sexta-feira, 11 de fevereiro de 2005

O caso Sócrates

O caso Sócrates é, ao mesmo tempo, grave e hilariante. É grave porque demonstra que nesta campanha vale tudo. Os contingentes do poder lutam de forma bélica, provando que, afinal, há ainda muita porcaria para vir, até ao dia 20 de Fevereiro. E é hilariante porque Sócrates, que para mim não passa daquele boneco do filme “AI”, de Spielberg, muito bem representado por Jude Law (creio que se chama assim), consegue, finalmente, o seu papel de vítima.
E fica tão bem na foto, o Sócrates, senhores!
Mas o caso Sócrates é muito mais do que isso. É a prova clara de que Portugal vai viver um muito mau bocado, após as eleições. Porque infelizmente os pensadores dominantes são pela bipolarização e, quer queiramos quer não, isso influencia.
Porque infelizmente este pobre país tem de facto um défice de cultura eleitoral. Este país é burro, pronto.
Não me venham dizer “não é correcto”, porque eu tenho que afirmar isto sem receios: burro país, este, que se entretém com toda esta trampa de políticos maliciosos, acoutados nos “trojans” da opinião e deixa passar ao lado uma magnífica oportunidade de mostrar a essa gente que eles não valem nada mesmo! Nem para oposição servem, uns e outros. Pobreza como esta não há em mais lado nenhum!
E agora venham lá daí esses elogios tinhosos a quem trabalha mesmo, dando a cara, colocando o dedo na ferida e tendo na outra mão o curativo, o óleo de fígado de bacalhau de que esta nação precisa. Venham daí as simpatias porque tendes rádios, tendes estúdios e não vos falta papel para sujardes com a vossa hedionda cobardia.

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