Aproveitando o texto de assinalação dos dois anos de existência do blog Rua da Judiaria, cujo autor eu saúdo pela excelência dos seus textos e pelo contributo que me tem prestado, a mim que sou um subproduto de uma educação cancerosamente católica, tendo-me, por conseguinte, ajudado a conhecer um pouco melhor o mundo judeu, ou parte dele, gostaria de vos chamar a vossa especial atenção para o facto de nesse texto aparecer a palavra “blog” e não “blogue”.
Como sabem, a palavra “blog” surge a partir de “web log” onde se procedeu à simplificação para “blog” (b+log). Que eu saiba, existe lá para sul de Portugal uma corruptela fonética de palavras terminadas nas vogais “a” e “o”. É frequente ouvir-se “Figue” em vez de Figo, “Benfique” em vez de Benfica e “até logue” em vez de até logo, por exemplo. Ora só aqui, nestes caso muito concreto é que surge a palavra “logue” (embora na sua expressão fonética). Portanto quem acha que um “blog” é um “blogue” só pode estar a fazer confusão fonética desta natureza.
Convém que se respeite a origem dos termos introduzidos na nossa linguagem. os brasileiros, tantas vezes criticados, fizeram já um levantamento exaustivo de todo o espólio de novos termos que surgiram com as IT’s. À revelia do acordo ortográfico vigente, bem sei, mas decididamente enquadrado num padrão normativo para a comunicação e expressão oral e escrita, dando sequência à evolução natural da nossa língua.
Das duas uma: adoptemos a normalização deles ou então normalizemos nós também.
Bem sei que isto é uma idiotice, falar destas coisas em maré de discursos cavacais. Perdoem-me pois o desabrido desabafo.
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