quinta-feira, 30 de novembro de 2006
apeteceres
1 discutir sobre o aborto.
2 votar em blogs e bloggers
3 armar a árvore de natal cá de casa.
4 enviar cartões de boas-festas
5 enviar mensagens de natal
cinco coisas que me apetece e vou fazer:
1 comer uma feijoada.
2 dançar a noite toda.
3 ver o Wrestling Europe Tour no pav. Atlântico.
4 comprar uns jeans.
5 ouvir o Coney Island Baby de Lou Reed.
vertigem
sábado, 25 de novembro de 2006
coisas de nada
adjectivo 2 géneros
1. que desperta o riso;
2. ridículo; irrisório; digno de escárnio;
(Do lat. risibìle-, «id.»)
fonte: infopédia
Um tipo como eu, vendedor antes e depois de todas as coisas, tem sempre histórias engraçadas para contar. E hoje aconteceu-me uma cena gira, embora nada transcendente, haveis de ver, de modos que a vou partilhar com os meus estimados leitores para que saibam que nem tudo são maus ossos do ofício.
Ora aconteceu então que eu tinha uma reunião marcada para hoje de manha cedo, nove, nove e um quarto, porque a agenda estava forte. E como entretanto me espalhei em copos na santa véspera, deitando-me tarde, muito tarde, não esqueci, contudo, de programar o despertador do meu telemóvel para as oito e trinta da manhã, sabendo eu que daria perfeitamente para tomar um duche regenerador e tomar um café antes de fazer os cinco minutos de carro que me levariam ao escritório. E assim foi. Pouco passava das nove e quinze e já eu me encontrava no “meeting point”, e enquanto fumava o segundo cigarro do dia resolvi telefonar ao meu cliente num gesto de marcado profissionalismo que é uma coisa adorável nestas primeiras reuniões de negócios. Ora, o meu cliente atende a chamada com ar de alívio e desata a proclamar senhores Altinos por todo o lado com voz de enternecida satisfação. Espantado, perguntei-lhe o que se passava. Disse-me então que tinha tido um problema na véspera e não ia poder estar presente na reunião. E mais me informou que me telefonou por volta das oito horas para que eu não viesse a correr esperando com isso obter a minha penhorada atenção e tolerância. E naquela catadupa exclamativa foi-me informando que ficou muito assustado porque eu atendi a chamada de pronto, às oito horas da matina, desatando a arfar, proclamando suspiros sem pronunciar uma única palavra desta nossa camoniana língua. Terá insistido em vários “alôs” e eu sempre a arfar por meio de longas manobras nasais. Pensou que eu estava agoniando dentro do carro, vítima de um acidente qualquer que iria ser confirmado nos jornais da tarde logo a seguir aos directos da Lourinhã, e onde seriam passados testemunhos da minha prestigiadíssima pessoa. Mas não, afinal o senhor Altino está bem e a reunião vai ter que ser adiada devido às substantivas explicações que, entretanto, delas me deu conhecimento.
No entretanto, eu, ainda meio morto e quase acordado, tentei explicar que se calhar atendi o telefone dormindo, num acto de curiosa raridade e acabei por lhe confidenciar que fui de copos para os bares de Leiria e caí na cama que nem vinha madura. Porém, o meu querido cliente tinha outra versão e jurou a pés juntos que aquilo não fora mais do que um gesto mecânico de um profissional de vendas que mesmo a dormir atende o telefone. E eu rendi-me a tal teoria e nem sequer o contrariei porque o cliente tem sempre razão e, neste caso, aquela razão era-me satisfatoriamente favorável. Com redondos salamaleques nos despedimos, que somos uns queridos, e eu fiquei a olhar para aquelas oito horas da manhã a tentar perceber porque será que eu atendi o telefone a dormir. Num primeiro instante pensei que só podia ser devido ao “ Tónic” desmedido que tomara poucas horas antes. Subitamente, iluminei-me de inspiração e percebi o móbil do crime, a substância de tão inusitado comportamento. É que o homem telefonou-me num dos intervalos de nove minutos que intercalam os repetitivos toques de despertar do meu humilde telemóvel sofisticado, e que me levam sempre a dar um delicioso “OK” no telefone com a esperança de dormir em nove minutos umas boas dez horas mais. Mas pronto, fiquei bem na fotografia, já se vê. Para este meu cliente eu sou um exemplo de profissional perfeito, que até atende o telefone a dormir. Atendo sim senhor. Telefone-me e comprove se é ou não verdade.
quinta-feira, 23 de novembro de 2006
Porto de Mós, Vila Forte, assim chamada por Luís Vaz de Camões num dos 10 cantos dos Lusíadas (Canto VIII:"Vês este que, saindo da cilada,/Dá sobre o Rei que cerca a vila forte?”), é uma vila arejada e muito bem ordenada em redor do seu belo castelo altaneiro que se avista ao descr a serra quando se vem de Santarém. O velho casario que circunda o castelo vive bem com as modernas vivendas que preenchem as margens do rio Lena, e assim, podemos dar honesto testemunho de que é possível progredir sem destruir.
O caro leitor sabe que eu resido na área metropolitana do Porto, a grande e sempre orgulhosa urbe nortenha, de boas gentes e bla bla bla. Mas porque será que ali, em cada vila ou cidade, em cada lugar onde há uma autoridade, há sempre um assassino urbanístico, um açougueiro do passado histórico, um construtor civil desesperado por ser recompensado pelas ajudas prestadas aos novos regedores da maculada autoridade local? Complexo, digo eu. Só pode ser uma questão de complexo-de-obra-feita.
transatlanticism- death cab for cutie
The Atlantic was born today and I'll tell you how...
The clouds above opened up and let it out.
I was standing on the surface of a perforated sphere
When the water filled every hole.
And thousands upon thousands made an ocean,
Making islands where no island should go.
Oh no.
Those people were overjoyed; they took to their boats.
I thought it less like a lake and more like a moat.
The rhythm of my footsteps crossing flatlands to your door have been silenced forever more.
The distance is quite simply much too far for me to row
It seems farther than ever before
Oh no.
I need you so much closer
I need you so much closer
So come on, come on
terça-feira, 21 de novembro de 2006
dou-me a esse luxo
Hoje deixo-me levar. Hoje posso bem deixar-me levar. Não me apetece nada dirigir, dar ideias, palpites ou conselhos. Hoje sou um seguidista. Quem vier e me disser: “Faz isto” ou “Opta por aquilo”, eu juro que responderei afirmativamente como se fosse um cão de companhia, disciplinado e muito bem treinado.
Hoje deixo-me levar e sempre quero ver onde é que vou, afinal.
domingo, 19 de novembro de 2006
saudade
amor ainda não foi embora, mas o amado já...
Saudade é amar um passado que ainda não passou, é
recusar um presente que nos machuca, é não ver o
futuro que nos convida...
Saudade é sentir que existe o que não existe mais...
Saudade é o inferno dos que perderam, é a dor dos
que ficaram para trás, é o gosto de morte na boca
dos que continuam...
Só uma pessoa no mundo deseja sentir saudade: "aquela
que nunca amou."
E esse é o maior dos sofrimentos: não ter por quem
sentir saudades, passar pela vida e não viver. O
maior dos sofrimentos é nunca ter sofrido..."
Pablo Neruda
quinta-feira, 16 de novembro de 2006
quanto mais avanças além Espanha mais Portugal se te entranha
sábado, 11 de novembro de 2006
Paulo Autran e Drumond
sexta-feira, 10 de novembro de 2006
"desgloriosa" glória
José Régio - Soneto de Amor
Nem expressões, nem alma...Abre-me o seio,
Deixa cair as pálpebras pesadas,
E entre os seios me apertes sem receio.
Na tua boca sob a minha, ao meio,
Nossas línguas se busquem, desvairadas...
E que os meus flancos nus vibrem no enleio
Das tuas pernas ágeis e delgadas.
E em duas bocas uma língua..., - unidos,
Nós trocaremos beijos e gemidos,
Sentindo o nosso sangue misturar-se.
Depois... - abre os teus olhos, minha amada!
Enterra-os bem nos meus; não digas nada...
Deixa a Vida exprimir-se sem disfarce!
quinta-feira, 9 de novembro de 2006
Vinho Em Qualquer Circunstância
terça-feira, 7 de novembro de 2006
sem assunto
segunda-feira, 6 de novembro de 2006
e eu olho para aqueles tempos...
Ali fomos capazes de ser uns tolos solidários, fomos capazes de gostar uns dos outros, fomos capazes de ser assíduos e responsáveis pela primeira vez. Ali fomos cúmplices e artistas e fomos uns miúdos descarados e fizemos greve e viajámos e partilhámos as nossas glórias. E as nossas desgraças também. Ali vivemos um tempo que eu nunca mais vivi desde que trabalho. A Rosa trabalhou lá três anos, e um dia formou-se enfermeira e casou e teve filhos. Eu trabalhei lá três anos também e fui embora, casei e tive filhos. Deixámos de nos falar, obviamente, porque as nossas diferenças eram muitas. Mas a Rosa foi a enterrar esta semana com 38 anos apenas. Suicidou-se a Rosa. E eu choro por ela e pela vida que ela era em si.
Não sei se ela está feliz mas eu sempre a vi feliz.
E eu olho para aqueles tempos de quando éramos todos uns putos e ergo o meu copo bem alto num brinde à tua felicidade, querida Rosa.