Confesso que me ausentei um pouco da catarse colectiva que adveio da tragédia no Índico e que vitimou muitos seres humanos. Ando um pouco alheado dos disparos noticiosos e de toda a carga emotiva que isso provoca nas pessoas, e, portanto, pouco vi daquilo que todos viram.
A tragédia é uma enormidade. Condoo-me por isso.
Agora espanta-me verdadeiramente algumas conclusões que vou lendo. Uns atiram-se a Deus, culpando-o por semelhante catástrofe. Já o podiam ter condenado há mais tempo, por absurdo, porque tem havido tantas tragédias no mundo ao longo da história…não acham que é um tanto estúpido essa coisa de interrogar o divino, pedindo-lhe satisfações para algo que é claramente um processo de evolução do planeta?
Outros ainda, viram-se para a psicose do dilúvio, “nostradámicos”, e andam numa correria a divulgar tudo o que hipoteticamente vem a seguir. Até já se fala num asteróide para o ano de 2019. Credo!
Pior, bem pior, é a malta que adora tirar proveito político da coisa. Não concordo nada que se ataque o governo por falhas (que existem sim) na acção de apoio às vitimas. Há até uma senhora socialista que relata a pequenez dos serviços diplomáticos aquando da crise de Timor. Porque será que essa lady não o disse na devida altura? Porque o PS (Partido Socialista) era governo. Mais nada.
Last but not least: então não consta que pelo menos duas super potencias planetárias controlavam a região, monitorizando a respectiva actividade sísmica? Consta-se até que eles previram a catástrofe uma hora antes e não foram capazes de prevenir as autoridades dos países ameaçados. Numa época dominada pelo conceito de “aldeia global” tal falha é que me deixa realmente parvo da alma.
E depois é só reportagens da Tailândia, esse paraíso dos turistas endinheirados do primeiro mundo. Os pobres aparecem nas imagens porque fazem parte da tragédia. Nada mais.
Eu sinto-me mal porque apreendo a pequenez da humanidade nestas coisas. Só isso.
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