quarta-feira, 23 de março de 2005

ficções

Gervásio descia a rua apressado. Trazia no bolso uma pistola muito bem guardada em papel de embrulho. Parecia uma encomenda postal. E não tinha custado assim tanto dinheiro. Uma pechincha fácil de encontrar, de ter, comprar, possuir. Era o poder, inteirinho!
Olhava a gente que passava e sentia-se grande. Olhar que o mirasse jamais poderia imaginar as razões daquela expressão triunfante. Gervásio tinha uma pistola. Doravante, lá no bairro, a malta vai passar a piar fino e os bófias já sabem o que os espera.
Gervásio acha-se imortal. Percebem? Imortal!

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