O Presidente da Republica, Cavaco Silva, acaba de indigitar
o líder do PSD para formar Governo. É um direito que ele tem e eu não o posso contestar
embora não concorde, embora possa entender que podia ter sido tomada outra
solução. Ponto final parágrafo.
Parágrafo mas com uma grande ressalva. É que o PR, sendo um
homem de Direita, antigo primeiro-ministro à custa dos votos dos que nele
votaram, não pode nunca tecer as considerações que teceu acerca de partidos que
tiveram votos nestas eleições, que são legais e que jogam as regras democráticas
que norteiam o nosso país. Partidos que têm eleitores, milhares de eleitores.
O PR é, devia ser, o
Presidente de todos os portugueses, não é um labrego qualquer, tem perfil de institucionalista
mas padece de um mal: julga-se líder supremo de uma seita e tudo faz para a
salvar, para a manter na ribalta do poder. Mas como é possível um PR actuar
desta maneira? Só o pode fazer porque este país não tem um verdadeiro júri, que
devia ser o Tribunal Constitucional, que o deveria impedir de ter o discurso
que teve.
Nna verdade o que o PR disse foi que ele apenas escolhe governos por via da visão que tem ao nível do carácter dos partidos.
Nna verdade o que o PR disse foi que ele apenas escolhe governos por via da visão que tem ao nível do carácter dos partidos.
Então para que há eleições, pergunto eu? Para que nos pedem
para votar? Para que é que financiam partidos com orientações diferentes das
destes senhores? Estes partidos são ilegais se forem contra o Euro? São ilegais
se forem contra a NATO? Ou só o são, pelos vistos, quando o PR verifica que
eles passam a ter uma voz activa na formulação de um Governo que, pasme-se, vai
contra o poder instalado?
Penso portanto, e quero daqui gritar, que isto é uma injustiça, uma golpada, uma ditadura disfarçada.
Se me autorizam a votar num determinado partido, não podem vir agora tecer
ataques de carácter contra esse partido só porque ele obteve um estatuto de
decisão governamental através de VOTOS LIVRES, tão livres como todos os outros.
Sinto-me portanto ultrajado, desrespeitado nos meus direitos como democrata e
cidadão quando o PR do meu país considera, de forma completamente orweliana,
que há votos mais democráticos do que outros.
Eu votei num partido legalmente constituído e
no qual eu acredito e me revejo e apenas quero que ele seja respeitado,
principalmente pelas instituições democráticas que deviam ser o mais firme
alicerce da democracia que vigora em Portugal.
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