sexta-feira, 27 de fevereiro de 2004

Doraci Edinger. Não, não é nenhum nome famoso das artes e cultura brasileira. Nunca nos entrou em casa com o “glamour” das estrelas de televisão nem com o charme das morenas com vestidos escarlate. Ela era uma obreira. Andava em Africa entregue à sua obra. Cometeu o pecado terreno de denunciar o maior genocídio da humanidade, incomparavelmente mais cínico que qualquer guerra e hipocritamente ignorado por todos aqueles que se preocupam com Cuba, o Irão e as armas de destruição maciça. O mercado existe e são os ricos que se abastecem. São porventura aqueles que se impressionam com o aborto, com o consumo de erva, com a homossexualidade, os mesmos que pagam com dinheiro vivo, já que aquele supermercado não aceita cartões de crédito. Doraci Edinger merece ser respeitada, o seu cometimento carece de firme acção. Ela nunca foi uma “lady di” cheia de câmaras à sua volta. Ela esteve no mato, viveu no mato mas foi o betão que a matou. Ela lutou na selva mas foi a civilização que a aniquilou.

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