A cerveja corria bem, melhor ainda nas gargantas. Duas e meia da manha e já o gerente daquele café desesperava: queria fechar o seu sitio para arejar noutro poiso qualquer.
Luzes apagadas, porta fechada, rumámos ao Porto, à noite do Porto. Atravessada a ponte, aquela ponte erguida quando eu nasci, encostámos bem junto à Auto Sueco, na Zona industrial do Porto ( a minha cidade compreende mais ou menos um quarto do seu perímetro em zona industrial que de noite se metamorfoseia em zona de lazer). Via rápida, conhecem. É muito falado. Tem convite? nops. Então não podem entrar (devo dizer que do alto dos meus quase quarenta anos estou, desde há muito tempo, preparado para estas recusas dos porteiros. É uma negação que me faz mexer, que me agita e me consome algum do excesso de álcool que eventualmente contenha). Aquela morrinha meia remelenta atrofiava ainda mais o meu sentido de orientação. Vamos mas é beber um copo ao Meu Mercedes. Pode ser. Aquilo fica na Ribeira e passa Tinders.. mas a morrinha misturada com o nosso charme levou-nos para Espinho, para o Casino. É isso, vamos beber uma cerveja ao bar do Casino. E assim ficámos a esgrimir uma vontade, um desejo. E assim vieram as quatro da matina e o sono e um pensamento unico e sublime: casa, rumar a casa e deitar a cabeça sobre o sofá e ficar ali, a ouvir a noite.
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