quarta-feira, 31 de março de 2004
A África dupla
Diz o Blogame Mucho que “está tudo para África” ( até a Lolita). Bem sei que as referencias estão lá ( no post, leia-se) e que, afinal e graças a uma visita oficial, há pessoas que se podem dar ao luxo de viajar a África como quem vai ali a Vigo. E está muito bem, já que não temos nada que ver com isso. Eu também viajei por África, ontem à noite, sentado no meu velho sofá. Bem sei que a minha viagem é bem mais difícil de fazer porque, àquela hora, há tantas coisas para fazer e tantos bons programas de televisão para ver que é quase impossível ir a África, num instantinho, como eu fui. E gostei. As imagens da velha colónia debitadas ali, defronte a mim, deixaram-me espantado. Portugal valia a pena naquele tempo.Vi agora mesmo no Barnabé, um trecho sobre um livro muito interessante onde se pode ler alguns testemunhos da criadagem de um certo imperador. Ora isso para mim de nada vale comparado com o relato vivo, imortal, daquele velho criado, preto de Lourenço Marques, do Ferroviário, ao serviço da “vida superior”. E a Dona Ermelinda, a sua dupla vida, o seu neto em busca de uma resposta. Alguém viu? Alguém foi a África ontem? Ou ficaram-se pelo “TGV” dos telejornais, a ver a “vida superior” de visita a África a debitar regras como sempre?
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