segunda-feira, 28 de março de 2005

ao que parece

Hoje foi um dia duro. Porque há uma crise tão grande e os restaurantes continuam cheios, o casino de Espinho a abarrotar e as estradas municipais completamente congestionadas.
E hoje foi um dia duro.
Há uma crise tão grande, do tamanho daqueles estúpidos invólucros dos ovos de chocolate. Porque um ovo de chocolate merecia mais respeito, deveria estar embalado em papel mais austero. Porque o dinheiro existe. E a crise também.
E hoje não me apetece nada falar nos desfavorecidos. Vivam os lindos ovos de chocolate e as amêndoas da Arcádia.

E também ouvi uma história que falava da última palavra que uma velhinha murmurou antes de falecer: “ Ases”, dissera a moribunda.
Os filhos dirigiram-se ao casino, a conselho de uns amigos, e perguntaram o significado de semelhante coisa. Feitas as apresentações, disseram-lhes que a velha era uma viciada na banca francesa.
Tinha sido feliz a velha e, ao que parece, morrera a sonhar.
Eu um dia vou morrer e quero muito morrer a sonhar.

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