Ontem à tarde deu-me para ir beber cerveja para a Ribeira. Eu e dois amigos descemos Soares dos Reis e trocámos apostas e evidências de como era bem mais fácil ir ao Porto a partir de Gaia há 15 anos atrás. Entrei na Invicta pelo tabuleiro inferior da Ponte Luis I (nós por cá dizemos simplesmente “ponte de baixo”) e estacionei o carro no parque junto à alfândega. Depois a praça estava alegre e colorida mas nós preferimos um tasco ao cimo das escadas onde nos serviram super bock gelada, que eu fiz que se acompanhasse por uns deliciosos tremoços com azeitonas que comprei naquela loja frente ao rio, que agora tem como vizinhas outras lojas de vinhos do porto e sucedâneos.
Lá em cima falávamos de tudo um pouco enquanto bebíamos e olhávamos o rio e as pontes, a velha e a nova que mais parece um clone rasca da ponte da Arrábida, enfim, uma utilidade inestética que obrigará que todos os fotógrafos passem a fotografar o rio sempre virados para poente e por detrás da velha ponte D. Luís (cá chamamos-lhe assim também).
A tarde ia passando e a malta, bebida, tecia odes prenhes de amor eterno àquele cenário único. Eu jurei amores à Ribeira e confessei que quando estava em Norwich me punha a olhar o pôr-do-sol orientando o meu pensamento para a maravilhosa imagem do Porto antigo vista de Gaia. A Ribeira é muito elogiada, e quase ninguém diz senão bem dela. Eu tomo-a por minha porque nela vigora a alma portuense, verdadeiramente plural e descontraída. Como descontraídas são as tardes de Setembro a beber cerveja numa tasca, na Ribeira.
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