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Dói-me a cabeça. Uma dor assim, terrível, quase imoral, quase cruel, que me obriga a não querer abrir os olhos, que me impede de olhar para além da minha janela, deveria vir apenas no início da Primavera. Nunca em pleno Janeiro do frio e dos cafezinhos quentes. Valho-me, então, da mistura explosiva de Henry Miller e Davis/Coltrane, servida com água do Vimeiro, para aliviar a minha dor de cabeça. E as minhas angústias.
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