sexta-feira, 15 de abril de 2011

As eleições, Ou melhor a golpada, estão à porta e eu nem sei que vos diga. Que desta vez tenho mesmo que votar no Sócrates, por voto útil, utilíssimo, logo agora que o PSD ensandeceu, muito por via da imaturidade do seu líder, somada a uma insana sede de poder, é uma vontade que me assalta a ideia. Como cidadão preocupado e comunista convicto, sinto-me impelido a votar útil. Não consigo aceitar que um partido que quer mandar, tenha nas suas listas de candidatos a deputados da nação um naipe de fulanos que surgiram do nada para se posicionarem no plano político de mão tão beijada e lambida. Fernando Nobre, esse barbapata da cidadania, afundou a réstia de credibilidade que tinha, trazida pela mão da AMI, que lhe deu seiscentos mil votos nas últimas presidenciais e, até por via de tal mediatismo, dispensa qualquer tipo de consideração. Mais um que se enamorou pelas luzes da ribalta. Mas há pior. Carlos Abreu Amorim, sim leram bem, essa peça enfezada do simbolismo regionalista, ultra-liberal, radical e malcontent com a pluralidade, não tem sido outra coisa que não um bastião dos adeptos do pensamento único, seja na política, seja na religião ou no desporto. Candidata-se por Viana, o tripeiro. Por Viana, vejam bem. E assim, vamos ter o morador da Boavista a dormitar na AR, contando o tempo que falta para voltar à terrinha. Ao Guarani e ao Dragão (sendo que neste último caso será sempre via TV porque ao indivíduo incomoda-lhe o suor das multidões). Será, enfim, um novo Tavares (estel outro era socialista) que mais uma vez rumará à Capital com o único desígnio de fazer justiça à Queda de um Anjo, de Camilo Castelo Branco. Um pacóvio mais não é grande incómodo para os lisboetas. Sê-lo-a sim para o PSD que mais uma vez cai no ridículo com tão aturada escolha.

E Bragança? Ah, Bragança passará a ter o seu bragançafather, que vai subir do Estoril a Montezinho para, numa primeira abordagem de cariz social e religioso, mandar que se retirem as carnes de porco das alheiras. A bem da genuina tradição judaica, que este Viegas não declama mas é de cultura. Provavelmente engordará de tédio e cumprirá o seu percurso de deputado com denodo e boas falas. Será bem visto pelas elites porque nunca se sabe. Boa sorte judeu piegas.

Em resumo, se somar a golpada política que os partidos aplicaram ao país, encabeçados por Cavaco, o Maquiavel, ao despautério eleitoralista de Passos Coelho e se adicionar a isto o ingrediente Paulo Portas, o mais interessante ambicioso que conheço, fico com duas possibilidades de escolha. Chega de cheques em branco, meus senhores. Por isso, um homem de esquerda só pode dar o seu voto aos partidos realmente da esquerda. A bem da naçao. E da consciência.

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