O início da tarde trouxe-nos a grande notícia de abertura dos telejornais domingueiros: dois polícias assassinados na Amadora. Depois foi ver os repórteres no local e os velhos testemunhos de sempre, a miséria. Depois foi ouvir um polícia a descambar no sistema, nos bandidos. Amanhã iremos ver multidões nos funerais dos pobres polícias.
No meio daquilo tudo eu reparei na arquitectura daquele pardieiro, daquele bar. Facilmente imaginei uma história, a negro, daquilo tudo. Um bar assim, montado numa casita de subúrbios, com marquises feitas a tijolo de sete e vidraças tapadas com cortinados da feira dos tecidos, onde se albergam putas baratas que recebem todo o tipo de gente, policias também, que rapidamente são assimilados pela miséria do negócio fácil. Um bar assim, cheio de ilegalidades existe porque nós somos assim. Não adianta muito ouvir os sociólogos do costume. Bastaria um pouco mais de decência moral no Estado para que atentados destes não existissem. A nossa espécie de povo bom acaba sempre devorada pela sua natureza reles.
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