Hoje trouxe para casa o “Expresso”, porque me disseram, no quiosque da minha rua, que era grátis. Aceitei a prenda.
Sabia que o Daniel Oliveira escreve no Expresso e pensei ver se ele também não tinha tempo para postar naquele jornal, por via da campanha eleitoral e das viagens e das canseiras. O dinheiro impõe um ritmo muitas vezes mais cruel do que o nosso próprio bio ritmo. Isso é claro!
Estava eu nestas elucubrações quando deparo, na Única, com uma crónica da Bomba I. CHQ (um novo motor de alta cilindrada - um topo de gama!) Já me tinham dito que a CHQ era mesmo uma bomba, mas o retrato da ilustre, que ilustra o artigo, supinou-me aquele sentimento muito próprio de quem espera correspondência, no real, àquilo que imaginara “cá dentro”. Adiante.
Parece que gostou de conhecer Adília Lopes. E ainda bem, porque eu lembro-me bem daqueles programas fantásticos, na dois, de Luis Osório, aquele director da “Capital” que aparece agora nas televisões ainda meio tonto com a conjugação de gravatas e camisas, e onde brilhava aquela mulher de aspecto “Abraço”. Adília Lopes merece a referência. Lembro-me, de memória, de “quem fode, fode. Só fode quem pode”, uma frase forte e ritmada, a merecer trabalho de casa. E não tenho nenhum livro da poetiza. Porque a cultura tem destas coisas: podemos ser cultos através do dinheiro, simplesmente, ou podemos cultivar-nos através da procura de coisas, de retratos esbatidos nos parcos cantos do que nos rodeia. Quem me dera poder chegar a uma livraria e dizer simplesmente: - Olhe, li um poema de Adília Lopes. Por favor queria comprar tudo o que tiver aí desse autor.
Sempre posso fazer outras coisas. Quem pode, pode, afinal.
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