segunda-feira, 4 de julho de 2005
Maria do Sameiro era uma boa sopeira. uma sopeira, sem ofensa, muito dedicada que via as colegas subirem na vida, pensando ela que tal se devia à velha questão de sempre, a regra mais básica de toda a coexistência humana desde os tempos de adão e eva: a graxa. resolveu então esmerar-se mais ainda. e um belo dia decidiu que o patrão não mais limparia o cu sempre que ela estivesse de serviço. ora o patrão tinha o estranho hábito de, ao cagar, escrevinhar umas coisitas no papel antes de limpar o orifício metrosexual. Maria do Sameiro sabia disso e mais do que prestar um óptimo serviço ao seu mestre, mais do que esperar uma promoção na sua carreira, ela passou a coleccionar os papéizinhos, sem merda, mas cheios de merdas escritas pelo seu dono. Maria do Sameiro andou nisto dias e dias, consta-se que mais de ano, e via as amigas subirem à glória da consagração editorial. De modo que desatou a compilar os rascunhos e decidiu lê-los. e aprendeu umas coisas e percebeu que, em sendo burra, podia ao menos escrever coisas para as amigas sopeiras. elas iam adorar, assim como ela adorou toda a porcaria que elas escreveram, assim como ela elogiou todas as merdas que elas editaram. o patrão deu um jeito e arranjou uma editora que tinha uma executiva para os "assuntos de sopeiras escritoras", a bem da verdade, uma ex sopeira e ex limpa cus. Consta-se que houve uma grande festa e que no momento dos autógrafos, Maria soltara um desabafo que marcou a sessão e que foi, inclusivamente ( um termo bem á sopeira, hein?), citado no cabaré da coxa. Maria teria afirmado que estava feliz porque realizara o sonho da vida dela: escrever um livro de merda.
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