não desatem a construir um país de "Vilas d'Este" - uma coisa colorida mas mal amanhada, mal pintada, que cedo desbota, precocemente se revela fraca, uma chatice sem nome
In blogame mucho
Li ali no Blogame mucho uma referencia à Vila D’ Este. Aquele aglomerado de prédios de muitas cores ( o sujo também lá está, essa cor sem tinta) mesmo à face da auto-estrada, antes de se entrar em Gaia. Também eu comprei lá um T2, numa época em que muitos jovens professores, engenheiros recém casados e outros tipos necessitados de casa própria, acreditaram naquilo.
E o tempo foi passando e as cores foram desbotando e os políticos foram mudando. E pior que os alicerces urbanos, da construção propriamente dita, foram os traços políticos, a régua e esquadro eleitoral, que lhe fizeram, à Vila D’Éste, e aos seus jovens inquilinos. Cruzaram os despejados de General Torres por via da nova estação ferroviária. Meteram lá alguns ciganos, injectaram aquilo que fora comprado e pago a taxas de juro altíssimas e “spreads” de 2.75, com inquilinos camarários, a pagar rendas simbólicas.
A droga e a violência não tardaram e os jovens inquilinos, recém licenciados, fugiram.
Pelos vistos a Vila D’Este é hoje um aforismo.
Continuo dono do T2, apesar de ter fugido também. E sempre que a vejo, à Vila D’Este, lembro-me que fui feliz ali, que ali nasceram os meus filhos e ali os vi darem os primeiros passos.
Alguém me sabe dizer se o senhor Menezes, presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia, e que se preocupa tanto com aquilo que o Rui Rio faz no outro lado do rio, vai fazer alguma coisa em concreto com aquilo, ou tenho que esperar por mais uma campanha eleitoral para ouvir uma palavra que seja, sobre aquele desastre urbanístico provocado, repito, pela desonestidade política dos nossos lideres ao longo destes últimos quinze anos?
É de fugir daqui não é?
Ou preferem que faça um poema?
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