A sociedade é assim. Ninguém quer saber dos deficientes para nada. Incomodam certamente.
Devo dizer que trabalhei com deficientes durante três anos e a percepção que tenho, embora através de uma das centenas de IPSS’s que grassam neste país, é que se estão todos nas tintas para com os deficientes. O estado limita-se a mandar uns cobres para o associativismo. O associativismo é composto, infelizmente, por pais de deficientes que nada os faria olhar para aquele mundo não fora o caso da desgraça lhes ter trazido um deficiente para dentro de casa.
Ninguém quer saber, passa ao lado. Quase não dá frutos e os que dá estão bem guardados nas mãos sujas de muitos directores dessas instituições, cuja actividade principal consiste em arranjar esquemas para receber subsídios e pagar principescos salários aos directores (não é só no futebol, amigos) enquanto os funcionários (docentes e quadros técnicos fora do ministério da educação) são mal tratados, desconsiderados e têm que se arrastar em volta dos compadrios dos senhores directores, esses bostas que só lá estão porque, como disse, tiveram a desgraça à porta e que não têm preparação alguma para lidarem com a problemática da defici~encia. Mas continuam cruelmente a aglutinar meios para a vidinha apenas e só do filhinho deles. O resto, são números, subsídios e mama.
Por isso, neste dia que se celebra qualquer coisa que tem a ver com a deficiência (não vem nos blogs, nem nas televisões) a minha profunda admiração e sentida homenagem para com todos os técnicos deste país que trabalham horas a fio com pessoas deficientes.
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