quarta-feira, 20 de agosto de 2003

Comentando Pacheco

Já sabia que durante o dia de hoje 99% dos blogues iriam falar sobre o atentado de ontem que vitimou S. V. de Melo. De modos que fui ler o que diz Pacheco. E lá está um texto que me fez rir e, ao mesmo tempo me deu ganas de lhe responder. Mas quem sou eu para responder a tal Pacheco? Eu nem ganho nada com essa teta dos “opinion makers”. Apenas me apetece sugerir a esse pensador da coisa politica que uma morte é uma morte, seja ela no hemisfério Sul ou Norte, ou até mesmo na Cascalheira. Apetece-me dizer que na morte não há maus mortos e bons assassinos. Ele parece pensar diferente. Um dia, lá por volta do 11 de Setembro, andava eu a ouvir um Fórum matinal na rádio Voxx, onde muito se falou sobre esse fenómeno. Hoje apetece-me recordar uma carta lida por um participante onde dizia: “duas torres foi pouco”. Sem mais. E parece que sim. Parece que ninguém aprende com a história recente. Continuam os poderosos a matar sem piedade e depois mandam para lá os seus patrocinados em missões de paz. Quer dizer, feriram de morte uma alcateia de lobos e mandaram para lá uns veterinários quaisquer, convencidos que as artes deles seriam bastante para tratar das feridas da fera, sem que esta mordesse ao menos. Mas ela morde e há de morder até que a deixem em paz. Enquanto houver gente a persistir no sofisma do anti-armas-de-destruição-maciça, certamente que a hipocrisia, aliada ao poder bélico, sairá sempre vencedora. Mas nesta coisa de dominar sem dó nem piedade sobra sempre o ódio. E quem odeia não olha a meios. Quem odeia só tem uma visão: a vingança. Por isso Pacheco, a tua questão fica sem sequer meia resposta. Essa questão não existe.


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