Desasado, poisei na velha calçada um pouco do meu pé dorido. Queria era voar, penetrar no ventre do vento Norte. Pois sim, disse eu para comigo. Hás-de voar um dia. Nem que seja apenas a cair, porque os pássaros também voam em direcção ao chão.
domingo, 31 de outubro de 2004
sexta-feira, 29 de outubro de 2004
Abri uma garrafa de Palmela tinto, comprada a cerca de um euro no supermercado “Plus”. Ela não veio sozinha daquelas prateleiras despojadas de “marketing”. Acompanhou-a, na curta viagem até minha casa, um fresquíssimo salame de chocolate.
Já em casa, coloquei uma boa porção de bacon na sertã mais pequena e adicionei um ovo de aviário e uma fatia de queijo com ervas e pimentos vermelhos. Abri o Palmela e provei-o com gosto. A televisão mostrava imagens sobre o tratado de Roma com especial destaque para o discurso de um tipo que é conhecido por Durão Barroso. No rodapé li “ José Manuel Barroso”. De modos que olhei para a garrafa de vinho e pensei seriamente na possibilidade de lhe chamar “Terras do Sado”.
Já em casa, coloquei uma boa porção de bacon na sertã mais pequena e adicionei um ovo de aviário e uma fatia de queijo com ervas e pimentos vermelhos. Abri o Palmela e provei-o com gosto. A televisão mostrava imagens sobre o tratado de Roma com especial destaque para o discurso de um tipo que é conhecido por Durão Barroso. No rodapé li “ José Manuel Barroso”. De modos que olhei para a garrafa de vinho e pensei seriamente na possibilidade de lhe chamar “Terras do Sado”.
A um comunista como eu exige-se, no minimo, alguma coerencia naquilo que diz ou na forma como defende aquilo que defende. Para mim é complicado viver com esse dogma. Assim o comprova a sensação que eu tive ontem ao ouvir o Professor Freitas do Amaral. Uma lição de homem, a deixar muita saudade a quem, como eu,ainda viveu um tempo de "pessoas credíveis".
Onde andam essas pessoas na nóvel classe política portuguesa?
Onde andam essas pessoas na nóvel classe política portuguesa?
quinta-feira, 28 de outubro de 2004
ficções
Marília entrou naquele instante. Todos a olharam indecentemente. Aquela mulher acabara de iniciar um frente a frente com o tribunal da aldeia. Deixara o marido, o companheiro de 25 anos de uma vida cheia de misérias escondidas, um homem de prestígio e muito importante.
Católico praticante e sempre impecavelmente presente nos momentos mais importantes da comunidade, Artur, médico, daqueles médicos que até levam pouco ou quase nada por tratarem dos mais pobres, só não era presidente de qualquer coisa importante porque gostava de vestir o fato de benemérito. Adorava ser tratado como “ o Sr. Doutor dos pobres”.
Marília era a única pessoa no mundo que pensava diferente. E sabia disso quando entrou naquele café e olhou a pequena multidão de inquisidores. Eles não entendem como é possível um homem como o Artur ter sido abandonado pela mulher, pela mãe dos seus filhos. Eles não admitem como é possível a uma mulher como Marília deitar-se na cama com um amante.
Marília pediu um café, como sempre, e, como sempre, sem açúcar. Puta, ouviu-se ao fundo. Marília sorriu, quase sem vergonha porque achava impossível não ter ouvido aquele nome. Estava ciente de que ali não valia nada e apenas se deixava ficar com os seus pensamentos. Ninguém iria perceber que Marília era uma mulher. Ninguém queria saber disso, ela era mulher enquanto esposa de um homem de bem. Aparte isso, era nada. Acima disso só podia ser puta.
Cinquenta cêntimos pelo café sem açúcar e três ou quatro palavrões. Era um preço justo pelo prazer da cafeína e pela satisfação de voltar a ser mulher.
Católico praticante e sempre impecavelmente presente nos momentos mais importantes da comunidade, Artur, médico, daqueles médicos que até levam pouco ou quase nada por tratarem dos mais pobres, só não era presidente de qualquer coisa importante porque gostava de vestir o fato de benemérito. Adorava ser tratado como “ o Sr. Doutor dos pobres”.
Marília era a única pessoa no mundo que pensava diferente. E sabia disso quando entrou naquele café e olhou a pequena multidão de inquisidores. Eles não entendem como é possível um homem como o Artur ter sido abandonado pela mulher, pela mãe dos seus filhos. Eles não admitem como é possível a uma mulher como Marília deitar-se na cama com um amante.
Marília pediu um café, como sempre, e, como sempre, sem açúcar. Puta, ouviu-se ao fundo. Marília sorriu, quase sem vergonha porque achava impossível não ter ouvido aquele nome. Estava ciente de que ali não valia nada e apenas se deixava ficar com os seus pensamentos. Ninguém iria perceber que Marília era uma mulher. Ninguém queria saber disso, ela era mulher enquanto esposa de um homem de bem. Aparte isso, era nada. Acima disso só podia ser puta.
Cinquenta cêntimos pelo café sem açúcar e três ou quatro palavrões. Era um preço justo pelo prazer da cafeína e pela satisfação de voltar a ser mulher.
Ando “práqui” a tentar perceber porque será que alguns bloggers utilizam a cor a enfeitar os posts que escrevem. Alguns há que, com tal expediente, conseguem dar alguma graça ao cinzento da coisa. Outros, porém, de tão excessivamente coloridos, perdem a íris natural que sempre tiveram. A mim isso parece-me patético.
Assis tamos no bom caminho.
Dado o facto de, no dia de hoje, ainda não ter lido qualquer crónica de futebol escrita ou mandada escrever por um dos milhares de portistas do Blasfémais, decidi juntar-me a eles nessa nobre faculdade de não falar de futebol.
quarta-feira, 27 de outubro de 2004
A blogar há mais de uma hora e a sensação de que ficou algo por fazer . Já descobri: ainda não visitei o blogamemuchooooooooooo.
Marcelo falou e disse aquilo que todo o mundo já sabia. Não sei bem se o disse a quem realmente de direito mas isso é de somenos.
Importa saber se Miguel de Sousa Tavares teria tido motivos idênticos para tomar atitude semelhante a Marcelo. Quem sabe.
Importa saber se, para além dos comentaristas, há jornalistas que andam a ser “arrebanhados” pelos seus patrões.
Eu gostaria muito de poder confiar naquilo que vou lendo e no que vou ouvindo sobre o meu país. Pobres diabos sempre existiram, desde advogados, vendedores e jornalistas. Por onde andais vós pobres diabos?
Importa saber se Miguel de Sousa Tavares teria tido motivos idênticos para tomar atitude semelhante a Marcelo. Quem sabe.
Importa saber se, para além dos comentaristas, há jornalistas que andam a ser “arrebanhados” pelos seus patrões.
Eu gostaria muito de poder confiar naquilo que vou lendo e no que vou ouvindo sobre o meu país. Pobres diabos sempre existiram, desde advogados, vendedores e jornalistas. Por onde andais vós pobres diabos?
Caro Francisco,
A tua frase: «O amor anda transgênico, geneticamente modificado, fast love.»
foi linkada no meu blog em 6 de Fevereiro deste ano e eu encontrei-a neste teu post. Achei esta frase muito lapidar quando falamos sobre a construção do amor, como sentimento. E fico feliz porque hoje, volvido algum tempo, voltaste a ela, ao seu significado. Obrigado pelo teu e-mail e olha, vai aparecendo.
1 a de P
A tua frase: «O amor anda transgênico, geneticamente modificado, fast love.»
foi linkada no meu blog em 6 de Fevereiro deste ano e eu encontrei-a neste teu post. Achei esta frase muito lapidar quando falamos sobre a construção do amor, como sentimento. E fico feliz porque hoje, volvido algum tempo, voltaste a ela, ao seu significado. Obrigado pelo teu e-mail e olha, vai aparecendo.
1 a de P
terça-feira, 26 de outubro de 2004
o futuro (não) é igual ao passado (ele há cada um)
Tudo isto é claro: se queres ver idiotas em calda na televisão vai à tvi, se queres ler demagogia pura sobre umas eleições americanas, da mais cientificamente comprovada, da mais elementar arte de vender banha da cobra, vai ao blasfémias.
segunda-feira, 25 de outubro de 2004
Ó arautos da verdade, livros da sabedoria, analistas da coisa politica. Estou a dirigir-me a vós, ó sábios, estou a bater na vossa couraça de grandeza e mestria. Digam-me por uma vez. Acaso achais que perdemos tempo a falar das injustiças e da mesquinhez dos poderosos ou devemos nós, os fracos, os anónimos escrivãs das coisas vãs e sem significado nacional, sem nomes pomposos e assuntos da agenda politica, caseira e americana, os que apanham nas ventas com todos os assuntos maus, que podiam ser nossos e nunca vossos, calar e aplaudir a vossa magnânime inteligência e altivez? Porque vós tendes tudo para serdes diferentes. Falais de tantas coisas, procurais tantos assuntos bons e apetecíveis. Sim ó clássicos da informação. Digam-me por uma vez, nem que seja a única vez. Que fazemos nós aqui?
domingo, 24 de outubro de 2004
Se houvesse um mínimo de sentido revolucionário, se todos fossemos capazes de enfrentar um caso pela sua nobreza e sem querer obter tributos da ribalta, por certo já estaria o site da Câmara Municipal de Pombal prenho de e-mails protestando com esta atitude tremendamente podre de um presidente de câmara, um eleito.
Parece estar na ordem do dia a discussão sobre a sucessão de Carlos Carvalhas à frente do PCP, o partido em que mais vezes votei e com o qual me identifico sobre um certo ponto de vista ideológico.
E parece, porque quase ninguém fala sobre isso, dando de barato que os tipos do partido são todos uma cambada de bolcheviques sec. XXI, uns tolos sem rumo e a viver apenas de estertores. E a notícia do Expresso que fala de uma certa consulta ao antigo líder Álvaro Cunhal, merece, se quiserem, alguma crítica e, enfim, alguma atenção (ainda que nada comparada com a sesta de um primeiro ministro).
Como comunista que sou, eu gostaria de assistir a um maior e melhor debate sobre o PCP. Sinceramente, e sabendo, como sei, que de comunistas está o mundo vazio, gostaria de chamar a atenção para a necessidade de regeneração efectiva de um partido que detém sobre si a responsabilidade de levar a cabo uma postura séria e capaz, eivada de propostas políticas justas e mais próximas de todos aqueles que vivem em condições menos interessantes e, por isso, têm necessidade de não serem apenas lembrados em épocas eleitorais. Gostaria eu, está bom de ver, que houvesse um debate de ideias presentes, não calcinadas por preconceitos datados, como por exemplo a antiga URSS ou até o facto de ser o PCP um partido anti união europeia. Gostaria de assistir a maior elevação e honestidade intelectual quando se trata de abordar a coisa comunista. Será possível?
E parece, porque quase ninguém fala sobre isso, dando de barato que os tipos do partido são todos uma cambada de bolcheviques sec. XXI, uns tolos sem rumo e a viver apenas de estertores. E a notícia do Expresso que fala de uma certa consulta ao antigo líder Álvaro Cunhal, merece, se quiserem, alguma crítica e, enfim, alguma atenção (ainda que nada comparada com a sesta de um primeiro ministro).
Como comunista que sou, eu gostaria de assistir a um maior e melhor debate sobre o PCP. Sinceramente, e sabendo, como sei, que de comunistas está o mundo vazio, gostaria de chamar a atenção para a necessidade de regeneração efectiva de um partido que detém sobre si a responsabilidade de levar a cabo uma postura séria e capaz, eivada de propostas políticas justas e mais próximas de todos aqueles que vivem em condições menos interessantes e, por isso, têm necessidade de não serem apenas lembrados em épocas eleitorais. Gostaria eu, está bom de ver, que houvesse um debate de ideias presentes, não calcinadas por preconceitos datados, como por exemplo a antiga URSS ou até o facto de ser o PCP um partido anti união europeia. Gostaria de assistir a maior elevação e honestidade intelectual quando se trata de abordar a coisa comunista. Será possível?
sábado, 23 de outubro de 2004
E vinha eu de regresso ao lar, a preparar-me para mais um belo fim-de-semana quando, sem motivo aparente, sintonizo a antena 1 e dou comigo a ouvir o Carlos Magno e o Luis Delgado. E também agora o Luis Osório. Raios, pensei eu, o que motivará um tipo como o Luis Osório a andar a proclamar interjeições ao estilo Carlos Amaral Dias sempre que o Magno falava e o Delgado esfolava?
Cada vez me impressiona mais a histeria blogosferica sempre que o Abrupto “dá um peido”. E digo peido porque tudo o que leio do abrupto é, em regra, volátil como um peido, estridente como um peido e dificil de inalar…como um peido. Se o homem não gostou de ver a morte de Feher tratada nos media do modo como foi tratada, houve logo uma trupe de discípulos que o acompanharam. Se o homem “flatuleia” sobre o grego e a importância desta língua, a clássica, logo se seguiram múltiplos textos, ora de gregos ora de troianos, a louvar aquele aroma intelectual. Se o homem fala que não gosta que façam piadas com o facto de um velho ter caído, sim um velho em primeiro lugar, e só depois o Fidel Castro, o ditador, personalidade nada interessante quando cai ao fim de várias horas a discursar, logo foi seguido por um “conto e oito” de gente atenta e de muito boa moral. Porque as pessoas riram-se por se ter tratado de um velho, não pelo caricato da cena e até pela metáfora em si que encerra a queda de um ditador, ora pois. Ou seja, este “homem bom” é, assim abruptamente, o barómetro da blogosfera. Até se deu ao luxo de justificar um erro ortográfico, não fosse o F.J.V apontar tamanho deslize, ou mesmo uma tal bomba, que se auto proclama de inteligente, fosse colocar um breve diálogo (com quem, não sei bem) aludindo ao”erro de Pacheco”. Dava um belo título para um interessantíssimo ensaio este “erro de Pacheco. Adiante.
O que eu gostaria de saber era se nós, aqui, podemos ter vontade própria, sentimento genuíno, e expressa-los livremente, sem as preocupações estéreis de tentar adivinhar as reacções desses “gasodutos da web”, que encarreiram tudo a preceito e etiquetam todas as coisas como se para tanto bastasse apenas munirem-se de uma folha de cálculo com duas variáveis apenas: o bom e o mau.
nota do editor: neste texto foram feitas referencias a 3 blogs. a redacção dispensou qualquer tipo de hiperligação porque "ambos os tres" blogs recusam exercer o principio do contraditório.
O que eu gostaria de saber era se nós, aqui, podemos ter vontade própria, sentimento genuíno, e expressa-los livremente, sem as preocupações estéreis de tentar adivinhar as reacções desses “gasodutos da web”, que encarreiram tudo a preceito e etiquetam todas as coisas como se para tanto bastasse apenas munirem-se de uma folha de cálculo com duas variáveis apenas: o bom e o mau.
nota do editor: neste texto foram feitas referencias a 3 blogs. a redacção dispensou qualquer tipo de hiperligação porque "ambos os tres" blogs recusam exercer o principio do contraditório.
sexta-feira, 22 de outubro de 2004
O que me preocupa, de resto, é saber que existe uma tropa de governantes que tece a sua teia ( obrigado Miguel Sousa Tavares pelo artigo de hoje no Público)dentro de um quadro de legalidade e, portanto legitimamente, vai refinando o seu sistema de controlo total do "quarto poder" com um unico fim: as eleições legislativas. E o que me preocupa é a cada vez mais desastrada forma de se fazer oposição a tal estado de castração editorial que se assiste na imprensa portuguesa. Depois entretêem-se com a queda de Fidel, deliciam-se com um debate estéril sobre a dicotomia "Esquerda/Direita" e aplaudem o silencio de um tal novo lider saído de um catalogo "Quelle" qualquer.
O que me preocupa é saber que ninguém está à altura de combater este desastre. Reformem-se todos, sem excepção.
O que me preocupa é saber que ninguém está à altura de combater este desastre. Reformem-se todos, sem excepção.
quarta-feira, 20 de outubro de 2004
"Colecciono golos do Benfica que nunca entraram na baliza (como aquele do Belenenses, lembram-se?)." in Aviz
E, já agora, o caríssimo hooligan de trazer por casa acaso gostará de coleccionar os brilhantes momentos do "guarda Abel" que muito engrandecem a mui nobre história do fcp?
E, já agora, o caríssimo hooligan de trazer por casa acaso gostará de coleccionar os brilhantes momentos do "guarda Abel" que muito engrandecem a mui nobre história do fcp?
terça-feira, 19 de outubro de 2004
Tenho lido aqui e ali muitos comentários ao “ Código Da Vinci”. Um grande livro, dizem: "Já há tanto tempo que não lia um livro que me fizesse sentir tão embrenhada na leitura".
E eu lembrei-me do livro que mais me prendeu a ele mesmo: “Germinal” de Emile Zola.
E eu lembrei-me do livro que mais me prendeu a ele mesmo: “Germinal” de Emile Zola.
O meu “boletim meteorológico emocional” aconselha-me a tomar precauções para evitar danos de maior, apesar de forte couraça.
Refúgio quente e calmo, a casa. Música suave e rouca, a amansar o meu espírito. O meu boletim não é digital nem utiliza satélites. Ele apenas fala comigo: “There are a few things I never could believe /A woman when she weeps /A merchant when he swears /A thief who says he'll pay /A lawyer when he cares /A snake when he is sleeping /A drunkard when he prays/ I don't believe you go to heaven /when you're good /Everything goes to hell, anyway...”
Refúgio quente e calmo, a casa. Música suave e rouca, a amansar o meu espírito. O meu boletim não é digital nem utiliza satélites. Ele apenas fala comigo: “There are a few things I never could believe /A woman when she weeps /A merchant when he swears /A thief who says he'll pay /A lawyer when he cares /A snake when he is sleeping /A drunkard when he prays/ I don't believe you go to heaven /when you're good /Everything goes to hell, anyway...”
segunda-feira, 18 de outubro de 2004
Por fim, recolhi-me num assunto fútil, o futebol, demasiadamente banal e menor. Uma coisa de bárbaros e ignorantes. Afinal, também ele, paradigma da imbecilidade humana. Veja-se o caso de ontem, um simples jogo entre dois rivais que, tendo sido ganho por um deles (podia ter-se dado um empate) logo fez com que uns tais rasteiros, disfarçados de gente sem mácula, se transformassem em “giros fanáticos”, mal amados e sem piada alguma. Um deles até se dignou a escrever quatro posts, quatro, e uma adenda. E, qual esquizofrénico de alto índice patológico, tratou de se armar em S. João Baptista e rebaptizou o arqui-rival de "clube de dona pombinha". Neste particular, que teve piada e eco bastante na fumegante fossa dos tristes, devo reconhecer que estou limitado, por não me ser possível classificar tal desvio freudiano. Coisa para psicanalista experimentado.
Outros ainda foram ao “recycle bin” e publicaram imagens da frágil mas ainda e sempre real ave de rapina, a dona águia, desta vez ridicularizada a preceito para gáudio dos ilustres poios de massa encefálica.
E assim vai a nossa praça, povoada de gente que passa a vida a tentar demonstrar o brilho da virtude e da moral e, por via de um simples jogo de futebol, mostram, afinal, que não passam de uns idiotas. Sim porque a palavra “idiota” vem do grego “idiotos” que significava, à época, pessoa desenquadrada com a sociedade, que não participa na vida pública. É o que são estes nortistas de hoje. Uns enjeitados, carentes de amor e auto estima. A precisarem de tratamento já.
Outros ainda foram ao “recycle bin” e publicaram imagens da frágil mas ainda e sempre real ave de rapina, a dona águia, desta vez ridicularizada a preceito para gáudio dos ilustres poios de massa encefálica.
E assim vai a nossa praça, povoada de gente que passa a vida a tentar demonstrar o brilho da virtude e da moral e, por via de um simples jogo de futebol, mostram, afinal, que não passam de uns idiotas. Sim porque a palavra “idiota” vem do grego “idiotos” que significava, à época, pessoa desenquadrada com a sociedade, que não participa na vida pública. É o que são estes nortistas de hoje. Uns enjeitados, carentes de amor e auto estima. A precisarem de tratamento já.
domingo, 17 de outubro de 2004
Podemos afirmar, sem rodeios, que a história se repete sempre que há um jogo de futebol entre o Benfica e o Porto. Claro que o que conta é o resultado e o de hoje serve integralmente os interesses da Liga que fica assim bem mais competitiva. E serve também o lado holigan de muitos intelectuais que, neste caso, remetem a sua inteligentissima condição para segundo plano e preferem saborear mais um roubo monumental.
Viva a nobre condição dos que ganham assim que eu, do alto do meu benfiquismo, lhes estendo uma enorme salva de palmas.
Viva a nobre condição dos que ganham assim que eu, do alto do meu benfiquismo, lhes estendo uma enorme salva de palmas.
Real Gone - Experimente-o aqui
LOS ANGELES, Oct. 15 /PRNewswire/ -- TOM WAITS, whose new album -- REAL GONE -- was released last week, has garnered some of his best chart debuts in his four decade career, entering the Billboard "Top 200 Chart" at #28 and their "Top Independent Chart" at #1. Meanwhile, REAL GONE is #2 on CMJ's "College Radio Chart."
Elsewhere in the world, Waits is earning the same honors with high entries such as the European chart at #9, Poland at #17, UK at #16 (his record debut in his career) and #1 on the Independent chart, while Real Gone is currently Top 10 in Italy, Sweden, Norway, Belgium, Ireland, Portugal, and the Netherlands.
At the same time, the rave reviews continue to pour in, and the critics agree that this is a landmark album in Waits' already stellar career. As Philadelphia Inquirer critic Tom Moon unambiguously declared on NPR's All Songs Considered, Real Gone is "Unbelievable. It sounds great. I think it's the best thing he's done since Rain Dogs."
In a 4-star review for Paste, Mark Richardson notes that "Waits' lyrics are sharp as ever, packed with memorable phrases and strange-yet-familiar poetic imagery...REAL GONE marks another interesting uptick in Waits' exceptional career."
The reviews are just as glowing overseas, where Mojo calls REAL GONE "a blackened jewel of a record," insisting that "it deserves -- no, needs -- to be heard."
The critical consensus is perhaps summed up best by The Guardian, which simply states, "There is plenty that is remarkable about Real Gone."
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Source: ANTI-
Elsewhere in the world, Waits is earning the same honors with high entries such as the European chart at #9, Poland at #17, UK at #16 (his record debut in his career) and #1 on the Independent chart, while Real Gone is currently Top 10 in Italy, Sweden, Norway, Belgium, Ireland, Portugal, and the Netherlands.
At the same time, the rave reviews continue to pour in, and the critics agree that this is a landmark album in Waits' already stellar career. As Philadelphia Inquirer critic Tom Moon unambiguously declared on NPR's All Songs Considered, Real Gone is "Unbelievable. It sounds great. I think it's the best thing he's done since Rain Dogs."
In a 4-star review for Paste, Mark Richardson notes that "Waits' lyrics are sharp as ever, packed with memorable phrases and strange-yet-familiar poetic imagery...REAL GONE marks another interesting uptick in Waits' exceptional career."
The reviews are just as glowing overseas, where Mojo calls REAL GONE "a blackened jewel of a record," insisting that "it deserves -- no, needs -- to be heard."
The critical consensus is perhaps summed up best by The Guardian, which simply states, "There is plenty that is remarkable about Real Gone."
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Source: ANTI-
A Ferreirinha ou um enredo “melting pot”
Ando a seguir a excelente série da RTP, “ A ferreirinha”. Excelente porque os actores estão a representar muito melhor e, sendo um filme de época, delicio-me a ver a cadeia da relação do Porto, povoada por populares do século XIX e aquele chão de granito autêntico, belo, a merecer um tratamento histórico condizente com a grandeza da cidade.
Por aí tudo bem. Conhecia já a história de Dona Antónia com especial destaque para a sua fibra excelentemente talhada na dureza do Alto Douro. Ela foi um dos primeiros produtores de vinho daquela região a apostar nos vinhedos do Douro Superior, por exemplo.
Também conheço, ao de leve, a história do Zé do Telhado, de Camilo, obviamente (obrigatório visitar a casa do escritor em Ceide) e de tantas celebridades que vão surgindo na trama escrita por Moita Flores.
Em cada episódio que passa somos confrontados com uma nova figura do Portugal oitocentista. Num deles era o Saldanha, no último já se falava em Pereira de Melo, e, por certo, lá mais para a frente a Ferreirinha passará a vir ao Porto de comboio, estreando a belíssima linha do Douro.
E o rigor histórico? Podemos afirmar, de ciência certa, que Ana Plácido teve uma irmã nora de Dona Antónia? Será que Zé do Telhado salvou mesmo Camilo Castelo Branco, impedindo um assassino de o matar na cadeia da relação?
Estas e outras delícias provocam-me estas e outras questões, por ignorância minha, estou certo. Em todo o caso esta série merece, cá em casa, o título de belo tópico de conversa familiar sobre o "Portugal Oitocentista".
PS: E também me delicio muito com a classe conservadora e retrógrada do burgo portuense (especial destaque para o “seivatrupense” António Reis), mais os seus maquiavelismos políticos e sociais que, já na época, se faziam sentir. Neste particular, não foi só o granito que resistiu.
PS2: E Catarina Furtado revela-se uma excelente actriz. Muito bem.
Por aí tudo bem. Conhecia já a história de Dona Antónia com especial destaque para a sua fibra excelentemente talhada na dureza do Alto Douro. Ela foi um dos primeiros produtores de vinho daquela região a apostar nos vinhedos do Douro Superior, por exemplo.
Também conheço, ao de leve, a história do Zé do Telhado, de Camilo, obviamente (obrigatório visitar a casa do escritor em Ceide) e de tantas celebridades que vão surgindo na trama escrita por Moita Flores.
Em cada episódio que passa somos confrontados com uma nova figura do Portugal oitocentista. Num deles era o Saldanha, no último já se falava em Pereira de Melo, e, por certo, lá mais para a frente a Ferreirinha passará a vir ao Porto de comboio, estreando a belíssima linha do Douro.
E o rigor histórico? Podemos afirmar, de ciência certa, que Ana Plácido teve uma irmã nora de Dona Antónia? Será que Zé do Telhado salvou mesmo Camilo Castelo Branco, impedindo um assassino de o matar na cadeia da relação?
Estas e outras delícias provocam-me estas e outras questões, por ignorância minha, estou certo. Em todo o caso esta série merece, cá em casa, o título de belo tópico de conversa familiar sobre o "Portugal Oitocentista".
PS: E também me delicio muito com a classe conservadora e retrógrada do burgo portuense (especial destaque para o “seivatrupense” António Reis), mais os seus maquiavelismos políticos e sociais que, já na época, se faziam sentir. Neste particular, não foi só o granito que resistiu.
PS2: E Catarina Furtado revela-se uma excelente actriz. Muito bem.
sexta-feira, 15 de outubro de 2004
Daniel Sanches, o ministro, veio a publico acenar com perigos múltiplos que põem em causa o Benfica-Porto deste fim-de-semana. Ora eu bem me lembro de ter lido o pronto apoio de Pinto da Costa a Santana-primeiro-ministro, por ocasião da fuga de Durão. E esse tipo de apoios dá nisto: subserviência e pagamento de favores ao papa sempre que este necessita.
Claro que ainda há bom senso nesta republica e não vai ser um ministro, ainda por cima papagaio, que vai contribuir para que o bando das antas continue a comportar-se como um bando de terroristas. Doutro modo, como pode este país almejar organizar eventos de alto risco com tamanha demonstração de caganço provocada por meia dúzia de arruaceiros? Cuspir é uma coisa feia, está claro, agora provocar um gabinete de crise nacional por causa de 2000 bilhetes é coisa nunca vista. Só em Portugal.
Claro que ainda há bom senso nesta republica e não vai ser um ministro, ainda por cima papagaio, que vai contribuir para que o bando das antas continue a comportar-se como um bando de terroristas. Doutro modo, como pode este país almejar organizar eventos de alto risco com tamanha demonstração de caganço provocada por meia dúzia de arruaceiros? Cuspir é uma coisa feia, está claro, agora provocar um gabinete de crise nacional por causa de 2000 bilhetes é coisa nunca vista. Só em Portugal.
o que diz bagão
Hoje, às 13.30, numa televisão ou telefonia perto de si, horário bom para funcionarios públicos, ideal para a classe média ouvir o que diz bagão. O resto são cantigas de amigo.
assunto: OE 2005
assunto: OE 2005
é a bola senhores
Luis Filipe Vieira "abre as portas a José Mourinho".
O FCP ameaça não comparecer no clássico.
A claque portista quer ir ao jogo e já comprou centenas de bilhetes. Esperemos que não façam como o Inspector Gadget que desatava a "engolir para fora", por simples engano.
O FCP ameaça não comparecer no clássico.
A claque portista quer ir ao jogo e já comprou centenas de bilhetes. Esperemos que não façam como o Inspector Gadget que desatava a "engolir para fora", por simples engano.
quinta-feira, 14 de outubro de 2004
"Perante a patente superioridade do candidato democrata, os eleitores norte-americanos serão estúpidos?" Vital Moreira in Causa Nossa.
Esta pergunta surge na sequência de uma conclusão de Vital Moreira a propósito de três debates havidos entre os dois candidatos às presidenciais norte americanas. Raios, estúpido serei eu se ainda não percebi que um tipo, leia-se um eleitor, deve votar conforme se ganhe ou se perca debates. Estúpido serei eu se ainda não percebi que um eleitor não vota num projecto ou numa linha ideológica que defenda ou da qual seja apologista. Estúpido serei eu se ainda não percebi que um eleitor vota, sim, mas em tipos que ganham debates, o mesmo é dizer torneios, concursos ou o raio que o parta.
Neste caso concreto, a realidade americana, não há propriamente uma esquerda e uma direita. Há dois partidos de direita e apenas porque o tio Sam baniu qualquer conceito ou definição que possa situar-se mais à esquerda de Kerry.
Gore Vidal, por exemplo, se vivesse num país realmente livre seria, digamos, um comunista. Mas ali essa palavra não existe a não ser que seja precedida de “morte ao…”.
De maneiras que me espanta também o artigo de hoje de JPP, no Público, sobre a dicotomia esquerda/direita. Estes tipos andam entusiasmados com a escola americana e inglesa. Estes tipos sonham com uma esquerda morta, moribunda. Não percebem que o ciclo da direita fascista, por mais que se maquilhe, de “camaleónica”, não vingará jamais.
E a tendência alter-globalista que se assiste nas gerações mais jovens tem a ver com a necessidade e a bondade destas gerações em banir o “marcialismo” ideológico que tolheu a esquerda dos finais do século XX. Por isoo, essa conversa de treta de chamar ex maoistas e ex trotskistas a quem defende nos dias de hoje uma ideologia anti dereita reacionária está ferida de uma desonestidade intelectual gritante. Tem o mesmo valor das afirmações proferidas nos anos da revolução do tipo "os comunistas comem crianças"
È com espaços públicos como este, do Público, que se preenche mais uma página de propaganda pró-direita, ainda por cima escudada na coincidência de os seus autores andarem armados em salvadores da pátria só porque não gostam nada do antigo coleguinha de turma, coitado, que os comeu de cebolada.
Esta pergunta surge na sequência de uma conclusão de Vital Moreira a propósito de três debates havidos entre os dois candidatos às presidenciais norte americanas. Raios, estúpido serei eu se ainda não percebi que um tipo, leia-se um eleitor, deve votar conforme se ganhe ou se perca debates. Estúpido serei eu se ainda não percebi que um eleitor não vota num projecto ou numa linha ideológica que defenda ou da qual seja apologista. Estúpido serei eu se ainda não percebi que um eleitor vota, sim, mas em tipos que ganham debates, o mesmo é dizer torneios, concursos ou o raio que o parta.
Neste caso concreto, a realidade americana, não há propriamente uma esquerda e uma direita. Há dois partidos de direita e apenas porque o tio Sam baniu qualquer conceito ou definição que possa situar-se mais à esquerda de Kerry.
Gore Vidal, por exemplo, se vivesse num país realmente livre seria, digamos, um comunista. Mas ali essa palavra não existe a não ser que seja precedida de “morte ao…”.
De maneiras que me espanta também o artigo de hoje de JPP, no Público, sobre a dicotomia esquerda/direita. Estes tipos andam entusiasmados com a escola americana e inglesa. Estes tipos sonham com uma esquerda morta, moribunda. Não percebem que o ciclo da direita fascista, por mais que se maquilhe, de “camaleónica”, não vingará jamais.
E a tendência alter-globalista que se assiste nas gerações mais jovens tem a ver com a necessidade e a bondade destas gerações em banir o “marcialismo” ideológico que tolheu a esquerda dos finais do século XX. Por isoo, essa conversa de treta de chamar ex maoistas e ex trotskistas a quem defende nos dias de hoje uma ideologia anti dereita reacionária está ferida de uma desonestidade intelectual gritante. Tem o mesmo valor das afirmações proferidas nos anos da revolução do tipo "os comunistas comem crianças"
È com espaços públicos como este, do Público, que se preenche mais uma página de propaganda pró-direita, ainda por cima escudada na coincidência de os seus autores andarem armados em salvadores da pátria só porque não gostam nada do antigo coleguinha de turma, coitado, que os comeu de cebolada.
Parece que o governo se prepara para proibir a venda de tabaco a menores de 18 anos, de entre outras leis, com vista a combater o excesso de consumo de produtos que causam vicio e são nocivos à saude, como toda a gente sabe. Temo que estas leis, apesar da sua bondade, não terão aplicação prática porque em Portugal ninguém fiscaliza nada, a não ser a GNR que vigia o largo da feira da minha terra e multa todas as donas de casa que estacionam ali.
Por outro lado, proponho que o estado aumente o preço do tabaco para cinco euros o maço. Só assim os miudos começariam a pensar duas vezes antes de comprarem tabaco. E também suporto a ideia da proibição de fumar em locais publicos.
P.S. Não há nada mais impressionante do que ter ouvido do meu filho de 9 anos: " pai deixa de fumar, olha que não são só os mais velhos que se preocupam com os mais novos. Nós, os mais novos, também nos preocupamos com os mais velhos. E preocupa-me que tu fumes."
Claro que nem todos têm a possibilidade de receber conselhos destes. Às vezes têm mas não ligam.
Será desta que eu vou ligar?
Por outro lado, proponho que o estado aumente o preço do tabaco para cinco euros o maço. Só assim os miudos começariam a pensar duas vezes antes de comprarem tabaco. E também suporto a ideia da proibição de fumar em locais publicos.
P.S. Não há nada mais impressionante do que ter ouvido do meu filho de 9 anos: " pai deixa de fumar, olha que não são só os mais velhos que se preocupam com os mais novos. Nós, os mais novos, também nos preocupamos com os mais velhos. E preocupa-me que tu fumes."
Claro que nem todos têm a possibilidade de receber conselhos destes. Às vezes têm mas não ligam.
Será desta que eu vou ligar?
quarta-feira, 13 de outubro de 2004
terça-feira, 12 de outubro de 2004
ontem, para além do celebre comunicado
A rtp 2 retomou a exibição de "Os Sopranos", em exclusivo. Outros mafiosos vão passando, alternadamente, nas outras televisões.A não perder.
o estado novo a cores e em diferido
Enquanto muitos derramam rios de textos sobre o comunicado do primeiro ministro eu detenho-me, por agora, nesta apreciação do Celso Martins. Para reflectir.
domingo, 10 de outubro de 2004
Acabei de ver na Sic uma reportagem sobre o consumo de álcool por adolescentes em Portugal. Parece que a lei é má e não fiscaliza nem previne. O mais chocante, a meu ver, foi o discurso distanciado e demissionário de alguns dos pais que foram entrevistados. No fundo, eles demitem-se do problema desde que os filhos tenham boas notas e cumpram outras responsabilidades familiares. No fundo os papás sentem que fazem uma boa acção sempre que o telefone toca, às três e tal da manha, e do outro lado está o filho adolescente à espera que o paizinho o vá buscar.
Isto só mesmo de Kalachnikov.
Isto só mesmo de Kalachnikov.
Apreciações várias sobre um ou dois assuntos.
Já todos perceberam que a caso Marcelo encerra múltiplas sensibilidades. A classe politica anda às apalpadelas em constante busca de referências e usa o florete como forma de expressão possível, seguindo a dialéctica “ora espeto eu, ora espetas tu”. A classe jornalista, por sua vez, teima em demonstrar o que sempre demonstrou em outras áreas da vida pública: não interessa o que penso mas sim o que ganho e quem me paga. Tem sido assim e, por conseguinte, a caso Marcelo só podia ser tratado do modo como está a ser tratado.
O contraditório para mim, mais do que um mero expediente apregoado por gregos e troianos, é fundamentalmente a contradição em que muita gente vem caindo na exacta medida da latitude dos seus interesses pessoais e profissionais. Ninguém mostra coerência. Apenas ressentimento e sede de vingança.
Marcelo já deveria ter explicado, pelo menos aos seus admiradores, confessos e ocasionais (sim porque de ocasião está repleta a plateia),” tim-tim por tim-tim” todo este episódio, com a mesma sagacidade e capacidade pedagógica com que ele tão bem explicava as vitórias do f c porto e as derrotas do seu s c braga, com a mesma capacidade critica com que ele apreciava a vida do PCP e com o mesmo voluntarismo com que ele apelou às bandeiras portuguesas nas janelas e águas furtadas das casas de Portugal. Não o fez, não sei se o fará e receio que quando o fizer já seja tarde demais. Por isso não me deixo levar pela onda de vitimização e também acho que não estamos perante um processo de censura generalizada. Aquilo não passa de “tricas e laricas” e só o são porque o governante mor adora “tricas e laricas”. Fora isso o Marcelo continuaria a papaguear em paz e sossego durante muito tempo naquela estação privada e por de entre noticias sobre uma criança de dois anos que já lê os programas da TVI anunciados na TV Guia.
O novo líder da oposição aparece muito e já há empresas de audiometria que se prestam a contabilizar as horas em que este peru aparece em saudável confronto com o outro. Isto significa que aquilo que eu temia começa a ser um facto indesmentível. O Sócrates de hoje não faz “maiêutica” não senhor. Faz propedêutica, é o que é. Introduz-se quotidianamente, sem apresentar a mínima ideia concreta e prática. Mais um atum em posta vestido de caviar.
Enfim, bom domingo e apareçam.
O contraditório para mim, mais do que um mero expediente apregoado por gregos e troianos, é fundamentalmente a contradição em que muita gente vem caindo na exacta medida da latitude dos seus interesses pessoais e profissionais. Ninguém mostra coerência. Apenas ressentimento e sede de vingança.
Marcelo já deveria ter explicado, pelo menos aos seus admiradores, confessos e ocasionais (sim porque de ocasião está repleta a plateia),” tim-tim por tim-tim” todo este episódio, com a mesma sagacidade e capacidade pedagógica com que ele tão bem explicava as vitórias do f c porto e as derrotas do seu s c braga, com a mesma capacidade critica com que ele apreciava a vida do PCP e com o mesmo voluntarismo com que ele apelou às bandeiras portuguesas nas janelas e águas furtadas das casas de Portugal. Não o fez, não sei se o fará e receio que quando o fizer já seja tarde demais. Por isso não me deixo levar pela onda de vitimização e também acho que não estamos perante um processo de censura generalizada. Aquilo não passa de “tricas e laricas” e só o são porque o governante mor adora “tricas e laricas”. Fora isso o Marcelo continuaria a papaguear em paz e sossego durante muito tempo naquela estação privada e por de entre noticias sobre uma criança de dois anos que já lê os programas da TVI anunciados na TV Guia.
O novo líder da oposição aparece muito e já há empresas de audiometria que se prestam a contabilizar as horas em que este peru aparece em saudável confronto com o outro. Isto significa que aquilo que eu temia começa a ser um facto indesmentível. O Sócrates de hoje não faz “maiêutica” não senhor. Faz propedêutica, é o que é. Introduz-se quotidianamente, sem apresentar a mínima ideia concreta e prática. Mais um atum em posta vestido de caviar.
Enfim, bom domingo e apareçam.
sexta-feira, 8 de outubro de 2004
quinta-feira, 7 de outubro de 2004
Marcelo Rebelo de Sousa e Ana Gomes têm, pelo menos, uma coisa em comum: não sabem fazer um blog. Não fora isso e não teríamos assistido ao hilariante convite que Ana Gomes dirigiu ao célebre comentador, disponibilizando-lhe o espaço a que tem direito (por convite, suponho) no Causa Nossa.
Que me desculpem já os amantes da boa treta mas este Presidente da República está cada vez mais trengo. O homem não viu a merda em que nos meteu ao dar os destinos deste país, de mão beijada, a esta cambada de betinhos que finge governar? O homem agora vai de receber a vitima Marcelo (coitado, ainda o vamos ver inscrito no fundo de desemprego). E para quê? Porque não recebe ele os milhares de despedidos diariamente neste país? Que quer saber ele? Toda a gente sabe o que esta bosta de gente anda a fazer ao nosso país. Ele não sabe? ele que lhes estendeu o tapete? ele não sabe quem manda no país? devia saber, o menino já tem idade para isso.
Por outro lado assistimos ao funeral do PCP. Toda a gente desatou a afirmar que aquele partido vai acabar por desistir. Pobres eleitores estes que andam de voto em voto a dar pérolas a esses porcos que são os governantes do PSD e do PS. Agora toca a vez do PS, dos socialistas, que são cada vez mais a mesma merda. Hoje temos o Beto 1 e amanha teremos o Beto 2. E assim segue a banda. Pobres eleitores estes que se assustam ainda com o papão da antiga URSS. Ide lá votar nessa corja, mais uma vez.
Por outro lado assistimos ao funeral do PCP. Toda a gente desatou a afirmar que aquele partido vai acabar por desistir. Pobres eleitores estes que andam de voto em voto a dar pérolas a esses porcos que são os governantes do PSD e do PS. Agora toca a vez do PS, dos socialistas, que são cada vez mais a mesma merda. Hoje temos o Beto 1 e amanha teremos o Beto 2. E assim segue a banda. Pobres eleitores estes que se assustam ainda com o papão da antiga URSS. Ide lá votar nessa corja, mais uma vez.
em boa verdade o Marcelo que foi despedido da TVI por desagradar ao actual Governo é o mesmo Marcelo que apoiou e apoia toda uma politica de direita e andou há muitos anos a defender os amigos. Se agora quem manda são inimigos é um assunto apenas dele. Entendam-se meninos. Isto não é uma aula de catequese.
quarta-feira, 6 de outubro de 2004
Consta que Marcelo Rebelo de Sousa não vai falar mais na TVI. Isto é uma boa notícia para a blogosfera lusa, já que se ele, o Marcelo, e no caso de querer abdicar da choruda quantia que auferia naquela estação, criar um blog de conteúdos grátis, passariamos assim a ter, juntamente com o Abrupto e o Causa Nossa, o verdadeiro e unico e jamais visto triunvirato das citações quotidianas no jornal Público.
Imagino a pomba branca a esvoaçar sobre a colina imberbe, trazendo no bico o ramo de oliveira. Rio de um certo prazer incontido, guarnecido com irrazoáveis esgares de espanto. Não sei bem se é isto um sentimento de pieguice que me ataca. Temo ser um predicado novo que envolve a minha couraça de mouro causticamente obnubilado. Turvo sim, porque do negro se arrepia caminho e se vislumbra o horizonte, qual azimute eterno na busca rara de sua “argenteola” (que de aureolas só conhecemos os santos). Ora surpresas destas merecem um brinde. Abra-se um tinto barato e pleno de taninos. Beba-se incontidamente. Paz.
terça-feira, 5 de outubro de 2004
um post sobre politica e outras couves
Carlos Carvalhas anuncia que vai fazer o que já fazia há anos: desistir.
O meu partido está em mudança, não se sabe bem para onde vai. Uns dizem que vai piorar e os do Bloco até nem dizem nada, por agora (não vá o diabo tece-las). Ora bem, O PCP vai nomear um novo secretário-geral e seguirá lutando por uma certa afirmação social que tende a ser cada vez mais desprezada. Veja-se o caso do PS e do seu iluminadíssimo novo líder. Aquilo promete.
Daqui para a frente passamos a ter uma cobra, de direita, bicéfala, sendo que ambas as cabecinhas flúem pelo “glamour” da estética e pelo charme da mediocridade obtusa e mediática.
Eu bem que gostaria de assistir a um novo nascer do dia, justo e sincero, de sol para todos. Eu bem sonho com prados de oportunidades e águas transparentes, onde não haja espaço apenas para alguns e vazio para tantos.
Eu sonho muito.
Voltando ao PCP e à esquerda que temos, gostaria de ver outros desafios, outra atitude. Espero sentado.
Andei ali pelo Azimutes (um belo blog - e escusa de agradecer porque eu não sou um “mister”) e vi uma referencia ao DNA do DN. Aquele suplemento rançoso, de onde apenas destaco o espaço que pagam ao Mexia para dizer meia dúzia de disparates, parece que publicou qualquer coisa da blogosfera. E pronto, é da blogosfera, há que comentar. Pois eu não comento. Dou, se quiserem, os parabéns à autora por tamanha distinção. Ela gosta de receber cumprimentos, ainda que muitas vezes provenientes de um Zé-Ninguém qualquer. Um traste comuna, sem pinta e que viu, por acaso, uns frescos de Goya na catedral de Valência (apenas por acaso, estava calor e entrei numa igreja grande e arejada e era a catedral e tinha lá uns frescos e eu vi e fiquei muito “goyesco”).
Sim, um tipo sem estudos só pode gostar das coisas se as viver, se tropeçar nelas. Umas vezes procura-as outras elas caem-lhe em cima. Nunca por nunca tem a autoridade do canudo. Se sabe é “pour azard”, nunca de forma sistematizada e científica. Um tipo sem estudos é capaz de descobrir coisas interessantes porque se interessou, em dado momento, por gosto ou simples futilidade. Um tipo sem estudos é uma torre sem acabamentos, tosca, e portanto, obra ruim.
Bem sei que o anterior parágrafo vai soar, para muitos, a frustração e ressentimento. Para muitos o que ali se escreveu é dispensável e não faz sentido, e principalmente para os tipos que lêem muito e sabem escrever de cor o nome de autores estrangeiros e de medicamentos multinacionais, e que sabem que quando a lua faz um “C” é quarto minguante e quando faz um “D” é quarto crescente (não descobriram isto de forma empírica não senhor. São astrónomos, têm belos compêndios de astronomia e potentes telescópios), e principalmente para os que falam muito bem catalão porque é uma língua riquíssima e, ao contrário do crioulo, é falada por gente erudita e que lê muito e visita muitos museus, e principalemte para os que, apesar de serem formados em letras dão aulas de ciências e até de informática (porque aprenderam “computadores” e há uma disciplina nova no curriculum e é bom de dar, sem maçadas). O que ali se escreveu é dispensável e não faz sentido.
Pode ser. Mas eu escrevi porque posso escrever.
O meu partido está em mudança, não se sabe bem para onde vai. Uns dizem que vai piorar e os do Bloco até nem dizem nada, por agora (não vá o diabo tece-las). Ora bem, O PCP vai nomear um novo secretário-geral e seguirá lutando por uma certa afirmação social que tende a ser cada vez mais desprezada. Veja-se o caso do PS e do seu iluminadíssimo novo líder. Aquilo promete.
Daqui para a frente passamos a ter uma cobra, de direita, bicéfala, sendo que ambas as cabecinhas flúem pelo “glamour” da estética e pelo charme da mediocridade obtusa e mediática.
Eu bem que gostaria de assistir a um novo nascer do dia, justo e sincero, de sol para todos. Eu bem sonho com prados de oportunidades e águas transparentes, onde não haja espaço apenas para alguns e vazio para tantos.
Eu sonho muito.
Voltando ao PCP e à esquerda que temos, gostaria de ver outros desafios, outra atitude. Espero sentado.
Andei ali pelo Azimutes (um belo blog - e escusa de agradecer porque eu não sou um “mister”) e vi uma referencia ao DNA do DN. Aquele suplemento rançoso, de onde apenas destaco o espaço que pagam ao Mexia para dizer meia dúzia de disparates, parece que publicou qualquer coisa da blogosfera. E pronto, é da blogosfera, há que comentar. Pois eu não comento. Dou, se quiserem, os parabéns à autora por tamanha distinção. Ela gosta de receber cumprimentos, ainda que muitas vezes provenientes de um Zé-Ninguém qualquer. Um traste comuna, sem pinta e que viu, por acaso, uns frescos de Goya na catedral de Valência (apenas por acaso, estava calor e entrei numa igreja grande e arejada e era a catedral e tinha lá uns frescos e eu vi e fiquei muito “goyesco”).
Sim, um tipo sem estudos só pode gostar das coisas se as viver, se tropeçar nelas. Umas vezes procura-as outras elas caem-lhe em cima. Nunca por nunca tem a autoridade do canudo. Se sabe é “pour azard”, nunca de forma sistematizada e científica. Um tipo sem estudos é capaz de descobrir coisas interessantes porque se interessou, em dado momento, por gosto ou simples futilidade. Um tipo sem estudos é uma torre sem acabamentos, tosca, e portanto, obra ruim.
Bem sei que o anterior parágrafo vai soar, para muitos, a frustração e ressentimento. Para muitos o que ali se escreveu é dispensável e não faz sentido, e principalmente para os tipos que lêem muito e sabem escrever de cor o nome de autores estrangeiros e de medicamentos multinacionais, e que sabem que quando a lua faz um “C” é quarto minguante e quando faz um “D” é quarto crescente (não descobriram isto de forma empírica não senhor. São astrónomos, têm belos compêndios de astronomia e potentes telescópios), e principalmente para os que falam muito bem catalão porque é uma língua riquíssima e, ao contrário do crioulo, é falada por gente erudita e que lê muito e visita muitos museus, e principalemte para os que, apesar de serem formados em letras dão aulas de ciências e até de informática (porque aprenderam “computadores” e há uma disciplina nova no curriculum e é bom de dar, sem maçadas). O que ali se escreveu é dispensável e não faz sentido.
Pode ser. Mas eu escrevi porque posso escrever.
domingo, 3 de outubro de 2004
sábado, 2 de outubro de 2004
Há muito que eu espero poder ver Tom Waits em Portugal. Segundo entrevista ao Público Tom também espera o mesmo. Por agora temos um novo disco, sem piano e cheio de percussões. Informações detalhadas na Anti Records.
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