"Na nossa sociedade, qualquer homem que não chore no funeral de sua mãe, corre o risco de ser sentenciado à morte" albert camus
Zinedine Zidane cometeu um acto impróprio num jogo de futebol e que seria sempre impróprio em qualquer actividade. Tivesse sido numa praia, num passeio, num café ou num restaurante, o acto em si é sempre um acto impróprio. Zidane, argelino, assumiu o facto em si mas não se arrepende. Pediu desculpas à alegada vítima e a todas as outras vítimas, mas não mostrou arrependimento. Zidane é um enorme jogador de futebol, como podia ser um enorme funcionário público ou um grande escritor, e não mostrou arrependimento. A FiFa vem agora ameaçar o homem com a perda do troféu de melhor jogador do torneio, não pelo crime em si mas sim porque Zidane não mostra arrependimento perante os homens e deus (neste caso a Fifa). Zinedine Zidane comporta-se neste filme como o "Estrangeiro" de Albert Camus. A sua liberdade individual leva-o ao cúmulo de recusar a humilhação perante os deuses desta coisa que é o futebol e o espectáculo e as pessoas e o mundo. Zidane, se continuar assim, será sempre um herói. E um estrangeiro também.
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