sábado, 26 de fevereiro de 2011
Ocorre-me muitas vezes pensar em folhas amarelas caídas na terra lisa e penteada por pés apressados e mudos. Se elas falassem, quem as ouviria negava-lhes a audiência porque estão no chão e estão amarelas. Porque me ocorre muitas vezes pensar nelas, talvez eu me detivesse um momento, se elas falassem, e por certo reparava nas suas rugas e mazelas. E pegava numa e noutra e acariciava-as mesmo sem perceber muito bem o que falavam. Elas não se importam que não as percebam porque correm paradas no mundo à espera duma brisa que as arrume da multidão e só queriam ser escutadas por uns momentos. Porque elas existem e a passagem do tempo cravou-lhes marcas encorrilhadas de castanho e ocre. E gritam olás aos velhos arrumados nos bancos e berram às crianças arredias. E choram para os namorados felizes e imaginam o coreto cheio de música perfumando a multidão apressada e triste, cabisbaixa e muda. Nem os pássaros percebem tão grande angústia.
quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011
Por circunstancial conversa, fiquei a saber que há gente dotada de uma coisa que eu humildemente classifico de "inteligência hipócrita". Gente que, como eu, tem uma linha que demarca a sua vida pessoal, social e económica carregada de compromissos. Compromissos com a sua forma de vida, em primeiro lugar, e em seguida os compromissos com a sua vida enquanto gerentes de empresa sócio-familiar, na falta de melhor definição.
Ora essa gente tem, como eu, compromissos económicos de alta empreitada face aos dias de hoje, casa para pagar, contas e mais contas, filhos a estudar e mais o que só eles sabem para pagar. Essa gente dotada de uma "inteligência hipócrita" tudo aproveita para aforrar mais uns cobres, mesmo que ponha em causa os valores que norteiam a sua forma de vida que é uma coisa sem grande importância face à forma que querem dar à sua vida. E se hoje há casais que viviam sob um regime jurídico fora do casamento para assim pagarem menos impostos e que vão a correr tratar de casar porque afinal de contas o PEC os beneficia, agora sim como juridicamente casados, outros há que desatam a divorciar porque encontram ali um regime de excepção para beneficiarem de cortes consideráveis na prestação do crédito habitação, por exemplo, ou nos compromissos assumidos enquanto cônjuges. Esta "inteligência hipócrita" é apregoada e aconselhada nos chás das cinco, entre amigas e amigos como mais uma excelente oportunidade de negócio, tipo "eles têm uma bimby e agora estão divorciados portanto eu além da bymbi que me dá muito jeito também me vou divorciar porque com o que vou ganhar em fazendo-o posso comprar mais umas coisas das quais metade nem preciso e talvez até dê para fazer aquele Spa com frequência além da ginástica e do cabeleireiro semanal".
Esta "inteligência hipócrita" é de louvar, podeis dizer sim senhor que ninguém vos bate, mas eu dispenso-a. Eu que estou completamente dissecado financeiramente, que tenho contas e rendas e filhos a estudar, dispenso essa "inteligência hipócrita", não porque seja burro ou tenha falta de lata. Recuso-a porque também recuso o cinismo e a hipocrisia e porque, cos diabos, ainda vou tendo os meu "Valores".
Sei que estou a perder, porque os dias não são fáceis, mas também gosto de atum e não morro nada nem um bocadinho se não puder trocar de carro ou ir à Mealhada comer leitão. Gosto muito de massinhas com restos e não preciso nada nem um bocadinho de ir ao Mário Luso comer bacalhau com boroa. E gosto sobretudo de me sentir um homem normal, que não vai desistir de lutar e detesta dissimular.
Ora essa gente tem, como eu, compromissos económicos de alta empreitada face aos dias de hoje, casa para pagar, contas e mais contas, filhos a estudar e mais o que só eles sabem para pagar. Essa gente dotada de uma "inteligência hipócrita" tudo aproveita para aforrar mais uns cobres, mesmo que ponha em causa os valores que norteiam a sua forma de vida que é uma coisa sem grande importância face à forma que querem dar à sua vida. E se hoje há casais que viviam sob um regime jurídico fora do casamento para assim pagarem menos impostos e que vão a correr tratar de casar porque afinal de contas o PEC os beneficia, agora sim como juridicamente casados, outros há que desatam a divorciar porque encontram ali um regime de excepção para beneficiarem de cortes consideráveis na prestação do crédito habitação, por exemplo, ou nos compromissos assumidos enquanto cônjuges. Esta "inteligência hipócrita" é apregoada e aconselhada nos chás das cinco, entre amigas e amigos como mais uma excelente oportunidade de negócio, tipo "eles têm uma bimby e agora estão divorciados portanto eu além da bymbi que me dá muito jeito também me vou divorciar porque com o que vou ganhar em fazendo-o posso comprar mais umas coisas das quais metade nem preciso e talvez até dê para fazer aquele Spa com frequência além da ginástica e do cabeleireiro semanal".
Esta "inteligência hipócrita" é de louvar, podeis dizer sim senhor que ninguém vos bate, mas eu dispenso-a. Eu que estou completamente dissecado financeiramente, que tenho contas e rendas e filhos a estudar, dispenso essa "inteligência hipócrita", não porque seja burro ou tenha falta de lata. Recuso-a porque também recuso o cinismo e a hipocrisia e porque, cos diabos, ainda vou tendo os meu "Valores".
Sei que estou a perder, porque os dias não são fáceis, mas também gosto de atum e não morro nada nem um bocadinho se não puder trocar de carro ou ir à Mealhada comer leitão. Gosto muito de massinhas com restos e não preciso nada nem um bocadinho de ir ao Mário Luso comer bacalhau com boroa. E gosto sobretudo de me sentir um homem normal, que não vai desistir de lutar e detesta dissimular.
quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011
Hoje saí cedo. Fui passear o cão, passei no quiosque e "bom dia Dona Ilda! Bom dia, quer a bola?".
Não compro a bola nem nenhum outro jornal, tirando o Público dos sábados por causa da Fugas porque Gosto de ver aquelas coisa de viagens e vinhos embora não tenha viajado nada e ande a beber um Douro Pingo Doce de euro e noventa. O meu cão já percebeu que eu gosto de deitar os olhos aos jornais da Dona Ilda e passarteia por ali sempre muito ansioso para ir embora. Está velho e não quer confusões. Gosta de cagar na passadeira vermelha que o dono do talho colocou no passeio, como se aquele fedor a carne pudesse ser dissimulado na cor berrante da carpete, mas aquilo não é uma confusão para ele; é se calhar uma forma de me dizer "tás a ver man, andas sempre com o Benfica na cabeça mas eu cago para o vermelho" e apetece-me logo dar-lhe um cachaço, sendo que ele pensa que eu acusei a boca, porque para ele cagar numa carpete vermelha de um talho não é constrangedor a não ser por ser vermelha e por achar que eu vou aos arames.E também tem a mania de entrar em casa da Lininha onde vai de visita a uma cadelita preta e às vezes demora-se a fazer não sei o quê e dá-me tempo para ler uma crónica mais a propósito. É quase sempre nesse preciso momento que se me vem uma cólica valente e já sou eu o aflito a assobiar ao cão a ver se ele se despacha e a olhar para a carpete vermelha, dando-me conta de que nós temos cólicas como os cães, apetece-nos evacuar como eles sendo que para o efeito bastaria apenas tomar posição, apontar ao tapete e descarregar. O meu cão deve perceber isso e chama-me lorpa por eu ficar meio amarelo e ter de subir as escadas, apanhar o elevador até ao sétimo, abrir a porta, entrar, tirar o casaco correr para a casinha esquisita com torneiras e bacias de grés e só aí fazer aquilo que podia muito bem ter sido feito há mais de três minutos. O meu cão não tem um pingo de antropomorfizacão, se descontarmos a mania de levantar a pata para pedir comida, que foi um truque que eu lhe ensinei, mas de certeza que deve ter alguma esperança em me caninomorfizar porque na verdade ele sente alguma pena de eu não ser um bocadito parecido com ele.
Não compro a bola nem nenhum outro jornal, tirando o Público dos sábados por causa da Fugas porque Gosto de ver aquelas coisa de viagens e vinhos embora não tenha viajado nada e ande a beber um Douro Pingo Doce de euro e noventa. O meu cão já percebeu que eu gosto de deitar os olhos aos jornais da Dona Ilda e passarteia por ali sempre muito ansioso para ir embora. Está velho e não quer confusões. Gosta de cagar na passadeira vermelha que o dono do talho colocou no passeio, como se aquele fedor a carne pudesse ser dissimulado na cor berrante da carpete, mas aquilo não é uma confusão para ele; é se calhar uma forma de me dizer "tás a ver man, andas sempre com o Benfica na cabeça mas eu cago para o vermelho" e apetece-me logo dar-lhe um cachaço, sendo que ele pensa que eu acusei a boca, porque para ele cagar numa carpete vermelha de um talho não é constrangedor a não ser por ser vermelha e por achar que eu vou aos arames.E também tem a mania de entrar em casa da Lininha onde vai de visita a uma cadelita preta e às vezes demora-se a fazer não sei o quê e dá-me tempo para ler uma crónica mais a propósito. É quase sempre nesse preciso momento que se me vem uma cólica valente e já sou eu o aflito a assobiar ao cão a ver se ele se despacha e a olhar para a carpete vermelha, dando-me conta de que nós temos cólicas como os cães, apetece-nos evacuar como eles sendo que para o efeito bastaria apenas tomar posição, apontar ao tapete e descarregar. O meu cão deve perceber isso e chama-me lorpa por eu ficar meio amarelo e ter de subir as escadas, apanhar o elevador até ao sétimo, abrir a porta, entrar, tirar o casaco correr para a casinha esquisita com torneiras e bacias de grés e só aí fazer aquilo que podia muito bem ter sido feito há mais de três minutos. O meu cão não tem um pingo de antropomorfizacão, se descontarmos a mania de levantar a pata para pedir comida, que foi um truque que eu lhe ensinei, mas de certeza que deve ter alguma esperança em me caninomorfizar porque na verdade ele sente alguma pena de eu não ser um bocadito parecido com ele.
terça-feira, 22 de fevereiro de 2011
puro filme
Aquela gaja entrou no parque de estacionamento ao volante de um Benz descapotável, putos atrás bem dispostos, e não teve qualquer problema em estacionar o bólide no lugar reservado a pessoas com deficiência, um lugar mesmo ao lado da porta principal da Fnac. O segurança zeloso passa habitualmente o parque a fio procurando irregularidades mas no caso da gaja do Mercedes não havia nenhuma irregularidade. Uma gaja que estaciona ali e faz dos outros parvos não está no Manual de Operações e Standards dos seguranças, a não ser que tivesse vindo de Clio. Mas não. esta tinha o perfil do cliente tipo da gigante cadeia de lojas Fnac, não ia ali ouvir umas demos, ler os preços de um ou outro livro ou depositar impressões digitais nos ipades. Era certo que havia de regressar ali com carradas de jogos digitais, talvez um livro e um disco do Carlos Santana.
O meu cigarro só me deixou ver até ao momento em que o segurança zeloso ignorou aquele Mercedes descapotável estacionado num lugar reservado a pessoas com deficiência. O resto é puro filme.
O meu cigarro só me deixou ver até ao momento em que o segurança zeloso ignorou aquele Mercedes descapotável estacionado num lugar reservado a pessoas com deficiência. O resto é puro filme.
segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011
cada coisa...
Hoje já tenho quarenta e cinco anos e acordei muito cedo. A manhã estava bonita, argenta de um nevoeiro cunhado no Douro que é prata, e o sossego destas manhãs colhe-me sorrisos de privilégios.
Ando um bocado fodido, é verdade, mas ainda assim tem-me dado para olhar para diante e sorrir para o nevoeiro. Bem sei, confesso, que tenho um defeito, uma falha. Nasci com uma falha sem remédio. Uma deriva de me empascaçar de mim mesmo, que é uma coisa defeituosa e peçonhenta. Talvez se tivesse um cancro as coisas pudessem ser diferentes. Talvez aí eu deixasse de ser um ser defeituoso para ser um coitadinho sem cura. Mas com esta falha que carrego nos ombros é que não sei lidar. Não há médicos nem medicamentos nem "quimios". Só nevoeiro melancólico e mais nevoeiro melancólico.
Se em certo dia tenho ideia de génio, logo no momento seguinte a falha resolve empatar o feito. Sou em mim um desalquimista catedrático, especializado em transformar em lata o ouro da minha vida. Não sou fadista, não senhor, apenas tenho uma falha que não se vê, e é tão grande que não cabe em verruga ou protuberância que se apalpe. Juro que é verdade, podem crer.
O nevoeiro estava bonito e agora vejo chumbo no céu e, contudo, despertei em mim uma nova sensação que vem da falha. Senti pela primeira vez este ano o aroma bestialmente único que brota das azedas floridas da primavera. Cada coisa que a minha falha me inspira, meu Deus, que até nem sei se volte a sair de casa hoje.
Ando um bocado fodido, é verdade, mas ainda assim tem-me dado para olhar para diante e sorrir para o nevoeiro. Bem sei, confesso, que tenho um defeito, uma falha. Nasci com uma falha sem remédio. Uma deriva de me empascaçar de mim mesmo, que é uma coisa defeituosa e peçonhenta. Talvez se tivesse um cancro as coisas pudessem ser diferentes. Talvez aí eu deixasse de ser um ser defeituoso para ser um coitadinho sem cura. Mas com esta falha que carrego nos ombros é que não sei lidar. Não há médicos nem medicamentos nem "quimios". Só nevoeiro melancólico e mais nevoeiro melancólico.
Se em certo dia tenho ideia de génio, logo no momento seguinte a falha resolve empatar o feito. Sou em mim um desalquimista catedrático, especializado em transformar em lata o ouro da minha vida. Não sou fadista, não senhor, apenas tenho uma falha que não se vê, e é tão grande que não cabe em verruga ou protuberância que se apalpe. Juro que é verdade, podem crer.
O nevoeiro estava bonito e agora vejo chumbo no céu e, contudo, despertei em mim uma nova sensação que vem da falha. Senti pela primeira vez este ano o aroma bestialmente único que brota das azedas floridas da primavera. Cada coisa que a minha falha me inspira, meu Deus, que até nem sei se volte a sair de casa hoje.
sábado, 19 de fevereiro de 2011
Discussing the Divine Comedy with Dante
Fantástico, não acham? Contudo, enviei os seguinte comentário aos autores: Hello,Great Job! Please dont forget Fernão Magalhães and Vasco da Gama, two portuguese navigators from half of first millennium wich have changed the world up to the modern era with their contribute. Thanks for giving me a chance of talking about this two portuguese, because as you know, the world must notice that Portugal is not Spain ;)
domingo, 13 de fevereiro de 2011
Milionários promovem milionários ou a vergonha das televisões noticiando anúncio do banco Millennium
"Mourinho a escolher uma marca é muito selectivo" é grave, muito grave caro Sr. jornalista Nuno Luz.
Vergonha. Agora sim, batemos fundo com o jornalismo transgénico a ser-nos entregue descaradamente nos principais serviços noticiosos. Vergonha de RTP e SIC a fazer notícia da publicidade do Mourinho ao banco Millennium. Milionários promovem milionários. Quanto não deve ter o banco pago para que um dos seus mais caros anúncios de sempre seja propagandeado desta maneira nos telejornais? Vergonha.
Vergonha. Agora sim, batemos fundo com o jornalismo transgénico a ser-nos entregue descaradamente nos principais serviços noticiosos. Vergonha de RTP e SIC a fazer notícia da publicidade do Mourinho ao banco Millennium. Milionários promovem milionários. Quanto não deve ter o banco pago para que um dos seus mais caros anúncios de sempre seja propagandeado desta maneira nos telejornais? Vergonha.
quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011
A propósito de uma conferência sobre Segurança na Internet realizada Na Escola Secundária de Carvalhos
Ontem, no âmbito do dia europeu da Seguranca na Internet, fui assistir a uma conferência sobre Segurança na Internet realizada na Escola Sec de Carvalhos e que teve como orador o Dr. Agostinho Frias (GIFT da DREN).
Da presenca dos pais notei aí uma meia-dúzia, o que demonstra uma falta de interesse preocupante em matérias como esta. Mas também é necessário dizer que os pais desinteressados não perderam grande coisa. De facto, a dita palestra foi muito pobre. O orador é um funcionário da DREN, professor de filosofia que, ora vejam lá, amandou-se para a DREN onde faz parte de uma equipa de trabalho na área da formacão nas novas tecnologias. De modo que passei ali duas horas a ouvir explicaões frugais sobre a internet, sobre o Facebook, o Wikileaks e outras couves misturadas com videos de extractos informativos da rtp e da sic sobre os mesmos. Alguns conselhos sobre filtros e anti-virus, historietas contadas na primeira pessoa e um pequeno debate de 10 minutos sobre o verdadeiro motivo que nos levara até ali. Uma pobreza de palestra!
Infelizmente, o sistema educativo continua a cometer os mesmos erros por falta de visão programática, falta de quadros efectivamente direccionados para as TIs e falta de uma estratégia clara para fazer face aos malefícios da internet em matérias graves e delicadas como é por exemplo o cyberbulying. Uma pena.
O director da escola, pessoa dedicada, ainda aflorou no final os verdadeios problemas que afligem os pais e encarregados de educacão mas o precioso tempo da conferência tinha sido gasto com historietas daquelas que quase todos nós costumamos ouvir sobre as mil e uma maneiras de se fazer Internet.
Como pai e cidadão não "info-excluído", ora vejam lá, gostaria era que me tivessem dito não apenas que o Facebbok tem mais de 600 Milhões de contas mas sim se o governo da nação ou mesmo a UE já fez alguma coisa no sentido de se obrigar o Facebook a permitir que se encerre uma conta, pura e simplesmente. Gostaria de ter ouvido falar-se da pegada digital e das bases de dados que são um manancial fraudulento que alimenta o marketing e a venda agressiva. Gostaria de ter ouvido que a Escola Secundária de Carvalhos, que viveu o extenuante caso de cyberbulying no último ano lectivo, e que foi resolvido num enquadramento regulamentar obsoleto, já tomou alguma medida com vista a preparar a comunidade escolar sobre como identificar, antecipar e resolver um processo de cyberbulying com base já numa experiência acumulada. Quanto a isso, nada. Zero. E tenho pena. Pena porque os pais demitiram-se, claro, e pena por uma escola que se esforça, que é honesta mas que teima em ser autista numa matéria tão sensível quanto esta.
PS: A senhora Presidente da Associação de Pais daquela escola estava obviamente presente e teve a oportunidade de denunciar que tinha proposto ao ministério que fosse feito um curso intensivo para os pais que de repente viram os seus filhos receber um PC e uma Pen de Banda Larga atribuídos pelo Sistema ao abrigo daquela negociata entre o Governo, as operadoras Móveis e a J.P.Sá Couto, e que conseguiu reunir cerca de 80 inscrições e continua, vejam bem, até hoje sem qualquer resposta. E isto, meus caros, é uma medida que pode ajudar e muito a combater os perigos da Internet. Porque é inegável que está criado um Gap entre os pais de 40 e 50 anos e os filhos no que diz respeito ás novas tecnologias.
Da presenca dos pais notei aí uma meia-dúzia, o que demonstra uma falta de interesse preocupante em matérias como esta. Mas também é necessário dizer que os pais desinteressados não perderam grande coisa. De facto, a dita palestra foi muito pobre. O orador é um funcionário da DREN, professor de filosofia que, ora vejam lá, amandou-se para a DREN onde faz parte de uma equipa de trabalho na área da formacão nas novas tecnologias. De modo que passei ali duas horas a ouvir explicaões frugais sobre a internet, sobre o Facebook, o Wikileaks e outras couves misturadas com videos de extractos informativos da rtp e da sic sobre os mesmos. Alguns conselhos sobre filtros e anti-virus, historietas contadas na primeira pessoa e um pequeno debate de 10 minutos sobre o verdadeiro motivo que nos levara até ali. Uma pobreza de palestra!
Infelizmente, o sistema educativo continua a cometer os mesmos erros por falta de visão programática, falta de quadros efectivamente direccionados para as TIs e falta de uma estratégia clara para fazer face aos malefícios da internet em matérias graves e delicadas como é por exemplo o cyberbulying. Uma pena.
O director da escola, pessoa dedicada, ainda aflorou no final os verdadeios problemas que afligem os pais e encarregados de educacão mas o precioso tempo da conferência tinha sido gasto com historietas daquelas que quase todos nós costumamos ouvir sobre as mil e uma maneiras de se fazer Internet.
Como pai e cidadão não "info-excluído", ora vejam lá, gostaria era que me tivessem dito não apenas que o Facebbok tem mais de 600 Milhões de contas mas sim se o governo da nação ou mesmo a UE já fez alguma coisa no sentido de se obrigar o Facebook a permitir que se encerre uma conta, pura e simplesmente. Gostaria de ter ouvido falar-se da pegada digital e das bases de dados que são um manancial fraudulento que alimenta o marketing e a venda agressiva. Gostaria de ter ouvido que a Escola Secundária de Carvalhos, que viveu o extenuante caso de cyberbulying no último ano lectivo, e que foi resolvido num enquadramento regulamentar obsoleto, já tomou alguma medida com vista a preparar a comunidade escolar sobre como identificar, antecipar e resolver um processo de cyberbulying com base já numa experiência acumulada. Quanto a isso, nada. Zero. E tenho pena. Pena porque os pais demitiram-se, claro, e pena por uma escola que se esforça, que é honesta mas que teima em ser autista numa matéria tão sensível quanto esta.
PS: A senhora Presidente da Associação de Pais daquela escola estava obviamente presente e teve a oportunidade de denunciar que tinha proposto ao ministério que fosse feito um curso intensivo para os pais que de repente viram os seus filhos receber um PC e uma Pen de Banda Larga atribuídos pelo Sistema ao abrigo daquela negociata entre o Governo, as operadoras Móveis e a J.P.Sá Couto, e que conseguiu reunir cerca de 80 inscrições e continua, vejam bem, até hoje sem qualquer resposta. E isto, meus caros, é uma medida que pode ajudar e muito a combater os perigos da Internet. Porque é inegável que está criado um Gap entre os pais de 40 e 50 anos e os filhos no que diz respeito ás novas tecnologias.
domingo, 6 de fevereiro de 2011
Em Badajoz ninguém vos conhece.
Que cinismo intelectual esta cena do Luís Pedro Nunes e da Clara Ferreira Alves relativamente aos Deolinda. ..Estes intelectuais de pacotilha são pagos para dizer tanta atrocidade, arrogantes do alto da sua ridícula escada do figurismo público.
O velho Pulido Valente foi honesto, esse sim, relevando o papel verdadeiramente catalisador dos Deolinda. Agora estes maninhos + velhos...bem instalados na vida e a falar desta geração sem emprego. Do alto da sua arrogância nem percebem q é de pouco o que percebem.
Escória de gente que é paga pelo sistema para falar do sistema. Párias da bovinidade intelectual e da bóbinidade lambecus, q é o mesmo q "venha o guito pq eu é q estou a dar". Pois do alto da minha minoritária representatividade eu digo "Fodeivos ó artolas, em Badajoz ninguém vos conhece".
O velho Pulido Valente foi honesto, esse sim, relevando o papel verdadeiramente catalisador dos Deolinda. Agora estes maninhos + velhos...bem instalados na vida e a falar desta geração sem emprego. Do alto da sua arrogância nem percebem q é de pouco o que percebem.
Escória de gente que é paga pelo sistema para falar do sistema. Párias da bovinidade intelectual e da bóbinidade lambecus, q é o mesmo q "venha o guito pq eu é q estou a dar". Pois do alto da minha minoritária representatividade eu digo "Fodeivos ó artolas, em Badajoz ninguém vos conhece".
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