quarta-feira, 31 de maio de 2006
e se a bola é redonda porquê insistir que é quadrada?
O pessoal decidiu mais uma vez capitular perante a agenda temática que a rtp nos impõe semanalmente. Desta vez falou-se da violencia nas escolas. E são tantas as opiniões, provenientes das mais diversas esferas políticas, com tais arrazoados, doutoramentos, teoremas que eu me vejo na obrigação de ceder, também eu, e deitar aqui a minha visão sobre o tema. Mais adianto, para quem não sabe, que sou pai e encarregado de educação e que tenho vivido na pele de quem é pai um conjunto de episódios surrealistas, impreganados de burocracia e que apenas me forçaram a formular uma única qustão que dirigi pessoalmente, olhos nos olhos, à Directora de Turma do meu filho: "O que eu quero saber, senhora directora, é que me diga até que ponto esta situação pode afectar o sucesso escolar do meu filho". A esta questão a funcionária respondeu com uma cábula: as notas ( boas diga-se) do meu Alex. Não percebeu, concluo eu, o alcance da minha questão. E não percebeu porque o sistema de educação português viciou esta gente na burocracia dos precessos, chegando-se ao cúmulo de se pedir relatórios escritos a miúdos de 11 anos sempre que eles sofram um atentado qualquer de violência na escola. Ora, os professores habituaram-se a fazer relatórios para arquivo. Mesmo quando vítimas de agressões por alunos. E replicaram esse expediente aos pobres miúdos. Ninguém é capaz de dar um ralhete aos putos, ninguém é capaz, neste pobre sistema educativo português, de aplicar um castigo aos pobres pestinhas que povoam as nossas escolas. Pelo contrário, querem envolver toda a gente na resolução destes problemas. O Conselho Executivo, a directora de turma, os pais, os alunos, a imprensa, o secretário de estado, a Fátima Campos Ferreira....depois discutem o sexo dos anjos. Limitam-se a nada fazer e a violência grassa, expande-se como vírus, pandemia. Acho isto absolutamente incrível. O sistema ficou transtornado. Os professores querem ir para casa. os pais não querem saber. Os alunos estão entregues à sua sorte. E tudo isto poderia ser tão simples. Bastava um pouco mais de sentido de missão e de noção de que se pode fazer qualquer coisa, de sentido prático. Mas não. O melhor é discutir-se isto tudo com os sábios. Alguns recebem avenças para falar. Outros receberão cargos ministeriais. Os putos ficam na periferia e os pais no desespero. Foda-se. Eu sou pai. Sei do que falo. Alguém me quer ouvir?
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