O Leixões é um clube especial. Devo dizer que era eu menino de 6 anos e um tio meu levou-me ao Estádio do Mar, numa tarde ensolarada de domingo, ver o Leixões-Setúbal. Adorei aquela experiência, não tanto pelo futebol mas porque passei o jogo a lamber uns gelados muito grandes com sabor a laranja e o meu tio tinha-me dado um daqueles chapéus de papelão, branco, que me fazia parecer um chinês entre milhares. Foi o Leixões, portanto, o meu primeiro grande clube ao vivo, de vermelho, cuja grande parte das suas gentes recusa cair de amores pêlo F.C.Porto. Por conseguinte (esta aprendi com o Padre Marçal), foi com enorme interesse que me sentei no meu velho sofá a ver o grande Leixões contra o meu eterno Benfica.
O jogo foi bom, de resto, mas confesso que já não me lembra o dia em que vira pela última vez um jogo do Benfica narrado e comentado pelos senhores jornalistas da RTP Norte. Oiço-os de quando em vez a debitarem ânsias quixotescas em jogos da Liga dos Campeões que têm como cenário o Vale de Campanhã e cujos protagonistas vestem de azul. Mas esses delírios encaixo eu bem porque raramente vejo. Agora hoje, senhores, aturei-os durante uma hora e meia. E por causa de Ronald Koeman, estava a ver que ainda tinha que levar com eles mais meia hora. Semelhantes facciosos, sempre a comparar quem gritava mais alto (“parece que a claque do leixões está imparável") esquecendo o penalty roubado ao Benfica mal o jogo tinha começado, ignorando a queima de tempo provocada pelas constantes quedas dos jogadores da casa na tentativa da conquista histórica de um prolongamento e vendo faltas onde elas não existiam.
Não sei, aqueles tipos parecem saídos do "Blasfémia" ( sem link) ou então o "Blasfémia" é que foi parido lá numa tertúlia qualquer entre a Taberna do Infante e o Pérola Negra, quem sabe.
De maneiras que estou assim para o contente porque o Benfica ganhou e o Leixões merecia mais. Mas merecia mais porque é uma equipa de atitude e não porque era contra o Benfica. Está a ouvir Sr. Fidalgo? É por estas e por outras que quando me convidam para ir jantar ao Fidalgo, em Espinho, eu digo sempre: vamos mas é ao Cabana. Vice?
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