Ontem, no âmbito do dia europeu da Seguranca na Internet, fui assistir a uma conferência sobre Segurança na Internet realizada na Escola Sec de Carvalhos e que teve como orador o Dr. Agostinho Frias (GIFT da DREN).
Da presenca dos pais notei aí uma meia-dúzia, o que demonstra uma falta de interesse preocupante em matérias como esta. Mas também é necessário dizer que os pais desinteressados não perderam grande coisa. De facto, a dita palestra foi muito pobre. O orador é um funcionário da DREN, professor de filosofia que, ora vejam lá, amandou-se para a DREN onde faz parte de uma equipa de trabalho na área da formacão nas novas tecnologias. De modo que passei ali duas horas a ouvir explicaões frugais sobre a internet, sobre o Facebook, o Wikileaks e outras couves misturadas com videos de extractos informativos da rtp e da sic sobre os mesmos. Alguns conselhos sobre filtros e anti-virus, historietas contadas na primeira pessoa e um pequeno debate de 10 minutos sobre o verdadeiro motivo que nos levara até ali. Uma pobreza de palestra!
Infelizmente, o sistema educativo continua a cometer os mesmos erros por falta de visão programática, falta de quadros efectivamente direccionados para as TIs e falta de uma estratégia clara para fazer face aos malefícios da internet em matérias graves e delicadas como é por exemplo o cyberbulying. Uma pena.
O director da escola, pessoa dedicada, ainda aflorou no final os verdadeios problemas que afligem os pais e encarregados de educacão mas o precioso tempo da conferência tinha sido gasto com historietas daquelas que quase todos nós costumamos ouvir sobre as mil e uma maneiras de se fazer Internet.
Como pai e cidadão não "info-excluído", ora vejam lá, gostaria era que me tivessem dito não apenas que o Facebbok tem mais de 600 Milhões de contas mas sim se o governo da nação ou mesmo a UE já fez alguma coisa no sentido de se obrigar o Facebook a permitir que se encerre uma conta, pura e simplesmente. Gostaria de ter ouvido falar-se da pegada digital e das bases de dados que são um manancial fraudulento que alimenta o marketing e a venda agressiva. Gostaria de ter ouvido que a Escola Secundária de Carvalhos, que viveu o extenuante caso de cyberbulying no último ano lectivo, e que foi resolvido num enquadramento regulamentar obsoleto, já tomou alguma medida com vista a preparar a comunidade escolar sobre como identificar, antecipar e resolver um processo de cyberbulying com base já numa experiência acumulada. Quanto a isso, nada. Zero. E tenho pena. Pena porque os pais demitiram-se, claro, e pena por uma escola que se esforça, que é honesta mas que teima em ser autista numa matéria tão sensível quanto esta.
PS: A senhora Presidente da Associação de Pais daquela escola estava obviamente presente e teve a oportunidade de denunciar que tinha proposto ao ministério que fosse feito um curso intensivo para os pais que de repente viram os seus filhos receber um PC e uma Pen de Banda Larga atribuídos pelo Sistema ao abrigo daquela negociata entre o Governo, as operadoras Móveis e a J.P.Sá Couto, e que conseguiu reunir cerca de 80 inscrições e continua, vejam bem, até hoje sem qualquer resposta. E isto, meus caros, é uma medida que pode ajudar e muito a combater os perigos da Internet. Porque é inegável que está criado um Gap entre os pais de 40 e 50 anos e os filhos no que diz respeito ás novas tecnologias.
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