O senhor vá caminhando e quando passar aquela igreja
vira na primeira à esquerda e ande mais uns cem metros que aparece logo uma loja. A esta hora pode ser que
ainda esteja aberta.
E lá fui eu andando, até que passei pela igreja e a
rua estreita lá estava, quietinha, à minha espera. Caminhei mais uns cem metros e, por fim, avistei o senhor Veiga, que se aprestava a sair da loja, segurando
na mão um jarro transparente cheio de vinho branco a embaciar o vidro. Vai
fechar? Não, faça o favor de entrar. Pedi que me aviasse uma garrafa de água e
uma coca-cola para me abastecer do açúcar que a Labruja me ia exigir. O senhor
Veiga, depois de me dar o troco, percebeu o ar de espanto que ainda sobrava na
minha cara e deve ter-lhe subido à ideia de que a minha cara de abel se devia ao facto de "porque raios estaria ele a fechar a loja com uma jarra de vinho branco na mão"... Sabe, tenho um compromisso com uma senhora de noventa anos que
vive sozinha em casa. Todos os dias por esta hora levo-lhe um jarro de vinho e fico
lá um bocadito a conversar com ela e a comer qualquer coisa.
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