A Natureza dá o “discurso” para que o Homem esconda a “Verdade”.
Foi com esta frase, que cito de cor, que Jerónimo de Sousa terminou o frente a frente com o Excelentíssimo Sr. Doutor Paulo Portas.
O “Senhor Deputado” Jerónimo de Sousa começou titubeante, depois daquele simpático casal de pombos ter decidido tirar a palavra ao TGV Paulo Portas. Depois, J. S recompôs-se e esvaziou o rol propagandistico de P.P. que enumerara os antigos combatentes e os pensionistas, com o facto de estarmos a atravessar uma época de frio, onde as pessoas precisam de assistência médica e de baixas de curta duração que, como se sabe, são hoje um direito perdido pelos trabalhadores por culpa do outro senhor.
O “senhor governo” pegava na palavra e, mais sound byte menos sound byte, apregoava aos portugueses que ele é que fez, ele é que pegou, ele é que teve a ideia assim, a ideia assado. Jerónimo de Sousa ouvia, educado, e lembrava que aquele “senhor governo” era o mesmo que escrevia no "Independente", no tempo do cavaquismo, coisas tão distintas das que agora defendia. E o “senhor governo” não perdeu tempo e recorreu logo ao “não me faça falar do comunismo e tal”. Mais um bocadinho e já ia para a URSS, o velho e gasto argumento que a direita usa sempre que se sente encostada à parede pelos comunistas.
Depois o “senhor governo” queixou-se de que governou apenas com oito por cento de votos e jurou fazer muito mais se lhe derem mais votos. Na prática quis dizer que se com aquele numero de votos foi capaz de salvar 190 postos de trabalho na Bombardier, se lhe derem mais oito por cento ha-de ser capaz de salvar 380. E por aí fora. Grandes façanhas.
Em suma, foi um debate esperado. Portas a falar de cima da burra e Jerónimo a mostrar que se pode dizer coisas interessantes sem se estar aos berros, como foi o caso da demonstração clara de que Portugal não pode continuar a ser um peão das nicas na União Europeia.
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