora nas classes altas, nas chamadas classes AAA. não senhor, desenganem-se! esse cliente tem classe. não se assusta e fala francamente. o cliente-filho-da-puta aparece precisamente nessa camada rasteira e cada vez em maior número, composta por farmaceuticos, directores das lactogais e outras empresas tais, tipos que descobriram tardiamente a lacoste, e sentam-se num Benz com postura de condutor de Opel Astra. tipos que de repente ganharam dinheiro e quiseram mostra-lo aos semelhantes. mas falta-lhes a tarimba dos da classe AAA. falta-lhes o mero factor de não terem dinheiro apenas devido a um processo conjuntural. esses clientes são estruturalmente uns pobres coitados. e eu também.

domingo, 25 de maio de 2008

Tom Waits True Confessions



TOM WAITS’TRUE CONFESSIONS

(A conversation with himself)


...onde é referido que o sítio onde há mais lojas de gifts é Fátima, Portugal! Raios, Mr. Tom! Foi a Fátima e não disse nada à gente! Venha lá a Portugal este verão! Não nos obrigue a ir, mais uma vez, a Espanha. Por Alfredo Marceneiro, sim?

sexta-feira, 16 de maio de 2008

grande bacano

Eu sou um daqueles fulanos que já fumou em sítios proibidos. E das vezes em que fui alertado para o delito não respondi cabulamente que não sabia. Terei dito qualquer coisa do tipo "desculpe lá mas estava com uma traça do carago e esta merda desta lei atrofia-me os neurónios"!, assumindo a coisa. O Primeiro-ministro lidou com o "facto" de um a forma demasiadamente comprometedora porque não pode assumir a coisa, pelo que se pode concluir que se Sócrates fosse apanhado a copular, por exemplo, com uma gaja que engatara num sítio qualquer, ele teria dito que não sabia que não se podia fornicar ali e que não ia fazer mais isso porque resolvera deixar de fornicar! Comprometia assim uma prática comum aos mortais, mesmo aos primeiro-ministros.
Do ponto de vista romântico a tal justificação "de deixar de fazer", teria, quanto a mim, verdadeira aceitação se ele tivesse sido apanhado a fumar um berlaite. E talvez aí eu murmurasse com candura: "Grande bacano Sócrates"!

segunda-feira, 12 de maio de 2008

epílogo

A simplicidade é o último grau de sofisticação.

leonardo da vinci



Ao Benfica saiu-lhe o merecido prémio do quarto lugar na competitiva liga portuguesa. Mas foi boa a festa! O Estádio cheio e toda a Comunicação Social centrada e concentrada no mais apetecido facto jornalístico desportivo do momento. Quem quer saber dos espectaculares triunfos do Sporting e do Vitória sobre os seus brilhantes e acomodados rivais? Quem quer saber das ditirambas vendas que o Porto faz, ou quem quer saber das preciosas análises do Rui Santos ao pobre e enfraquecido Benfica? Não, meus senhores. A malta concentrou-se sim na despedida do último dos moicanos do futebol: Rui Costa. O resto é apenas a circunstância do Porto ganhar "steauamente" todos os campeonatos, e o singelo contentamento leonino por mais uma nova época cheia de euros ao "bento". Que bafiento!
Nada como ser benfiquista nestas horas assim. Ver o asco nos olhares dos outros a recusar a glória dos nossos. O tom solene, as lágrimas e as palmas sentidas. Nada mais saboroso do que cheirar-lhes a raiva de, mesmo assim, sermos nós os mais aplaudidos, os mais queridos.
Ao Benfica, saiu-lhe o merecido prémio do quarto lugar. Não podemos fugir a esta glória: a de perder. Porque só se é verdadeiramente grande quando, perdendo mesmo assim, ainda há lugar a um olhar belo e comovente para com os nossos.
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