Domingo, calor, sossego. Nada para fazer, nada para escrever e cansado de andar a ler as sempre estafadas teorias, ora económicas ora politicas, dos mil e um bloguistas atarefados em escrever. Assumo que vou ao Abrupto não para ler o que diz Pacheco - não me interesa e não concordo nada com o que ele possa escrever- mas sim para apreciar as excelentes imagens que ele aposta naquele sitio. É um caso muito raro em que me permito apreciar tal estética, apesar de ser algo que vem de alguém de quem a ética me afasta, me apela a ignorar. De maneiras que está tudo bem, desde que não consideremos os males do dia a dia, aqueles males originados pelo trabalho, as contas a pagar e os filhos a regressarem à escola com todos os custos que isso importa. Enfim, são maleitas boas porque fazem a vida girar, mas são maleitas na mesma, ainda por cima numa época em que nunca sabemos se iremos ter o dinheiro necessário para pagar as prestações da casa. Trata-se pois de um tempo sem previsão optimista possivel. A menos que se tratem de funcionários publicos que esses recebem sempre a horas boas. Nós os que temos que produzir para receber, os que temos que facturar e cobrar bem cobradinho, andamos num desespero tal, porque enfrentar um banco credor, aturar um fornecedor ainda mais desesparado que nós é obra dura. Tentar sobreviver nesta época, nós os pequenos empresários que tudo investimos no nosso próprio posto de trabalho, que tudo fizemos para dar o tal grito de independencia, temos agora o desconforto e a nostalgia de não termos um patrão, um chefe de departamento ou coisa que o valha, que nos conforte e diga que mesmo estando tudo mal, no fim do mes, o dinheirinho vai ser depositado na continha da Caixa Geral de Depósitos. E assim tudo gira bem, tudo funciona. As contas pagam-se e o sorriso anda sempre de orelha a orelha. Mas nós os que apostaram em empreender, em criar, em produzir, nós dependemos sempre do mercado e das suas nuances. E agora o desabafo só pode ser este: esperar por uma luz, um negóciozito, ou emfrentar o colapso, a falencia e a indispensável mudança. O começar de novo, o renascer das cinzas e tentar esquecer a nossa cria, a nossa empresa que falhou porque há guerras e há bolsas e há finaças e não há nada.
Que dizeis a isto, vós que muito bem falais dos Bushs e dos Talibans? Que se vos afigura dizer em relação a este autentico colapso que se aproxima?
Altino Torres
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