Na Blogosfera, pisando este espaço de aprendizagem, e recauchutagem da mente, apalpo sítios onde me deixo ficar encostado como se estivesse numa varanda, virada para uma horta, cheia de coisas boas. Apetece comer letra a letra e, por vezes, guarda-las muito bem fechadas num cofre meio a sério meio a brincar. No entretanto, (como escrevia Júlio Dinis que não é nenhum desses artistas da escrita de quem tanto se fala hoje - mas foi um artista da escrita, todavia); no entretanto, dizia eu, tenho encontrado um certo travo a vaidade, por de entre certos sítios onde encosto a minha, por assim dizer, bicicleta. Encontro esse sabor, ora amargo ora adocicado, à medida do freguês, à medida da sua capacidade em demonstrar que tem um blog às direitas ou de grande carga intelectual ou até de grande simbolismo literário. E essa vaidade cria um efeito de colégio e “cloniza-se “, reproduz-se de tal ordem que muitas das vezes, nem sabemos bem onde estamos e como fomos ali parar.
Depois tem sempre, nesses sítios, aquela estafada listagem colegial do género tu lincas-me a mim e eu, que nem sei se tu és carne ou peixe, linco-te a ti. Apenas porque é bem ter-te referenciado e, como tal, alguém vai notar que eu tenho estilo e pertenço a um restrito e finíssimo grupo de gente altamente qualificada.
Apóstolos há que veneram tudo o que o mestre diz. E o mestre, acoitado de misericordiosa percepção, devolve o carinho como quem afaga um gato, ou uma iguana.
E se pudéssemos falar em redenção, ela existe através do simples e singelo despertar para outros sítios, outros blogs que nos oferecem toda a genuinidade feita em palavra, em verbo e assim permanecemos circulando neste caminho (para bicicletas, insisto) apesar de certos Scanias em busca de um “Paradise” qualquer.
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