sexta-feira, 15 de abril de 2005

Passei 3 dias em Lisboa, a Lisboa de tudo, e dos empregos nos ministérios (um dia falarei da Lisboa que eu vi em 3 dias). Regresso a casa, qual marinheiro, e ao meu food-i-do, ao meu canto.

Tudo vai bem, tudo catita.

E reparo numa chamada de atenção feita pelo JPT do muito apreciado Machamba sobre o Murcon, o blog de Júlio Machado Vaz. E reparo nisso porque JPT refere que descobriu o Murcon através do food-i-do e, claro está, não podia ter deixado de fazer referência ao sentido crítico que eu coloquei à elite blogosférica, que simplesmente ignora o blog do JMV. Ora bem (isto já é um pouco ao estilo do Júlio da rádio), até aqui nada de especial. Mas o inefável mMchamba remata o seu artigo sobre o Murcon afirmando que ele, o Murcon, é, por si só, um blog que já está na elite. E é aqui que eu me detenho. Porque não posso sequer admitir que um blog que escreve transversalmente, que tem um sistema de comentários, que tem um discurso de dinâmica para com os seus leitores, que responde a quem merece resposta, apenas pela pertinência das observações e não devido ao estatuto social-peru-de-papo-emproado de quem as faz, jamais poderá ser um blog de elite. Um blog que vem de uma figura pública pode ter tiques de elite. Neste caso, o Murcon é tudo menos isso. E até é uma grande galheta a essa cambada de fúteis e vaidosos, esses professorzitos frustrados, esses funcionários de editoras, tipos que são pagos para ler livros a fio, em busca de uma vírgula perdida. Esses pseudo-politicos, convencidos que são donos de uma cátedra imortal, esses filhos da mãe nascidos em berço de ouro que trocam jantares selectos acompanhados pela TVI e a Quinta das Celebridades. Esses párias do tráfico de influencias que aproveitam tudo, e aproveitam também esta merda dos blogs, para escrever mais uma crónica de merda num suplemento qualquer – de merda também. Esses sim, meu amigo JTP. Esses são a tal elite, a tal porcaria mal cheirosa que por aqui grassa. O Murcon é tudo menos isso. O Murcon é a linha de orientação. É o exemplo, é a conversa franca e despretensiosa. O Murcon, caro amigo, é já o "sexo dos anjos" da blogosfera portuguesa.

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