quinta-feira, 31 de agosto de 2006
quarta-feira, 30 de agosto de 2006
tudo maus rapazes
Isto já não tem interesse. O cidadão Gisberto já está enterrado e muitos foram os que fizeram o justo luto. Outros ainda, desta feita aqueles que passam os anos na "vida é bela" e que se limitam a saber porque estudaram, e agarram-se a muitas palavras bonitas para continuarem, de um modo perfeitamente burguês, a mandar no mundo, ficaram indignados com a justiça e as penas aplicadas aos garotos, aqueles assassinos implacáveis. Muitos desses reclamaram a forca para os desgraçados. E agora o caso parece já não ter mais interesse, a não ser o facto de eu me achar pleno de razão quando assinalei os miúdos assassinos maus, vândalos e escroques, como sendo eles as principais vítimas desta mórbida sociedade que os fabricou e continuará a fabrica-los muito para além da clonagem e doutros processos que hão-de vir.
Vão pois aqui e tentem perceber se não há de facto um sistema perverso na sociedade dos enjeitados, dos indigentes, destas crianças empalhadas em casas como a de S. José, que vivem num estado autoritário próprio, desleixado, desmazelado e autista. Vejam bem se é possível, hoje mesmo, alguém fazer alguma coisa por eles. Pelos vistos não.
Vão pois aqui e tentem perceber se não há de facto um sistema perverso na sociedade dos enjeitados, dos indigentes, destas crianças empalhadas em casas como a de S. José, que vivem num estado autoritário próprio, desleixado, desmazelado e autista. Vejam bem se é possível, hoje mesmo, alguém fazer alguma coisa por eles. Pelos vistos não.
eu hoje não tive um dia mau
Lá fora o vento sopra forte, e eu hoje não tive um dia mau. Estive quase a aceitar viajar para um país desses, europeu, mas detive-me. Eram quatro horas da tarde e já havia muito vento e eu estava contente. Três horas antes eu estava muito pensativo. Apanhar o avião, no próximo domingo, era um cenário muito provável e quase único. E pensava nisto tudo enquanto petiscava numa sanduíche de carne e olhava para os bilhetes do “SmackDown” que comprei para o Alex. Depois conversei ao telefone e os cenários mudavam, menos o vento que parecia falar comigo. À noitinha, a Cat telefonou-me porque precisava que eu a levasse ao cais de Gaia. E assim foi. Fui para casa a correr, e levei-a nas calmas, calma de pai.
E lá fora o vento continua agitado como que rindo-se para mim, contente também.
E lá fora o vento continua agitado como que rindo-se para mim, contente também.
terça-feira, 29 de agosto de 2006
bom dia
El cuerpo canta;
la sangre aúlla;
la tierra charla;
la mar murmura;
el cielo calla y el hombre escucha.
Unamuno
la sangre aúlla;
la tierra charla;
la mar murmura;
el cielo calla y el hombre escucha.
Unamuno
sábado, 26 de agosto de 2006
fim de verão
o sol fraco disfarça os dias ventosos e pequenos,
e a parede onde me encosto está ainda quente e é calor.
o meu corpo está frio e treme de um frio indesejado.
um frio destemido, que nem convite trazia…
e a parede onde me encosto está ainda quente e é calor.
o meu corpo está frio e treme de um frio indesejado.
um frio destemido, que nem convite trazia…
quinta-feira, 24 de agosto de 2006
É justo!
Nós também temos direito a ter um Artmédia. No passado recente outros o tiveram embora aquilo tenha sido como dar pérolas a porcos.
Champions League, Grupo F:
Manchester United (ING)
Celtic de Glasgow (ESC)
Benfica (POR)
FC Copenhaga (DIN)
"The Reds will be looking to gain revenge on Benfica after they knocked United out of the competition last season."
Champions League, Grupo F:
Manchester United (ING)
Celtic de Glasgow (ESC)
Benfica (POR)
FC Copenhaga (DIN)
"The Reds will be looking to gain revenge on Benfica after they knocked United out of the competition last season."
quarta-feira, 23 de agosto de 2006
marear
É nesta altura do ano que se vê bem o real valor da blogosfera lusa. Não havendo notícias, ela fica letárgica, quase morta. E tudo isto porque os blogs de referência são na sua maioria blogs de jornalistas que precisam da imprensa como peixe precisa de água. Ou seja, também eles não sobrevivem face à falta dos grandes títulos do Expresso, da Sábado ou da Visão. E é talvez por isso que temos o jogo de matraquilhos entre Cintra Torres e a RTP, que a blogosfera agradece penhorada.
Assim se conclui que a grande maioria dos bloggers de referência não são capazes de criar, de pró-agir, limitando-se a uma atitude meramente reactiva, uma nulidade. Dito isto, é bom que continuemos, nós os verdadeiros bloggers, a blogar como marinheiros solitários, na convicção de que haverá sempre um ser humano que nos lê, mau grado o silêncio e a imensidão do mar alto.
Assim se conclui que a grande maioria dos bloggers de referência não são capazes de criar, de pró-agir, limitando-se a uma atitude meramente reactiva, uma nulidade. Dito isto, é bom que continuemos, nós os verdadeiros bloggers, a blogar como marinheiros solitários, na convicção de que haverá sempre um ser humano que nos lê, mau grado o silêncio e a imensidão do mar alto.
terça-feira, 22 de agosto de 2006
futebol
Vai começar o Campeonato da Primeira Divisão. O Sporting continuará a ser treinado por Paulo Bento, um génio e a maior referência do clube após Peseiro, o Porto foi buscar um treinador que há-de ser seguramente melhor do que Co Adrianse embora seja sempre pior do que Rui Barros, outro génio, e o Benfica tem finalmente "O" Engenheiro, que nunca será melhor do que Artur Jorge nem pior do que Jesualdo.
Em todo o caso, recomendo que o próximo título de Campeão Nacional seja atribuído ao que, dos três, tiver melhor prestação na Champions League.
Em todo o caso, recomendo que o próximo título de Campeão Nacional seja atribuído ao que, dos três, tiver melhor prestação na Champions League.
segunda-feira, 21 de agosto de 2006
a luz
Milhares de cidadãos, pretos, indiferenciados e desesperados, vivem em condições mais do que sub-humanas, enclausurados entre as praias do Norte de África e o mar, por onde vislumbram uma remota possibilidade de voarem para a luz. Uma luz que os atrai para uma nova vida, desta feita eivada de segregação, indiferença e racismo e clamorosamente iluminada pelos Euros e os empregos mais reles. Mais de 100 mil criaturas à espera. Da Líbia e de outros países africanos, uns mais democráticos do que outros, mas todos eles clamorosamente explorados pelas potências do lado de cá. Outrora, eles também esperavam, à força, pelas galeras que os levavam para o Novo Mundo. Hoje ninguém os quer, nem como escravos.
Entretanto, um dia destes alguém fez eco de um apelo feito pelo Presidente dos Estados Unidos da América aos médicos cubanos que rumavam para a Venezuela. Que viessem para os EUA. Os EUA acolhiam-nos em nome da Liberdade e da Democracia. Os outros, os que apenas dançam e cantam e transpiram que nem camelos, esses não. Esses que morram nas barcas dos seus próprios infernos. E em África não há médicos nem quadros superiores como há em Cuba. Em África há apenas cacos que sobreviveram ao colonialismo e às guerras do pós-descolonizações, subtilmente, umas vezes ou descaradamente na maior parte delas, apoiadas pelos bastiões dos direitos humanos e das liberdades.
Perguntem a um preto que dorme numa esteira às portas da Europa e come fungi, e não tem água potável, se ele gostaria de ter um blog. Perguntem-lhe se ele está desesperado por ir ver um concerto dos Rolling Stones. Perguntem-lhe se ele quer um Plasma.
Entretanto ele pede-vos pouco. Pede-vos uma oportunidade para melhorar as suas condições básicas de vida. Pede uma esperança e promete apenas humildade, servidão e persistência. Os blogs e os concertos e os plasmas podem esperar. Ele pedirá médicos, professores, ensino, saúde, trabalho e justiça. A Liberdade dele não se define na nossa. Ele quer o que nós desperdiçamos e açambarcamos: PÃO. E é precisamente o “pão”, aquilo que nós constantemente lhes negamos e negámos sempre. Somos, incrivelmente, uma sociedade superior!
Entretanto, um dia destes alguém fez eco de um apelo feito pelo Presidente dos Estados Unidos da América aos médicos cubanos que rumavam para a Venezuela. Que viessem para os EUA. Os EUA acolhiam-nos em nome da Liberdade e da Democracia. Os outros, os que apenas dançam e cantam e transpiram que nem camelos, esses não. Esses que morram nas barcas dos seus próprios infernos. E em África não há médicos nem quadros superiores como há em Cuba. Em África há apenas cacos que sobreviveram ao colonialismo e às guerras do pós-descolonizações, subtilmente, umas vezes ou descaradamente na maior parte delas, apoiadas pelos bastiões dos direitos humanos e das liberdades.
Perguntem a um preto que dorme numa esteira às portas da Europa e come fungi, e não tem água potável, se ele gostaria de ter um blog. Perguntem-lhe se ele está desesperado por ir ver um concerto dos Rolling Stones. Perguntem-lhe se ele quer um Plasma.
Entretanto ele pede-vos pouco. Pede-vos uma oportunidade para melhorar as suas condições básicas de vida. Pede uma esperança e promete apenas humildade, servidão e persistência. Os blogs e os concertos e os plasmas podem esperar. Ele pedirá médicos, professores, ensino, saúde, trabalho e justiça. A Liberdade dele não se define na nossa. Ele quer o que nós desperdiçamos e açambarcamos: PÃO. E é precisamente o “pão”, aquilo que nós constantemente lhes negamos e negámos sempre. Somos, incrivelmente, uma sociedade superior!
domingo, 20 de agosto de 2006
Carvalhos e o Mapa da Administração Pública Local
Li ontem no JN uma carta de um leitor que falava sobre a Vila dos Carvalhos. À medida que eu ia lendo os desabafos daquele meu vizinho, mais consciente ficava de que esta localidade bem precisada está de se separar das garras administrativas locais, personalizadas na Junta de Freguesia de Pedroso.
Quem leu a referida carta só pode ter concluído que Carvalhos está mal. Através dela, o meu concidadão atira-se aos drogados e aos arrumadores de carros e pede ajuda ao governo e à Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia, omitindo deliberadamente a Junta de Freguesia de Pedroso porque sabe que dali não vem nada. Fala das opções injustas sobre dinheiros gastos no Estádio Dr. Jorge Sampaio, mais um elefante branco que serve os Dragões Sandinenses e um ou outro jogo da Selecção Nacional sub qualquer coisa, e lamenta o esquecimento do Clube Hóquei dos Carvalhos e do Centro de Saúde que é de facto uma coisa terceiromundista, bem como adverte para a catástrofe ambiental que grassa nas matas que contornam a Srªda Saúde.
Mas não aponta o dedo ao responsável. E também não precisava. Afinal, já todos sabem bem quem é o responsável: o Presidente da Junta de Fregusia de Pedroso.
Entretanto, Carvalhos continua no mapa das pessoas, das escolas, é centro de vida quotidiana em todas as vertentes, todas, e continua subjugado à freguesia de Pedroso e aos caprichos do déspota Tavares.
E assim muitos desabafos, como o da carta de ontem ao JN, ficam-se apenas pelo “boca a boca” das pessoas, e o Jornal dos Carvalhos, um jornal que deveria servir as pessoas em vez de servir as boas famílias da terra, um jornal caricato, sem alma nem chama e quase sem leitores, persiste numa linha editorial saudosista e pacóvia, ignorando estas questões. Aliás esse jornal é propriedade da ACIC, uma putativa associação cívica dos Carvalhos, formada por carvalhenses desiludidos e apagados na sombra das políticas divisionistas que minam a cintura metropolitana do Grande Porto.
Entretanto, a malta jovem anda distraída com os festivais de Verão, as minis e as Férias e o Governo estará já a trabalhar na criação de novas Freguesias. E eu pergunto se há gente realmente interessada em colocar Carvalhos no mapa da Administração Pública Local. Eu pergunto se ainda não é tarde. Porque desta janela eu vejo apenas o fogo do marasmo que arde muito mais para além dos montes durienses que vislumbro.
Quem leu a referida carta só pode ter concluído que Carvalhos está mal. Através dela, o meu concidadão atira-se aos drogados e aos arrumadores de carros e pede ajuda ao governo e à Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia, omitindo deliberadamente a Junta de Freguesia de Pedroso porque sabe que dali não vem nada. Fala das opções injustas sobre dinheiros gastos no Estádio Dr. Jorge Sampaio, mais um elefante branco que serve os Dragões Sandinenses e um ou outro jogo da Selecção Nacional sub qualquer coisa, e lamenta o esquecimento do Clube Hóquei dos Carvalhos e do Centro de Saúde que é de facto uma coisa terceiromundista, bem como adverte para a catástrofe ambiental que grassa nas matas que contornam a Srªda Saúde.
Mas não aponta o dedo ao responsável. E também não precisava. Afinal, já todos sabem bem quem é o responsável: o Presidente da Junta de Fregusia de Pedroso.
Entretanto, Carvalhos continua no mapa das pessoas, das escolas, é centro de vida quotidiana em todas as vertentes, todas, e continua subjugado à freguesia de Pedroso e aos caprichos do déspota Tavares.
E assim muitos desabafos, como o da carta de ontem ao JN, ficam-se apenas pelo “boca a boca” das pessoas, e o Jornal dos Carvalhos, um jornal que deveria servir as pessoas em vez de servir as boas famílias da terra, um jornal caricato, sem alma nem chama e quase sem leitores, persiste numa linha editorial saudosista e pacóvia, ignorando estas questões. Aliás esse jornal é propriedade da ACIC, uma putativa associação cívica dos Carvalhos, formada por carvalhenses desiludidos e apagados na sombra das políticas divisionistas que minam a cintura metropolitana do Grande Porto.
Entretanto, a malta jovem anda distraída com os festivais de Verão, as minis e as Férias e o Governo estará já a trabalhar na criação de novas Freguesias. E eu pergunto se há gente realmente interessada em colocar Carvalhos no mapa da Administração Pública Local. Eu pergunto se ainda não é tarde. Porque desta janela eu vejo apenas o fogo do marasmo que arde muito mais para além dos montes durienses que vislumbro.
quinta-feira, 17 de agosto de 2006
um Fidel é pouco!
A liberdade, essa palavra bonita...na América a liberdade não é bem a liberdade de que todos nós aqui falamos. Bastaria ter lá estado na era Clinton e ir lá agora para ver bem as diferenças. Escutas, e-mails espiados, controle duro sobre as minorias, enfim...uma liberdade baseada em lérias.
Quanto ao dinheiro que entra em Cuba, claro está, é mau. O pessoal preferia ver Cuba arrastada pelo embargo económico que os americanos vêm impondo naquele país. Que morressem de fome e miséria, que se vissem todas as costelas e o fémur e as rótulas bem salientes aos cubanos para que o mundo pudesse assim comprovar a eficácia dessa maravilha que é o embargo económico. Mas não, Fidel organizou-se, tratou de si e dos seus, não há fome não havendo luxos...
E olhem bem para as novas democracias africanas, de cosmética e muito armamento, e holocaustos em potência, que holocausto parece só ter havido um, o que vitimou os amigos dos americanos e dos capitalistas....olhem bem para a liberdade que os povos migrantes usufruem, a de rumar para Norte de África e morrer enclausurados, em porões e sabe-se lá onde mais, à espera de uma oportunidade para encontrarem emprego na bela Europa, cheia de euros e prédios e pontes e cerveja. E eles ali, livres que nem passarinhos, a morrer que nem tordos...olhem bem para os novos ricos da Rússia livre do comunismo e não esqueçam as assimetrias, nem as máfias...olhem bem para o planeta e eu também olho...
E quando olho só me apetece dizer bem alto: um Fidel é pouco!
Quanto ao dinheiro que entra em Cuba, claro está, é mau. O pessoal preferia ver Cuba arrastada pelo embargo económico que os americanos vêm impondo naquele país. Que morressem de fome e miséria, que se vissem todas as costelas e o fémur e as rótulas bem salientes aos cubanos para que o mundo pudesse assim comprovar a eficácia dessa maravilha que é o embargo económico. Mas não, Fidel organizou-se, tratou de si e dos seus, não há fome não havendo luxos...
E olhem bem para as novas democracias africanas, de cosmética e muito armamento, e holocaustos em potência, que holocausto parece só ter havido um, o que vitimou os amigos dos americanos e dos capitalistas....olhem bem para a liberdade que os povos migrantes usufruem, a de rumar para Norte de África e morrer enclausurados, em porões e sabe-se lá onde mais, à espera de uma oportunidade para encontrarem emprego na bela Europa, cheia de euros e prédios e pontes e cerveja. E eles ali, livres que nem passarinhos, a morrer que nem tordos...olhem bem para os novos ricos da Rússia livre do comunismo e não esqueçam as assimetrias, nem as máfias...olhem bem para o planeta e eu também olho...
E quando olho só me apetece dizer bem alto: um Fidel é pouco!
sexta-feira, 11 de agosto de 2006
pormaiores
Obikwelu venceu os 200 metros e a televisão destacava um sueco enrolado numa enorme bandeira azul-cueca com uma cruz amarela. Um funcionário de um estabelecimento comercial perguntou-me quem tinha vencido. Estava confuso, não ouvira clamores, nem buzinas, nem bandeiras, nem nada. Depois lá deu para ver um enorme africano, muito elegante e em passo de trote, acenando uma pequena bandeira portuguesa.
O funcionário gostou de saber que Portugal venceu, que estava ali um português que acabara de conquistar uma medalha de ouro. Não tinha a cor de pele da Fernanda Ribeiro, nem o buço, não tinha o cabelo de Carlos Lopes, nem a pança, e não tinha o nariz de Rosa Mota, nem a falta de cu, mas era um português a brilhar com a nossa bandeira. Não é do Marco de Canavezes, não senhor, nem treina cá, nem em Lanzarote, mas é português “carrejão” de bandeira.
É um atleta, foi um trolha, dormiu na esteira, comeu “fungi”, e andou de barco à vela e à deriva. Está cá e é nosso até um dia, até ele querer. Nós não o merecemos, por ventura, porque por doçura achamos-lhe graça e batemos palmas de compaixão, não de paixão. E sem embargo ousamos ignorar que ele já nos deu mais, muita mais do que aquilo que nós julgamos ter-lhe dado.
O funcionário gostou de saber que Portugal venceu, que estava ali um português que acabara de conquistar uma medalha de ouro. Não tinha a cor de pele da Fernanda Ribeiro, nem o buço, não tinha o cabelo de Carlos Lopes, nem a pança, e não tinha o nariz de Rosa Mota, nem a falta de cu, mas era um português a brilhar com a nossa bandeira. Não é do Marco de Canavezes, não senhor, nem treina cá, nem em Lanzarote, mas é português “carrejão” de bandeira.
É um atleta, foi um trolha, dormiu na esteira, comeu “fungi”, e andou de barco à vela e à deriva. Está cá e é nosso até um dia, até ele querer. Nós não o merecemos, por ventura, porque por doçura achamos-lhe graça e batemos palmas de compaixão, não de paixão. E sem embargo ousamos ignorar que ele já nos deu mais, muita mais do que aquilo que nós julgamos ter-lhe dado.
terça-feira, 8 de agosto de 2006
carvalhos, uma questão de entradas
Nos últimos dias este blog tem sido visitado por quem procura registos relacionados com Carvalhos e Pedroso. A "Questão dos Carvalhos" pode ser revisitada aqui, aqui e aqui, por exemplo, e é um tema ainda a suscitar bastante interesse. E se desses leitores houver vontade maior, porque não uma contribuição sobre esta controversa questão? Fica a promessa de que se alguma coisa vier eu coloco-a aqui. Para os mais distraídos, o meu e-mail está ali em cima à direita.
i can feel it
dias de calor e fumos e bombeiros. dias de bombas, destruição e muita propaganda. dias de noites longas, cerveja.
2001, odisseia no espaço. Hal, preciso de ti.
2001, odisseia no espaço. Hal, preciso de ti.
sexta-feira, 4 de agosto de 2006
tudo muito rápido
Batalha, duas da madrugada, estava eu a descer a nacional 1, mesmo antes do magnífico Mosteiro e eis que um gato se atravessa na frente do meu carro. Senti a pancada e, mais do que isso, senti logo de seguida que tinha acabado de passar o bicho a ferro.
Fiquei triste, era um gato. Eu acabara de atropelar mortalmente um felino. Eu que sou gato tantas vezes, e tantas vezes me sinto imortal como eles ao ponto de me colocar defronte aos perigos com desprezo felino, na certeza de que sobreviverei, matei um dos meus. Que noite!
No dia seguinte, mais ou menos duas da madrugada, ia eu a subir a estrada Porto de Mós – Fátima, uma estrada cheia de curvas, e de repente um ratinho atravessa a estrada e pára em frente ao farolim direito do meu carro, tudo muito rápido, dá uma volta de 180 graus ficando virado para mim. Senti novamente aquele saltinho, agora mais discreto, da roda direita a estropiar o pobre animal.
O pior é que eu olhei para o rato a correr em círculos e pensei no gato e não consegui evitar aquilo. Acho que eu podia ter feito uma manobra ou qualquer coisa. Mas não. Deixei seguir a roda para cima do pobre animal, quase de forma burocrática. Aquele rato antes de morrer tinha a alma do gato, de certeza. Só que aquela alma não queria andar por aqui e eu devo ter sido o seu libertador.
Fiquei triste, era um gato. Eu acabara de atropelar mortalmente um felino. Eu que sou gato tantas vezes, e tantas vezes me sinto imortal como eles ao ponto de me colocar defronte aos perigos com desprezo felino, na certeza de que sobreviverei, matei um dos meus. Que noite!
No dia seguinte, mais ou menos duas da madrugada, ia eu a subir a estrada Porto de Mós – Fátima, uma estrada cheia de curvas, e de repente um ratinho atravessa a estrada e pára em frente ao farolim direito do meu carro, tudo muito rápido, dá uma volta de 180 graus ficando virado para mim. Senti novamente aquele saltinho, agora mais discreto, da roda direita a estropiar o pobre animal.
O pior é que eu olhei para o rato a correr em círculos e pensei no gato e não consegui evitar aquilo. Acho que eu podia ter feito uma manobra ou qualquer coisa. Mas não. Deixei seguir a roda para cima do pobre animal, quase de forma burocrática. Aquele rato antes de morrer tinha a alma do gato, de certeza. Só que aquela alma não queria andar por aqui e eu devo ter sido o seu libertador.
quinta-feira, 3 de agosto de 2006
preocupações
há por aí quem se preocupe com o "efeito João Miranda". eu ando mais preocupado com o "efeito da ganza" que cada vez bate menos e faz mais dores de cabeça...
quarta-feira, 2 de agosto de 2006
não quero saber e...
Well, I stand up next to a mountain
And I chop it down with the edge of my hand.
hoje sinto-me um "voodoo chile", e deus sabe bem porquuê. não quero saber das listas dos devedores, não quero saber dos que gostariam que os "assassinos de Gisberta" apanhassem 60 anos de prisão. não quero saber da madeira, nem do Fidel nem do Benfica nem do senhor engenheiro. hoje sinto-me um "voodoo chile" e não quero saber disso para nada. nem vou perder tempo a tentar compreender essa raça de empertigados com estas tontices, nem me preocupa se eles defendem a morte telecomandada e proclamam a justiça do dinheiro e se aborrecem muito porque um pobre cidadão perdeu três mil euros porque o banco não lhe deu, de pronto, oitenta mil euros, que eram dele coitado. não quero saber, sequer, dos outros cidadãos que estavam nessa mesma fila a tentar receber cem euros, e oitenta, e trinta e sete e quatro cêntimos. esses não perderam dinheiro mas vão ficar tesos em dois dias e meio, não obstante os genéricos e as clínicas de fisioterapia comparticipadas. não quero saber dos que se escudam por detrás da couraça da sua putativa e impermeabilíssima privacidade. não quero saber deles para nada. nem dos argutos, nem dos excelsos nem dos padres nem dos arrumadores de carros. hoje sinto-me um "voodoo chile" e amanha pensarei nisso tudo...em calhando.
And I chop it down with the edge of my hand.
hoje sinto-me um "voodoo chile", e deus sabe bem porquuê. não quero saber das listas dos devedores, não quero saber dos que gostariam que os "assassinos de Gisberta" apanhassem 60 anos de prisão. não quero saber da madeira, nem do Fidel nem do Benfica nem do senhor engenheiro. hoje sinto-me um "voodoo chile" e não quero saber disso para nada. nem vou perder tempo a tentar compreender essa raça de empertigados com estas tontices, nem me preocupa se eles defendem a morte telecomandada e proclamam a justiça do dinheiro e se aborrecem muito porque um pobre cidadão perdeu três mil euros porque o banco não lhe deu, de pronto, oitenta mil euros, que eram dele coitado. não quero saber, sequer, dos outros cidadãos que estavam nessa mesma fila a tentar receber cem euros, e oitenta, e trinta e sete e quatro cêntimos. esses não perderam dinheiro mas vão ficar tesos em dois dias e meio, não obstante os genéricos e as clínicas de fisioterapia comparticipadas. não quero saber dos que se escudam por detrás da couraça da sua putativa e impermeabilíssima privacidade. não quero saber deles para nada. nem dos argutos, nem dos excelsos nem dos padres nem dos arrumadores de carros. hoje sinto-me um "voodoo chile" e amanha pensarei nisso tudo...em calhando.
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