quinta-feira, 1 de março de 2007
da lua
Cheguei à Batalha ontem pela tardinha. A Batalha continua esplendorosa, e já se percebe nela o arrebitar da Primavera. Nos cheiros, nos pássaros, no sorriso das cachopas, a Primavera floresce fazendo acontecer muitas coisas frescas, inclusive o amor. E as paixões, os calores, e a volúpia de como quem lambe um chupa-chupa e depois fica a saborear morangos com sabor a doce que cola nos lábios brilhantes. Mas eu estava a falar da Batalha, e dos vales e montes que a protegem, das serras dentadas e da lua. Se vissem a lua da Batalha talvez não precisassem mais de ver outra lua. Lua penetrante, que nos espelha os sonhos e nos conta histórias com castelos sem heróis, que esses não percebem nada das coisas da lua. Nós sim. Eu sim, percebo. Porque um dia ela disse-me que a minha vontade de amar, de gostar desalmadamente, é que me faz vê-la tão bela. É que me faz venera-la com sorrisos aos riscos, pensamentos ariscos, como se todas as coisas do mundo fossem belos petiscos.
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5 comentários:
A lua é sempre a lua... Por muito bonita que seja aquela que se vê da Batalha...
aquela que se vê da Batalha É a lua que é sempre lua...diferente é,sem dúvida, o enquadramento e a magia com que se vê :)
Mas claro que reconheço "outras" luas de outras magníficas vistas.
Olá Altino! É sempre bom voltar aqui e vê-lo falando de luas. E que maestria ao falar desta lua. Deve ser mesmo tão bela, para enfeitiçar-lhe as palavras assim. Um beijão.
:) be nice
Ah, não, Ela! A lua que se vê da Batalha é outra lua...
É uma lua que emudece e paraliza.
É uma lua capaz de intimidar os felinos que vagabundeiam a noite.
A lua da Batalha é a lua de que fala o Tom Waits:
"and no the moon ain't romantic
it's intimidating as hell"
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