Quem tem algo por que viver é capaz de suportar qualquer "como".
(Nietzsche)
quarta-feira, 31 de janeiro de 2007
terça-feira, 30 de janeiro de 2007
escolhi
Escrevendo, sempre vos digo que ando a comer muitos Kiwis, um fruto que faz bem a quase tudo e só não faz bem a tudo para que não o comparem à “banha da cobra”.
E deixei de fumar, como sabem. Tomei essa decisão porque ando a ouvir falar-se muito em “liberdade de escolha”. E também escolhi cortar com o álcool e com as manteigas e o leite meio-gordo. Só magro, pronto.
Estou a ficar um conas, eu sei. Mas pronto, escolhi ser assim.
E deixei de fumar, como sabem. Tomei essa decisão porque ando a ouvir falar-se muito em “liberdade de escolha”. E também escolhi cortar com o álcool e com as manteigas e o leite meio-gordo. Só magro, pronto.
Estou a ficar um conas, eu sei. Mas pronto, escolhi ser assim.
técnicas da praça
A Microsoft lançou o novo Windows, em Lisboa, e convidou Simão Sabrosa para fingir gastar quatrocentos euros no dito programa, mais outros mil no novo "office". E Simãozito lá mostrou o talão comprovativo de pagamento, a ver se alguém se convence de que é assim tão fácil "destrocar". Simão fez-me lembrar aquele tipo que surgia sempre em primeiro lugar a comprar um molho de canetas mais três corta-unhas e dois canivetes e cinco baralhos de cartas, tudo a cem paus, ali na praça, mesmo em frente ao café Imperial e logo após a mágica apresentação do demosntrador. O tipo comprava e era logo seguido por pelo menos meia dúzia de papalvos. Eu, pequenito de mais ou menos 13 anos, ficava ali a ver a próxima demonstração (se calhar é por isso que dei pras vendas, caneco) e , em findada a dita, lá surgia o tipo com os mesmos cem paus a fazer a mesma primeira compra de todas as apresentações...
sexta-feira, 26 de janeiro de 2007
a boa acção
Hoje tive oportunidade de salvar um gato. Já me aconteceu ter matado um gato no verão passado, aqui na Batalha, por atropelamento. Hoje, porém, encontrei este bichano com a cabeça enfiada numa lata, muito aflito e quase a morrer. Retirei a lata com cuidado porque ele poderia estar assustado e com isso tornar-se perigoso, e ele lá sossegou, coitado, quase sem energia para me agradecer...
Uma boa acção pois claro. Quem não a faria?
Uma boa acção pois claro. Quem não a faria?
efeitos de poesia
oiço uma música brasileira que passa em determinado blog. não, não se trata de funk brasileiro, nem de forrós, nem doutras modas "escrementais" que o brasil nos traz com assuidade e comercialidade. oiço uma música "bossa nova", a autêntica músca brasileira. gosto. aprecio. saboreio, simplesmente.
entretanto, jantei perdizes regadas com xisto, um douro magnífico. o melhor douro dos nossos dias, pois claro. e também bebi scotch velho sem gêlo. fui burguês, mais uma vez. e gostei, desculpem a sinceridade. e fumei um "partagas", apesar de já nem sequer fumar tabaco.
não fumei mais nada...
deixei-me ficar aqui muito quieto a pensar na possibilidade infinitamente menor de perspectivar a vida feita de outros sentidos, outras sensações. digamos que me estou a ver a amar uma outra forma de amar. uma estranha atração por um gostar dilacerado pela escravização do não consumar, do não obliterar o amor.
estou morto...e vivo. sinto-me vivo, apesar desta contradição. sinto-me muito vivo.
amanhã, hoje afinal, vou procurar cantar sem saber se vou sentir saudade.
sei que vou te amar eternamente, ó minha forma de sol. ó minha melodia destas manhãs frias. ó minha graça de infinitas contradições. sei que o céu existe e não quero perguntar-me de que serve o vento da tarde e a brisa da manhã.
sei que o meu caminho, sozinho, trespassa a acalmia dos teus dias, marca as tuas lágrimas e serve de timoneiro para os teus desencontros.
ah, que bela noite fria de janeiro. ah, que boa sensação de poesia me está invadindo...
entretanto, jantei perdizes regadas com xisto, um douro magnífico. o melhor douro dos nossos dias, pois claro. e também bebi scotch velho sem gêlo. fui burguês, mais uma vez. e gostei, desculpem a sinceridade. e fumei um "partagas", apesar de já nem sequer fumar tabaco.
não fumei mais nada...
deixei-me ficar aqui muito quieto a pensar na possibilidade infinitamente menor de perspectivar a vida feita de outros sentidos, outras sensações. digamos que me estou a ver a amar uma outra forma de amar. uma estranha atração por um gostar dilacerado pela escravização do não consumar, do não obliterar o amor.
estou morto...e vivo. sinto-me vivo, apesar desta contradição. sinto-me muito vivo.
amanhã, hoje afinal, vou procurar cantar sem saber se vou sentir saudade.
sei que vou te amar eternamente, ó minha forma de sol. ó minha melodia destas manhãs frias. ó minha graça de infinitas contradições. sei que o céu existe e não quero perguntar-me de que serve o vento da tarde e a brisa da manhã.
sei que o meu caminho, sozinho, trespassa a acalmia dos teus dias, marca as tuas lágrimas e serve de timoneiro para os teus desencontros.
ah, que bela noite fria de janeiro. ah, que boa sensação de poesia me está invadindo...
segunda-feira, 22 de janeiro de 2007
conversas no café
- Seria extraordinário se acaso fosses capaz de deixar tudo para trás! Seria uma prova de loucura, ou nem tanto! De amor, talvez. Embora a palavra amor esteja tão gasta, tão repetida…
- Acho que não. Eu, se deixasse tudo para trás, seria como se tivesse resolvido optar, simplesmente, por deixar tudo para trás. Não penso, portanto, que isso fosse uma loucura. Nem uma prova de amor. Seria apenas uma opção. Sempre uma opção…
- Isso parece-me, e vais desculpar-me, uma forma muito artística de contornares o problema. Ninguém deixa tudo para trás apenas por simples opção. Tem de haver algo que motive uma pessoa a dar esse passo.
- Concordo. No meu caso, por exemplo, não encontro maior motivação do que a atracção pelo vazio, pelo desconhecido. Chegar lá, a esse lugar, obriga-me a optar por deixar tudo para trás.
- Acho que não. Eu, se deixasse tudo para trás, seria como se tivesse resolvido optar, simplesmente, por deixar tudo para trás. Não penso, portanto, que isso fosse uma loucura. Nem uma prova de amor. Seria apenas uma opção. Sempre uma opção…
- Isso parece-me, e vais desculpar-me, uma forma muito artística de contornares o problema. Ninguém deixa tudo para trás apenas por simples opção. Tem de haver algo que motive uma pessoa a dar esse passo.
- Concordo. No meu caso, por exemplo, não encontro maior motivação do que a atracção pelo vazio, pelo desconhecido. Chegar lá, a esse lugar, obriga-me a optar por deixar tudo para trás.
domingo, 21 de janeiro de 2007
não há como negar
Eu podia dizer que tudo isto é apenas uma questão de sexo. Escrever setenta teorias sobre "osso no pénis", que é tudo uma questão de vértebras. Mas não. Ainda assim, e apesar de tanta evidência, tanta impressão digital por aí espalhada, e a cheirar a genitais, eu continuo a acreditar que tudo isto não se resume a apenas sexo! Mas também, evidentemente. Também é uma questão de sexo. Sexo mal parado. Mal parido, mal amanhado, infiel, meigo, limpo, bruto ou impreciso, sexo porco, apimentado, sexo desajeitado. Imoral, adúltero, virtual ou caduco. É também uma questão de sexo, sim senhor. Não há como negar, foda-se!
sábado, 20 de janeiro de 2007
receita única e não comparticipada
Dói-me a cabeça. Uma dor assim, terrível, quase imoral, quase cruel, que me obriga a não querer abrir os olhos, que me impede de olhar para além da minha janela, deveria vir apenas no início da Primavera. Nunca em pleno Janeiro do frio e dos cafezinhos quentes. Valho-me, então, da mistura explosiva de Henry Miller e Davis/Coltrane, servida com água do Vimeiro, para aliviar a minha dor de cabeça. E as minhas angústias.
sexta-feira, 19 de janeiro de 2007
Jornalista portuguesa desaparecida no Líbano
Através do Tugir, deparo com esta notícia que me parece, no mínimo, um facto a merecer alguns pontos de interrogação. Faço pois minhas as questões levantadas por Luis Novais Tito.
quinta-feira, 18 de janeiro de 2007
Do Aborto, e porque não vou falar mais disto
Nesta matéria de referendar uma nova lei do Aborto eu sou muito franco e tenho de ser honesto para comigo mesmo: se me chamam para dizer se concordo que uma mulher possa abortar de livre vontade, antes das 10 semanas de vida do filho que está na barriga dela, isto é, até dois meses e meio (!) de gestação, eu digo: não concordo. E ponto final.
Não quero saber de mais nada, das liberdades da mulher e dos abortos clandestinos e das parcas condições em que muitas mulheres vão abortar. Não quero saber. Abortar é da consciência de cada um. Eu não quero contribuir para que se legitime essa consciência. Se uma mulher não quer ter um filho apenas porque não, apenas porque ela manda, eu não posso legitimar o direito a que se aniquile uma vida sob pretexto de que a mãe tem o direito de, ou seja, não me estou a ver contribuir para que se autorize uma mulher a pensar durante quase dois meses e meio se quer continuar a deixar que uma vida se desenvolva.
E não me venham com as más condições com que muitos abortos são feitos por serem clandestinos. Más condições para quem? Para a mulher? A criança que vive dentro dela morre na mesma, seja num vão de escada, seja na mais confortável clínica.
O aborto é um processo que envolve dois seres humanos sendo que, à partida, só um está condenado a não viver: a criança. Aliás, e segundo o futuro quadro legal, a essa criança é-lhe retirado o direito de viver apenas por e para mero conforto de quem decide.
Não consigo dizer sim a tal legitimação para que se mate apenas porque não se quer ter mais um filho, seja porque fica caro, seja porque dá chatices, seja até porque esse filho é menino e a mãe queria uma menina. Para que se deite fora uma vida apenas porque não se quer o incomodo de ter de lidar com essa vida.
Não quero saber de mais nada, das liberdades da mulher e dos abortos clandestinos e das parcas condições em que muitas mulheres vão abortar. Não quero saber. Abortar é da consciência de cada um. Eu não quero contribuir para que se legitime essa consciência. Se uma mulher não quer ter um filho apenas porque não, apenas porque ela manda, eu não posso legitimar o direito a que se aniquile uma vida sob pretexto de que a mãe tem o direito de, ou seja, não me estou a ver contribuir para que se autorize uma mulher a pensar durante quase dois meses e meio se quer continuar a deixar que uma vida se desenvolva.
E não me venham com as más condições com que muitos abortos são feitos por serem clandestinos. Más condições para quem? Para a mulher? A criança que vive dentro dela morre na mesma, seja num vão de escada, seja na mais confortável clínica.
O aborto é um processo que envolve dois seres humanos sendo que, à partida, só um está condenado a não viver: a criança. Aliás, e segundo o futuro quadro legal, a essa criança é-lhe retirado o direito de viver apenas por e para mero conforto de quem decide.
Não consigo dizer sim a tal legitimação para que se mate apenas porque não se quer ter mais um filho, seja porque fica caro, seja porque dá chatices, seja até porque esse filho é menino e a mãe queria uma menina. Para que se deite fora uma vida apenas porque não se quer o incomodo de ter de lidar com essa vida.
terça-feira, 16 de janeiro de 2007
james harries
Na rota dos grandes fazedores de canções. descubra-o.
"now I know you are a woman so you won't believe me
when I tell you, you were the most beautiful girl I've ever seen
yeah you with no make-up your coat hemmed with mud
I felt myself instantly falling in love
but you finally clinched it when you flicked your hair dry
and turned around slowly and looked deep into my eyes
your eyes entranced me a deep Spanish brown
in which a grown man could happily drown"
James Harries, "Café del Mar"
dedicado a quem anda a ler Kundera.
"now I know you are a woman so you won't believe me
when I tell you, you were the most beautiful girl I've ever seen
yeah you with no make-up your coat hemmed with mud
I felt myself instantly falling in love
but you finally clinched it when you flicked your hair dry
and turned around slowly and looked deep into my eyes
your eyes entranced me a deep Spanish brown
in which a grown man could happily drown"
James Harries, "Café del Mar"
dedicado a quem anda a ler Kundera.
domingo, 14 de janeiro de 2007
crónica de um domingo morno
Uma bela tarde, sem dúvida, passada a caminhar pelo longo passadiço que liga a Granja a Espinho. O mar estava mais ou menos calmo e as gaivotas povoavam as rochas da praia e faziam plateia, muito viradas para nós que passeávamos cá em cima, como se estivessem a ver uma corrida ou uma maratona. Do lado nascente passavam comboios vazios de gente e num ritmo descontraído, e ao fundo via-se Espinho das tardes de domingo, cheio de gentes com filhos e netos, pesadas e magras, altas e anafadas. Uma espécie de gente imortal, que se desloca para ali em carros enfeitados com naprons e terços de rezar. Muitos nem chegam a sair do carro. Ficam a dormitar virados para o mar, ou a ler os suplementos do Jornal de Notícias, o verdadeiro ícone literário da maior parte do povo-das-tardes-de-domingo-das-praias-de-Gaia-e-Espinho.
E no percurso inverso, de Espinho para a Granja, as mesmas pessoas e uma quase vontade de dizer "olá como vai", como se estivéssemos em contacto directo com excelentíssimos vizinhos. Jovens casais em ritmo apressado e quase sempre com um filho de colo, passeavam risonhos. Velhos com ar descontraído enchiam excelentes fatos de treino e ofegavam na pressa de se sentirem saudáveis. Raparigas sós ou acompanhadas aos pares, lembrando as antigas romeiras, pareciam procurar namorado no meio das gaivotas. Já não há namorados para estas romeiras. Apenas gajos que se enchem de carros artilhados com música de Tony Carreira ou com rap francês foleiro e que combina com os bonés de pala, os “yós” e os charros mal enrolados.
Uma bela tarde, sem dúvida, esta caminhada no passadiço. E as dunas estão boas, asseadas, e o mar insiste em tirar-nos a areia da praia, desnudando as pedras negras como se elas fossem rés sem pudor, expostas e condenadas.
O mar não se importa porque entende que não castiga. O mar não tem passadiço e desloca-se à toa. E nós ali em cima a passear, como se toda a nossa vida fosse um simples passeio à beira mar.
sexta-feira, 12 de janeiro de 2007
Nós queremos Sol
Digamos que vamos entrar no verdadeiro primeiro fim-de-semana de 2007. As festas estão definitivamente encerradas, árvores de natal desmontadas, e os saldos rebentam por aí como cogumelos enquanto não chega o dia dos namorados e o carnaval, duas marcas de consumo verdadeiramente institucionalizadas. De modo que, em chegando à terrinha, a noite acende-se no calor dos amigos e da cerveja gelada. Mais a vodka e um ou outro gin, se for caso disso.
"Em Janeiro, salto de Carneiro", dizia a minha avó. Os dias começam a arrebitar e convenhamos que é bom que arrebitem. Estamos preparados para um novo ciclo, à espera da primavera e de arrumar com os pijamas quentes e as botijas de água e as mantinhas de lã. Nós queremos sol. Somos um país que se deprime se não houver sol e calor.
quinta-feira, 11 de janeiro de 2007
quarta-feira, 10 de janeiro de 2007
estes Janeiros
Batalha. É quase meia-noite e eu recolho-me na serra para descansar. O ano começa com serenidade. Vende-se, apesar de tudo.
E nestas horas de sossego quase sossego, olho para a noite e vejo as luzes das casas e das estradas e dos carros que passam com gente, por vezes vazios de mais, e estendo-me numa preguiça boa enquanto fumo um cigarro. Os ruidos da estrada nacional 1 fazem-me companhia e sei que o sol ha-de estar a chegar para que as luzes se apaguem.
É assim que começam todos os Janeiros das nossas vidas. Devagar, tranquilamente, porque tudo se ha-de compor. Tudo pode ser perfeito se contarmos com o solinho que nos aquece e nos alumia.
E nestas horas de sossego quase sossego, olho para a noite e vejo as luzes das casas e das estradas e dos carros que passam com gente, por vezes vazios de mais, e estendo-me numa preguiça boa enquanto fumo um cigarro. Os ruidos da estrada nacional 1 fazem-me companhia e sei que o sol ha-de estar a chegar para que as luzes se apaguem.
É assim que começam todos os Janeiros das nossas vidas. Devagar, tranquilamente, porque tudo se ha-de compor. Tudo pode ser perfeito se contarmos com o solinho que nos aquece e nos alumia.
terça-feira, 9 de janeiro de 2007
coisas boas
coisas boas podem ser, por exemplo, receber um cartão com banda magnética do el corte inglés, como prenda de natal, e correr para esse enorme edificio cheio de coisas bonitas e comprar esta maravilha.
You can never hold back spring
You can be sure that I will never
Stop believing
The blushing rose will climb
Spring ahead or fall behind
Winter dreams the same dream
Every time
You can never hold back spring
Even though you've lost your way
The world keeps dreaming of spring
So close your eyes
Open you heart
To one who's dreaming of you
You can never hold back spring
Baby
Remember everything that spring
Can bring
You can never hold back spring
You can never hold back spring
You can be sure that I will never
Stop believing
The blushing rose will climb
Spring ahead or fall behind
Winter dreams the same dream
Every time
You can never hold back spring
Even though you've lost your way
The world keeps dreaming of spring
So close your eyes
Open you heart
To one who's dreaming of you
You can never hold back spring
Baby
Remember everything that spring
Can bring
You can never hold back spring
preciso
certo de que tudo isto é uma questão de pontualidade britânica, digo-vos já que hoje a noite está acertada comigo. minuto a minuto vou percebendo o acerto das coisas. no pensamento, memórias são varridas a grande velocidade como se tivesse comigo um estojo de limpeza emocional. na verdade, estas memórias transformam-se em cotão de tanto se avistarem por dentro de mim, já que não tenho tapetes na minha casa e não posso simplesmente esconde-las. tenho pois de me acertar com o tempo presente. reformular-me na beira da estrada sem confundir os lancis da vida. não devo subir o passeio se ando de carro, nem devo pisar a estrada quando ando a pé. percebo que o trajecto se consome na confusão do caminho e, por isso, quero alinhar-me.
faltam-me palavras. pequenas sílabas que se conjuguem por de entre o cotão das minhas memórias. preciso de um aspirador. preciso de uma aspirina. preciso de me recompor.
faltam-me palavras. pequenas sílabas que se conjuguem por de entre o cotão das minhas memórias. preciso de um aspirador. preciso de uma aspirina. preciso de me recompor.
segunda-feira, 8 de janeiro de 2007
marujo, eu
Eu hoje acordei virado para o mar. E quando acordo assim levanto-me muito depressa como se fosse mergulhar, como um garoto entretido na praia, indiferente ao vento que passa e à maré agitada. O mar parece andar brando e eu acredito que desta vez as ondas não são de tormenta. Serão lágrimas ou pouco mais, tormenta não. Apronto-me então, e estico-me muito para além dos meus ossos e tendões. Quero ver o que me traz o mar desta vez.
domingo, 7 de janeiro de 2007
simples
Nesta quadra natalícia eu tive um belo presente. Meu filho Alex ofereceu-me um livro de Sophia. Ele sabe os meus presentes preferidos.
f c porto - extra!
O fc porto vai reforçar o seu plantel, aproveitando a reabertura do mercado de transferências, com uma nova contratação de peso. Trata-se de um jogador desconhecido entre nós mas que é já o caso futebolístico do novo ano: chama-se Xautaça e veio de Lisboa para arrasar. Em declarações a este blog, Xautaça disse que a primeira coisa que vai fazer, depois de arrasar, será oferecer esta foto a todos os hooligans tripeiros, como forma de homenagear as suas raízes. E mais disse o já famoso atleta, desta feita longe da presença dos microfones da Rádio Renascença e da Rádio Festival: "Cheira bem, cheira a Lisboa!" (...)
ode a uma noite imprópria
é uma e meia da manhã e eu estou a brindar com amigos. bebo vinho tinto, douro, sempre douro, e mastigo queijos da serra como se comesse o mundo inteiro e a lua. e faço mil brindes a mil coisas e a mil pessoas. brindo ao caralho da vida e ao posto de gasolina mais próximo. canso-me de brindar porque o vinho assim manda. que se brinde então, não obstante esta "mentirita" me estar a bater descomunalmente. passo-me com isto. arrumo-me como se fosse uma gaveta e chego mesmo a deslumbrar-me como aquela maldita gata curiosa, como se fosse capaz de ler a minha alma. mas não. breve me dou conta de que mesmo a gata manhosa está indiferente a mim, indiferente às minhas carícias e se ela falasse diria que estava melhor como dantes. que se lixe o gajo. que me deixe em paz com as minhas pedrinhas onde cago limpo e onde alguém me muda a trampa com modos de freira e gestos de madona. gosto mais desta paz. prefiro muito mais este mundo de aspectos do que os outros mundos que todos me prometem e ninguém cumpre. que se lixem os legados poéticos e as frases complexas, estou farto. sou como a gata casta e de barriga cheia. não quero fornicar-me mais com estas tretas todas. prefiro uma lasanha. ou uma sardinha, não obstante o ácido úrico. já chega, dizem-me. cala-te, ordenam-me. pois não me calo. e não me calo. resolvi falar tudo e sei bem que sou desajeitado. mas eu falo. eu digo as coisas...
e mais: também brindo a este lie to me baby
e mais: também brindo a este lie to me baby
quinta-feira, 4 de janeiro de 2007
retratos maiores, retratos menores
Ontem não vi este filme que, dizem, segue à risca o romande de Oscar Wilde.
Mas caí na asneira de ver este, onde Basil nos surge encarnado de mulher e cuja trama decorre na segunda metade do sec XX. Valeram-me algumas citações preciosíssimas do autor, que me permitiram aguentar o filme até ao final. E aquele Henry, meu deus, meu deus.
quarta-feira, 3 de janeiro de 2007
Subscrever:
Mensagens (Atom)