Eu também estou de férias, ainda que não sejam umas férias remuneradas. Mas a vida é mesmo assim. Se está um calor destes, se temos uma praia limpinha e muito bem arranjadinha, se temos um Renault Clio de cinco lugares e dois filhos e uma mulher que amamos, não há nada a fazer senão pastar a toura a ver o pôr-do-sol no mar da Aguda.
Eu também estou de férias. Mas não consegui pegar num único livro. Não sei se é por causa da crise ou por simples complexo do leitor do jornal “A Bola”, a verdade é que não ando com vontade nenhuma para ler. Já procurei na minha vasta biblioteca qualquer coisa leve ou diferente. Tenho ali um livro de Hermann Hesse, cujo título é um nome indiano que agora não me lembra a palavra, e que, por força da minha tendência espartana para a leitura, já saiu da prateleira, aliás, da estante (porque prateleira cheira a pobre) e anda meio triste a passear na mesa de centro, feita em pinho maciço e comprada em Famalicão há uns anos atrás (pronto, já sei que este “atrás” deveria ser cortado porque há puristas da língua portuguesa na costa). Não sei se lhe darei guia de marcha para a estante da minha esplêndida biblioteca ou se finalmente me apegue ao brilhante escritor alemão.
Mas juro que estou muito entusiasmado em ir a Paredes de Coura ver o Nick Cave. Lá isso estou, apesar dos quarenta euros e da deslocação e das sandochas. Até quinta-feira tenho tempo de pagar algumas contas. Édêpês e Têvêcabos, coisas que são de pagar na hora mesmo, porque um português moderno tem de saber renegociar as suas dívidas.
Ora bem, estava eu a falar no Nick Cave, mas por força de me andar a inspirar no estilo blog-super-giro acabo por me perder em merdas que nem a mim despertam interesse. E é isso: vou ver se vou ver Nick Cave. Lá isso vou.
E não falo de futebol porque o meu clube não anda a jogar nada, apesar de ganhar títulos. De prateleira, mas títulos.
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