Há dois blogs de coisas: um é de sanitas e o outro é de bibliotecas. O das latrinas acusa-nos o lado “voyeur” que há em nós. As escovinhas-limpa-merda a combinar quase sempre com a tijoleira, as tampinhas decoradas a fazer lembrar os naperons nos toucadores, as tábuas de engomar, o papel higiénico. Uma casa de banho portuguesa, com certeza, ora desleixada, ora muito arrumadinha.
Para que serve mostrar sanitas? Para que serve vê-las? Mas aquilo é um sucesso porque, como disse, há muita vontade de espreitar a casa do vizinho.
Já o outro é mais elevado. Bibliotecas e mais bibliotecas, livros expostos como se fossem sanitas. Bibliotecas famosas ao alcance de poucos, como as sanitas. Nós gostamos muito de ver aquelas bibliotecas porque elas representam a casa de banho que qualquer português gostaria de ter. E no lugar do papel higiénico havia de haver resmas de livros. De preferência estrangeiros, complicados porque o cagar às vezes é lento. Para as mijinhas bastava um livrinho da Condessa de Segur e no caso de uma rapidinha nada melhor do que um livro do karzam, banda desenhada modernista, ou então do saudosíssimo “Pedrinho”.
Ainda não vi retrete camiliana, como a que está na casa de Ceide. Ah, se fossem a Ceide ver como cagava Camilo que, ao que consta, está presente em muitas bibliotecas.
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