terça-feira, 27 de maio de 2008

negócios

ando mal. este sol entremeado com chuva dá cabo de mim. é bom para os negócios, sim senhor. mas dá cabo de mim, da minha paciencia. de tal modo que já não suporto os cada vez mais numerosos clientes-filhos-da-puta. aqueles gajos que de repente já não atendem a gente. numa primeira fase é tudo muito simpático, cordial e, depois...depois é o corte brusco, sem qualquer justificação aparente. é o sinal de chamar a esgotar-se na rapariga da tmn. é a puta da falta de consideração. é o medo de dizer "já comprei" ou "não posso comprar". ou seja, esses clientes são umas putas e eu não tenho paciencia para eles. cortam o elo de uma forma abrupta, como se nós fossemos uma máquina de vender preservativos. não percebem que os vendedores são seres humanos, também gostam de ser apaparicados. gostam que lhes perguntem se está tudo bem. estes novos clientes não percebem que do lado de cá há gente. e isto é cada vez mais recorrente. mas devo fazer uma advertência: este tipo de cliente-filho-da-puta não mora nas classes altas, nas chamadas classes AAA. não senhor, desenganem-se! esse cliente tem classe. não se assusta e fala francamente. o cliente-filho-da-puta aparece precisamente nessa camada rasteira e cada vez em maior número, composta por farmaceuticos, directores das lactogais e outras empresas tais, tipos que descobriram tardiamente a lacoste, e sentam-se num Benz com postura de condutor de Opel Astra. tipos que de repente ganharam dinheiro e quiseram mostra-lo aos semelhantes. mas falta-lhes a tarimba dos da classe AAA. falta-lhes o mero factor de não terem dinheiro apenas devido a um processo conjuntural. esses clientes são estruturalmente uns pobres coitados. e eu também.

3 comentários:

Luís Mouta disse...

Caro Altino,

são os novos ricos em toda a sua fulgência...

Um abraço!

david santos disse...

Tal qual como o Luis Mouta.
Só acrescento mais uma coisa: "são os novos ricos" até chegar a hora da falência.
Parabéns e tem paciência. Essa canalha quando falir ganha mais humildade.

David Santos

Irene Ermida disse...

sempre pensei que vendedor não será uma profissão fácil, mas depois de ler o teu texto fico com a certeza.
A educação já há muito que se diluiu nas aparências que ofuscam os olhos menos cautelosos. Mas a merda vem sempre ao de cima. Espera e verás.

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