Aquela vista nem de longe pode ser comparada a qualquer outra. Refiro-me às luzes combinadas com o leito do rio, intercaladas por um tal casario a olhar o rodopio dos carros apressados. Passar a ponte da Arrábida, sobre o Douro e ficar indiferente àquilo tudo é coisa impossível. De modos que enquanto os Carvalhos não aparecia no horizonte, e graças à estafada fila de hora de ponta, fui ouvindo o “Pessoal e Transmissível" de Carlos Vaz Marques na TSF. Para gáudio meu, a convidada era Inês Pedrosa. E gostei. Aprendi a gostar da Inês nos seus inúmeros artigos onde ela discorre, de forma coerente e muito apelativa, sobre a actualidade, sobre as coisas do nosso tempo. Nunca li qualquer livro dela e nem sei se um dia o farei, o que sei é que gostei de a ouvir, igual a si própria. Se por vezes ficamos chocados com a voz de quem lemos ou mesmo com a imagem de quem ouvimos, eu, desta vez, não tive essa sensação. E notei que ela é muito perspicaz, ou não tivesse ela referido, a páginas tantas, o “Outro,eu” que há nela pois claro.
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